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História Carisma No Dai Bouken - Golden Brands, Wild Hearts


Escrita por: RedHotozo

Notas do Autor


Olá! Quanto tempo :D
Não vou perder nem tempo com desculpas, já vamo logo com o capítulo!
Aproveitem para deixar suas perguntas e comentários! (sérião, dá feedback pra nois).

Capítulo 11 - Golden Brands, Wild Hearts


Fanfic / Fanfiction Carisma No Dai Bouken - Golden Brands, Wild Hearts

Estive acordado as últimas quinze horas, e eu devo admitir, não sei se eu estou bem.

Tudo bem, eu sei, são apenas dez horas da noite, e você já deveria saber que adolescentes, mesmo os mais antissociais, nunca vão dormir antes das onze em uma sexta. O problema não é esse. O problema é que eu não sei por que eu estou acordado e pensando em tantas coisas ao mesmo tempo.

Sejamos sinceros, pensar no passado nunca é a melhor coisa, e é ainda mais ruim quando você não sabe exatamente o que ocorreu ali. Fiquei me perguntando o resto do dia coisas aleatórias como: "Qual é o problema do meu pai?" "Eu realmente sou um líder?" "Quem era Dio?" "Por que meu pai não quer que eu me envolva com assuntos de Stand?"

E não, nada disso faz sentido. Acho que é assim que deveria funcionar. O mundo faz sentido, o mundo é lógico, a vida não, ela é louca, uma montanha russa de sentimentos e momentos. Não importa o quão seguro e feliz você seja, contanto que você seja humano, você vai ter seus momentos tristes e fracos. Às vezes é estranho pensar em como o mundo e a técnica são feitos para serem perfeitos, mas a vida real mostra que nada pode ser perfeitamente perfeito... acho que é isso que eu gosto na vida. Não me culpe por estar tão filosófico, é o meu momento agora. Eu fiquei ali, no PC, escutando minha playlist Indie (não, eu não sou hipster).

Ah é! Eu bem que podia perguntar para o Chris se ele tinha achado a tal "velha usina"...

Peguei meu celular para mandar uma mensagem para ele.

*Mensagem nova de Christian Bullpride*

"Bem... isso foi rápido."- Pensava.

"Vá para janela."

"Para janela?"-Pensei.

Tirei rapidamente meu fone dos meus ouvidos e escutei pedras batendo na minha janela. Na hora pensei em deixar ele jogar pedras na minha janela, mas eu fui até ela, para pelo menos, se fosse por causa de uma besteira, manda-lo ir pro inferno.

Quando abri a janela, já com um short maior do que o que eu durmo, vi Chris parado na frente da minha casa, segurando algumas pedras, com um carro atrás dele, provavelmente do seu pai. Eu dei de ombros, como se perguntasse por que ele estava ali. Ele fez um sinal como se quisesse que eu descesse.

_ Nem pensar Chris! – Eu sussurrei gritando (também não sei como isso é possível).

_ É importante! – Ele gritou, sem sussurrar.

Foi então que precisei ativar Carisma, para eu poder descer do segundo andar da minha casa pela janela sem precisar ter nenhuma fratura exposta.

_ O que você quer? – Disse me aproximando de Chris.

_ Boa noite para você também Adan! – Ele disse me jogando um casaco.

_ Pra que isso?

_ Ué? Você não lembra? – Perguntou-me como se fosse muito óbvio.

_ De que exatamente? – Falei vestindo o casaco.

_ Eu tinha dito que íamos ficar de tocaia na tal velha usina! Você prestou atenção?

_ Na verdade você falou que ia procurar o lugar, não falou nada de tocaia.

_ Não? Bem... agora eu to dizendo! – Falou rindo.

_ E cadê Jenny e Anna? – Falei terminando de pôr o casaco, um pouco grande para mim.

_ Bem... Anna tava dormindo e Jenny mandou eu ir me fuder...

_ Típico... – Eu falei abrindo a porta do carro.

Eu entrei no carro, que tinha um cheiro misto, algo híbrido de vodka, ar condicionado e comida gordurosa. Ele parecia ser um ford focus, não muito antigo, talvez menos de um ano, do espelho um purificador de ar pendeu de um lado para o outro quando a porta do motorista se abriu.

_Bem, pelo menos eu não to sozinho nessa. – Disse Chris, pegando algumas balas de morango no porta-luvas – Quer?

_Pode ser. – Aceitei pegando a bala.

Enquanto colocava-a na boca aproveitei para dar uma leve checada no carro antes de Chris puxar a partida, sem ligar os faróis. Acabei vendo algumas sacolas de compras nos bancos de trás, quatro menores e uma maior com uma garrafa de algo.

_E qual é o plano? – Perguntei voltando minha atenção para Chris.

