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História Capitu - Two


Escrita por: LMesquita e EngMonroe

Notas do Autor


Tia Monroe aqui. *o*
Boa leitura! <3

Capítulo 2 - Two


Fanfic / Fanfiction Capitu - Two

Dez anos antes 

 

Faltam exatamente quinze minutos para o fim do meu plantão. Confesso que estou exausto! O dia tinha sido bem corrido para nós hoje. Nunca vi o hospital tão lotado daquele jeito! Talvez era falta de costume. Eu havia acabado de me mudar para Chicago, depois de quase quatorze anos sendo residente na Flórida. Digamos que eu estava passando por uma ótima fase da minha vida, onde cada objetivo que impus consegui alcançar.

Tinha o emprego dos meus sonhos, era casado com a mulher dos meus sonhos, tínhamos uma filha maravilhosa, morávamos numa casa linda, tínhamos saúde, dinheiro, amor, tudo! Eu não tinha do que reclamar. Minha vida era perfeita!

Mensagem de texto:

Amy, 22h47

Está vindo pra casa?
Fiz bolinho de carne e batata pro jantar.

Evan, 22h50

Daqui alguns minutos.
Ps: hmm, estou faminto!

Amy, 22h54

Ficarei te esperando!
Ps: já estou com saudades.

Evan, 22h55

Eu também!
 

"Dr. Wyler, tem um paciente no leito 12 precisando de atendimento. Já passou pela triagem, mas se recusa a ser examinado. Tivemos que amarrá-lo na maca."
 

Corri imediatamente para o leito onde estava meu paciente. Na sua ficha dizia: Senhor Willian Kilmer, sessenta e um anos. Deu entrada no pronto atendimento após ser encontrado desmaiado do lado de fora de um bar, com um corte na mão e pequenos ferimentos na cabeça.
 

"Sr. Kilmer, boa noite! Eu sou o Dr. Wyler. Como o senhor está?"
 

"Ótimo! Nunca estive tão bem em toda minha vida."
 

"Isso é muito bom! Mas, não é o que parece."
 

"Por que me trouxeram pra cá? Não estou doente!"
 

"Eu vou examiná-lo pra ver se realmente o senhor está bem..." vesti as luvas cirúrgicas.
 

"Não é preciso, eu estou ótimo, já disse! Agora me soltem daqui antes que eu chame a polícia."
 

"Sr. Kilmer, eu estou aqui para ajudá-lo! Mas é necessário que o senhor mantenha a calma. Deixe me ver o ferimento da sua mão?" Ele resistiu como uma criança birrenta. "Por favor, Sr. Kilmer, eu preciso ver a situação desse corte para tratá-lo antes que vire uma infeção." Finalmente ele cedeu. O corte era profundo e pelos pequenos fragmentos estilhaçados, deduzi que havia sido feito com algum objeto de vidro, como um espelho ou garrafa.
 

"O senhor está me machucando!" Resmungou.
 

"Tirou a pressão dele?" questionei a enfermeira.
 

"Sim, doutor. 14 por 9, está elevada!"
 

"Aplique uma dose de Nitroprussiato de sódio, por favor. Eu vou buscar os materiais para curativo." "Sr. Kilmer, eu já volto! O senhor terá que tomar alguns pontos no local do corte."
 

"Depois que fizer isso eu posso dar o fora daqui?"
 

"Ainda não tenho certeza! Vou pedir alguns exames e dependendo dos resultados o senhor estará liberado." "Fique de olho nele!" sussurrei para enfermeira.

 

 

Ao retornar da recepção, me esbarrei com uma jovem no corredor que parecia perdida e desorientada. Estava vestindo o uniforme de uma lanchonete a poucas quadras dali, com certeza não era do hospital.
 

"Com licença, posso ajudá-la?"
 

"Sim, por favor. Eu estou procurando meu pai. Já rodei quase a cidade toda atrás dele! Fui até um bar que ele costuma frequentar e fui informada que o trouxeram pra cá."
 

"Como ele se chama?"
 

