História Caro outro eu -Jikook - Vício

 Existem certos momentos na vida que o certo a se fazer é parar e se perguntar o por que.

Por que a vida é assim? Por que o 2ne1 deu disband? Por que colocam uva passa no arroz? E por que Jeon Jungkook só faz merda?

Bom, para essa última pergunta a resposta simplesmente ultrapassa os limites da compreensão humana, é uma questão que nem  o Google sabe responder. Se você fizer isso, certamente que a resposta não virá automaticamente, mas no fim das contas você para pra refletir, e talvez chegue em uma conclusão. Foi exatamente o que eu fiz e de fato cheguei á uma conclusão depois de ter feito aquele ato estúpido.

 Minha conclusão foi que o Park estava apenas zoando com a minha cara, porque já fazem sete dias contados que Jimin não fala comigo. Faz uma fucking semana que ele não aparece na escola, simplesmente sumiu do mapa. Então por achar que Jimin estava apenas dando uma de engraçadinho, decidi não martelar muito minha mente com isso, afinal tudo não passava de uma merda de trollagem, só faltava ter gravado e postado no youtube.

 Estúpido.

— No que você tanto pensa Jungkook-shi? — Sun Hee perguntou-me apoiando seus cotovelos no braço do sofá.

— Nada demais — Respondi rapidamente com um sorriso amarelo no rosto, tentando desviar da curiosidade daquela menina, porém Tae que prestava atenção na conversa se intrometeu dizendo:

— Ah, qual é kookie sabemos que tem algo —

Nisso, todos que estavam no quarto pararam o que estavam fazendo somente para prestar atenção na conversa que se desenrolava ali,e porra como tem gente no meu quarto.

O que esses pelegos tão fazendo aqui mesmo?

Ah sim, véspera de ano novo e a incrível ideia do Tae de convidar nossos novos amigos para a minha casa, que nojinho. Minha mãe só deixou mesmo porque ela ia sair de qualquer forma e também por que ficou feliz de ver pessoas que não são o Tae e nem Hoseok freqüentarem nossa casa.

 Saudades emo gótico, saudades

— Joga na rodinha Jungkook, não tenha medo — incentivou Jung Lee logo após Yoongi levantar alegando que a natureza lhe chamava, e obviamente que não foi nessas palavras, mas relevamos porque já é de se esperar quando se trata de Min Yoongi.

— Ah claro que eu vou falar, do jeito que o J-hope é fofoqueiro, amanhã todos na escola vão estar sabendo.

— Vá se foder Pinóquio

— Cavalo

— Ladrão de oxigênio

— Anta acéfala

— Energúmeno

Já estava me preparando para devolver o insulto quando meus cabelos lindos e cheirosos são atingidos por uma batata chips gordurosa e que voava. Indignado, olhei para Jung Lee que sorria pra mim e balançava o pacote de salgadinho que segurava em uma das mãos, ela colocou uma das batatinhas na boca, mastigou e por fim disse:

— Se vocês não são de boas, não venham querer desdeboar minha deboisse —

Rimos muito, até eu  ficar puto por ela ter sujado meu cabelo e começar a correr atrás dela com meu chinelo na mão, na intenção de espanca - lá publicamente, mas sem violência, claro.

— Ah Jungkook, você realmente vai me deixar na curiosidade? — Choramingou Sun Hee cruzando os braços e formando uma espécie de bico com os lábios.

 Meu deus, essa menina não esqueceu esse assunto ainda?

— É algo relacionado ao Jimin — Yoongi disse dando de ombros enquanto fechava a porta do quarto. Juro que não foi de propósito, mas foi só ouvir o nome do Jimin ser mencionado na conversa que acabei esquecendo até de respirar.

 Digamos que talvez Jeon Jungkook não saiba ser discreto, só talvez.

— C-como você sabe Hyung? — perguntei não conseguindo esconder minha voz temerosa. Será que Jimin tinha dito algo à ele?

— Não sabia, acabei de confirmar—

Merda.

 — Certo, pode começar a falar — Sun Hee exclamou sem ao menos me dar direito de escolha. Como eu não teria chances de fugir de qualquer forma, acabei por me acomodar na cama e desistindo de guardar aquilo somente pra mim. Olhei para meus amigos que agora tinham total atenção em mim e me preparei para começar a relatar os acontecimentos dês do dia no teatro.

Bom, eu realmente teria contado isso se Namjoon não tivesse aberto a porta de forma brusca. Se fosse em outras circunstâncias, eu até brigaria com ele por ter nos assustado dessa maneira, mas fazia dias que Namjoon não saia de seu quarto. E o semblante dele entregava logo que era algo sério. Ele segurava o celular com tanta força que eu não duvidava que pudesse quebrá-lo.

