História Captain Swan- Recomeço - Perdões e medos

Perdida e logo com ele. Com certeza, se existisse um concurso para pessoas azaradas, eu ganharia sem nem precisar piscar.

 Eu somente não estava preparada para conversar ainda, eu sei que ele não tem culpa de nada, mas mesmo assim dói, dói saber o quanto minha mãe não me quis seja por qualquer motivo. Estávamos andando a umas 3 horas, deveria ser 4:30am Já que decidimos fazer essa trilha nesse horário, adiciono uma nota mental para matar o killian e a Regina quando nós voltássemos. Durante esse tempo, Dylan e eu somente trocamos palavras necessárias, o básico para sabermos para onde deveríamos ir ou se estávamos bem. Não que seja por falta dele tentar puxar assunto, mas parecia que algo o impedia e eu agradecia mentalmente por isso, ainda não estava preparada para poder conversar. 

 O silêncio na floresta era frustrante, nenhum som para poder nos ajudar a localizar o acampamento, não sabia nem se ainda estávamos dentro dos limites do acampamento, mas creio que sim pois ainda conseguia ver algumas árvores que possuiam a bandeira do acampamento penduradas na mesma para algum tipo de esporte.

 Dylan- Eu só acho que essa é a terceira vez que passamos em frente a essa árvore- diz ele quando passamos em frente à uma árvore que possuía o símbolo do acampamento, e era verdade, já havíamos passado por ela umas 3 vezes. 

 Emma- Ótimo, agora estamos andando em círculos- bufo tentando me acalmar e não entrar em desespero, já estávamos começando a ficar sem comida e sem água, se não nos encontrassem rápido, iríamos acabar virando canibais para podermos viver (n/a: draamaaatica) 

 Ouço Dylan dando uma leve risada que foi abafada pela sua mão me fazendo revirar, continuei andando mesmo depois dele me gritar para parar, ele já estava conseguindo me irritar. Ouço um som incrivelmente irritante de assobios e ve viro pra tras irritada já sabendo de onde esses sons vinham- Tem como calar a boca?- disparo voltando a virar pra frente e andando. Escuto sua risada e logo aquele som infernal some, não porque ele parou, mas porque ouvimos um barulho mais insurdecedor me fazendo ficar mais atenta a qualquer movimento.- o que é isso?- pergunto a Dylan me virando, mas vejo ele fazendo o sinal de quieto, reviro os olhos- pode falar idiota- não deixo de soltar um riso.

Dylan- Ufa, não aguentava mais ficar quieto, foram os piores 3 segundos da minha vida-dou risada com seu rosto de pânico, porém logo é substituido por um sorriso enorme.- gosto quando você ri- sorrio abaixando a cabeça e ouço o som denovo.

Emma-Ta legal, esse som ta macabro- tento direcionar meus sentidos para um só lugar tentando ver se o som vinha de perto da trilha que andamos. Por sorte, ou um azar horrivel, das sombras surgiram Neal que estava com uma mochila e uma lanterna, qualquer sombra de alegria ou qualquer outro sentimento bom se esvairiu de mim, dando espaço a uma raiva inconfundivel, a mesma raiva que eu senti a anos quando me vi indo para Inglaterra depois de perder meu bebê. Preciso fechar meus olhos quando a lanterna é apontada para mim.

Neal- Emma? O que você está fazendo aqui? Todos do acampamento estão a sua procura- consigo notar um tom de preocupação em sua voz.

Emma- nada que seja do seu interesse- cuspo as palavras voltando a andar- da próxima vez se faz menos barulho quando for fazer uma caminhada ao luar.

Neal- Tá tá, eu sei que mereço isso tudo, fui um puta desgraçado com você e um babaca- sorrio, pelo menos isso ele percebeu, percebo que os dois voltaram a me seguir, Neal mais perto pois correu até aqui e Dylan atrás tentando dar espaço a nós, como eu queria que nesse momento ele me importunasse.

Emma- Ainda bem que isso você reconhece, e babaca? você foi pior que um babaca, você foi um completo escroto e imbecil, babaca não está na sua lista de adjetivos porque você consegue ser pior, consegue ser a pior pessoa que já existiu na minha vida- Minto. Pelo menos na parte dele ser a pior pessoa que eu conheci, conheci piores como o Lucas, meu pensamento me faz estremecer ao lembrar dele, mas não paro ainda andando batendo com os pés no chão.

