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História Carne Muerta - Indo para o Inferno


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 2 - Indo para o Inferno


Fanfic / Fanfiction Carne Muerta - Indo para o Inferno

“Foi por um triz.

Sentada no fundo da sala

Com um tiro que pertencia a você.

Mas eles não sabiam.

Fechar meus olhos no escuro,

Me faz sentir segura às vezes.

Certos sinais

Me dizem que está na hora”

 

 

As mãos e pés batiam sobre o cimento do piso. Gritos e xingamentos ecoavam nas arquibancadas. Os sobreviventes guilhotinavam-se, debatendo-se para deliberadamente observar melhor a grande Arena de terra batida.

Os mais curiosos esticavam os seus pescoços, deixando com que crianças e recém nascidos chorosos ficassem à frente para verem o espetáculo.

Paredes tremiam e colunas bambeavam, corpos colidiam, mas a atenção estava voltada para os Instrumentos de Guerra Medievais jogados em seu âmago.

Dois homens de porte colossal entraram pelo portão de tiras de madeira, trazendo ao centro, o criminoso ainda vivo.

Gritos esparramados rugiam dos mais vorazes acima da grande plataforma do júri.

Quando Ela conseguiu chegar à base de uma das colunas da Arena, perto do chão de terra, a menina sentiu como se estivesse vendo um assassinato dos mais cruéis.

O criminoso carregava apenas em seu todo, uma jaqueta de couro com estampa de asas nas costas, uma calça surrada e um atirador de flechas. A pele bronzeada, muito ferida por hematomas e arranhões passados, pareciam, mesmo assim, firmes e fortes. Um dos homens o empurrou para as ferramentas, e o outro deslocou um machado, uma espada e dois protetores de ferro para o antebraço. O humano encarou os objetos, espreitando os metais e encaixando os protetores, segurando o machado e a espada pelos cabos.

O palco tremia, pois os sobreviventes criavam multidões entre eles, estourando gradativamente o cimento abaixo de seus pés. E, como um aviso em meio à Arena, desfiguradas bestas de “carne muerta”, apareceram com o abrir de mais três portões de madeira, dispersando os dois homens, e deixando três mortos robustos e em pedaços, entrarem em cena, pisando firme enquanto as argolas chacoalhavam  nos ossos de seus juntas sem cálcio.

Os gritos cessaram quando as correntes se soltaram, e junto com elas, os “carne muerta”, rosnando como animais, correndo até o homem, que sem pensar duas vezes, acertou a espada contra o crânio podre de um deles, deixando com que caísse no chão. Um dos monstros mordeu o antebraço com o protetor, fazendo-o bater sua cabeça contra a coluna onde Ela estava.

Ela mordeu o lábio inferior, parecendo decidida, e, apertando firme o couro que embainhou sua única faca, ela pulou, correndo para dentro da Arena, disparando em direção ao segundo zumbi que logo estaria pronto para atacá-lo pelas costas. A faca perfurou a pele congelada, deixando uma marca profunda no crânio apodrecido, perfurando o cérebro.

As vaias e empurrões pareceram maiores agora. O homem a olhou de forma estranha, provavelmente se perguntando o que uma garota estaria fazendo ali, ao seu lado, salvando sua vida sem nem conhecê-lo.

A Arena não tinha regras, e se tinha, todos sabiam qual era: Se Manter Vivo.

A Arena era criada exatamente para isso: diversão. Não que usar “carnes muertas” para atacar sobreviventes seja algo bom, mas eles tinham sua ética, embora fossem completamente mortais. Roube algo, infrinja alguma lei do lado de fora e terá que ser atacado por monstros canibais do lado de dentro.

Isso não era difícil de acontecer.

Ela se lembrava do dia em que houve vinte criminosos na Arena. Nenhum sobreviveu. E agora, com o estômago congelando de nervosismo, pensou seriamente se também iria sair dali viva.

- Que diabos você está fazendo aqui? - perguntou ele, a voz rouca, como se a cerveja ainda estivesse fazendo efeito.

- Cala a boca e me deixe ajudar! - revidou, revirando os olhos, ficando de costas para ele.

Um estalido alto fez com que parte da Arena se silenciasse.

- O que é isso? - voltou a questionar, olhando desconfiado ao redor, os maxilares trincando.

- Não, não, não… - disse para si mesmo - Isso não é bom!

Ele agarrou o cotovelo de Ela e a puxou para trás, ficando um de costas para o outro.

As outras duas portas se abriram, e desta vez, não eram três “carnes muertas” que estavam presentes e vinham correndo, e sim dez, quinze, Ela mal conseguia contar.

Suspirando, segurou a faca com mais força, assim como ele, segurando a espada.

- Algum plano? - Ela perguntou.

Ele negou.

- Ótimo! - ironizou.

Sua roupa voltava a suar, os barulhos continuavam altivos.

- Eles são cegos, droga! - reclamou - Porque não vão atrás desses merdas que estão gritando?

Porque o nosso cheiro está mais perto... - lembrou-lhe ela.

As correntes se partiram e a horda pareceu vir com mais afinco. A primeira coisa que o criminoso quis fazer foi pegar seu atirador, mas lembrou-se que eles havia arrancados todas as flechas antes que ele entrasse na Arena.

O coração de Ela batia tão alto que mal conseguia se conter.

Uma, duas, três cabeças foram perfuradas e cinco foram cortadas ao meio, as respirações ofegantes, o reboliço mais alto, os pés trêmulos correndo para todos os lados sem que ninguém pudesse ajudá-los.

Ela jogou-se contra dois “carnes muertas”, acertando um no crânio enquanto perfurava os olhos do outro, jogando-o para baixo, ouvindo-o rugir, esperando que seus dentes podres não a alcançasse.

O criminoso se jogou contra outros três. Um voltou a morder seu antebraço, enquanto a espada perfurava duas cabeças de uma vez.

Mais vaias e xingamentos.

O números de mortos diminuíam aos poucos e isso fazia com que Ela quisesse gritar pela vitória.

Três. Só mais três era necessário para que tudo acabasse. Não era possível que havia tantos zumbis guardados dentro do complexo, isso era perigoso demais e eles sabiam disso.

Ela correu até um dos últimos, chutando-o no peito, vendo como cambaleava. Ao cair no chão, Ela pressionou o joelho contra o pescoço do “carne muerta”, socando o crânio contra o cimento sucessivamente, mesmo estando com a faca ainda em mãos. O homem acabou com um dos outros podres, restando apenas um. Este, ele fez questão de ser mais ousado, mesmo que quisesse acabar com isso de uma vez, então arrancou seus antebraços e cortou cada braço daquele monstro, perfurando os joelhos pútridos e arrancando-lhe um dos olhos assim que estourou seu crânio com um chute.

Ela sorriu, olhando para o criminoso, vendo-o com a mesma aparência e expressão frígida.

- Acabou? - perguntou ele.

Ouviu-se um segundo estalido.

- Eu acho que não. - respondeu Ela.



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