— O que aconteceu Namjoon?você está nos assustando — perguntei cuidadoso temendo que o mais velho pudesse explodir a qualquer momento. O clima daquele quarto havia mudado da água pro vinho, o som das risadas havia se dispersado junto com a sensação agradável que agora deu lugar à uma tensão desconfortante.

Namjoon havia escutado muito bem minha pergunta, no entanto nem se preocupou em me responder, só entregou-me o celular que levava em mãos e sentou-se na cama, escondendo o rosto nas mãos. Olhei para o aparelho e o desbloqueei facilmente, pois Nam não gostava de por senha, já que ele sempre esquecia qual era. O navegador estava aberto em um portal de notícias, —  cof cof, site de fofoca cof cof — e havia um título em destaque:

“O bem sucedido empresário Kim Soo-hyun dará uma banquete está noite em comemoração ao recém noivado de seu filho Kim Seokjin com a modelo Wang Ji-hyun.”

 É o que?

Jin vai casar com uma mulher?

Olhei novamente para meu irmão, que agora passava as mãos pelos próprios cabelos como se fosse arrancá-los. Mais uma vez eu estava vendo meu irmão sofrer, e não podia fazer nada para ajudá-lo, ou sim, eu poderia.

 Uma ideia maluca passou pela minha cabeça, e eu nem  sabia se eles concordaria ou não e nem se funcionaria, mas eu estava disposto à tentar.

 Me levantei da cama num pulo, ainda com o celular de Namjoon em minha mão.

— Ei pessoal- Exclamei atraindo a atenção de todos no cômodo e completei — Estão afim de invadir uma festa?

                                                (...)

 Ok, talvez não tenha sido uma ideia daquelas, no entanto ao menos me serviu para comprovar que meus amigos amam um barraco. Foi só perguntar se eles queriam invadir o jantar que foi só “opa, adoro” de resposta.

 Não foi difícil descobrir onde eles estariam, já que o site fez questão de deixar bem claro que o jantar aconteceria na mansão, e como Jung Lee era a prima de Jin, obviamente que ela saberia onde ficava.

 Namjoon nos levou de carro até lá e como o carro não era tão espaçoso assim, uns tiveram que sentar no colo dos outros, e Tae e eu fizemos questão que Jung Lee ficasse no colo de Yoongi, apenas para que pudéssemos ver seu rostinho corado e rir com isso. Mas nada superou a vermelhidão que seu rosto ficou quando Yoongi teve que passar o braço na cintura da menina para que ela não caísse para frente, que namoradinhos.

 Quando chegamos, Nam estacionou num lugar não tão longe dos portões. Dei uma boa olhada no lugar e tive que admitir que era tudo luxuoso demais. Logo na entrada haviam dois seguranças que como posso dizer, eram dois monstros, bodybuilders mesmo, com um trapézio descendente da porra.

Jung Lee desceu do carro, ajeitando o vestido que batia um pouco acima de seus joelhos e caminhou graciosamente até os dois monstros no portão, que logo a reconheceram e permitiram  que a menina entrasse. Como o combinado, ela deu uma desculpa esfarrapada de que não sabia onde seria o evento e pediu que um deles a acompanhasse.

 E assim um deles fez, deixando o outro sozinho no portão.

 Nam arremessou uma pedra no outro lado que acabou pegando em uma das janelas e fez um barulho enorme. De imediato o segurança correu na direção do estrondo, deixando o caminho livre para passarmos. Quando todos já haviam passado para o lado de dentro, senti uma mão firme agarrar o capuz de meu casaco e em seguida ouvi a voz grossa soar em meus ouvidos.

—  O que faz aqui moleque? —

Merda, fodeu gostoso agora.

Olhei para trás, vendo aquele brutamonte me segurar como se eu fosse uma folinha de alface. Engoli em seco fechando meus olhos, e prevendo o quão doloroso seria dali pra frente, quando de repente paro de sentir o aperto. Abro os olhos e vejo o segurança caído no chão e Yoongi com metade de um tijolo na mão.

— Oh, obrigado hyung!

— De nada.

— Mas, onde você arranjou esse tijolo?

— Tava dentro da minha mochila — Yoongi deu de ombros e completou— nunca se sabe quando vou precisar de um—

 Yoongi-hyung era uma pessoa estranha.

                                          (...)

 Já dentro do salão, seria difícil sermos notados, já que tinha uma considerável quantidade de pessoas ali, mas mesmo assim decidimos nos separar, para disfarçar melhor.

