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História Carona (Hiatus) - Insistente


Escrita por: KookJung

Notas do Autor


Volteii, com um pouco de atraso, mas voltei. Acredito que as atualizações da fic já não vão sair rápidas como prometi antes, mas irei tentar atualiza-la sempre que possível.

Capítulo 3 - Insistente


- Mãe, eu já disse que não irei convidar o Sean para vim jantar aqui. Não insista! – Pedro bufa novamente enquanto passava um espanador em um dos quadros da sala.

Ellen gira os calcanhares, voltando para a cozinha. De lá solta um estridente som – Então porque aceitou ir nessa festa, hein? – Pedro faz uma careta e tampa um dos seus ouvidos – Você não queria se afastar dele?

- Por que... Por que... – Tenta trabalhar a mente em busca de uma boa resposta – Por que eu não sei oras... E você não tem nada a ver com isso. – Diz nervoso.

Ellen volta da cozinha com um copo de refrigerante em mãos.

Pedro franze o cenho.

- O que foi? – Pergunta ao filho – Eu sei que não devo tomar isso e que entrei em dieta novamente... Espera, não vim aqui para falar disso.

- Mãe, estou a ponto de expulsá-la daqui! – Tenta fazer uma ameaça.

- Você não faria isso com a sua própria mãe, aliás, é muito mais fácil ela te expulsar dessa casa mesmo ela sendo sua – Carly, a mais velha dos irmãos, dita enquanto descia os degraus da escada.

- Não estou entendendo essa invasão domiciliar! – Cruza os braços fingindo uma falsa indignação.

- Viemos te ajudar na decoração da casa, maninho.

- E fazer a janta. – A mãe completa.

- Eu tenho vinte e cinco anos, sei me cuidar e cuidar da casa muito bem. – Apesar da fala, Pedro só brincando.

Adorava quando lhe faziam companhia. Morar sozinho e passar parte do tempo sem ninguém por perto ou para conversar, era um pouco triste para si. Apesar de adorar a tranquilidade e sossego que tinha.

No começo fora extremamente difícil se habituar a vida adulta, seus pais ainda deram a escolha de continuar morando juntos na mesma casa, mas Pedro decidira que já estava na hora de se tornar independente.

- Não seja chato. – A moça lhe da um peteleco na orelha – Eu irei decorar toda a casa para o Halloween. – Prende os cabelos com uma presilha para em seguida deixar o cômodo – Ficará um espetáculo! – Grita distante.

Pedro solta um longo “ok”.

- Vamos preparar o jantar que eu já estou ficando com fome. – Ellen propõe tomando o resto de Coca-Cola que sobrara no copo.

Pedro olhou feio para a mesma – Você acabou com a última lata que tinha.

- Eu estou te livrando de um mal, querido. – Diz irônica, rindo de si mesma.

O jovem rola os olhos.

- Olha só o que eu trouxe. – Carly volta à sala com sacolas em mãos – Comida mexicana... Tacos.

- Oh maravilha, não precisaremos mais fazer o jantar. – Pedro sorrir radiante para a mãe e toma uma das sacolas da mão de Carly.

- Isso não é justo, eu estou de dieta. – A mais velha dita, para em seguida ignorar totalmente o que foi dito – Que cheiro bom. – Aproxima-se vasculhando uma das sacolas.

- Nada disso. – Carly dá uma tapa em sua mão – Primeiro iremos escolher algum filme de terror para assistir. – Deposita as sacolas na mesinha de vidro do centro.

- Uh, que tal Zumbilândia? – Pedro sugere.

- Você e a sua mania por filmes de zumbis... Ok, então será esse. – Caça entre os travesseiros do sofá o controle remoto da TV.

Achado o objeto dá play iniciando o filme.

A noite para os três seria longa.

 

- - - - - - - - - - - - - - -

 

Um estridente som de alarme invade todo o ambiente.