Neal- eu sei que fui horrivel, pessimo, babaca, imbecil, idiota, miseravel, perverso- ele diz vindo atrás de mim e ditando todas os seus adjetivos, longe de mim descordar dele.- Mas eu me arrependi- Paro instantaneamente, arrependido? Com a minha subita parada, ele acaba parando para não se chocar contra mim.- Emma eu realmente fiquei mal, eu percebi que fui um completo imbecil por ter feito o que fiz, eu fui um idiota que merecia por toda a vida a sua indiferença, eu não percebia como tinha uma pessoa maravilhosa ao meu lado- ele roça em meu braço e eu afasto rapidamente. Lançando um olhar de ''nunca mais me toque'' que é entendido rapidamente o fazendo recuar- Eu só sentia um ciumes totalmente descontrolado, não queria fazer nada com você, eu prometo Emma, mas por favor, não me deixe com esssa culpa a mais, eu preciso de você, não como antigamente, mas como os melhores amigos que éramos. Eu sinto saudades- Olho em seus olhos tentando notar algo que o entregue, malicia, raiva, maldade ou qualquer coisa do tipo  que o entregasse, mas somente conseguia perceber arrependimento. Ele estava falando a verdade, depois de tanto tempo, ele estava arrependido. 

Pela primeira vez decidi me deixar estuda lo, ele ainda tinha a sua barba bem fraca, mas estava mais alto e mais forte, porém em seus olhos não possuiam mais aquele brilho de maldade, ao contrario, ele estava com olheiras enormes, como se não tivesse dormido por dias, estava com o olhar arrependido e... assustado. Ele verdadeiramente estava assustado, e o que mais me surpreendeu foi por ele estar com medo de eu não aceitar suas desculpas.

Dylan- calma ai, você machucou a minha irmã?- Dylan diz me lembrando de sua presença ali, não me importei por ter me chamado de irmã, estava atordoada demais com toda a confissão de segundos antes, contudo algo me tirou do meu pequeno devaneio, algo não, alguém. Dylan tinha ido pra cima de Neal e lhe dado um soco no rosto, quase sorri pela ironia daquilo, antes eu mesma queria lhe dar um soco, agora estou indo apartar uma briga que já havia começado.

Emma- Parem vocês dois-digo firmemente tirando com dificuldade de cima dele.

Neal- É, eu bem que mereci- Ele tira um pouco de seu sangue do canto de sua boca- Mas calma ai, irmãos? que eu saiba, o unico que veio te defendendo depois daquilo tudo foi o Graham- Diz pegando sua mochila que havia caido no chão em algum momento da luta, pelo canto do olho, consigo ver Dylan revirando os olhos e bufando. 

Emma- Longa história- suspiro- agora vamos voltar a andar logo antes que vocês se matem, e quando chegarmos no acampamento, eu resolvo com você Neal.-Volto a andar puxando o Neal para minha frente e deixando Dylan atrás de mim, pelo menos assim eles não se matam.

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Estávamos a mais ou menos meia hora andando, nas poucas vezes que nos falavamos, era ou Neal dando as direções, ou Dylan o provocando o que resultava e bufadas para Neal tentar se controlar.

 Dylan- Emma tem como parar? Não podemos continuar andando desse jeito, eu estou quase caindo de cansaço, se eu tiver que andar mais, eu vou acabar chegando sem pé no acampamento, sem contar que está começando a chover- bufo de novo e paro me virando para ele e estudando seu rosto, dava pra ver o divertimento em sua face, mas seus olhos diziam que tinha verdade ali, ele estava realmente cansado.- Além do mais, a borboleta aqui está com o rosto machucado, vai que infecciona.- ouço um sorrriso de escarnio dele e lanço um olhar fulminante para o mesmo, e Neal se contenta em mandar o dedo do meio para ele.

 Emma- tá bom ta bom- corro os olhos por onde estávamos tentando achar algum lugar proximo para nós ficarmos e vejo uma pequena caverna- vamos ficar ali, melhor que nada- vou até la e jogo a mochila no chão me sentando no encostada em uma rocha.