_Bem... eu não tenho um plano, mas vou falar o que eu sei. – Ele falou, sem tirar os olhos da estrada – A tal “velha usina” é a usina térmica SpeedWeed, fica a uns 45 minutos daqui.

_Tem uma usina nuclear tão perto de Nova York?

_Sim, acabou sendo construída às pressas por causa dos aumentos dos gastos com energia há uns dois anos. Eles foram até bem cuidadosos quando construíram, tem uns sistemas anti-vazamentos bem lokos e tals, mas acabaram recebendo várias acusações de ser muito perigosa para a área histórica perto dela, parece que a usina usava um gás muito inflamável e tals, e aí eles foram obrigados a desativar a usina pelo Greenpeace.

_E o que é a usina agora?

­_Bem... nada. É quase impossível entrar nela, ela vive trancada nas portas e janelas com portões de chumbo. A cada mês um funcionário de segurança é mandado lá para checagem do local, e até agora nada foi reportado, ou seja, se os The Killers tão usando a usina eles são bem cuidadosos.

_Então quer dizer que não estamos preparados para uma batalha?

_Claro que estamos. Eu to sempre preparado pra tudo. – Ele respondeu, abrindo seu melhor olhar confiante.

Parei um momento para olhar para Chris. Ele parecia um rio de confiança, parecia pensar que tudo ia ficar bem. Suas roupas não eram as comuns roupas decotadas, ele usava uma jaqueta de couro com um diamante estampado no braço direito e uma bandeira dos Estados Unidos no esquerdo, uma calça com tecido de moletom uma camisa de gola fechada preta, talvez a única que ele tinha, pois estava totalmente rente a pele, tão rente que, se não fosse de algodão, já teria estourado.

_O que tem nas sacolas? – Perguntei, tentando puxar assunto.

_Ah, nessas? Comprei uns salgadinhos, umas batatinhas, algumas latas de energético... e vodka.

_Pera... pretende beber?

_Não não! E-eu... só pensei que nós... – Ele começou a gaguejar.

_Chris...

_Ta ta! Eu só ia beber na volta!

_Chris! Estamos em uma missão!

_Mas eu pensei...

_Ta ta... não precisa se desculpar. Pode pelo menos por alguma música?

_Prefere rock ou indie? – Falou abrindo novamente o porta luvas.

_Tanto faz.

_Okay, então vou pegar indie. – Disse pegando um pen drive e colocando-o na entrada.

 

------------15 minutos----------

 

Depois de terminar o segundo pacote de batatas praticamente sozinho Chris ainda parecia totalmente inabalável, pois ele já estava na quinta história de como Celio pegou garota x ou y. Eu tinha começado a ficar entediado, não de escutar as histórias, mas de como Chris vangloriava seu irmão.

Sejamos francos, não é comum você falar toda hora sobre uma pessoa. Aliás, eu acabei percebendo que Chris nunca me contou uma história só dele, ele não falava das garotas que ele ficava, dos jogos de futebol americano que ele ganhava, das peças que ele pregava sem o irmão, e foi nesse momento que eu percebi que Chris nunca me contou nada que envolvesse só ele.

_E tipo – Ele continuou – eu vi ele pegando a Barbara, e eu fiquei meio “Mano que você ta fazendo! A Letícia ta vendo! ” E meio... – Ele falou voltando o seu olhar para mim – Você ta bem mano?

_An? Si-sim! – Falei saindo do meu transe interno.

_Tem certeza? Você tava quase dormindo.

_Nã-não! Eu só... – Pensei em outro assunto – Onde conseguiu a jaqueta?

_Era do meu mano, quando ele foi embora ele deixou pra mim, na verdade nem cabia mais nele, ele tinha tipo umas quinze, mas a maioria não cabe mais nele, então eu fiquei.

_Nossa, o que ele fazia com tantas jaquetas?

_Bem... ele dizia que era parte do estilo dele. Celio gostava de bancar o Bad Boy, mas ele nunca iria machucar uma mosca se não tivesse um motivo.

_”Se não tivesse um motivo”? – Repeti.

_Ele era do tipo super protetor, defendia todo mundo que ele achava injustiçado, deve ser por isso que ele era o orgulho do meu pai. Mas chega de falar do meu irmão. Me conte sobre você.

_Sou um livro aberto, pode me perguntar qualquer coisa. – Falei pegando algumas batatas de um pacote avulso.

_Nossa, que honra! – Disse dando algumas risadas – Adan Joe Killan Slikton Jolion, como era sua infância na sua antiga cidade?

­_Por essa eu não esperava... Bem... era... calma? É! Calma, definitivamente calma.

_Nenhuma história engraçada? Nenhuma amizade marcante?

_Eu... acho que não... eu era bem na minha pra falar a verdade.

_Tradução: Eu era antissocial.

_Nã-não! Eu quero dizer... é.... talvez. Mas eu tinha amigos ta bom? Até a quarta série eu era bem popular.