Um corpo pequeno, mas feito sob medidas certas desperta mexendo-se para o lado oposto da cama.

- Inferno. – Um xingamento escapa de sua boca, mas vários passavam por sua mente.

A contragosto, Pedro senta-se na cama buscando por seu celular que não se encontrava no local onde sempre colocava como de costume.

- Cadê. – Coça a cabeça, emaranhando mais ainda os seus fios. Nota que o som de alarme provinha debaixo da cama.

Ajoelha-se ao chão, fazendo esforço para estender seu braço e alcançar o celular.

Após segundos de falhas tentativas conseguira o achar.

- Ainda está cedo. – Suspira aliviado. Trabalhar como professor iniciante não estava sendo tão fácil como imaginaria que fosse.

Levara o costume de acordar atrasado para a vida adulta.

Decidindo manter fechadas as janelas do quarto, Pedro caminha até o banheiro para iniciar sua higiene matinal.

Com calma fizera toda a sua rotina da manhã.

Após conferir se todos os materiais necessários estavam consigo o jovem deixa a casa.

Agacha-se guardando a chave debaixo do tapete. Olha ao redor notando que tudo estava exatamente como antes, sua casa era a única que não estava decorada para o Halloween. “Carly irá fazer isso por mim, então não tenho com o que me preocupar”, pensa iniciando por fim a sua caminhada até a escola em que trabalhava.

Um arrepio passa por sua nuca ao perceber que já caminhava pelas ruas desertas de onde aconteceram inúmeros crimes.

As palavras do desconhecido estavam pregadas firmemente em sua mente.

Será que era verdade tudo o que ele disse? Ou apenas queria meter medo em si?

As dúvidas rodeavam a sua mente, nem notara quando um carro de vidros negros passara o acompanhar.

- Pensar é bom, mas pensar demais pode se torna um grande problema.

Pedro tropeça em seus próprios pés e por pouco não caíra de cabeça ao chão.

- Qual o seu problema? – Uma fulminante raiva toma conta de si novamente. Tivera que se segurar numa caixa de correios por conta do susto que levara.

O automóvel para e Pedro só então notou que o desconhecido não usava mais óculos escuros.

Seu rosto estava quase totalmente descoberto, se não fosse pela barba bem aparada.

E os olhos... Aqueles olhos...

- Desculpe-me, eu não resisti. – Pedro se encolhe a caixa de correios querendo apenas cavar um buraco para entrar e não sair por um bom tempo – Sei que és medroso, mas a tentação de assustá-lo é maior do que eu.

- Haha. – Finge um riso para ajeitar a postura – Vá assustar a vozinha. – Joga a franja que caia em seu rosto para o lado.

O gesto fora um tanto fofo para o estranho que sorrir de lado, um típico sorriso seu. Não passou despercebido por Pedro que notou umas ruguinhas surgirem de lado.

- Olha que até minha vó é mais corajosa que você... Ela não se borra tão facilmente assim...

- Eu não me borrei! – Aperta a pasta de papéis entre os seus dedos.

O estranho rir, Pedro novamente solta um olhar emburrado – Eu poderia te xingar de várias formas e de várias maneiras, mas eu não irei me rebaixar a esse nível... – Mantém a sua melhor postura.

Postura essa que só atiçava a vontade do “estranho” de sequestrá-lo e prendê-lo de vez em seu carro.

-... Passar bem. – Com as maças do rosto totalmente coradas, Pedro aperta o passado deixando o estranho com o seu carro para trás.

- Você ainda está um pouco distante de chegar à escola, aceite uma carona minha e poupe os seus pés de andarem tanto. – Pedro morde o lábio de lado ao notar o tom da voz que fora usado. Ele estava mostrando preocupação consigo?

- Não, muito obrigado. Eu vou andando. – Acelera os passos numa falha tentativa de se afastar do outro.

