História Carla, no país das (anti)maravilhas - Uma criança implicante

Que dor de cabeça, estou tão tonta, parece que tudo gira, parece que....
Quando tenho forças para abrir os olhos novamente noto algo diferente, não estava em casa, minha casa não é tão rosa assim. Que lugar estranho... percebo que estou presa, presa numa cama, uma cama laranja, muito estranha por sinal, nisso aparece na porta que fica no canto do quarto, um menininho, 7 anos no máximo, com um cartola roxa enorme na cabeça, cabelos ruivos desgrenhados, olhos bem abertos e desconfiados, usando uma roupa toda rasgada, pergunto quase gritando:
- Quem é você?
- Alice? Não se lembra mais de mim?
- Alice? Só pode estar de brincadeira!? Meu nome é Carla pra início de conversa! E me responda, quem é você?
- Carla? Agora é Alice! Sou eu o Chapeleiro!
- Chapeleiro Maluco?
- Agora se lembrou, Alice?
- Meu nome é Carla! Você vai  acreditar se eu disser que te conheço de um filme!?
- Por não?!Vem! É hora do chá!
- Eu estou presa nesta cama!
- Por que vc ainda não comeu as cordas?
- Comequie?
- Comer as cordas! Assim!
O Chapeleiro começou a comer as cordas que me prendiam na cama! E por incrível que pareça só demorou uns 2 minutos!
- Seu Chapeleiro?
- Sim, Alice?
- Sou a Carla, quantos anos você tem?
- Atualmente 239 anos! E você?
Com toda essa confusão a idade dele é o que mais parece normal
- Eu tenho 21!
- Você acabou de nascer então!
-Mas é você tem cara de criança!
- Eu sei! É por que o tempo parou!
- Como assim parou?
- Ninguém mais cresce....nenhuma árvore nasce, pior mesmo é a Rainha Branca, coitada, está grávida a 200 anos
- Mas como que isso aconteceu?
- Nossa Alice, você está realmente desinformada.
- É Carla!
- Foi a Rainha!
- A de copas?
- Realmente acha que a Rainha branca faria isso? A bichinha nem sai da cama coitada, também redonda.
- Então tá! 
- Já entendeu seu papel aqui?
- Tomar chá com um menino de 6 anos?
-Também! Você tem que destravar o país!
- Como assim?
- Eu sou pequeno mas você é burra!
- Ta mas se eu não quiser fazer isso?
- Mas você é a Alice, não tem que querer, tem que fazer.
- Eu já disse que não me chamo Alice!
- Carlice, que seja!
- Um dia você aprende!