_Até a quarta?

_É.

_E o que teve depois da quarta?

_Bem... depois da quarta Diogo entrou no colégio. Diogo Brando.

_E..?

_Ele era um garoto bem popular, no primeiro ano que ele entrou ele quis ser meu amigo, mas de pouco a pouco meus amigos começaram a parar de me chamar para as coisas... pararam de andar comigo.... Sabe.... E meio que eles começaram a andar com ele... mesmo quando ele saiu do colégio ninguém mais veio falar comigo, eu só... meio que aceitei.

_Nossa, esse garoto era diabólico assim mesmo? – Ele perguntava pegando mais batatinhas de um saco avulso.

_Bem, não culpo ele, ele tinha uma família complicada e tals. A mãe dele morreu cedo e o pai era um agiota. Na época que a gente saia junto ele me falava de sempre ficar sozinho em casa e eu nunca entendia como ele achava aquilo chato. O irônico é que hoje eu entendo isso. – Disse, perdendo meu olhar nas luzes da cidade, que iam sumindo.

_Como assim? Eu adoro ficar em casa sozinho! Chamar as gatinhas e tals! Hehehe- Ele riu maldosamente, como se fosse alguma espécie de piada interna, eu também ri junto, mas de como ele parecia um menino da quinta série vendo a foto de uma vagina no livro de ciências.

_Falando sério Chris, você fala tanto de ficar com as minas e tals, mas eu nunca ouvi uma história de como você pegou uma mina, só de como Celio pegou “tal garota” e você ficou “NOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOSSAAAA”! – Falei irônico.

_Be-bem, como assim? – Ele falou começando a gaguejar.

_Sei lá, me conta como foi seu primeiro beijo, algo assim.

_Ah, fo-foi a muito tempo, eu nem lembro, já foram tantas que...

_Chris, conta logo, a audiência está esperando! – Falei imitando uma voz de narrador.

_Ta ta! Bem... eu tinha 12, e tava no baile de primavera. Meu mano acabou indo com uma das líderes de torcida, e ela tinha dito: “Nossa! Seu irmãozinho é tão fofinho” (abrindo um parênteses eu era uns dez centímetros mais alto que ela) “Eu tenho uma amiga que adoraria ir com ele!” Na hora eu pensei: “AEE PORRA! VOU IR COM UMA GOSTOSA! ” Na hora que eu fui para o baile tinha o par do meu mano tava lá e do lado dela tava uma garota bem nerd, e só quero dizer que eu não tenho nenhum preconceito com nerds só que ela tava usando um aparelho que fazia ela babar muito, e eu tava morrendo de nojo. No fim eu dancei com ela e a gente acabou se beijando de uma forma bem babada e nojenta. Eu nunca mais falei com ela, eu nunca mais vi ela, e você não vai rir disso, ENTENDEU?! – Ele gritou pra mim, quase que me batendo.

_Si-sim. – Eu falei tentando segurar o riso – Mas você não teve nenhum beijo de verdade?

_Depois dela eu tive vários! Claro.

_Me conta um.

_É...

_Chris...?

_Tar! Eu não beijei mais ninguém! Feliz?

_O QUE?! – Eu disse, completamente surpreso.

_É tão ruim assim?

_Nã-não, é só que eu já beijei duas ou três, mas você só pegou uma mina tipo... na sua vida toda?

_Algum problema com isso?

_Não, é só que... você é grande, musculoso e tals, no homo, e você sempre ta falando de como seu irmão pegava mina, aí eu pensei que...

_Pensou o que? Que eu fosse como ele?! – Ele falou, virando o rosto para estrada.

Por um momento eu me calei. Eu finalmente tinha percebido que eu tinha ido longe demais. Eu devo admitir, Chris pode ser grande, mas ele ainda tem seus problemas.

_Eu tava tentando evitar de falar nisso... – Ele falou, calando o silêncio. – Mas uma hora eu vou ter que falar. Desculpa se eu falo muito do meu irmão. Ele era o cara sabe... pra todo mundo. Ele era o mais inteligente, o mais ágil, o mais carinhoso, o mais tudo de nós dois. Às vezes eu lembro de tudo que ele fazia melhor que eu e eu só... me deixo levar sabe? Ele entrou junto comigo no colégio. Ele entrou atrasado dois anos pra sua idade, mas mesmo assim ele terminou o colégio antes de mim. Eu reprovei dois anos pela minha burrice, ele correu atrás dois anos perdidos com seu esforço. – Ele fez uma pausa pequena, e pela primeira vez eu escutei Elijah e ficar preocupado ao invés de calmo.

_Chris... – Eu falei para quebrar o silêncio. – Por que você fala dele como se ele não existisse mais?