- Eu sou bem insistente, posso ficar até chegarmos ao o seu local de trabalho. – Zomba olhando de relance para o menor.

- Pois fique. – Vira o rosto ao lado oposto, numa atitude infantil.

- Pedro, você é desobediente demais. – O homem nega com a cabeça – Sorte sua que eu tenho muita paciência.

- C-como sabe o-o meu nome? – Seu coração freia uma batida e suas mãos começam a soar rapidamente – E-espera você está tirando uma foto minha? – Gagueja pegando a sua pasta de papéis e escondendo o rosto atrás dela – Pare com isso.

- Ah, fui mais rápido. – Rir contente, guardando o celular de volta.

- Por que você está fazendo isso comigo? – O jovem se auto abraço e volta a caminhar pela calçada – O que você quer de mim?

- Que você aceite o meu pedido de carona. – É direto em sua resposta e nota o quão Pedro parecia vulnerável e confuso.

“Talvez eu tenha ido longe demais e o assustado de verdade”.

- Pedro eu jamais encostaria um dedo em você para machucá-lo, eu me mataria se eu chegasse a esse ponto.

- Se não quer me machucar então me deixe em paz! – Suplica num fio de voz.

- Isso eu não posso. – Estala a língua, rindo de nervoso – Olhe em meus olhos! – Pede.

“Se eu denunciá-lo será que ele tentará algo contra a mim? Acho melhor não... Ele é assustador e eu não sei do que ele é capaz... Vai que ele tenha passagem na policia”.

- Aí! – Pedro leva a mão a bochecha ao sentir algo bater ali.

- Tive de jogar uma bolinha de papel para vê se você acordar! – Prende um riso com a expressão boquiaberta do outro.

- Me esquece! – Berra impacientemente, correndo em seguida – Você é louco e eu irei denunciá-lo por perseguição, seu psicopata desequilibrado! – Sua voz diminui à medida que se distanciava do outro.

Este que ria sem cessar uma única vez.

Pedro solta um último olhar para trás vendo o carro dar ré e ir ao lado contrário ao seu.

- Tenho que arranjar outro caminho. – Pensa alto, acalmando os passos e voltando a andar normalmente.

 

- - - - - - - - - -

 

- Você está estranho, o que houve? – Katy observava o seu colega de trabalho grudado à janela de uma forma estranha.

- Nada. – Pedro rir nervoso enquanto captava com os olhos cada pessoa que aparecia fora da escola – Sabe... Acho melhor falarmos com o diretor para reforçar a segurança dessa escola, nunca sabemos o que pode acontecer certo? Vai com uma pessoa com más intenções entre aqui e...

Sua fala é interrompida por batidas na porta.

- Pode entrar!

Um homem de um porte físico avantajado, fardado de segurança, adentrada na sala dos professores direcionando o olhar unicamente a Katy.

- Katy o seu filho a espera na linha de chamada.

- Estranho ele não ter ligado para o meu telefone. – Ergue a sobrancelha esperando alguma explicação.

- Parece que ele sofreu algum acidente no trabalho.

- Oh meu deus. – Ergue-se da cadeira, e com o coração nas mãos deixa a sala de professores.

Pedro cerra os olhos para o segurança.

- Por que inventou essa desculpa? – O que foi dito pelo segurança era claramente um mentira, notara isso.

- Pedro... – Aproxima-se lentamente – Você não contou para ninguém o que viu no banheiro... Contou?

Pedro engole a seco.

- Ah-ah c-claro que não. – Suas bochechas esquentam ao se lembrar do ocorrido no banheiro – Ninguém irá saber, eu juro.

- Obrigado, Pedro. – O segurança suspira aliviado – Eu preciso muito desse emprego e se souberem disso eu...

- Eu prometi que não iria contar. – O professor ajeita todos os seus materiais e deixa a sala dos professores, completamente envergonhado – Até mais.

 


Notas Finais


Até a próxima :)


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