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História Carry On HIATUSEM CORREÇÃO - Don't You Cry No More


Escrita por: Calla_Michaelis

Notas do Autor


Já tá virando rotina os pedidos de desculpas, mas mesmo assim, desculpe pela demora, pessoal...

Estou sem palavras para agradecer à @fairchiwld que mesmo sendo leitora do Spirit (e fazendo questão de comentar cada vez que lê a fic de novo) ela recomendou a história no Nyah, então, sério, são por leitores como você que eu continuo escrevendo, então este capítulo é especialmente para você (sorry, se ficou ruim :/)

Quando comecei a escrever esse capítulo tinha lançado à pouco tempo Pokemon Go... vocês entenderão mais para a frente hehehe

Boa Leitura o/

Capítulo 11 - Don't You Cry No More


Continue, você sempre lembrará

Continue, nada se iguala ao esplendor

Agora sua vida já não é mais vazia

Certamente o céu espera-o

 

Continue meu filho desobediente

Haverá paz quando você estiver terminado

Coloque sua cabeça cansada para descansar

Não chore mais

 

Não Mais

Carry On My Wayward Son – Kansas

 

 

 

Kentin encarava nervoso a figura de Armin que andava de um lado para o outro em sua sala de estar.

— Acabou de lançar um dos jogos mais esperados esse ano. — o Gamer não olhava para o amigo, parecia mais como se ele conversasse com as mãos que se movimentavam gesticulando quase freneticamente mostrando sua ansiedade — Eu devia estar lá fora nesse exato momento na rua gravando com meus amigos, mas nãããããããão... Eu não posso caçar Pokémon agora porque Alexy e Kentin resolveram fazer merda e eu tenho que resolver.

O bombeiro não sabia se ria ou sentia-se mal por querer rir em um momento desses.

— Armin eu...

— Não. — Pela primeira vez Armin olha para o outro erguendo um dedo para interrompê-lo — Sem argumentos, sem palavras de arrependimento. Você fez isso e agora arque com as consequências.

O gamer suspira pesado se atirando em um sofá parecendo cansado. Cookie observava os dois rapazes parecendo respeitar o momento sério (ou quase) entre eles.

— É difícil pra mim, sabe. — O moreno fala baixo depois de um momento em silêncio que era apenas quebrado pelos sons da rua movimentada — Você é meu melhor amigo, Kentin. Mas Alexy é meu irmão e eu... — Outro suspiro interrompe suas palavras, o olhar triste no moreno fez o bombeiro se sentir péssimo e ainda mais arrependido — Não me coloque em uma situação onde eu tenha que escolher, nós dois sabemos do lado de quem eu vou ficar.

Por mais que doesse, Kentin sabia que para o Gamer seu irmão estava acima de qualquer amizade.

— Desculpe. — Por mais clichê que fosse, essa foi a única coisa que o de olhos verdes conseguiu pronunciar naquele momento, sentia que estava perdendo outro amigo precioso.

Armin levanta-se olhando em seu celular que era metralhado de mensagens de seus colegas que o procuravam para gravarem o jogo.

— Não é a mim que você deve desculpas. — O olhar sério do moreno fez Kentin tremer de leve — Eu vou ficar a noite fora jogando e Alexy chega cedo do trabalho hoje. — O de olhos azuis caminha até a bancada de mármore pegando uma mochila que ele carregou consigo até ali — Sei que ele não vai dormir com tudo o que aconteceu, então você já sabe o que fazer. — Ele caminha até a porta pronto para sair e para se virando e encarando o bombeiro que ainda estava sentado, com os braços apoiados nas pernas e a cabeça baixa — De vez em quando é bom saber o que os outros pensam e não sair tirando conclusões.

Agora definitivamente pronto para sair, os movimentos do moreno são parados quando a porta se abre bruscamente dando um susto nos dois rapazes que ali estavam.

— Kentin! — A figura loira e animada entra sem pedir licença com duas sacolas nas mãos com o que pareciam ser bebidas — Vamos afogar as mágoas!

