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História Cariño! - Silêncio


Escrita por: vamofarosella

Notas do Autor


Ao contrário do que possa aparentar, muitas vezes o silêncio tem muito a dizer, carregando em seu aparente vazio uma intensidade tamanha de sentimentos e de carga emocional muito mais significativa do que enxurradas de palavras ou gestos exacerbados. Silêncio que atrai milhões de pensamentos, que dá para ouvir os sons interiores da alma.
Desfrutem.

Capítulo 19 - Silêncio


Estavam já no carro, Ana Paula dirigia com atenção na rua e Paola estava encostada com a cabeça no banco, seus pensamentos estavam longe. Ouviam a rádio, com músicas internacionais e por coincidência tocava a música deles, aquela música que quase toda terça-feira, na época do Julia, ela dedicava para o chef. “Aaaah, tatuado” pensou, quando podia sentir uma lágrima escorrer pela sua face.

Ana pôde vê-la enxugar a lágrima com a mão e escutar o fungado de quem estara chorando. - Não chore! Recebesse uma notícia linda essa manhã. - A baixinha abaixa o olhar para assim passar de marcha, logo voltando a mirar sua frente. - Tenta entender ele. Pelo que você me contou, faz tempo que ele vinha dando sinal de querer estar mais próximo de ti. Ontem, ele te perguntou sobre morar juntos e tu nem se entusiasmou, mulher! Talvez ele tenha juntado isso ao que Jason tanto afirmou. - Finalizou.

Paola escutava a voz da amiga como plano de fundo e mais uma vez, o silêncio reinava.

- Epa, chega dessa música! - o dedo indicador tocava no botão do som, mudando as estações de rádio. - Agora sim: Você partiu meu coração ‘ai meu coração’ mas meu amor não tem problema não não não. Mas você nam nam nam - Padrão se enrolava na letra da música, o que faz com que Paola finalmente soltasse uma risada.

- Ai Ana, só você mesmo!

- Mas não se atente a letra dela, Henrique pode ter partido seu coração agora, poreeeeeeém - Enfatizou a palavra. - Ele não é pedacinho do seu esquema, é um pedação.

Paola dera uma gargalhada com o que acabava de escutar. Sorriso no rosto, conseguiu esquecer um pouco a tristeza que antes a perturbava por inteira.

Se distraía com a música, quando o carro parou no sinal. Havia próximo, ao seu lado direito, uma pequena pousada. Lugar esse chamado: PANC-Jaca Verde, Paola achou um pouco engraçado o nome. O automóvel começa a andar e quando passava a frente do estabelecimento, ela pôde ver Jason saindo com uma mala na mão.

- Pára esse carro! - Paola falava em bom som, fazendo Ana no mesmo instante parar, em um susto.

- O que foi? - Padrão perguntou, mas nem deu tempo que pudesse ter uma resposta, Carosella já havia retirado o cinto e saído feito um foguete. Deu para ver pelo retrovisor a chef andando a passos largos o que fez a baixinha procurar o primeiro lugar para estacionar.

A jornalista tentava acompanhar os passos da amiga, em vão. A argentina já estava falando com o fotógrafo em baixo de uma árvore que havia na frente da pousada.

- Você é um louco ne? Como entra na minha casa aquela hora da manhã falando barbaridades daquela? - Falava irritada, quando que por impulso levou sua mão na face dele.

Jason estava com a bochecha um pouco vermelha devido ao tapa que tinha acabado de receber, sabia que o que tinha feito no dia anterior foi realmente uma loucura. Tentava se explicar para a chef, afirma várias vezes que estava bêbado e que não tinha superado o término do relacionamento deles e quando soube que ela estava esperando um filho. Surtou de vez.

Ana Paula se aproximou e pediu que eles conversassem um pouco mais calmos. Avisava para Paola que não valia tanta pena isso.

- Apenas liberte essa raiva que está em seu peito o perdoando.

- Não consigo amiga. Ele estragou a minha vida com o Henrique, estava tudo já se encaminhando.

- Do you really love him? - O fotógrafo perguntava um pouco frustrado.

A chef estava de frente para a amiga, cabisbaixa, levantou seu olhar passando a mirar o gringo.

- Sim. E muito. - Virava-se de vez para ele. - Não quero mais brigar com você, siga em frente. Realmente você foi importante em um pedaço da minha vida, mas me magoou muito. Quero apenas agora que sejas feliz. E me deixe ser feliz também. - Finalizou.

Ela deu as costas para ele e saiu, sendo seguida pela amiga que passou a colocar uma mão em seu antebraço e a outra em volta da sua cintura.

Andavam pelas poucas ruas que restavam antes de chegar a casa da argentina. Antes que isso acontecesse, ela abriu a janela podendo sentir a brisa em seu rosto com seus olhos fechados.

 

“ …

 

- Esse pastel de feira é dos deuses! - Falava com a boca cheia.

- Sério que você vai me fazer comer eso? - Olhava para o pastel que estava em suas mãos.

- Vai, chef! Come logo que tá uma delícia, cêéloka! - Dera outra mordida no salgado.