_He... – Ele deu uma risada para fingir que estava tudo bem. – Eu acho que me acostumei com isso! Sempre escutei meu pai falar dele como se ele tivesse morrido... E antes de você perguntar por que ele faz isso a verdade é que meu pai pensar que ele sair para outro lugar para ter outra vida, como ir para as Filipinas estudar culinária, é jogar fora tudo que ele deu para ele... ele prefere que Celio esteja morto, já escutei ele falar isso numa hora de raiva, faz um ano, mas eu escutei. No fundo eu sei que ele se arrepende de tudo que ele falou, que ele quer seu filho perfeito de volta, mas ele acha que Celio nunca vai perdoar ele. No fim... ele quer que eu seja algo como o que Celio é, ou até melhor... Bem... mas vamos parar com isso. – Ele limpou uma pequena lagrima do canto esquerdo do olho e continuou. – Eu também tenho minhas perguntas, como foi seu primeiro beijo senhor Killan?

_Bem... – Eu falei, tentando lembrar. – Eu tinha 13 e era a semana do baile de verão que era meio que um baile de primavera, mas as garotas é que chamam os caras. Eu não tinha par e na segunda uma líder de torcida uns dois anos mais velha chegou pra mim e me chamou pro baile, e ela era tipo... suuuuuupeeeer gostosa. Ela chegou e perguntou: “Então né... você é o Killan... eu tava pensando se... você queria ir comigo....” Aí eu respondi: “Ta.” Aí ela me agarrou e me beijou no meio do corredor, e eu fiquei tipo: “MEUDEUSDOCÉUOQTAACONTECENDOEUTOBEIJANDOUMALIDERDETORCIDA”. Aí a gente separou e ela me agradeceu. No fim eu acabei descobrindo que ela só quis ir comigo por que sabia que eu era rico, e na festa eu beijei uma garota aleatória na frente dela só de zoas.

_Então... no fim das contas você nunca teve um beijo de verdade?

_Bem... agora pensando melhor... não.

_HA!

_Ta ta... touchê.

_E todas as garotas que você beijou era só pelo dinheiro?

_Bem... sim e não. Elas descobriam que eu era filho de Jeorge Jolion, e logo já mudavam de postura. Eu meio que sou só filho do meu pai pra elas. Bem... se pensar bem pra todo mundo eu sou só filho dele... não é como se eu tivesse nada de muito especial... eu sou uma peça de tabuleiro pra ele, alguém que tem que ser como ele... no fundo... eu sei que eu sou só... uma sombra de Jeorge Jolion....

_Hey mano! Não pensa assim não! Eu... sempre acho que você ta bem na minha frente, você é inteligente, você aprende rápido... eu... sou só um monte de músculo que ta sempre trazendo problema... um... crianção... um idiota fudido do caralho... eu... não sou nem uma sombra do que você é... ou do que meu irmão é... eu devia ser muito mais eu... eu... – As lágrimas começaram a cair pelos seus olhos e ele pisou na embreagem com tudo, fazendo o carro parar no meio da estrada praticamente vazia. – Me desculpa.

_Chris... não fica mal não. A gente ta no mesmo barco, e eu não ligo se você acha que é tudo isso, ou se seu pai acha, ou se seu irmão acha... você não precisa ser nada mais do que você já é pra ser meu mano. – Eu falei limpando uma lágrima do seu rosto.

Por um momento nada mais importou, a música não parecia tocar. Até que Chris deu uma risada.

_Mano, tu é muito gay! – Ele riu alto.

_Qual é? – Falei rindo também. - Agora eu sou o gay? Não fui eu que comecei a chorar!

_É mais foi você que disse que eu sou musculoso! – Ele continuou a rir.

_Mas eu não tava babando o ovo do meu irmão! – Eu continuei.

Continuamos a rir por alguns minutos, até que conseguimos nos recompor.

_Valeu mano. Eu tava precisando rir um pouco. – Ele falou abrindo a porta do motorista.

_Sem problemas, to aqui pra isso.

_Acha que o filhinho de papai pode dirigir um pouco? – Ele abriu a porta e começou a sair antes de eu responder.

_Eu já dirigi umas duas vezes, eu posso tentar né. – Eu pulei para o banco do motorista e girei a chave.

_Eu preciso de uma pausa. – Ele falou, abrindo a porta e sentando no banco do passageiro.

_Algum pedido específico? – Disse.

_Pega a rota histórica, é mais longa, e aposto que ninguém vai usar ela.

Continuamos a conversar durante o caminho, às vezes cantávamos, outras nos perdíamos nas estrelas. Pareciam horas, mas só haviam passado quinze minutos quando avistamos a usina ao longe e escutei a primeira recomendação.

_Pare o carro entre os arbustos, a gente vai andando até lá.

_Certo.

