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História Caro outro eu -Jikook - Má sorte


Escrita por: Unkmous

Notas do Autor


Obrigada a todos os favoritos e comentários ❤
Não tenho o que dizer, então apenas aproveitem o capítulo e espero que gostem.

-Unkmous

Capítulo 2 - Má sorte


Fanfic / Fanfiction Caro outro eu -Jikook - Má sorte

Uma coisa que tenho ódio profundo é andar de ônibus. Seja lá quem foi o coala encapetado que inventou esse meio de transporte que te leva direto a profundeza do inferno, saiba que teu nome já ta na pomba gira já. O primeiro empecilho na arte de pegar ônibus é definitivamente fazer o filho da puta parar para você. Já pensei em fazer um cartaz escrito “me nota senpai” em neon, mandar um sinal de fumaça no meio da estrada e até mesmo fazer cosplay de toddynho. Porém eu não queria ser internado num manicômio aos quinze anos de idade.

 Então eu simplesmente aceno e rezo mil Ave Marias para que ele não passe direto. Em seguida vem a situação de dificuldade extrema que eu não desejo nem para meus piores inimigos: Passar pela catraca do ônibus.

E hoje eu havia conseguido me superar. Quando fui retirar uma das alças de minha mochila, a mesma engalhou na roleta. Fiquei preso num mini duelo contra a maldita, tentando a todo custo, puxar a alça.

     —Sai ânus! — resmunguei num tom baixo, enquanto amaldiçoava aquele objeto concebido pelo demônio. Os outros passageiros do ônibus resolveram parar o que estavam fazendo para assistir o meu mico de camarote

Até que o motorista apiedou-se de mim e pediu que eu me afastasse, que ele mesmo iria contornar a situação. E eu  — trouxa sem noção  — Fiquei logo atrás dele. O motorista contou até três e puxou a mochila com tanta força para trás, que seu cotovelo acabou acertando  meu abdômen. O impacto em si não foi muito forte, mas foi o suficiente para que eu me desequilibrasse e atingisse a cabeça com força no pára-brisa do ônibus.

     O motorista se assustou com o estrondo e voltou sua cabeça na minha direção:

     — Garoto você ta bem? 

      Como não encontrei forças para falar alguma coisa, apenas fiz um sinal de joinha na intenção de mostrar que eu havia sobrevivido.

            Porque eu não fui a pé para a escola?!

                                                         (...)

 Após o conflito envolvendo a catraca do ônibus, rezei para uma porção de santos para que o meu dia prosseguisse sem maiores problemas, porque parecia que haviam rogado uma praga sobre minha pessoa. Certa vez comentei com Taehyung sobre essas coisas que acontecem comigo e o garoto constatou que aquilo era macumba, e sugeriu que eu fosse me benzer.

       Quando finalmente cheguei a escola, olhei de relance para meu relógio de pulso e vi que faltavam poucos minutos para o início das aulas. Bufei irritado, além de o ônibus ser completamente cheio ele também chegava atrasado.

             Apertei o passo em direção a minha sala, torcendo para que o professor não tivesse entrado na sala ainda. Já estava quase chegando, quando fui abordado por uma garota pálida de cabelos curtos, trajando um moletom preto que batia na metade de suas pernas. A menina  levava consigo muitos papéis em mãos, e os fitava com um semblante preocupado. E ela parou-me no meio do corredor e fitando-me da cabeça aos pés resolveu se pronunciar:

    —Você é Jeon Jungkook, estou correta?

   — Sim, por qu...

   — Ótimo, preciso que entregue esse papéis à um aluno do terceiro ano. O nome dele é Park Jimin, não se esqueça, Park Jimin.

     A desconhecida nem esperou que eu dissesse algo e saiu exclamando o quanto estava ocupada, enquanto corria de um jeito estranho e meio torto.

     Tranquei a cara emburrado, sentindo vontade de chorar. Ia me atrasar para aula por causa de um ônibus encapetado e de uma branquela esquisita.

        Subi as escadas que davam acesso as salas do segundo e terceiro ano, e quando adentrei o andar, senti-me mais perdido que um cachorro que caiu da mudança. Perdi a conta de quantos garotos parei, na esperança de que alguns deles fosse Park Jimin, porém aquela tentativa já não estava dando certo, então comecei a vagar sem rumo pelos corredores, já quase desistindo de procurá-lo quando senti algo chocar contra meu peito.

            Olhei para baixo, percebendo que não era bem algo, e sim alguém.

        Encarei a criatura de cabelos alaranjados a minha frente, que esfregava a própria testa, já vermelha devido ao impacto.

    — Desculpe, eu não te vi. — Exclamei meio atordoado e foi como se e eu tivesse o xingado, porque o mais baixo inflou as bochechas rosadas, ficando praticamente roxo de raiva.

    — Não sou tão pequeno assim! — Rosnou me lançando um olhar mortal e quando o mesmo virou-se, caminhando em minha direção contrária, porém fui mais rápido e puxei seu braço, impedindo-o de andar.

   — Espera, você é Park Jimin?

   —Por que quer saber?

    —Uma garota pediu que eu entregasse esses documentos e...

     Quando o ruivo praticamente arrancou os papéis de minhas mãos e saiu andando como se nada tivesse acontecido, questionei-me se todos os alunos eram tão mal educados assim. Refiz meu caminho de volta, porém uma questão interna que  veio a tona, fez com que eu parasse no corredor de forma brusca.

          Ele estava mesmo no terceiro ano? Aquele ser baixinho e ruivo era realmente mais velho que eu? 