"Will...! Quer dizer, Willian Kilmer. Todos o conhecem como Will."
 

"Ele está conosco sim! Estou indo nesse exato momento cuidar dos ferimentos dele."
 

"Ferimentos? ...Machucaram muito ele?" Ela se aflingiu.
 

"Fique calma! São ferimentos leves, somente um corte da mão esquerda e alguns pequenos cortes na cabeça, nada grave!" Ela pôs a mão sobre a testa, respirou fundo e depois me fitou.
 

"Eu posso vê-lo?"

"Na verdade, não ainda. Vou tratar o corte da mão dele e depois os outros ferimentos. Vou pedir também um raio x, para ver se não houve mais nenhuma lesão."
 

"Tudo bem, eu fico aguardando na recepção. Obrigada!" Ela virou as costas e segui até a recepção.
 

"Como sabe que foi agressão?" A questionei interrompendo seus passos. Ela me olhou novamente.
 

"Porque não é primeira vez que isso acontece."
 

 

Retornei ao leito, e o paciente já estava bem  mais calmo.
 

"Sr. Kilmer, tem uma surpresa que acho que vai animá-lo!"

"O doutor vai me liberar?"
 

"Não exatamente!"
 

"Então? "
 

"Sua filha está lá fora. O senhor quase a mata de preocupação!"
 

"O que Capitu veio fazer aqui? Já disse para ela não se meter em meus assuntos!" Sua reação espontânea foi surpresa para mim.
 

"Fique calmo! A pressão do senhor normalizou, não queremos que ela eleve novamente!"
 

"Mande ela ir embora daqui! Agora mesmo! Ela é a última pessoa que quero ver."
 

"Ela está muito aflita por sua causa."
 

"É mentira! Ela veio até aqui ver se eu já tinha morrido. Diga a ela que não irá triunfar desta vez."
 

"Sr. Kilmer, acalme-se, por favor! Eu pedirei que ela vá para casa, já que o senhor não quer vê-la, mas prometa pra mim que vai descansar."
 

"Diga pra ela ir embora, pra bem longe, igual a vadia da mãe dela fez!" Ele havia perdido o controle e começou a berrar dentro do quarto. Fui obrigado a aplicar o sedativo para fazê-lo dormir.

 

 

Na recepção, a garota ainda esperava ansiosamente. Fui até ela para explicar a situação e tentei amenizar o máximo possível as palavras duras de seu pai, contudo eu estava horrorizado com a demonstração de desprezo por sua filha.
 

"E meu pai?"
 

"Está dormindo agora. Conseguimos fazer o curativo na mão e nos ferimentos da cabeça. Tiramos o raio x e resolvemos deixá-lo em observação."
 

"Ótimo! Irei perder mais uma noite de trabalho."
 

"Eu acho melhor a senhorita ir para casa, já é bem tarde! Esses lados são bem perigosos a essa hora. Se quiser posso te dar uma carona." 
 

"Eu agradeco a gentileza, doutor, mss não posso deixá-lo aqui sozinho."
 

"Serei franco, seu pai estava mostrando sinais de embriaguez, se mostrou um pouco hostil e agressivo, ele não está nada amigável! Além disso, o próximo plantonista irá ficar de olho nele e já tem uma enfermeira lhe fazendo companhia."
 

"Sei que não posso largar meu trabalho toda vez que ele resolve tentar acabar com a própria vida, mas... vou ficar! Ele é meu pai. Só tem a mim de família."
 

"Eu compreendo! Bom, o Dr. Griffin que ficará no plantão agora então se precisar de algo, é só chamá-lo!" Ela pegou minha mão com as suas, me fitou e me deu um sorriso agradecido.
 

"Obrigada, doutor!"
 

"Não precisa me agradecer, só cumpri com o meu trabalho." Sorri de volta. "Agora tenho que ir. Boa noite!"
 

"Boa noite!" Ela respondeu.

 

 

Amy e Bel estavam me esperando para o jantar. Quando cheguei fui recepcionado com um caloroso abraço de minha sobrinha e um beijo molhado de minha mulher. Nada melhor para suavizar o dia movimentado que tive no hospital.
 