Começamos a andar em silêncio, tentando parecer sombras na noite, ironicamente. A noite parecia envolver-nos em meio a vegetação que nos engolia. Os barulhos da noite, as cigarras, os grilos, pareciam tentar preencher o tom tenebroso daquele local com tranquilidade, em vão.

Estava tudo bem, até escutarmos algo se mexer por entre a grama alta.

_Adan, proteja minhas costas. – Ele disse, parando e ativando Small Bump.

_Certo. – Eu respondi, virando e chamando Carisma.

Começamos a ver vultos passando de um lado para o outro. Parecia nos cheirar, espreitar, como um predador que analisa sua presa. O vulto parecia do tamanho de Chris, mas não parecia humano, muito menos um urso ou algo do tipo. Era algo como um cachorro, um cachorro com chifres, dentes enormes, olhos que brilhavam com uma cor de sangue, e um garoto em suas costas.

_Quem são vocês? O que querem? – O garoto gritou.

_Não queremos problemas amigo. Só não chegue perto e ninguém se machuca. – Eu falei.

_Vocês trabalham para os The Killers?

_Tecnicamente, se a gente fosse do The Killers a gente mentiria e diria que a gente não é... – Disse Chris, sem pensar.

_Chris... – Eu resmunguei – Não! Nós não somos. Não queremos problemas.

_Eu não acredito neles... – Uma segunda voz, mais grossa que a do garoto, falou, no meio do mato.

_Eu também não... Ataque primeiro, depois decidimos se eles estão do nosso lado.

_Com todo o prazer! – O cão pulou tentando me atacar primeiro.

_Carisma! – Eu chamei.

_Sim mestre! – A primeira reação foi fazer o Carisma me proteger, tentando empurra-lo para longe, em vão.

O cachorro era muito pesado, parecia um urso, mas era um cachorro, a sua anatomia não mentia para mim. Eu tentava lutar para que ele não me derrubasse no chão enquanto Small Bump tentava proteger-me dos dentes que quase tocavam no meu rosto.

_Não o ataque Chris! Não sabemos do que ele é capaz! – Eu disse.

_Ce-certo!

_Vocês são bem durões! – O garoto, segurando firmemente ao cachorro, disse. – Pode parar Wild.

_Tem certeza? – O cão falou.

_Pode deixar Wild, já tenho minha resposta.

Se apoiando somente nas patas traseiras, o cão jogou-se para trás, sem deixar o garoto cair, e voltou as suas quatro patas.

_Bom garoto! – O menino disse, fazendo carinho no pescoço do cão. –Nossa até me esqueci de me apresentar. Eu sou Tyler, e pode chamar esse garotão de Wild.

_Wild Hearts. – O cão disse.

_Ele parece durão, mas é um amor.

_Eu sou Adan, e esse aqui é o Chris.

_Iae. – Chris disse fazendo um sinal de oi.

_Ainda tem uma pergunta que vocês não me responderam. O que estão fazendo aqui? – O garoto perguntou.

_Estamos aqui para investigar os The Killers, eles tem uma dívida com a gente. – Chris falou.

_Como pode ver, também somos usuários de Stand.

_Stand? Oh! Na verdade eu não posso ver esses... “Stands”. Mas meu amigão aqui pode ver. – Ele falou, fazendo um carinho na orelha do cão.

_Tsc... – O cão resmungou. – Eu posso sim. Eles têm Stands Tyler.

_Bem, e você? O que um garoto tão pequeno faz aqui? – Perguntei.

_Vamos andando, conto no caminho. – Ele apontou para uma direção, talvez norte, e o cachorro começou a andar para ela.

_Certo. – Eu falei, seguindo-o.

_Tem certeza que vamos confiar nele? – Chris sussurrou pra mim.

_Você tem uma ideia melhor do que se aliar a ele? – Sussurrei de volta.

_... Touchê.

Começamos a andar por entre a grama alta, e, por um momento, parei para prestar atenção no garoto e no cão. Os cabelos do garoto não pareciam ser cortados há um tempo, talvez fosse por isso que ele prendia os cabelos para trás. O castanho dos seus olhos parecia vigiar a noite por entre as mechas soltas de cabelo, suas mãos seguravam fortemente no pelo do cão gigante, mas isso não parecia incomodar o animal. Tyler usava um casaco aberto escuro, uma camiseta, que devia ser branca, mas agora só lembrava cinza e marrom, e uma calça, que parecia desbotada e suja ao mesmo tempo. Por um momento pude perceber o quão mortas pareciam suas pernas, os pés descalços balançavam junto ao caminhar do cachorro, enquanto a parte superior parecia lutar para continuar presa ao cão.

O cachorro por sua vez tinha apenas uma espécie de badana presa ao seu pescoço, e esta parecia próxima de rasgar. Eu não sei se preciso dizer isso, mas ele não parecia nada com um cachorro comum. Seus olhos eram vermelhos e se assemelhavam aos de uma ave de rapina, seu pelo era sedoso e seu focinho tinha um anel preso a ele. O animal parecia preparado para tudo, adaptado para qualquer coisa, não me impressionaria se ele abrisse azas gigantes e voasse.

