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História Cartas nas Sombras - O Início das Trevas


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 1 - O Início das Trevas


Fanfic / Fanfiction Cartas nas Sombras - O Início das Trevas

"Eu detesto saber que um homem sem uma alma, não é nada além de um frasco derramado”

 

Alfred me esperava ao lado do círculo onde estacionei meu BatMóvel, certamente ele já sabia do que se tratava.

A porta superior se abriu e o banco expansor me injetou para fora. A capa se abriu como asas, me ajudando a pousar com segurança ao lado do meu amigo. Ele já estava velho. Era de se esperar. Há 20 anos, sem atraso ou hesitação, ele me espera, e embora ele ache que eu não note, lá estava sua expressão cansada e angustiante.

- Como foi a expedição hoje, Patrão Bruce? - perguntou, desencaixando minha capa de encaixes que a seguravam, do meu ombro, ao centro do peito.

- Não muito bem - segurei a última costela direita, pressionando o ferimento, tentando estancar o sangue.

Caminhei em direção a mesa de ferro do outro lado das telas de operação e me sentei sobre ele.

- O que temos hoje? - Alfred esticou as luvas em suas mãos, agarrando um expansor e uma pinça com agulha - Musculatura rompida, tiro de bala, lâmina quebrada…?

- Bala - disparei.

Arranquei minha máscara de ferro maciço e couro, podendo então tirar a armadura que cobria meu torço. Deixei-os sobre uma cadeira e deitei-me na maca, virando a costela em direção ao mordomo.

- Eles estão tramando alguma coisa…

- A máfia ou toda a galeria de inimigos que você tem acumulado durante anos?

- Falcone e o Pinguim. Eles não se batem, não suportam um ao outro, mas estranhamente os capangas dos dois estavam atirando contra mim hoje à noite.

- Malditos vigarista.

Senti o puxar da bala e o barulho do metal cair dentro de um recipiente qualquer. O som da carne se juntando, conforme picadas sucessivas perfuravam o ferimento, não me machucavam mais como antigamente.

- O Comissário Gordon deu um alerta geral cinco minutos antes de você aparecer. Segundo ele, alguma coisa ruim está por vir.

Assim que as gases foram coladas, voltei a me sentar e pulei para fora da mesa.

- E que coisas ruins não acontecem em Gotham?

As luzes claras encobriam as sombras que eu insistia em ver, as sombras dos morcegos que se escondiam nas pequenas cavidades no teto, pendurados, dormindo, esperando como eu, algum chamado.

Eu estava na BatCaverna, sentando em frente a tela de produção, quando meu sistema abriu para o Departamento Policial de Gotham City. Eles transmitiam algo que eu esperava que fosse acontecer logo, logo. Ele estava me chamando.

A visão de um galpão escurecido retratou o mesmo homem que prendi diversas vezes e por pura diversão, escapava. Ele sorria o mesmo sorriso metálico que impus a ele, as tatuagens, as mãos presas a bengala. E um cadáver repousando sua cabeça em sua perna, olhando fixamente para cima, para ele.
“Olá povo de Gotham, é tão bom finalmente estar na ativa. Sentiram saudades? Acho que sim! Vejam só, tenho planos para vocês, meus queridos. Tanto que vou presenteá-los todos os dias daqui uns meses. Ah, Senhor C, mas para quê antecipar a surpresa? Possivelmente para que fiquem na expectativa. Será a melhor forma de manter vocês esperançosos pela minha chegada! Imaginem só? O GCPD lotando as ruas isoladas e medrosas, enquanto o povo de Gotham City se esconde amedrontado HA-HA-HA! Aliás! Olá Jim Gordon… Mas o principal: Batman! Olá Cavaleiro, como se sente esses dias? Soube que sua cidade anda silenciosa, não é de se esperar. Implantou o medo nesses seres indefesos. E quem sou eu para dizer como devemos reagir? Ora! Vocês mesmos sabem!  Me denominam como o Príncipe do Crime, o Rei de Gotham! Então vou fazer com que minha plebe reaja contra o Cavaleiro das Trevas, o Agente da Morte, o Homem de um exército só… Desculpe, discursei errado HA-HA! Boa noite, Gotham, e não se esqueçam… Os avisos dos Novos Tempos virão do céu…”

- Isso está ao vivo? - indagou Alfred.