— Anthony. — O bombeiro passa a mão no rosto pela inconveniência do colega de trabalho, às vezes se arrependia de compartilhar certos segredos com este.

O sorriso de Anthony aumenta ao encontrar a figura morena e confusa bem em sua frente, já que Armin estava prestes a sair.

— Hey, gracinha! Não achei que te encontraria aqui, pintou o cabelo? Está lindo como sempre.

Kentin revira os olhos e Armin cora dando um passo para trás achando que seria mais seguro.

— Este é Armin. — O bombeiro de cabelos castanhos se aproxima dos dois — Irmão de Alexy.

Os olhos azuis gelo de Anthony parecem brilhar e um sorriso ainda maior (e mais malicioso, se ainda é possível) aparece em seu rosto.

— Gêmeos.

— Okay, que tal você levar essas coisas para a cozinha, te encontro lá. — Kentin empurra o colega em direção ao cômodo citado, Anthony resmunga alguma coisa, mas faz o que lhe foi pedido.

Armin passa a mão pelos cabelos parecendo recuperar a postura séria que havia adotado desde que surgiu na porta do amigo.

— Espero que faça o certo dessa vez.

As últimas palavras do moreno antes deste sair pela porta ficaram martelando na cabeça de Kentin como um lembrete doloroso que jogava em sua cara a merda que fizera.

E a possibilidade de perder — talvez duas — das pessoas mais importantes para si lhe deu pânico.

 

— & —

 

Nathaniel suspira cansado pelo trabalho.

Ainda era cedo, pouco passara da meia noite, mas receberam cargas de bebidas no pub e seus braços doíam por carregar peso.

A luz do corredor de seu apartamento doía em seus olhos e ele quase não viu a figura parada em frente à sua porta.

O loiro automaticamente para e coloca a mão na boca, como se respirar fosse fazer Ambre perceber que ele estava logo atrás dela. A garota olhava algo atenta ao celular e não viu que o irmão estava à poucos passos de distância, ela estava arrumada, provavelmente estava em alguma festa ou encontro e achou conveniente visitar o irmão naquele horário por pura preguiça de voltar para a própria casa.

Nathaniel sente-se mal. Amava a irmã e não a via desde que ela viajou para a América logo após a formatura, mas não estava com ânimo para aturá-la naquele momento.

Deu dois passos para trás o mais silenciosamente possível, por sorte o que quer que a garota via no telefone parecia ser digno de sua total atenção.

Não percebeu que estava em frente ao apartamento de Castiel, só se deu por conta de tal fato porque o o ruivo abriu sua porta no exato momento em que o loiro parou diante dela.

O desespero era alto, mas o timing fora perfeito. Ambre virava-se para a fonte do barulho no exato momento em que o loiro fechava a porta do apartamento do guitarrista empurrando este para dentro.

Castiel obviamente olhou com raiva para o ex-representante e abriu a boca para questionar onde ele pensava que estava, mas a mão pálida de Nathaniel se coloca em sua boca para ele se calar e um olhar suplicante brota nos olhos dourados.

Três batidas na porta.

— Com licença.

Os dois rapazes se encaravam, provavelmente confusos pela situação inusitada em que se encontravam. Por incrível que pareça, o ruivo não retirou a mão do menor que ainda estava contra sua boca e foi pego pelo pensamento estranho de que ela cheirava bem, algum sabonete de ervas, talvez.

Os resmungos de Ambre sobre vizinhança sem educação parecem despertar os dois que se afastam ao perceber que a voz da garota ia ficando cada vez mais distante.

— Pensei que nunca mais passaria por isso. — Castiel resmunga dando meia volta e largando as chaves do apartamento parecendo desistir de ir para seja lá onde ele estava indo.

Uma série de flashes com memórias passam pela mente do loiro. Quando crianças a dupla se escondia muito de Ambre que parecera ter criado uma obsessão por Castiel desde que ele consertara a boneca desmontada (ironicamente) pelo irmão dela.

Nathaniel sorri. Não sabe porque, mas desde que se mudara para o lado do guitarrista, sua cabeça vem sendo preenchida por lembranças nostálgicas e agradáveis.

