1. Spirit Fanfics >
  2. Carne Muerta >
  3. Daryl

História Carne Muerta - Daryl


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 3 - Daryl


Fanfic / Fanfiction Carne Muerta - Daryl

“Vamos reunir as pessoas ao redor
Por onde quer que andem
E admitam que as águas
Á sua volta estão subindo
E aceitem que logo
Vocês estarão cobertos até os ossos.
Se seu tempo para você
Vale a pena ser poupado
Então é melhor começar a nadar
Ou irá se afundar como uma pedra
Pois os tempos estão mudando”

 

 

Um assobio alto e agudo ressoou por toda a Arena assim que a última cabeça de zumbi caiu estourada no chão. O criminoso olhou para Ela de forma complacente e logo procurou de onde havia vindo o som, enxergando, acima de uma das mesas do júri, uma mão se erguer, esticada, faltando o dedo indicador.

O rosto negro logo surgiu em meio as cabeças que pararam de vaiar, mas continuaram erguidas, impotentes. Ele não precisou dizer qualquer palavra, o rosto frígido e ranzinza pareceu saber exatamente o que estava acontecendo.

A diversão acabou.

Os dois ganharam.

Fim de jogo.

Ela foi segurada pelo criminoso, apoiando o braço raquítico nos ombros, tentando carregá-la, uma vez que a panturrilha da menina foi arranhada por um dos “carne muerta”. As vaias continuaram altas e os xingamentos também. Nada mais tinha que ser feito a respeito dos dois.

Ela se sentiu contente, até sorriu, enquanto o homem que a ajudava a andar, ofegava. Ela estava viva e era isso o que importava agora.

Os primeiros sobreviventes a saírem da Arena vivos!

Um milagre!

“Não!”, pensou ela consigo mesma, “Uma baita sorte!”.

O buraco escuro por onde o criminoso passou, pareceu uma rastro de esperança para ambos, afinal, entre o filete de luz clara que saía de uma porta laranja de ferro enferrujado, já se podia sentir o sol escaldante pronto para derreter e tostar as peles ressecadas e isso os fez arrancar um peso imenso das costas.

Assim que sentiram o vento seco e o calor abafado, a familiaridade entre os dois acabou. Ela se separou do criminoso, olhando ao redor, vendo o teatro abandonado a poucos metros dali.

“Estava tudo bem!”, pensou consigo mesma mais uma vez, “Tudo vai ficar extremamente bem agora!”.

O homem arrumou o atirador de flechas nas costas, que só então Ela notou que havia escrito na base da mira, a palavra “besta”.

- Belo nome. - apontou ela, sem pensar, vendo-o encará-la quase que instantaneamente - Digo… Do atirador.

Ele continuou quieto.

- Então… - ela balançou o corpo para frente e para trás - Eu vou indo!

Dando meia volta, ouvi um assobio diferente do que havia ouvido dentro da Arena e parou, voltou-se para o homem de rosto selvagem e apontou para si mesma.

- Eu? - perguntou.

Ele afirmou, esticando o braço, chamando com a mão.

Estranhando, ela segurou firme a faca e foi até ele, separados por um metro de distância.

- O que diabos foi aquilo? - disparou ele, furioso.

- O quê? - ela recuou, mais pelo tom de sua voz do que pela pergunta - Eu salvei a sua vida!

- Eu não precisava de ajuda!

- Você não aguentaria metade daqueles bichos sozinhos!

Ele avançou até ela, peitando-a.

- Você duvida? - seu rosto se aproximou, fixando os olhos azuis contra os dela - Você não saber porra nenhuma sobre mim! - apontou o dedo no rosto de Ela.

- Ajudaria se você me contasse! Mas isso não importa. Eu fiz isso por mim, não por alguém que eu nem conheço!

Ela deu meia volta, respirando fundo, tentando não ficar com raiva de algo tão inútil.

“Lembre-se!”, pensava, como um mantra, “Tem coisas mais importantes para pensar. Foi um erro. Você não precisa mais fazer nada. Você continua sendo humana e é isso o que importa!”.

- Aliás! - disse ela, virando-se para o homem que continuava parado frente a Arena.

Ele a encarou, indiferente.

- Quem é você? - perguntou.

- Ninguém.

Ela revirou os olhos.

- Deu para notar, Sr. Ninguém, mas você tem um nome?

- Daryl.

- Bem, Daryl, eu me chamo Ela, foi um prazer!

Com uma mesura, Ela deu meia volta, sabendo que nome colocaria em sua caderneta. Se sentia melhor assim.

Embanhando a faca novamente na cintura, andou até o teatro abandonado, fechando a porta atrás de si, atravessando a madeira entre as maçanetas da porta dupla.

Ouviu-se um coçar de garganta atrás de si.

- Ah não! - reclamou - Você de novo não Isaac!

Virando-se, Ela conseguiu ver o par de olhos castanhos encarando-a.

Isaac era o mesmo homem que se ergueu na Arena em meio a todos os outros.

- O que você faz aqui? - perguntou Ela, cruzando os braços.

- Você tem quedas por ladrões ou é só uma maneira de me irritar? - perguntou, sentando-se sobre o baú onde Ela guardava o robô.

- A segunda opção, com certeza.

Ele abriu um sorriso acanhado, coçando entre as sobrancelhas com um soco inglês.

- Olha, você está estragando os meus negócios em Monte Rio.

- Antes de vocês chegarem eu vivia aqui! - gritou Ela, descendo a rampa para a platéia.

- E com certeza teria virado um deles se não fosse meu grupo e eu! - levantou-se.

- Vai se foder! - berrou.

- Olha como fala! - apontou - Ou quer que eu leve o robô comigo?



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...