Olhei para os dispositivos GPS e os detalhes diagnósticos ao lado do vídeo.

- Não. Foi há doze horas.

- A noite vai lhe tomar novamente, não é mesmo?

Ergui-me, pegando a capa de sua mão.

- Ela sempre toma.

 

O BatSinal cobria a noite tempestuosa. Chovia forte, com trovoadas estrondosas que poderiam deixar qualquer criança indefesa, com pesadelos.

Assim que o banco me injetou para fora do BatMóvel, acionei o cabo de aço do meu pulso, que se prendeu ao topo de uma haste de aço sob o GCPD, meu corpo foi puxado para cima no mesmo instante, sendo carregado pelos ares até pousar ao lado da imensa lanterna.

- Boa noite, Gordon.

- Boa noite, Batman.

Seu sobretudo tremeluzia conforme o vento soprava forte, juntamente com a chuva. Seus óculos, embaçados, vez ou outra tinham que ser limpados para rechaçar as gotículas de água que borravam as lentes.

- O que temos hoje?

- Você viu os noticiários?

Parei ao lado da grande lanterna e afirmei.

- O povo de Gotham está apavorado. “Um sinal do céu”. Pela primeira vez na vida pensei que ele usaria o BatSinal como campanha para o seu caos, mas então notei que ele estava falando de outra coisa.

Ele estendeu para mim um envelope roxo, com uma cédula sorridente como adesivo. Peguei-o. Ao abri-la, vi um pequeno papel pardo de caligrafia descuidada.

 

Posso te queimar ou te fazer sorrir.

Em momentos de festa, eu só faço o céu explodir.

Quem sou eu?

 

- Fogos de artifício - disse eu, esperando que meu raciocínio estivesse certo.

- Foi o que eu pensei.

- Mas não existe nenhuma fábrica de fogos de artifício em Gotham.

- Você não soube?

- Do quê?

- Vai ser inaugurado uma. O prefeito decidiu usar um dos depósitos químicos abandonados para criar essa tal fábrica.

- E quando vai ser inaugurada?

- Daqui duas semanas. Mas Batman… charadas não são coisas do Coringa.

Acionei novamente meu dispositivo no pulso, agarrando as pontas de aço em uma gárgula a poucos metros dali.

- Coloquem seus homens para vigiar o lugar. Vou procurar mais informações.

Puxei meu pulso para trás, ativando o dispositivo, que me impulsionou pela noite a fora, sobrevoando a Gotham desastrosa que insisto em concertar.

Meus pés pregaram-se na gárgula. Eu me ergui em meio a escuridão e pude ouvir os sons das viaturas em meio ao trânsito. Apertei o seguinte dispositivo do meu antebraço direito, que iluminou o holograma de uma tela com o rosto rosado em meio ao coque malfeito ruivo que Bárbara Gordon, a Oráculo, costumava usar.

- Olá, Bruce.

- Bárbara, existe algo errado. Os capangas do Falcone e do Pinguim se juntaram para atacar um hospital ainda hoje, e agora, após a apresentação previsível do Coringa, li o bilhete que ele deixou no GCPD. Uma charada.

- Será que eles não se juntaram novamente? Como quando aconteceu o terremoto?

Há quinze anos, devido a alguns vilões indesejados, houve um terremoto em Gotham, demoramos anos para reconstruir o lugar, e principalmente, voltar a prender todos que conseguiram fugir do Asilo Arkham naquele período de tempo. Os malfeitores uniram forças contra a Polícia de Gotham e a mim, causando mais discórdia a essa terra.

- Acredito que não, mas vou investigar. Ligações incertas estão se formando. Não duvido que Hera Venenosa se junte a Mulher-Gato daqui a pouco. Quero que investigue para mim a nova Fábrica de Fogos de Artifício que o Prefeito vai inaugurar.