— 'Tá rindo de quê, babaca? — Simpático como sempre, o ruivo franze o cenho estranhando a atitude do ex-representante.

O sorriso do loiro se torna sarcástico.

— De você, parece estar fazendo questão de sempre me lembrar de quando éramos amigos.

— Não fale merdas. E onde você pensa que está? — Castiel pergunta quando vê o menor se atirando em seu sofá — Essa não é casa da mãe Joana. — Ele enfia um pedaço de bolo que havia em cima da bancada não parecendo tão irritado quanto tentava soar.

— Posso ficar um pouco aqui?

Os olhos cinzentos incrédulos encaram a figura de Nathaniel. Aquilo era algum tipo de piada?

— Você está falando sério?!

Nathaniel bufa passando a mão pelos cabelos bagunçando estes.

— Você sabe o quanto minha irmã pode ser insistente, não estou com saco para as conversas dela hoje.

Castiel sorri debochado percebendo que aquele era um pouco do velho Nathaniel que conheceu anos atrás.

— Me dê um bom motivo para não te chutar para fora nos próximos minutos.

— Eu vou ficar te devendo uma. — Sem hesitar, o loiro responte sustentando o olhar superior do guitarrista.

E para o ruivo. Aquele argumento foi o suficiente.

 

— & —

 

— Porra! — Bliss grita indignada para o celular — Mais um Zubat!

Armin dá risada apontando a câmera onde ele registrava tudo para a amiga que se agacha no chão de forma dramática agarrando os cabelos.

— Não grite tanto, Bliss. — Paul chama a atenção da garota, este também tinha uma câmera na mão e o celular em outra onde seu avatar se deslocava pelo mapa — Estamos em um cemitério.

Lucian dá uma risadinha e ajuda a namorada a se levantar.

O grupo cansado de procurar pelas ruas acabou indo parar no cemitério para sua caça e acabou sendo até mais divertido por ali.

Armin sorria e ria dos seus amigos, mas no fundo a preocupação com seu irmão ainda pairava em sua mente. Esperava que Kentin entendesse o recado e fizesse alguma coisa.

Sacode a cabeça em negativa quando vê Bliss e Paul se empurrando para ficar em um mesmo lugar onde havia um Eevee (como se precisasse ficar exatamente ali) e sai caminhando para o outro lado quando vê a sombra de um Bulbasaur pelas proximidades.

Ele guarda a câmera já que seus amigos não estavam por perto e as filmagens ficavam mais divertidas com eles. Olhava para os túmulos que haviam ali, principalmente os mais antigos, o moreno ficava imaginando que tipo de vida as pessoas ali tiveram, é triste, mas gostava de pensar que cada segundo que estiveram vivos valeu à pena.

Antes que o pensamento se aprofundasse em sua mente uma voz levemente grossa e melódica corta seus pensamentos.

Um arrepio cruza sua espinha, Armin não tinha medo de fantasmas, mas nunca havia se encontrado em uma situação onde poderia haver um por perto. Parecia cantar uma canção de ninar e por mais que o moreno vivesse gritando para os personagens de filme de terror deixarem de ser curiosos, ele mesmo não conseguiu evitar que seus pés se movessem em direção ao som.

Encontrou uma área mais afastada, ali era uma extensão nova do lugar, onde ficavam os túmulos mais recentes. Não que o gamer frequentasse o lugar direto, mas sua mãe ajudou a fazer algumas reformas no lugar e havia comentado com os filhos e o marido sobre algo do tipo.

Uma figura familiar surge na vista do moreno que estanca no lugar.

Lysandre não percebeu a presença do menor quase ao seu lado, estava concentrado na canção que ele cantarolava para o túmulo à sua frente.

Armin permanece um tempo estático no lugar. Nunca em suas imaginações mais bizarras achou que poderia ver uma cena daquelas, estranhamente mal conversava com o cantor na época de escola, e agora estava ali, o encontrando pela segunda vez desde que se formaram.

A canção de Lysandre é interrompida pelo som de folhas secas sendo pisadas, ele vira seus olhos heterocromáticos para a fonte e encontra Armin de costas tentando sair de fininho dali.