 

 

"Amor, esse bolinho de carne está espetacular! Realmente delicioso."
 

"Fico feliz que eu tenha acertado a receita! Sabe que sou péssima na cozinha." Amy respondeu.
 

"Isso não é verdade, meu amor! Suas mãos são delicadas assim como as de uma fada. Tudo que você faz fica ótimo!"
 

"Você diz isso por que me ama, mas eu sei que não é bem assim."
 

"Bel é a prova e não me deixa mentir, não é mesmo?"
 

"Tia, sua comida é a melhor de todas!"
 

"Viu só?! Agora são dois contra uma ou melhor dizendo, a favor dessa receita maravilhosa."
 

"Okay, eu vou acreditar dessa vez, porque até eu gostei desse bolinho de carne para ser sincera! Mas, mudando de assunto, como foi o dia dos meus amores?"
 

"Conheci uma galera bem legal no campus, da turma de psicologia."
 

"Fico feliz que esteja se adaptando, querida! Gosto de vê-la fazendo novas amizades."
 

"Pensei que não conseguiria me adaptar, tio, mas parece que eu estava enganada em relação às pessoas daqui. Achei que fossem um bando de mauricinhos que iam me achar uma caipira esquisitona."
 

"Ou seja, era tudo coisa da sua cabeça! Precisa parar de prejulgar as pessoas!"
 

"Sua tia tem razão! Viu como no final das contas era tudo ao contrário do que você imaginou?"
 

"Realmente." Bel era nossa sobrinha,  mas nós adotamos como filha. Seus pais biológicos haviam sofrido um acidente automobilístico fatal, quando ela tinha apenas 2 anos de idade. Megan era irmã mais nova de Amy e nós prometemos a ela que ficaríamos responsáveis pela guarda da Bel e cuidariamos dela como nossa filha. Decidimos que jamais iriamos mentir para ela sobre quem são seus verdadeiros pais, pois nossa intenção não era substituí-los. Bel sempre nos respeitou como seus pais e nós a amamos incondicionalmente como nossa filha de sangue. Eu e Amy não tínhamos filhos nossos. Engravidamos uma vez, mas perdemos nosso bebê no sétimo mês de gestação em um.aborto espontâneo. Depois disso, Amy ficou estéreo e entrou numa profunda depressão. Era horrível vê-la sofrer daquela maneira, eu por minha parte, sofria junto com ela. Bel quem foi nossa salvação,  o motivo para conseguirmos enxergar a beleza da vida novamente. É por isso que a amávamos tanto!
 

"E como andam as coisas no hospital?"
 

"Corridas, mas bem! Hoje atendi o pai de uma moça, acho que ela tinha sua idade Bel. Fiquei com tanta pena dela."
 

"O que ele tinha? Era grave?" Amy questionou.
 

"Não, só estava um pouco ferido. Pelo que a filha dele disse, ele se envolveu numa briga."
 

"Ela deve ter entrado em pânico." Continuou.
 

"Ela estava bastante aflita! Mas, o que me surpreendeu foi a atitude do paciente quando eu disse que sua filha estava do lado de fora, preocupada com ele."
 

"Ele ficou envergonhado com a situação, aposto ou ficou feliz em saber que ela estava lá."
 

"Não, Bel, pelo contrário! Eu também pensei que ele ficaria feliz, mas... ele me pediu para que a mandasse embora, porque ele não queria vê-la e disse outra coisas horríveis!"
 

"Nossa! Que situação complicada, amor"
 

"Fiquei bastante tocado com aquilo. Ela parecia tão exausta..." "tem pessoas que não sabem a importância de uma família e acabam não dando valor a isso. É por isso que agradeço a Deus todos dias, por ter vocês duas na minha vida!" Peguei em suas mãos.
 

"Nós somos duas mulheres de muita sorte, querido! Você é o homem mais incrível, honesto e amoroso do mundo."
 

"É tio, você é o melhor!" Ambas me deram um sorriso lindo. Eu não podia ser mais feliz. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado! <3


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