- Certo. Mas Batman, não é melhor pedir ajuda do Tim? Ou do Dick?

- Eu estou bem, Bárbara. Tim está com os Jovens Titãs agora, e Dick provavelmente deve estar ocupado. Me sinto melhor trabalhando sozinho em Gotham sem saber que alguém que me importo vá sofrer algo por minha causa.

- Você ainda se culpa pelo Jason… Bruce eu…

- Está tudo bem, Barb. Me informe assim que encontrar algo suspeito.

Troquei o holograma da tela apertando um botão no antebraço, dando a visão de Lucius Fox. Seu cavanhaque aparado contrastava com seu rosto enfadonho.

- Olá, Lucius, preciso saber como anda a minha armadura.

- Depois da luta com o Superman as coisas não parecem estar nada boas, mas estou trabalhando o melhor que eu posso reconstruindo outro. Vou criar novos modus operandi com a intenção de dar mais movimentação para seus golpes e um novo tecido mais conciso que o kevlar, Alfred falou comigo sobre os “arranhões” que andam tendo em seu uniforme. Até o fim do mês você terá uma armadura tão potente quanto a estrutura óssea do Homem de Aço.

- Obrigada, Lucius.

Desliguei o dispositivo e voltei a observar a grande Gotham que me esperava essa noite. Ativei as lentes de visões múltiplas para observar cada beco com precisão. Estávamos chegando em um patamar suicida.

Ativei o BatMóvel assim que olhei para o porto. Ali estava algo, melhor, alguém, que me daria as respostas que preciso.

Pulei do alto do edifício em uma velocidade irreal, vendo o BatMóvel parar abaixo de mim, abrir a porta superior e me deixar pousar dentro dele, dirigindo-me em direção ao pier 16 do porto de Gotham City, o mesmo lugar em que fui fisgado pelos planos de fascínio da namorada do Coringa.

As ruas, embora nebulosas e taciturnas, pareciam estreitas e desatentas, como um beco escurecido que atravessei diversas vezes, e agora, para ter certeza de que eu realmente o conheço, observo com mais atenção. As estradas se cruzavam em colisões de carros empoeirados. Prostitutas se escoravam nos muros e drogados a assediavam com assobios e subornos por bebidas. Nada disso era incomum em Gotham City.

Ao chegar perto do porto, notei que apenas três barcos de transportes estavam presos na Costa.

Deixei o BaTMóvel estacionado a uma quadra do pier 16 e caminhei em meio as sombras, me camuflado dentre os botes descarregados e caixas empilhadas, procurando localizar qualquer boicote ou ataque surpresa que poderia vir a acontecer, mas não havia ninguém. Não havia nnguém além de um carro vermelho estacionado em frente ao pier.

Uma moça saiu da pequena estrada de madeira e foi até a garota, que lhe entregou um bebê que chorava histericamente. Ela o pegou no colo e disse algo que eu não consegui ouvir, embora meus sensores auditivos estivessem ampliados, mas assim que dei um passo, a voz desregular soou firme.

“Você tem certeza disso? Quero dizer… Sabe que pode visitar ela quando quiser, não sabe?”

“E eu vou sim, pode ter certeza”, sussurrou uma segunda voz “Só quero que Lucy fique longe de Gotham, ele não pode saber”.

"Ah, querida, como chegou a esse ponto?"

"Sinceamente, eu não sei. Mas o meu palpite? Amor!"

Afirmando, a moça com o bebê entrou no automóvel, que rapidamente saiu em disparada para longe do porto, acendendo seus faróis, antes apagados. Corri em direção a mulher que se afastava do pier  e a agarrei pelo pulso. A lapela roxa cobria seu corpo. As marias chiquinhas foram substituídas por uma longa trança de raiz, com as cores se alternando em ondas ao final amarrado.

Seus olhos não sorriam como antes, estavam minguados, engolindo o choro.

- O que faz aqui, Arlequina? - perguntei.

- Me solta, Batsy!

Ela tentou se debater, mas meus dedos fincaram com mais força em seu pulso.