— Desculpe. — O moreno coça a nuca constrangido quando percebe que fora notado — Não queria interromper.

Lysandre balança a cabeça, conhecendo pouco o cantor, para Armin aquilo podia significar tanto um "Sem problemas", quanto um "Cai fora daqui", mas preferiu acreditar que era a primeira opção.

Um silêncio levemente constrangedor paira entre os dois que permanecem calados e parados sem ação alguma. Para o cantor aquela era mais uma situação inusitada ao lado daquele garoto que ele mal conhecia e se surpreendeu por não se importar pelo fato do outro interromper um momento íntimo seu.

É claro que ele e Armin não eram completamente estranhos, quando queriam desmascarar Debrah os dois interagiram um pouco mais que o normal, mas naquela época eles tinham Lynn para quebrar o gelo e não dar brechas para desconfortos.

— Bem... Eu... — Armin passa a mão pelos cabelos bagunçando-os, ele se vira de costas para o outro apontando para o lugar de onde ele veio — Eu acho que vou indo...

Os olhos azuis se arregalam levemente. Armin se vira encontrando a mão pálida do cantor segurando na barra de sua camiseta.

Lysandre olha surpreso pela própria atitude. A verdade é que aquele estava sendo um dia difícil e por mais que tenha rejeitado qualquer companhia durante toda a tarde, estava em seu limite. Mas não pensou que cederia justamente para Armin.

— O quê? — Armin, um pouco assustado pela atitude inusitada do cantor pergunta quando ouve este murmurar algo baixo o suficiente para que ele não entendesse.

— Você... — Um leve rubor tinge as bochechas pálidas do vitoriano e o gamer preferiu não pensar no quão adorável estava aquela cena — Pode ficar... Quer dizer, eu não importo.

Armin não é burro. Percebeu na hora que Lysandre estava pedindo sua companhia, por isso nem hesitou em sentar ao seu lado, no chão mesmo, vendo que o outro estava da mesma maneira. O moreno também não estava em seu melhor dos humores, a preocupação com seu irmão e melhor amigo rondavam sua cabeção o dia inteiro.

Mais um momento de silêncio se instala entre os dois. Nenhum deles era muito de conversa e isso até mesmo fazia com que fosse mais fácil permanecer daquele jeito. Mas o sobrenome no túmulo para quem o albino cantava chama a atenção de Armin que não consegue segurar a pergunta.

— Ele é...

— Meu pai. — O rosto de Lysandre é preenchido de tristeza misturada com nostalgia.

— Oh.

Lysandre olha de lado curioso. Diferente de todas as pessoas, Armin não veio com as típicas palavas de pêsames e isso, no fundo, lhe agradou bastante. Estava cansado dos outros tendo pena de si.

Armin não queria ser indelicado. Mas achava que dizer "sinto muito" ou "meus pêsames" seria muito forçado. Acredita que são palavras padrão para esse tipo de situação e sempre saem de uma forma decorada, não gostava disso.

— Era uma bela canção... A que você cantava agora à pouco.

Lysandre sorri para a fala do outro. Não queria ter que responder perguntas sobre a morte de seu pai e parecia que Armin sabia exatamente como agir naquele momento.

— É uma canção de ninar comum no interior onde me criei. — Lysandre responde olhando para cima, o moreno segue seu olhar e se encanta com o quão estrelado o céu estava — Meu pai sempre cantava ela pra mim quando eu tinha medo.

— Quando eu e Alexy éramos bem pequenos, eu cantava uma canção parecida para ele. — Armin sorri nostálgico encarando algumas constelações que ele reconhecera — Ele morria de medo de tempestades, então subia para minha cama e ficava lá até adormecer, ou até a irmã Cecile nos encontrar.

— Irmã Cecile?

Armin cora, se deu por conta de que estava falando de algo íntimo de sua história para uma pessoa que ele nem era próximo.

— A freira que era responsável no orfanato que nos criamos até os seis anos. — Murmura baixo.

— Hmmm. — Lysandre tentou não demonstrar surpresa, não fazia ideia de que os gêmeos eram adotados, mas ficou feliz pelo gamer compartilhar isso consigo.