      Olhei para trás incrédulo, procurando com a figura do mais velho com os olhos, mas a única presença que avistei no corredor foi a do faxineiro. Ele me olhava estranho, provavelmente pensando se eu possuía algum tipo de problema mental por estar parado no meio do corredor olhando para trás feito um retardado. O cumprimentei com um simples “oi, tudo bem?” e ele fez um sinal de joinha para mim.

       O universo adora me fazer passar vergonha.

                                                        (...)

      Felizmente, eu havia conseguido entrar na sala sem maiores problemas. E durante a aula tudo ocorreu perfeitamente normal. Eu ignorava a professora e ela me ignorava, eu ignorava meus colegas de sala e eles me ignoravam, eu ignorava Taehyung e ele me enchia o saco.

           Como disse, tudo perfeitamente normal.

   Até que as aulas do dia, finalmente se deram por finalizadas, e como eu não havia me inscrito em nenhum clube, poderia ir para casa. Fiquei tão feliz, que comecei a saltitar enquanto caminhava, mas logo me recompus porque não queria ser alvo de bullying.

     Taehyung estava sumido nas últimas aulas por motivos de; foi dar para Hoseok em um armário de vassouras por ai. Por isso nem o esperei para irmos para casa juntos, porque deduzi que o mais velho fosse demorar.

     Quando finalmente avistei os portões da saída, vi também que eu não queria ter visto.

   A garota de mais cedo conversava de forma descontraída com Park Jimin, bem a frente dos portões da escola. Senti o sentimento de desespero apoderar-se de meu corpo e automaticamente me escondi no primeiro arbusto que encontrei pela frente.

   A lógica era a seguinte; se eu quisesse ir embora eu teria que passar pelo portão, e se eu passasse pelo portão eu teria que passar por Park Jimin, e se eu passasse por Park Jimin...

              Eu tomaria muito no cu

   Então eu fiquei ali, pensando o que caralhos eu faria para evitar a situação. Quando um estudante qualquer que caminhava por ali, se assustou ao me ver escondido no arbusto dando um mini pulo.

        -Você não viu nada. –Ameacei num tom sério apontando meu dedo indicador em sua direção. O garoto fez uma expressão de espanto e assentiu correndo enquanto tropeçava em seus próprios pés, e eu apenas ri num tom baixo. Era tão divertido bancar o valentão.

   Até que o mesmo faxineiro de antes, passou direto pelo arbusto em que eu me encontrava, empurrando uma caçamba de lixo na direção do portão. E então eu tive a ideia do século.

       Sai de trás do arbusto, correndo na direção de meu possível salvador. Lancei um sorriso medonho para o mais velho, que ao me ver, pôs a mão no peito, logo se pronunciando de forma ofegante:

 -Garoto não faz isso não, eu sou cardíaco.

 - Desculpe senhor, mas eu vou pegar essa caçamba de lixo emprestada por uns minutos  –exclamei afobado, já tomando a caçamba de suas mãos - Muito obrigado.

  Sai em disparada empurrando a caçamba na direção do portão, e aumentei a velocidade quando passava por ele.

   Comemorei o fato do ruivo sequer ter virado a cabeça em direção, de fato, caçambas de lixo voadoras não devem ser tão interessantes assim. Porém a minha felicidade não durou muito tempo já que enquanto eu olhava para trás, Bati contra uma árvore, fazendo com que a caçamba empinasse e derrubasse todo o seu conteúdo sobre mim.

    O estrondo causado pelo meu pequeno acidente, chamou a atenção de alguns estudantes ali perto. A maioria dos estudantes riram, inclusive a garota que conversava com Park Jimin, e já o mesmo apenas manteve sua expressão de indiferença.

     Fiz cara de choro, porém o segurei porque não queria parecer mais perdedor do que eu já me sentia.

                                                              (...)

        Bati na porta enquanto evitava me encostar em algum canto que pudesse ser contaminado pela tonelada de lixo, que se fazia presente em meu corpo. Como minha casa era longe demais para suportar o cheiro terrível de peixe podre, decidi recorrer a Taehyung torcendo para que o mesmo já estivesse em casa.

              Logo a porta se abriu, revelando um Taehyung descabelado, com marcas de chupões presentes em toda a extensão de seu pescoço. “a festa deve ter sido boa” pensei rindo mentalmente logo após. Taehyung ao me ver, tampou o próprio nariz e disse:

        — Aqui não tem pão velho não, meu querido.

       — Hyung, não sou um mendigo.

       — Jungkook? O que houve? E credo, você fede a peixe podre

       —Eu sei.

                                                  (...)

      A água quente percorreu meu corpo, retirando aos poucos a grossa camada de sujeira. Soltei um longo suspiro carregado de frustração, ao lembrar dos acontecimentos constrangedores ocorridos durante o dia. Pergunto-me se eu havia feito algo tão ruim numa vida passada que justificasse todo o azar presente em minha vida atual.

     Encostei a testa na parede de piso do banheiro, fechando meus olhos.

    Não sei o porquê de ter ficado tão enciumado ao ver o Park conversando com aquela  garota. Afinal eu não poderia estar com ciúmes de uma pessoa que conheço a apenas um dia, certo?

    Quando não consegui mais controlar meus devaneios, a figura de Jimin surgiu neles. Seus cabelos alaranjados, a forma como ele inflava suas bochechas quando irritado, seus lábios carnudos...

  E antes que eu pudesse pensar outra coisa,

    O chuveiro para de funcionar

Deduzi que a eletricidade havia caído enquanto eu tomava banho. Admito que até cogitei a ideia de cometer suicídio.

   Mas antes, eu tinha que perguntar a Taehyung o nome daqueles santos caloteiros.

 



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