- Onde ele está?

- Ele quem?

- O Coringa!

- Eu não… eu não sei nada dele! Estamos separados faz quase um ano!

- De quem era aquele bebê?

Sua expressão enfurecida se tornou compassiva, cautelosa.

- Era meu.

- Seu?

- O nome dela é Lucy, tudo bem? L-u-c-y! E antes que pergunte, não, ela não vai namorar nenhum dos seus Robins quando crescer, agora pode me soltar?

- Porque você entregou Lucy para aquela mulher?

- O Senhor C piraria se soubesse que tem uma filha. Nunca poderia acabar com os planos dele, então deixei com que minha irmã cuidasse da criança, está satisfeito? Pode me deixar agora? Tenho quilos para perder e uma Hera me esperando voltar para casa, benzinho, então me solte, trouxa!

- Negativo.

Coloquei seu punho para baixo juntamente com sua outra mão e a prendi nas algemas que arranquei do meu cinto de utilidades.

- Você vem comigo.

Ela bufou alto, pisando firme no chão enquanto era levada por mim com uma facilidade intrigante.

- Deve estar se perguntando porque eu estou indo numa boa, não é? Beeeeem… Eu não me limito mais a fazer maldades. Não! É sério! Me cansei da vilania! - disparou, assim que notou minha expressão que demonstrava uma grande dúvida, de que o que ela estava falando, era verdade - Hera me ajuda a lidar com minhas ansiedades pelo assassinato e Bud e Lou são como um mantra para mim. Não preciso mais do Senhor C para me bater ou de capangas me prendendo dentro de um cômodo com corpos mortos…

Parei. Olhei-a.

- Corpos mortos? Aonde?

- Foi… Modo de dizer rapaz - parou para pensar rápido - Sabe como é. Como quando a gente fala “estou morrendo de fome”, mas a gente não está literalmente morrendo de fome. Entendeu, não é moranguinho?

Coloquei-a dentro do BatMóvel assim que chegamos na quadra em que o estacionei, entrei logo em seguida e me dirigi até o centro de Gotham City, podendo enxergar os bares repletos de alcoólatras e fumantes.

- Deve ser tãooooo chato cuidar de uma cidade já perdida, não é?

Pisei no freio assim que a multidão se aglomerou em frente ao BatMóvel. Elas não estavam vindo contra ele, mas sim em frente a ele, olhando para a imensa tela do edifício de uma Empresa de programações.

Celulares começaram a apitar do outro lado do parabrisa. E as pessoas, intrigadas, começaram a conversar entre si.

A tela escura emitia um som agudo e oscilante, que logo se tornou uma risada estrondosa, capaz de percorrer quilômetros.

Sem que eu notasse, outras centenas de telas começaram a aparecer em edifícios maiores, dando amplitude para que todos conseguissem enxergar.

A atenção se voltou para as telas, que de negras, tomaram cores enevoadas de verde e roxo, rapidamente mudando o cenário para uma mesa cirúrgica, onde o que aparentava ser o Coringa, estava deitado sobre ela.

- Pudinzinho! - gritou Harley, avançando para frente do vidro.

Definitivamente ela não estava livre dele.

Apertei um dos rádios do BatMóvel, ligando para Bárbara.

- Oráculo, quero que identifique de onde esta vindo essa transmissão de vídeo, o mais rápido possível.

O cômodo era compacto, de um tom acinzentado, não havia nada além da mesa cirúrgica e o pequeno arsenal de equipamentos médicos.

- Sabe Batman, existe um momento de nossas vidas em que não se pode negar a veracidade da situação. Estamos em um jogo aqui! Um jogo que apenas um pode vencer. E quem aqui não gosta de um bom jogo de guerra? Ahhhh, não posso dizer por todos, mas eu sim, principalmente aqueles que temos que usar brinquedos! - riu alto.

A voz não vinha dele, ao menos não dava para saber que vinha dele.

- Batman, não existe qualquer evidência de onde vem o vídeo e em que lugar foi gravado, mas continuo tentando.

