História Caramel Macchiato - Yoonkook - Capitulo único

Fazia um frio descontrolado do lado de fora da minha casa. Minhas botas afundavam na neve conforme eu andava rumo a minha cafeteria favorita. O céu estava cinza e com poucas nuvens, sem nenhum sinal do sol. As ruas residiam mal iluminadas, a única fonte de iluminação provinha dos postes. Não havia ninguém fora de casa e o único som audível exalava dos meus fones.

Empurrei levemente a porta do estabelecimento, fazendo um leve barulho e atraindo a atenção dos funcionários. Pelo menos eu não era o único amante de café: havia mais duas pessoas, mas não estavam juntas. Direcionei-me em direção ao caixa e pedi o de sempre. Café Latte. Peguei o pedido e fui-me sentar. Havia uma parede de vidro que ficava ao lado das cadeiras, o estofado do banco era macio, tornando o clima realmente agradável. Soltei um suspiro. Mesmo estando ali dentro era possível ver o vapor sair dos meus lábios. Peguei o celular do meu bolso vendo as notificações chegarem. Fazia um barulho irritante, logo tirei o som de notificação terminando de ouvir a música.

Desliguei o aparelho e fiquei olhando o local enquanto bebericava o café. Na mesa da frente residia um garoto de cabelos verdes chamativos. Metade do seu rosto era coberto pelo cachecol, suas bochechas pálidas ficavam rosadas por causa do frio. Ele lia um livro: “Cidades de Papel”. Solto uma risada fraca e ele me olha nos olhos: estava me analisando, como eu havia feito com ele. Eu nem era tão interessante assim. Apenas o encarei de volta e sorri ladino. Terminei de tomar a cafeína e fui pagar. 
Quando ia sair para a rua, olhei para ele novamente.

-¥-

A minha rotina de inverno era sempre a mesma. Eu estava ficando cada vez mais interessado no garoto de cabelos verdes. E como mais um dia chegou, vou à cafeteria novamente. Peço o de sempre, mas ao invés de ir para minha mesa, caminho na direção dele. Vou devagar para não assusta-lo. Minhas mãos estão tremendo de medo... Engulo em seco e me sento. Ele me olha como se eu fosse de outro mundo e apenas fica calado. 

— Está bebendo o quê? – Pergunto aleatoriamente.

— Caramel Macchiato. – Sua voz saíra tediosa. 

Eu soltei uma risada, pois sua língua era levemente presa. Ficamos nos olhando por alguns segundos que mais pareceram horas. Eu poderia ficar o olhando o dia todo. 

— Qual seu nome? – Pergunto tentando puxar assunto. 

— O que você quer aqui? – Ele fala abaixando o livro. 

— Apenas conversar. – Respondo levando o Latte aos meus lábios o saboreando. 

Ele me olhou duvidoso, analisando se eu estava mentindo. 

— Min Yoongi. – Respondeu e desviou o olhar para a rua. 

— Sou Jeon Jeongguk.
 

-¥-
 

Os dias se passaram tão rápido que eu nem notei. Quando estávamos juntos o tempo passava voando. Aos poucos o Yoongi foi se soltando, e eu posso dizer com todas as letras que estava apaixonado. Era o último dia de inverno, eu saí de casa apressado para poder encontrá-lo. Era hoje que eu tomaria iniciativa.

Cheguei à "nossa" cafeteria e ele estava me esperando no lugar de sempre. Desta vez era outro livro – seus preferidos eram os de romance, por incrível que pareça. Ele só é um pouco explosivo, mas tem uma áurea angelical. 
Nosso dia transcorreu como os outros, mas neste em especial havia uma diferença: Eu o levaria até em casa. No momento em que Yoongi se levantou eu me segurei para não rir. Sorvetinho – apelido dele – era muito baixo. Eu me sentia um gigante perto dele. Sem querer, comecei a rir um pouco alto. Ele ficou na ponta dos pés e me deu um tapa na nuca me chamando de biscoito. 

— Respeite seu hyung. – Ditou ele pagando nossos cafés. 

— Aish. – Reclamei passando a mão no local que foi atingido. 

Ele sorriu gengival e nos colocamos a caminhar. Não havia mais tanta neve na rua, entretanto estava muito fio. Eu trajava umas três blusas, já Yoongi estava usando mais roupas do que eu, e mesmo assim suas bochechas ficavam coradas. 

Fofo e totalmente mordível. 

Seguimos o caminho apenas aproveitando o silêncio, e chegamos à fachada de sua casa. Eu levantei minha mão acariciando sua bochecha direita e ele corou fortemente tentando entender o que estava acontecendo. Segurei sua cintura e aproximei nossos corpos. Sua respiração estava descontrolada, ele passou a língua entre os dentes. Rocei nossos lábios e os mordi levemente. 

Comecei um beijo calmo e saboroso. Eu estava sendo o predominantemente e ele o submisso. Separo-me deixando de presente alguns selinhos cálidos em seus lábios. 

— Caramel Macchiato. – Disse e lhe dei outro beijo.