Pensou no quão admirável foi o gesto de seus pais. Adotar duas crianças, sem precisar separá-las.

Um barulho interrompe a conversa chamando a atenção da dupla que se vira olhando para o grupo que surge do mesmo lugar de onde Armin saíra anteriormente.

— Eu disse que ele ia estar se agarrando com alguém escondido. — Bliss fala sorrindo animadamente ao ver Armin e Lysandre sentados lado à lado.

Paul revira os olhos.

— Isso é só coisa que você gostaria que estivesse acontecendo.

— Estamos falando de Armin, é óbvio que ele não estaria fazendo essas coisas. — Lucian comenta.

— Eu estou aqui e posso muito bem ouvir vocês. — Armin fala erguendo a sobrancelha.

— Lys! É tão bom ver você de novo! — Bliss ignora completamente a conversa anterior indo cumprimentar o cantor, ela para observando melhor a cena. Ela não era tão intrometida assim e viu que aquele talvez fosse um momento delicado — Desculpe, estamos interrompendo?

— Está tudo bem. — Lysandre sorri para a garota e olha para os outros rapazes — Podem ficar.

Para o cantor, ver o grupo de amigos de Armin ali lhe deu uma estranha alegria. Não pensou que sua noite acabaria assim e de forma inesperada, aceitou o que veio.

Bliss senta ao lado de Lysandre sendo seguida por Lucian, que senta ao seu lado enquanto observava a namorada à procura de algo em sua bolsa. Paul posiciona-se junto de Armin que lhe faz algumas perguntas aleatórias sobre o jogo que jogavam à pouco.

— O que você está fazendo, sua ogra? — Lucian resmunga quando é acertado pelo cotovelo da garota pela terceira vez enquanto esta revirava sua bolsa.

— Tenho certeza de que está aqui em algum lugar e... Achei! — Bliss ergue vitoriosa um pacotinho de M&Ms de amendoim e se arrasta um pouco para a frente ficando mais perto do túmulo do pai de Lysandre.

O cantor observa curioso quando a Youtuber coloca os doces em frente à pedra marcada com Epitáfio e se ajoelha em uma postura reta juntando as mãos como se fizesse uma oração. Nenhum dos rapazes falou alguma coisa, todos encaravam a garota como se respeitassem o que ela fazia e somente quando Bliss voltou ao seu lugar, Lucian fora o primeiro a se pronunciar acertando um tapa na nuca da namorada que resmunga algo para ele.

— Idiota, isso aqui não é um anime e não estamos no Japão! — O gesto pareceu rude, mas dava para ver o carinho deste para com a garota.

— Não importa, é uma questão de respeito!

— Só você, Bliss para fazer algo de respeito e ao mesmo tempo nos fazer passar vergonha. — Paul comenta recebendo um dedo do meio apontado para si.

Armin ia comentar algo também, mas fora interrompido por uma fraca risada. Olha assustado para Lysandre que começara com uma tímida risadinha e agora ria mais alto. Não conseguiu evitar, aquele pessoal não era nada com o que estava acostumado e se surpreendia com cada coisa que estes faziam.

Lucian se juntou ao cantor na risada sendo seguido por Paul e Armin logo em seguida enquanto Bliss fazia um bico emburrado cruzando os braços.

— Pô, eu me esforçando aqui pra fazer algo legal e vocês riem de mim? Não sei porque eu ainda ando com vocês.

Lysandre queria dizer alguma coisa. Queria agradecer o gesto da garota. Agradecer a companhia daquelas pessoas, mas acabou sentindo a cabeça de Armin se escorando em seu ombro enquanto este derramava lágrimas de risos. As bochechas vermelhas e os olhos cerrados com os dentes à mostra lhe deixavam tão adoravelmente despreocupado com tudo que o cantor teve que conter a vontade de passear os dedos pelos fios negros que se espalhavam por seu braço.

Se esqueceu do que queria dizer.