_Bem... – O garoto começou a falar. – Eu nasci na florida e vivia lá com meus pais. Eles eram donos de uma empresa de limpeza de esgotos, tinham muito dinheiro e uma casa enorme. Tínhamos uma vida boa... Só eu, Wild, minha mãe e meu pai..., mas... há um ano... eles foram assassinados.

_Desde então estamos atrás de quem fez isso. – Completou Wild.

_E... como foi que aconteceu? – Chris perguntou. – Você sabe... o assassinato.

_Bem... eu não sei muitos detalhes... – Ele tirou um pingente de coração do bolso, que parecia abrir. – Mas tudo começou quando um dos funcionários do meu pai encontrou uma flecha dourada nos esgotos. Ele entregou a ele e meu pai começou a receber ligações e visitas de pessoas estranhas... eu não me lembro muito bem de quem eram. Mas um dia três pessoas chegaram na minha casa... eu e Wild nos escondemos no armário e eu só escutei as palavras soltas e os... gritos...

_No fim nos procuraram e um deles nos encontrou. Eu tentei proteger Tyler, e foi quando a flecha me acertou e eu ganhei este poder. Acabamos fugindo e desde então estamos vivendo assim.

_Me perdoem a pergunta... mas em que parte você ficou paraplégico? – Perguntei.

_Oh isso? – Disse Tyler. – Foi há muito tempo. Num acidente de carro. Hoje em dia Wild me carrega. Tudo bem que ele não consegue segurar mais que uma hora e meia... mas a gente se vira!

_Me desculpa mas cadê essa usina que não aparece nunca? – Chris disse.

_Wild?

_Mais uns 3 minutos e chegamos lá... já estou vendo ela daqui.

 

--------------- 3 minutos ------------

 

Chegamos na usina, fizemos questão de não fazer barulho. Ela era muito grande, mas já sabíamos para onde ir. O prédio principal já parecia ter alguém, já que a porta já parecia aberta. Entramos quase que nos esgueirando e tentamos falar o mais baixo possível.

Andamos até encontrar uma bifurcação.

_Vamos fazer o seguinte. – Tyler sussurrou. – Eu e Wild vamos checar os corredores da esquerda, vocês checam os da direita em diante.

_Certo. – Eu disse.

_Nos encontramos aqui se algo acontecer. – Wild completou.

Finalmente nos dividimos em dois grupos. No fundo, eu podia sentir que Wild não confiava em nos, mas isso também não era diferente do nosso lado, Chris reclamava sempre de como aquele cachorro era estranho, mas eu tentava ignora-lo. A usina podia ser velha, mas parecia bem cuidada. As paredes descascavam a tintura e os canos velho apareciam por entre as rachaduras. Ainda tinha gás correndo por entre os canos, o que me fazia pensar se os The Killers tinham feito aquela usina voltar a funcionar e o porquê. Alguns caixotes de madeira estavam espalhados aleatoriamente pelos corredores, pareciam ter papeis e outras engeinhocas de metal.

Olhamos em várias salas, a maioria vazia ou cheia de caixas, até chegarmos em uma sala maior, cheio de computadores, que marcavam números aleatórios e sem sentido para mim. De primeira, pensei como aqueles computadores ligavam... Claro! Eles usam a usina para abastecer a própria usina! Os computadores devem estar segurando algum tipo de servidor... talvez o servidor dos próprios The Killers. Ia continuar checando o local, mas escutei algo se mexendo, e logo puxei Chris para trás de alguns caixotes em um canto.

_HEY! Que porra é...?! – Chris gritava, antes de ser tapado por minha mão.

Eu simplesmente fiz um sinal de silêncio e comecei a olhar por entre as caixas.

_Bem bem... Estou aqui, já está tudo arrumado. – Uma voz masculina falava.

Comecei a procura-lo com o olhar até que o vi, caminhando enquanto falava ao telefone. Ele parecia ter a mesma idade que eu, seus olhos eram azuis, sua roupa parecia algo social com um toque casual, calça social, blusa de manga longa com corações estampados nos ombros, mas o que mais me impressionou foi seu cabelo, que era loiro como ouro, parecia brilhar sob as luzes acesas, e estava grande, não como um roqueiro, mas como alguém que não corta o cabelo faz um mês. Sua aparência era familiar, estranhamente familiar.

_Bem, eu, Dio, tenho que mostrar respeito ao King. – O garoto disse. – E você? Já está vindo? Como assim quem mais vem? Sail vem junto com It will Rain... bem além deles todos os sócios.

_Adan! – Chris sussurrou. – Por que a gente não ataca ele agora? É a hora perfeita!