A mesa cirúrgica se ergueu, ficando de pé, e um Coringa de samba calção dourada arrancou o lençol branco que o cobria.

Havia algo de errado com o seu rosto. Algo distorcido que o tenha deixado dislexico.

- Mas… Olha o que temos aqui!

Ele saiu da frente da câmera por um instante, mas rapidamente se posicionou em frente a ela, trazendo um homem numa cadeira de rodas, preso pelos pulsos e calcanhares.

Minhas mãos se fecharam em punhos.

Onde esse maldito se meteu?

- Ele é sempre tão legal com que ele conhece, não é mesmo Batsy? - Harley suspirou, apoiando o queixo nas palmas abertas.

- Cale a boca.

- Vocês não devem conhecer este homem - bateu no braço do homem de jaleco hospitalar, um homem negro de nariz fino e óculos quadrado - Ou talvez sim, ele é o diretor do Hospital Central de Gotham City. Sabem porque eu estou com ele? Vejam bem… Sabe o que dizem sobre pessoas boas? Que elas também podem ser muito, muito más.

Ele agarrou uma faca presa na parte de trás de sua cueca e a dançou no ar, se aproximando da câmera.

- Vivemos em uma cidade em que um assassino estuprador coordena o centro médico, não é irônico? Ha-Ha! - saltitou até o médico - O nome dele é Steve, Jorge Stevenson. Steve só para os mais próximos, não é mesmo, Steve? - disse no ouvido de Jorge, que trêmulo, não conseguia falar uma palavra sequer - Normalmente não gosto de atenção. Soube que a internet é um ótimo ramo, por isso estou mandando isso ao vivo para o YT e claro, para as telas de Gotham, e sabe o que isso me deu acesso também? A livre escolha de vocês hehehaha! Vejam. A Polícia pode dizer a vocês sobre ele. Estuprou duas crianças de quatro anos e assassinou a própria mãe! Ahhhhh, mas que homem mal!

Um alvoroço começava a se formar na multidão. Cochichos e indagações raivosas corriam pelas ruas.

O Coringa correu até os arsenais onde surgiu uma garota de chiquinhas ruivas e um grande vestido roxo com diversos HAHAHA em vermelho.

- Acredito que não tenham lhes apresentado minha nova companheira. O nome dela é Ema. Mas podem chamá-la de HiEma hahaha. O que tem para mim hoje, meu amor?

Ela arrancou do arsenal uma seringa de conteúdo amarelo e rapidamente cravou a agulha no pescoço de Jorge, que gritou alto, tentando se soltar.

- Quem é essa vagabunda? - perguntou Harley Quinn - Ah… Mas eu vou acabar com essa cara de peixe!

HiEma se sentou no colo de Jorge e sorriu para ele. O Coringa a olhava de um modo diferente, talvez de um modo atrativo que Harley nunca conseguiu receber dele.

- Me diga, docinho, o que ele fez com você? Prestem atenção, pessoal, essa é uma cena bem importante!

- Ele… Ele me drogou na sala de cirurgia… Dispensou os médicos… Porque fez isso doutor? Eles não eram úteis? - disse ela, triste - Você arrancou meu vestido, mas… Porquê? Porque estava tocando lá? Pare… Ah, por favor, pare! - começou a chorar e rapidamente cessou as lágrimas, rindo e beijando os lábios endurecidos de Stevenson.

HiEma saiu de seu colo e parou ao lado do Coringa.

- Batman, Jorge Stevenson não matou ou estuprou ninguém - avisou Oráculo - Na verdade ele é um dos homens com as fichas mais limpas de Gotham. Sua mãe ligou para o GCPD desesperada agora mesmo.

- Por favor, Oráculo, seja mais rápida.

- Dick está procurando nos armazéns abandonados…

- O quê? - perguntei, alterado.

Recebi um chute no queixo da Harley, que se jogou contra a porta, correndo para fora num impulso desesperado.

- Harley Quinn fugiu, não tenho tempo para isso. Onde ele está?

- No final da Zona Leste de Gotham.

- Droga!