 

— & —

 

A fumaça de calor sai pela porta do banheiro quando esta é aberta. Castiel caminha despreocupadamente enquanto secava os fios vermelhos com uma pequena toalha.

Atravessa o corredor indo até a cozinha, lança um olhar rápido para sala não encontrando o ex-representante. A não ser que Nathaniel esteja se escondendo atrás do sofá, o ruivo deduz que este resolveu que já era seguro voltar para seu apartamento.

A primeira coisa que faz ao alcançar a bancada que separava a cozinha da sala, é pegar seu telefone para checar se não haviam mensagens. Estava particularmente preocupado com o estado emocional de Lysandre, seu pai estaria fazendo aniversário naquele mesmo dia e por isso o cantor estava mais retraído que o normal desde de manhã.

Sem mensagens.

Suspira pesado e olha para baixo ao sentir uma bola de pêlos se esfregando em suas canelas. Branca ronronava baixinho soltando um miado fraco de vez em quando parecendo carente.

Revirando os olhos, Castiel pega a gata que parece miar mais alto, feliz por ganhar um colo.

— Fugiu de novo? Ou teu dono se mandou e se esqueceu de você aqui?

Branca mia como se respondesse e lambe a patinha esfregando esta logo em seguida na carinha exalando fofura.

Jamais admitiria, mas Castiel estava se acostumando a ter a felina por perto.

Caminha até o sofá para largar Branca ali e se assusta ao encontrar Nathaniel, deitado sobre o carpete macio dormindo com Dragon deitado ao seu lado.

— Traidor. — o guitarrista resmunga olhando para o cachorro que parecia bem à vontade dormindo ao lado do loiro.

Como as coisas ficaram daquele jeito?

Castiel sente que talvez estivesse sendo bonzinho demais. Ou talvez fosse a culpa pelos anos que negligenciou tanto sua amizade com Nathaniel que nem sequer percebeu que este sofria violência doméstica. Mas seja lá o que estivesse acontecendo, estava passando tempo demais ao lado daquele loiro irritante e metido à sabe-tudo.

Mais tsundere impossível, Castiel desiste de ficar pensando besteiras e vai até seu quarto. Retorna com duas cobertas, largando uma sobre o ex-representante e deitando-se no sofá com a outra enquanto ligava a televisão com Branca se aconchegado sobre sua barriga.

Uma noite que acabou de uma maneira estranha, na opinião do ruivo.

 

— & —

 

Kentin sentiu seus dedos tremeren enquanto pairavam sobre o interruptor da campainha.

Estava nervoso demais, não fazia ideia de como iniciar uma conversa, como pedir desculpas. E se Alexy o expulsasse dali jogndo coisas em cima de si? E se Alexy gritasse consigo e dissesse que nunca mais querer o ver? E se Alexy nem mesmo atender à porta?!

O barulho da maçaneta virando interrompe seu conflito interno. Por um momento o bombeiro entra em desespero com o coração à mil e pensa na possibilidade de segurar a porta fechada por mais um tempo antes de decidir o que fazer.

Alexy olha Kentin do outro lado da batente e por um momento pensa em fechar a porta na cara deste. Mas depois de tanto pensar e discutir consigo mesmo, decide que seria infantil demais tal atitude.

— Er... Bem... Eu vim... — Kentin se atropela nas palavras sem estar preparado para conversar de fato, mas acaba perdendo a fala ao ver um sorriso se abrindo no de cabelos azuis.

— Chegou em boa hora, acabei de cobrir um bolo de chocolate. — Alexy estranhamente fala como se nada o incomodasse, ele dá um passo para trás e faz sinal para que o castanho entrasse — Vamos comer.

Simplesmente, como se nada tivesse acontecido.

E no fundo, Kentin soube que aquilo não era uma coisa boa.


Notas Finais


Música: https://www.youtube.com/watch?v=2X_2IdybTV0

Vou tentar responder os comentários atrasados no decorrer da semana, sorry por isso...

Não deixem de apontar os erros, meus olhos estavam viciados quando acabei então só dei uma lida por cima...

Desculpe as notas breves, mas estou com o tempo apertado, espero que tenham gostado e nos vemos no próximo! o/


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