_Não vamos fazer nada sem pensar. – Eu sussurrei de volta.

_Quem são esses dois? – Ele continuou. – Bem, eles vão ser a distração que armamos... Ermity Unberty e Lucio Mcbuck.

_Pera.. Lucio? – Chris falou.

_Han? – O garoto disse. – Hm... Eu... Dio, preciso desligar.

Ele guardou o telefone e começou a andar. Eu e Chris tentamos nos espremer por entre as caixas. Eu acabei escutando o som de algo sendo teclado e um som estranho, que vinha dos tubos. Depois passos, e depois mais nada.

_Ele... ele se foi Adan! – Chris falou, espreitando e olhando se a barra estava limpa.

_Tem certeza?

_Sim! Pode olhar! – Ele falou, levantando.

_Bem... parece que é verdade. – Falei, levantando. – Bem... vamos dar uma checada nesses computadores.

_Certo. – Chris completou.

Começamos a olhar os computadores, eu fui checando os menores, ligados ao servidor, e Chris foi olhar os ligados ao gerador.

Eu tentava olhar informação importante. Nomes, pessoas, alguma coisa... Nada. Tudo tinha senhas, senhas e mais senhas. Nada era muito viável ao público.

_Merda. – Chris falou.

_Encontrou alguma coisa Chris? – Falei, me aproximando.

_Merda Merda Merda. – Ele falava.

_O que houve Chris? – Eu falei, dirigindo meu olhar ao monitor que ele olhava.

*Todos os sistemas funcionando*

*Alerta*

*Pressão dos canos aumentada em 200%*

*Sistema sujeito a colapso*

“Sistema sujeito a colapso- Eu pensei.

_Merda. – Eu falei.

_Eu, Dio, sabia que minha intuição não ia falhar. – Eu escutei uma voz dizer.

Dirigimos o nosso olhar para a porta de ventilação, onde vimos o tal Dio com metade do corpo para fora, mas o mais impressionante era que a porta da ventilação continuava fechada e mais impressionante ainda era que a sua barriga parecia comprimida pelas grades e ele não tinha problemas para falar.

_O que você fez seu filho da puta?! – Chris gritou.

_Esse lugar vai explodir e vocês vão explodir junto com ele. Eu, Dio, já soube de vocês... sempre tentando atrapalhar nossos planos... não vê que estamos tentando fazer um bem para esse mundo?! – Ele disse.

_Vocês são loucos! – Eu disse, antes de ouvir sirenes tocar e luzes piscar.

_Opa... deu a minha hora... Boa sorte, seus filhos da puta. – Ele terminou, escorregando pela portinhola e desaparecendo nas sombras.

_Merda! – Chris disse, saindo correndo.

_Merda! – Eu completei, indo atrás dele.

Começamos a correr quase sem rumo, seguindo pelos corredores enquanto os canos começavam a estourar. O gás já saia em chamas por causa da pressão, botando fogo em caixas e em papeis jogados pelo chão. Não demorou muito para que os chuveiros ligassem, e o pouco de água que ainda existia neles começasse a cair e deixar o chão mais escorregadio. Começamos a perceber que portas de metal começavam a descer lentamente por causa da ferrugem e tomar o lugar das janelas. Esse era o sistema anti-vazamentos que Chris havia falado, e, ironicamente, ele iria nos prender lá dentro.

Não demorou muito até encontrarmos Tyler encima de Wild, que corria mesma direção que nós.

_O que vocês fizeram?! – Wild Gritou.

_Não fomos nós! Tinha mais alguém aqui! –Chris gritou, tentando desviar dos pedaços de teto que caiam.

_Eu falei para não confiarmos neles!

_Vocês podem parar?! Temos problemas maiores agora! – Eu gritei, apontando para a porta de saída, que fechava gradativamente.

_Era só o que me faltava! – Chris gritou. – OKAY! Hora do touchdown! – Ele gritou, escorregando pelo chão até sair pela porta.

_Droga! – Eu falava, tentando chegar a porta, que parecia à quilômetros de distância, mesmo estando à alguns metros.

_Adan! Faz o que eu fiz!

_Ce-certo! – Eu me joguei no chão e acabei escapando por pouco.

_Wild! – Eu escutei Tyler gritar, e logo me abaixei para ver o que estava acontecendo. – Não vamos conseguir passar com você assim! Volte ao normal!

_Certo! – Wild murchou, como se fosse um balão de festa, ficando do tamanho de um husk comum, perdendo seus olhos vermelhos e seus chifres.

Tyler caiu no chão e agarrou-se ao cão, e Wild começou a puxa-lo, porém ele não parecia ter a mesma força de antes e arrastava o garoto lentamente, tendo dificuldade para andar até dois metros com o garoto.

_Amigão... – Tyler falava, já sufocando com a fumaça.