 Dylan- obrigada Deus- solto um riso quando o vejo levantando as mãos para o céu com o olhar brincalhão.- hey, está rindo de que? Eu estou cansado ue- rio denovo vendo ele se aproximando para o meu lado e se sentando enquanto Neal avisava que ia pegar gravetos para fazer uma fogueira, tomara que ele encontre secas- Sabe, eu senti saudades de você desse jeito. Brincalhona e risonha comigo- o mesmo sorri e tenho a vaga lembrança de achar esse sorriso familiar. Sim, o sorriso dele é igual ao meu, qualquer desconfiança que eu poderia ter, não que eu tenha, sumiu ao olhar para seu sorriso, nao tinha como negar, eramos irmãos e isso me apavorava.  Solto um longo suspiro ja sabendo onde essa conversa ia parar, eu sabia como começa la, mas não sei se queria termina la.- por favor, não vamos falar sobre isso- digo pegando uma pedra e a arremessando para fora da caverna floresta adentro. 

Dylan- Por favor Emma, eu sei que você está assustada e frustrada pela nossa mãe ter te abandonado, mas Por Deus, o que eu tenho a ver com isso?-me viro pra ele surpresa por seu momentâneo ataque de raiva e vejo que ele lutava entre brigar ou tentar me fazer entender.- Você está cogitando a possibilidade de aceitar as desculpas desse homem que te fez sofrer e comigo nem olha em meus olhos- tento contestar dizendo que era mentira,m mas nem eu iria acreditar nisso, me limitei a morder meus labios para tentar não deixar as lagrimas que desejavam cair, inundar meu rosto- Eu só quero ser parte da sua vida, só quero poder estar com você quando você precisar e poder te irritar como irmãos fazem, queria poder ter te defendido dele quando precisou- Vejo brilho em seus olhos de determinação como jamais vi, ele estava determinado em me fazer aceita lo, eu poderia contestar qualquer coisa,mas ele não sairia dali sem md fazer acreditar nele. Outro ponto em comum comigo.- Você sabe o que é ser privado de ter um irmão? Ser privado de ter alguém pra conversar ou proteger? Não você não sabe pois teve irmãos. É simplismente horrivel, ainda mais quando você sabe quem é, mas não pode se aproximar.- Não existe qualquer defesa sobre essa acusação, tudo o que saia de sua boca era verdade, eu não sabia como era isso, mas sabia como era ser privada de ter uma mãe, como ter uma vida infernal. 

Emma- você acha que me conhece, mas não conhece, não sabe nem um terço do que eu passei- bufo irritada secando uma lágrima solitária que corria em minha bochecha.

Dylan- Então me diz. Droga Emma, me deixe participar da sua vida- o mesmo segura o meu rosto me fazendo virar para ele e encarar seu rosto, mais uma vez pela segunda vez na noite eu vi o olhar de dor, de medo de me perder, mas o dele não carregava o peso do arrependimento, o peso de ter me machucado. Mas porque era tão dificil aceita lo? Eu queria aceita lo, sabia o que ele era meu e queria ele perto, mas não conseguia, simplismente tinha medo de me machucar com um irmão que mal conhecia, com uma família que surgiu do nada. Não consigo mais aguentar e desabo, Deixo mais lágrimas rolarem sem conseguir enxugá las mais, eu não queria.parar- Não, por favor não chora- Ele me puxa para um abraço que não recuso, eu precisava desse abraço, precisava me sentir acolhida para me entender. No mesmo momento me encolho em seu abraço chorando mais, quase sorrio ao ve lo tentar secar minhas lágrimas com o rosto apavorado pensando que me machucou, mas na verdade eu estava me machucando, estava me distanciando de uma família. 

Emma- Por favor me ajuda- tento falar em meio aos soluços- eu não quero ser desconfiada, eu não quero me afastar, mas eu não consigo. Não me deixa ser solitária, me ajuda a conseguir te aceitar e a Branca e o James- peço em um tom de suplica me agarrando em seu casaco- Eu quero que você faça parte da minha vida, mas é dificil deixar essa parte entrar, eu nunca tive vocês. O mais perto que eu tive de uma família foi a Elsa, o Graham e a Ingrid, mas mesmo assim eu sentia falta- sussurro já não conseguindo nem mais falar- agora eu tenho medo, tenho medo de ter vocês.- Consigo perceber o seu sorriso aumentando e sinto suas mãos mexendo em seus cabelos tentando me acalmar.

Dylan- Eu vou te ajudar pequena, vou te ajudar a aceitar nossa família e nunca te deixarei sozinha- sorrio em meio as lágrimas ouvindo suas palavras sem conseguir me mover, seu abraço era o que me confortava agora. O abraço da pessoa que tem o mesmo sangue que eu, o abraço do meu irmão.