História Caro outro eu -Jikook - Stalker

—Jungkook-ah...

—Nem fodendo! NÃO VOU

—AH VAI!

V prendeu meus braços para trás, impedindo-me de realizar qualquer movimento.

 Você deve estar se perguntando o que caralhos está acontecendo, mas antes de responder sua pergunta vamos voltar um pouquinho no tempo.

Segunda-feira, pátio da escola.

07:30 AM , 15 minutos atrás

—Jeon, posso conversar com você?

 Merda, mil vezes merda.

 Jimin afastou-se da parede que anteriormente usava como apoio, e virou seu corpo na minha direção. Engoli em seco pela décima vez no dia, senti minhas mãos soarem frio, enquanto eu lutava para normalizar minha respiração. Quando eu ia abrir a boca para responder um “não” curto e grosso e sair correndo feito uma gazela, taehyung fora mais rápido e respondeu o ruivo em meu lugar:

—Ele pode sim

Olhei incrédulo para V, que piscou pra mim sussurrando:

—Pode me agradecer depois.

—Eu vou te agradecer com a minha mão na sua cara, traidor de merda.

 Sussurrei em resposta ao menino, que apenas riu da minha reação, caminhando em direção a entrada do edifício da escola. Após V nos deixar, eu ainda não conseguia olhar para o ser a minha frente.

 Esse era aquele tipo de situação constrangedora onde você não sabe se olha pra um lado, se olha pro outro, ou se fica vesgo e olha pros dois.

 Mistérios da vida

Porém acredito que Park Jimin não tinha que lidar com esse tipo de problema, já que ele prefere lançar aquele famoso olhar mortal de “Te pego na saída”. Acho irônico o fato de o ruivo ter me chamado pra conversar com ele, e depois de cinco minutos olhando pra minha cara, não ter dito nada ainda.

 Será que ele estava tentando ter uma comunicação telepática comigo?Se fosse o caso talvez eu devesse avisar a ele que não estava dando certo.

  Ou talvez eu só devesse ficar vesgo mesmo.

 —Então, sobre o que queria conversar comigo?— Indaguei ao ruivo, tentando esconder dele meu desconforto perante a situação. Dei graças a Deus quando o mais velho descruzou os braços e desviou o olhar.

—Você se lembra da festa de alguns dias atrás?

E foi como se todas as memórias que anteriormente estavam um tanto quanto embaralhadas, de repente se organizassem para me atingirem feito tiros de metralhadora.

 Eu+Jin abraçando uma desconhecida +Curiosidade do caralho+ Park Jimin +Piscina =

Água com cloro nos ouvidos, e um mico elevado á quinta potência

Vou dar uma bala pra quem adivinhar o que eu fiz depois disso.

Exatamente, eu corri.

 Corri tanto que senti como se meus pulmões fossem saltar pela minha boca. Podem me chamar de medroso, mas já se tornou comum pra mim o fato de eu estar correndo dos meus problemas. Até poderia continuar correndo e me lamentando, porém acontece que no meio dos meus devaneios, tropeço numa pedrinha perdida por ali, o que resultou em um tornozelo torcido e um puta raspão no joelho. Aí eu notei que quem me joga essas pragas não são as inimigas,

    É o Jimin, aquele cuzão

 Se for pra me foder ao menos faça isso apropriadamente, compre flores, me leve pra jantar e se caso chegarmos aquele nível da relação, me compre um toddynho.

     Seu macumbeiro

  -Atualmente-

 Minutos depois, avisei  á Taehyung onde estava e por alguma ele veio e trouxe dois estranhos estranhamente familiares com ele.

   Isso fez sentido? Espero que sim.

 O que aconteceu foi que quando chegamos a enfermaria da escola, Tae pediu a enfermeira que colocasse meu tornozelo de volta no lugar, e de acordo com meu histórico envolvendo lesões, eu sabia que aquilo ia dar muita merda e obviamente me neguei, mas parece que nem controle sobre meu próprio tornozelo eu tinha mais. Quando eu ia começar a e debater pra evitar a tragédia, Tae brota do nada, e prende meus braços por trás do meu corpo.

    Kim Taehyung, destruindo sonhos dês de 1995

Então sem aviso prévio, a enfermeira torce meu tornozelo para o lado oposto, e adivinha só...

 Doeu pra caralho.

Sabe aquela sensação de pânico, quando você sente uma dor infernal e começa a andar de um lado pro outro feito uma barata tonta pra ela parar?Pois é, eu não conseguiria andar então fiquei  sentado na maca, sacudindo os braços. Quem visse a cena, provavelmente pensaria que eu estava tentando fazer uma dança satânica pra invocar o lorde das trevas.

 A enfermeira pôs uma bolsa de gelo em meu tornozelo e um curativo em meu joelho, recomendando que eu ficasse repousando meu tornozelo por ali mesmo. E quer saber, ela não era tão ruim quanto diziam só era um tanto bruta, mas parecia ser uma pessoa legal.

  Antes de sair do cômodo, ela até me deu um pirulito.

 A dor no tornozelo não tinha cessado, porém já não estava tão forte quanto antes, então parei para observar os dois estranhos no quarto. Quase me bati, quando percebi que eles na verdade eram o menino e a garota daquela festa.

 —Olá?—Tentei chamar a atenção deles e a menina loira sorriu para mim.

—Oh, me desculpe pela grosseria, Me chamo Min Sun hee e esse é meu irmão mais velho yoongi— Exclamou apontando para o garoto de cabelos platinados, escorado na parede do canto da sala.— Estávamos na festa de alguns dias atrás, lembra?

  “Como eu poderia esquecer, ainda não superei a morte brutal das minhas plantinhas.” Pensei magoado.

—Ah sim, meu nome é Jeon Jungkook

—Eu sei

—Hein?!

Sun hee pareceu se dar conta do que disse, ao ver minha cara de espanto. Porém antes que eu pudesse começar um verdadeiro interrogatório – tipo aqueles do CSI — seu irmão a puxou pelo braço para fora da sala, dando a desculpa que estavam atrasados para a aula.

  —Que estranho. — Murmurei abismado.

Eu não era tão popular assim, e eles definitivamente não eram da minha sala, então como eles poderiam me conhecer?

  A forma estranha como os dois agiram me fizera pensar em algumas hipóteses.

     Será que eu tinha um stalker?

   —Verdade, esse pirulito é bem estranho mesmo. Na embalagem diz que é sabor morango, mas ele tem gosto de laranja, que viagem. –Murmurou Tae tirando o pirulito da boca. Espera o viado roubou meu pirulito?!

         Agora a treta ficou maligna.