_A gente vai sair dessa eu prometo, a gente sempre saiu! – Wild falava, como se tivesse que se convencer disso.

_Wild... seja sério... eu não vou passar... eu sou um peso pra você agora. Me deixe aqui.

_Nã-não diga isso! Eu não vou deixar você!

_Wild! Eu to te pedindo!

_EU NÃO POSSO TE DEIXAR! – Ele gritava, tentando se esforçar para levar ele, e por mais que a distância fosse de dois ou três metros, eles pareciam estar a correr uma maratona de 10 quilômetros.

_Chris! A gente tem que fazer alguma coisa!

_Certo! – Ele falou, sumonando Small Bump.

_Sim mestre! – Carisma disse, sendo sumonado e agarrando uma das patas do cachorro, junto com Small Bump.

Ambos começaram a puxar, porem o peso dos dois era grande demais e a mudança de velocidade era pequena. Naquele momento, quando tudo parecia perdido, e realmente parecia estar, Tyler parecia estar pensando, vendo as possibilidades. Por um momento, vi ele tirar o pingente do bolso, olhar levemente para ele, e colocá-lo no pescoço de Wild.

_O-o que você esta fazendo? – Wild disse, deixando ser levado com Tyler agarrado ao seu pescoço.

_Eu já me decidi.

_Co-como assim? – Ele perguntou.

_A porta vai fechar... Só um de nós dois pode sair daqui Wild... você sabe disso... eu sei disso.

_Nã-não... eu não posso... – Uma lágrima crescia em seus olhos.

_Você não vai chorar! Cadê meu amigão? O durão que nunca chora?

_E-eu...

_Me prometa que não vai chorar.

_E-eu...

_Me prometa.

_Eu... não vou! – Ele falou, segurando a lágrima.

Por fim Tyler deu um sorriso sereno.

_Você é um bom garoto. – Tyler disse, antes de soltar Wild.

_Tyler! Não! – Wild gritou, sendo puxado pelos nossos Stands para fora.

_Seja feliz, Wild. Adeus. – Foi tudo que ele disse, antes da porta se fechar e explosões serem escutadas do lado de fora.


        _____________________________
                           Tyler Hearts

              Dono e amigo de Wild Hearts

                  Preso dentro da usina

                                  Morto
     ​ ____________________________

 

Wild não gritou, não chorou, só perguntou se poderíamos levar ele para longe dali. Nós dissemos que sim. Andamos até o carro, sem dizer nada. Entramos no carro, o ligamos e seguimos a estrada.

_Coloquem alguma música. – Wild pediu. – Sempre gostei da música humana.

_Alguma preferência? – Chris perguntou.

_It comes back to you. Era a preferida de Tyler.

Chris atendeu o pedido. Enquanto eu ligava para Jenny, a pedido de Chris.

_QUIÉ PORRA?! – Jenny falou atendendo.

_Põe no viva voz. – Chris me pediu, e eu atendi. – Jenny.

_Ah, tinha que ser o Bullbutt, o que teve? Por que ta me ligando as 2 da manhã?

_Jenny, o seu pai.

_O que? – Ela falou, mudando o tom de voz. – O que tem com Lucio McBuck? Encontraram o corpo dele?

_Lucio McBuck está vivo. E ele trabalha para os The Killers.

Jenny ficou sem reação. No começo não acreditou e tentou negar, mas no fim aceitou. Desligou o telefone sem falar mais nada.

Wild olhava pela janela e contemplava as estrelas, com o olhar de quem esperava um cafuné de uma mão amiga.

No fim, acabou olhando para o pingente, lembrou de tudo que havia ocorrido e deixou uma lágrima cair.

Limpou a lágrima com a pata antes que chegasse no focinho, e lembrou mais uma vez da promessa, e por fim olhou para mim e percebeu que eu o observava e que também estava prestes a chorar.

No fim ele tentou fingir que estava tudo bem, olhou para mim com toda a convicção que ele ainda tinha e disse:

_ Não derrame nenhuma lágrima até o amanhecer. Um humano chorando à noite é muito triste.

Eu concordei com a cabeça, e voltei a olhar para as estrelas e eventualmente dormi, sonhando com marcas douradas e corações selvagens, sabendo que o tempo tinha que correr.

 

 

        ------------To be continued------>


Notas Finais


Notas sobre referências:

-O Stand de Adan, Carisma, é retirado da música Charisma da banda Kiss.
-Small bump, Stand de Chris, é retirado da música de mesmo nome do cantor Ed Sheeran.
-The Killers Justice é uma referencia a banda The serial Killers.
-It Will Rain é reitirado da música de mesmo nome do cantor Bruno Mars.
-Sail é retirado da música de mensmo nome da banda AWOLNATION
-Wild Hearts é retirado da música de mesmo nome da banda R5


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