Tentei me afastar da multidão e dirigi em direção a Leste de Gotham.

- BatMóvel, reprodução automática

Ao lado do meu visor do parabrisa, o vídeo que o Coringa transmitia começou a tomar forma.

HiEma enfiou mais duas agulhas nas artérias de Jorge. Pelo que se podia ver, a medicação trincava os músculos de sua mandíbula, impedindo que falasse.

- Lembra o que disse para mim, Sr. Steve? - perguntou o Coringa, se aproximando do rosto do médico - Disse que poderia me dar um rosto novo. Mas que ultraje! Eu não quero um rosto novo! Eu quero me livrar dele! HAHAHA!

Como se a pele fosse de fácil remoção, ele cravou as unhas na mesma e começou a puxar, gritando conforme a carne vermelha surgia, sangrando o chão e suas mãos. Ao chegar na metade da remoção, ele parou a gritaria e o tirou sem gritar, mexendo a pele flácida em suas mãos, apertando, embolando entre os dedos e rapidamente, a abrindo novamente.

- Brincadeirinha, pessoal! Eu já tinha arrancado meu rosto antes HA-HA! - chacoalhou a pele e rapidamente se virou para Jorge - Quem sabe eu não te um rosto novo agora, não é mesmo?

Jorge Stevenson sacudia a cabeça em negativa, mas HiEma segurou o rosto do homem e o Coringa colocou seu rosto retirado no do dele.

- Vamos, povo de Gotham! - iniciou.

- Oráculo, rápido!

- Estou fazendo o máximo que eu posso!

HiEma acionou um relógio eletrônico e o deixou sob um rádio.

- Vocês escolheram se esse monstro vive ou morre! Não que eu esteja pagando de justiceiro agora, claro que não, longe disso. Mas sabe, gosto de ajudar as pessoas de vez enquando - seu rosto em carne viva sorriu, fazendo com que sangrasse mais, ele mentia descaradamente, mesmo sem a pele - Sei como estão cansados de tudo isso. De pessoas que morrem sem justiça. De pessoas que vão presas e são libertadas mesmo depois de cometerem crimes horrendos! E sabe o que é isso? Furo. Na. Lei! Então dou a vocês o voto de confiança. Injetei nele um soro que, certamente, só eu tenho a cura. Terão um minuto para me dizer se ele vive ou morre! Abaixo da tela dos celulares de vocês terá as alternativas. Que os jogos comecem!

HiEma apertou o botão do rádio e uma música começou a ressoar. Ela pegou o Coringa pela mão e ambos começaram a dançar. Se tratava de alguma versão mais agitada de I Want You Back dos Jackson 5.

- Encontrei! Continue indo para o Leste! Fica no edifício depois da Catedral de Gotham City. Eles estão no último andar. Dick também está indo para lá. Boa sorte, Bruce.

Acelerei o BatMóvel, entrando em becos e ruas devastadas.

O tempo passava e a dança permanecia, ambos  estranhamente próximos demais. Ele a deitou em seus braços e beijou-lhe o pescoço mesmo sem lábios. Ela mostrou a língua para o médico e assim que a música parou, o Coringa não a devolveu de pé, apenas a jogou no chão.

- O tempo acabou!

A Catedral estava a minha frente. O banco injetou-me para fora e eu voei para cima, planando pela capa.

Cai sobre o teto da Catedral, correndo até o outro lado, jogando-me contra a janela de vidro do edifício a frente.

As luzes acinzentadas ainda estavam em posição quando as encontrei. Não havia mais Coringa ou HiEma. Apenas Jorge Stevenson com um sorriso endurecido estampado no rosto e o rosto do palhaço grudado do outro lado da parede.

Aproximei-me da câmera e da tela do notebook. Os números da votação estavam ali.

A morte ganhou

 


Notas Finais


Eu juro que quando acabar essa fic eu volto pra rotina normal de devoção as histórias da Harley, mas sério! Amo demaaaais o Batman e precisava muito de fazer essa fic❤
Espero que gostem e me ajudem a compartilhar todo esse amor🍮🍮🍮❤


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