 Então estávamos eu e Namjoon procurando por um mísero sinal de Jin, mas depois de alguns minutos rodeando o salão, eu já estava com uma puta vontade de sentar então sugeri ao meu irmão que descansássemos um pouco. Namjoon estava ansioso e não estava muito afim de ficar parado, mas eu o convenci mesmo assim. No momento estava procurando uma mesa para dar um descanso à minhas pernas, por que como sabem sou uma pessoa sedentária, daquelas que passa o dia inteiro comendo doritos, então não tenho muito estâmina pra essas coisas não.

 Enfim, nos sentamos em uma mesa nos fundos do salão, assim podíamos ver qualquer movimento dali. Nam pegou o celular e começou a mexer no mesmo distraidamente enquanto eu olhava ao redor, encarando as pessoas. Só nessa brincadeira eu encontrei o casal v-hope conversando com Min Sun Hee, e Yoongi andando de mãos dadas com Jung Lee enquanto a mesma corava horrores.

 Que bunitin’

Desviei o olhar do casalsinho para uma mulher de costas que tinha o braço entrelaçado de um homem. Acabei por reparar no porte físico dele que me parecia bem familiar, seu cabelo também...

— Oh merda

Praguejei baixo logo o reconhecendo.

Jin e sua suposta noiva estavam a apenas alguns passos de nossa mesa. Olhei rapidamente para Namjoon torcendo para que o mesmo não tivesse visto, mas já era tarde demais.

Meu irmão já andava em direção à Jin com os punhos cerrados. Levantei num pulo da cadeira e comecei a correr atrás de meu irmão antes que a merda fosse feita.

— Nam, espera! — Exclamei desesperado mas ele não pareceu me ouvir, estava imerso na própria  raiva. Tentei andar mais rápido mas com aquela quantidade de gente estava difícil correr e desviar das pessoas ao mesmo tempo.

Namjoon estava quase alcançando Jin, quando minha visão é cortada por um...blazer?

— Opa — Exclamou uma voz adoravelmente fina e familiar. Desencostei meu rosto do peito da tal criatura, subindo meu olhar até encontrar as já bem conhecidas madeixas alaranjadas.

Puta que pariu.

— Jimin? — sussurrei completamente surpreso.

— Ya Jungkookie — disse e por fim sorriu fazendo com que seus olhos virassem dois risquinhos. — Porque você sempre tem que esbarrar em mim?

O olhei indignado.

A criatura vai lá some por uma semana, e depois aparece querendo debochar de mim?

Fiquei tão puto que desferi um tapa no topo de sua cabeça.

— Ai, por que fez isso?

— Para de me fazer de trouxa- disse entre dentes dando tapas em seus ombros e peito.

— Aish, para de me bater- reclamou segurando meus pulsos e completou— Eu não estou te fazendo de trouxa? Da onde tirou isso?

— Você fingiu que se importava, e disse que ia me ajudar! Você mentiu pra mim—

— Eu não menti pra você, Jungkook, eu estou falando sério—

Arregalei meus olhos

Ele realmente estava falando sério?

— Oppa! — ouvi uma menina gritar e olhei pro lado vendo-a correr em nossa direção. Jimin também olhou para ela e bufou. Em seguida olhou para mim novamente, aproximando nossos rostos.

— Inclusive, o que acha de começar a prestar seus serviços agora? — Jimin sussurou ao pé de meu ouvido em seguida mordeu de leve o lóbulo da minha orelha, que fez com que meus pelos eriçassem.

Ele rodeou minha cintura com seu braço, colando meu corpo no dele. Eu não conseguia desviar o olhar de sua boca. Era tão carnuda, que me dava uma vontade imensa de prova-lá, saborear seus lábios, e morde-los até deixá-los bem marcados e vermelhos. O hálito quente dele bem em minha boca, até que ele finalmente uniu nossos lábios. Deixei um suspiro de alívio escapar quando nossas bocas se chocaram. A textura de seus lábios era tão macia, viciante. Apertei seus ombros inconscientemente, quando ele passou a língua por meus lábios. Cedi a passagem de sua língua, sentindo-a explorar cada canto de minha boca. O gosto do beijo dele era doce e ter suas mãos em meu corpo era tão bom, de alguma forma me parecia tão certo.

Até que Jimin afastou nossos lábios com a respiração ofegante e sorrindo de lado. Olhou para o lugar que a menina estava anteriormente e sorriu mais ainda ao ver que não tinha mais ninguém ali. Em seguida, voltou sua atenção à mim e depositou um breve selar em meus lábios.

— Até mais babe— disse e saiu sem mais nem menos.

 Mas que porra foi essa?