Paola deu uma mordida, fazendo com que o queijo derretido ficasse esticado, logo caindo sobre sua blusa quadriculada vermelha. Com um guardanapo em sua mão limpou o local com cuidado para não melecar-se mais. Levantou a cabeça e mirou o olhar de Fogaça que estava a observando, sem tirar seus olhos da boca dela.

- O que foi? - Perguntou envergonhada.

- É que ainda ficou um pouco melado no canto da boca.

- Aah, aqui? - Levou o indicador a boca para limpar.

- Não. Desse lado.

Henrique a fitou, depois direcionou seu olhar para o canto da boca que estava sujo. Se aproximou e tocou no local, fazendo movimentos delicados a ponto de Paola fechar seus olhos e sentir a pele grossa contra seu rosto.

- Pronto. - Fez um leve carinho com o dorso da mão na bochecha da argentina. - Está lindinha! - Concluiu.

As bochechas ficaram coradas, abriu um sorriso tímido e agradeceu.

- Agora vamos que temos uma cozinha todinha para comandar.

- Espera chef.

Fogaça parou em uma barraca próxima, a qual estava farta em uma cesta, várias carambolas. - Já comeu carambola?

- Carambola? No...acho que no. - Olhou as cores delas, tentando reconhecer. - Bem brasileira né? - Acompanhou o trajeto da fruta quando o tatuado a pegou.

- Oh se é...muito bom, prova! - Levou a mão com a fruta até a boca da guapa.

Paola mordeu, deixando sem querer, a polpa da fruta escorrer.

- Suculenta hein?! bem bom!! - Colocou o dedo na boca, dando um leve chupão.

Henrique ficou atento aquele movimento, também ela quis provocá-lo e conseguiu.

- É..é..- Coçou a cabeça. -Vamos então?

- Si. - Balançou a cabeça em concordância, saiu na frente e deixou admirar seu rebolado.

 

…”

- Paola..Paola… - Ana Paula chamava a atenção.

A argentina voltou a vida real, se distanciando de seus pensamentos. Se ajeitou no banco, prendeu seu cabelo em um coque alto e  mirou sua amiga.

- Oi Aninha. -  Falava desanimada.

- Estava onde? Faz tempão que te chamo. - Movimentou suas mãos no volante, fazendo o carro entrar na rua da casa de Paola. - Estamos chegando. - Finalizou.

Paola estava como quem tivesse levado uma anestesia, em dois dias recebeu notícias maravilhosas e vivenciou momentos os quais não desejava para ninguém.
Se aproximavam perto da casa, pôde ver um homem encostado no portão. Era ELE.

- Não acredito Ana!

- Vai amiga, desce. Tenha calma, escute ele. Depois te ligo pra saber o que aconteceu.

A guapa com o coração apertado, passou a suar frio, fechou a porta do carro e se despediu de Ana que seguiu seu caminho.

Fogaça estava com uma camisa de botão na cor azul, bermuda jeans escura, sapatênis na mesma tonalidade. Encostado no portão, com os pés cruzados e as duas mãos nos bolsos da bermuda que vestia.

Virou o rosto para ver a amada caminhando em sua direção,  a olhou de baixo a cima acompanhando cada movimento que ela fazia. Tirou uma mão do bolso e levou até seu nariz, fazendo um leve movimento como quem quisera disfarçar o nervosismo. Aquela sensação de anos atrás de arrependimento tomava conta de si, não sabia o que falar e nem como falar, mas criou coragem e estava ali. Prestes a decidir junto com ela, o rumo que tomariam para suas vidas. Poderia ser uma escolha dolorosa, mas era preciso.

Não aguentava mais tantos desencontros, tantas discussões, por besteira quase sempre, mas qual casal que não tinha isso? E realmente, eles tinham que tomar uma decisão.

- O que está fazendo aqui? - Falava ríspida.

Henrique tinha acordado e se lembrou que era nesta manhã que estava marcado a consulta  para saber finalmente o sexo do bebê, o que ele nem sonhava que fossem bebêS.
Foi quando pegou sua moto e arrancou com ela pelas ruas até a casa de Paola, mas era tarde. Ela já havia saído.

- Me lembrei da consulta. Cheguei, você já tinha ído, então decidi ficar por aqui. - Sentiu que seus olhos marejaram. - Temos que conversar. - Finalizou passando a mão em sua barba.

Paola estava com uma bolsa no ombro, o qual segurava em sua alça. A outra mão dava um leve carinho em sua barriga. Ficou sem ação. Um ressentimento que muitas vezes, a impossibilitava de encontrar coragem de viver as verdades por inteira ou de sentir. Porque o silêncio dela tinha sim, um nome e um motivo.  

 


Notas Finais


Eiiita, e agora? haha não gosto do silêncio da Paola..e vcs? Obrigada pelos lindos comentários viiu ♥ E a fic está chegando perto do fim...aaaaaaaa :/ mas calma, é só um alerta para os capítulos finais..avisarei qual será o penultimo e ultimo antes de chegar. ;)


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