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História Carta de Um Filho Rejeitado - Minha Pior Lembrança;


Escrita por: Myung-

Notas do Autor


Oi gente, desafio 100 temas, espero que gostem.
Na história Taehyung é um deficiente auditivo que participar de um programa para deficientes, algo que os incentiva a sempre se manter alegres e não desistirem da vida. Incentivando-os a ter uma vida normal mesmo com suas limitações, enfim, espero que gostem e leiam.

*Acontecimentos abaixo não são fictícios pois há muita gente por ai que passa por isso, beijos! <3

Capítulo 1 - Minha Pior Lembrança;


Aluno: Kim Taehyung 

Idade: Vinte e um anos  

Deficiência: Sou deficiente auditivo 

Tema do trabalho: Minha pior lembrança 

Para: Programa de atenção aos deficientes.

 

"Pelo menos eu não vou ficar esperando-o toda a noite perguntando para minha mãe quando ele vai voltar."

 

 

Há algumas semanas encontrei com meu pai. 

Foi um tanto estranho já que não o via há mais de quinze anos, eu não sabia como me comportar e parecia que era sufocante ficar ao lado dele sozinho. Ele perguntou se eu estava bem, se eu precisava de algo e disse que estaria ali para ajudar. 

Mas ele já estava atrasado demais para fazer essas coisas. 

Seus dizeres ecoaram em minha mente e a todo tempo eu me perguntava o porquê de ele jamais ter tentado fazer isto antes. Quer dizer, depois de quase quinze anos, agora ele queria recuperar o tempo perdido? Agora que eu já sou um homem formado e não preciso mais dele, ele quer me ajudar? Por quê? Por que ele não apareceu quando eu precisei dele? 

É que ele não queria ter o trabalho de me entender.  

Entender meus sentimentos, minhas frustações, meus medos, minhas vontades. 

 

Há quinze anos atrás minha mãe levou-me ao pediatra, ela estava estranhando o fato de seu filho aos seis anos ter dificuldades em falar e escutar. Ao receber o diagnostico da médica, ela descobriu que eu tinha ausência de audição, ou seja, eu era completamente surdo dos dois ouvidos. 

Havia muitos motivos para que isso acontecesse, poderia ser a minha demora ao nascer ou o estresse que mamãe sofreu durante a gravidez, mas para ela nada daquilo importava. Ela só se preocupava comigo e se haveria chances de eu voltar a escutar. 

Todavia aquilo era permanente e não havia como reverter. 

Meu pai ao descobrir àquilo ficou devastado, não soube sequer como reagir, ele que antes era bem próximo a mim começou aos poucos a se afastar. Parou de jogar futebol comigo, parou de jogar videogame comigo, parou de ser o meu pai. 

E eu passei a culpar-me por tudo isto. 

E se eu tivesse nascido saudável? Nada daquilo aconteceria. Era esse tipo de pensamento que passava por minha cabeça, mas eu só tinha seis anos, eu não tinha culpa, certo? 

As brigas entre meus pais passaram a ficar frequentes porque meu pai passava dias fora de casa. A ultima vez que ele discutiu com mamãe, ele desferiu um tapa em seu rosto, chorando, eu tentei empurra-lo para longe dela e ele me empurrou tão forte que eu bati com a cabeça na lateral da mesa da sala. Não desmaiei, entretanto senti uma forte dor não só na cabeça, no coração também. 

No dia seguinte ele saiu para trabalhar e nunca mais voltou. 

Desde então minha mãe, que é minha super-heroína, vinha batalhando para sustentar nós dois, hoje eu sou um universitário e consegui até um emprego em uma loja de roupas perto da universidade, foi um pouco difícil por eu ser deficiente, mas eu sou bem persistente. 

E foi lá que eu o encontrei. 

 

Foi difícil para que eu o abraçasse, foi difícil para que eu sequer trocasse uma palavra com ele. Quer dizer, já havia se passado tanto tempo e meu coração não estava preparado para àquilo, eu me sentia mal por estar em sua presença. Era como se eu estivesse enfrentando todos os medos de uma vez e sozinho. 

No entanto eu fui forte. 

Nossa conversa foi um tanto monossílaba, ele perguntava-me e eu apenas respondia em sinais sim ou não já que ele sequer sabia conversar em libras, pelo menos eu sabia ler lábios muito bem. Ele disse-me que queria recuperar o tempo perdido, que queria ter uma boa relação com seu filho e eu tive que lhe explicar que aquilo não era mais possível. 

Pois eu não queria recuperar o tempo perdido. 

Ele pediu, ele implorou, mas eu fui firme. Eu queria distancia, eu queria correr para os braços da minha mãe. Eu queria fugir dali, de perto dele. Não podia recuperar um relacionamento que nunca existiu.  

Depois de ser firme com ele, eu pedi para ele não me procurar mais e fui embora sem olhar para trás. 

Eu nunca precisei dele e não preciso agora. 

Eu aprendi tudo sobre relacionamentos, tudo sobre como é ser homem, como dirigir, como jogar bola (e eu sou muito bom nisso, tá?), aprendi tudo isso sozinho, passei quinze anos da minha vida sem ele. 

Eu quero um dia ser um pai melhor do que ele foi e não vou precisar da ajuda dele já que ele não vai ter o que me aconselhar sobre isso, porque ele não sabe como se ama um filho acima de qualquer coisa.  

Como você pode ver, eu não tive um bom modelo de pai, mas eu tenho a minha mãe que faz os dois papeis e jamais desistiu de mim. 

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado e sinto muito se você se identificou com a história. Ter um pai ausente é a pior coisa do mundo, eu sei.
Muito obrigada a você por ter acompanhado, beijos! <3


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