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História Cartas nas Sombras - Mister Asylum


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 16 - Mister Asylum


Fanfic / Fanfiction Cartas nas Sombras - Mister Asylum

“A verdade é que eu não consigo respirar

E eu não posso sentir e eu não posso me mover

Mas eu posso ver onde estou agora

É este o inferno, eu não posso dizer

Está ficando mais quente e eu estou começando a pensar

Que talvez não há nenhum Deus...”

 

 

A entrada do Asylum Arkham parecia mais sombrio do que normalmente seria...

Os portões de ferro estavam escancarados, e com ele, uma horda de inúmeras viaturas do GCPD, onde parte dos policiais carregavam armas de alto calibre, apontando para as janelas aleatórias de cada prédio.

Bullock continuava de licença devido ao ataque contra a sua família, causado, desta vez, pelo Sr. Frio. Soube que ele decidiu cuidar da filha por conta própria e por isso, deram a ele a quantidade desejada de dias para se ajustar. Estou dizendo isso porque o novo companheiro temporário do Comissário Gordon é um veterano do exército de 49 anos, calvo e com uma barba rala e grisalha, que traga um maço de cigarros por dia, o que dava a ele uma morte imediata por câncer de pulmão daqui dez anos.

James Jim Gordon apontava para a entrada principal, dando ordem para um dos policiais. Seus óculos estavam pingados pela garoa que fazia com que minha capa tremeluzisse. Me aproximei assim que o policial foi embora.

- O que está acontecendo no interior do prédio? - perguntei.

- Diz como se ninguém houvesse notado o seu desaparecimento nos últimos três anos! Sabe o quanto o GCPD teve que lutar para prender metade dos assassinos desta cidade? - gritou baixo entre os dentes.

- E antes que eu aparecesse, vocês esperavam outro alguém para fazer o seu trabalho?

Ele se calou quase que instantaneamente.

- O que você está acontecendo?

Suas mãos apertaram as pálpebras cansadas. A testa franziu e então ele afirmou, como que entendendo tudo o que houvesse se passado, em instantes.

- Houve uma rebelião na parte do refeitório a poucas horas. Disseram que estava tudo sob controle… Ao menos até alguém abrir as portas dos pacientes da ala de segurança máxima.

- Eu vou entrar.

Comecei a andar em direção a entrada principal, ouvindo-o dizer algo que não prestei atenção.

Havia algo de muito errado nisso e podia adivinhar que tudo isso tinha haver com um sorriso retorcido.

Os corredores gritavam em sons ensurdecedores. As luzes piscavam, mostrando um caminho completamente diferente do que eu imaginava.

Durante anos caminhei por esses prédios, andando sobre esse chão e percorrendo portas que muitos nunca encontrariam. Mas agora parecia que eu não reconhecia nada. O concreto não parecia o mesmo.

Ouvi risadas vindo do leste e me perguntei se a Harley estaria aqui. Se o Coringa teve enfim a capacidade de voltar às suas raízes.

"Talvez não hoje, patrão Bruce”, podia ouvir Alfred dizer a mim uma vez “Talvez não amanhã, nem mesmo no mês seguinte, mas quando ele perceber o quanto precisa dela para descontar sua fúria - e ele vai perceber - então o Coringa definitivamente vai arrastar-se para fora de onde quer que ele se esconda e irá buscá-la.".

Caminhei por entre um corredor íngreme e escuro, ativando minha visão noturna, que, pelo tempo em que deixei de usá-la, não funcionava muito bem. A marca de poeira continuava presa nas lentes.

Disparos sucessivos de metralhadoras me obrigaram a correr até a ala médica, subindo um lance de escadas moídas por buracos de bala. Assim que cheguei, não havia nada lá, além de uma pilha de mesas socadas contra a base de vidro onde as cozinheiras entregavam as refeições, ao lado da enfermaria.

Acionei o dispositivo em minhas lentes, detectando o sensor de movimentos e o calor corporal, mas através dessas paredes não havia nada além de um borrão verde escurecido.

"Será que meus ouvidos estavam me enganando?", pensei comigo mesmo.

Ouvi um som de metal reverberar pela ala sul, onde estavam os mais comuns dos pacientes, aqueles que deveriam ser tratados da forma mais ágil possível, que ainda tinham cura por assim dizer.

Ninguém mente quando diz que o Asylum Arkham enlouquece as pessoas.

Há algo aqui que não me cheira bem, e embora eu tenha feito a barba às pressas no BatWing, a loção pós-barba parece muito mais conveniente do que a sensação de morte que está me tomando por completo.

Novamente os barulhos vindo da ala sul.

Havia algo de muito errado ali.

Corri mais uma vez, sentindo meu corpo fatigar, tomando toda a minha energia, sugando-a como sopa.

Tentei acionar o rádio de comunicação em meu antebraço, mas Oráculo, muito menos Damian, Dick, Alfred ou Tim conseguiam me contatar. Com Certeza deveria existir algum bloqueador de sinal em algum lugar deste Arkham, mas eu não me lembrava.

"Por que eu não me lembrava?", gritava comigo mesmo mentalmente.

Rechacei as perguntas e pensamentos da minha cabeça.

Eu não precisava de questionamentos agora, não quando eu ainda tinha que saber o porquê da rebelião e quem tirou os detentos da ala de segurança máxima!

Comecei a ouvir meus próprios passos no chão.

Nenhum ruído ou grito.

Nenhum barulho alheio ou disparos.

Tudo estava totalmente silencioso e isso deixava minha espinha congelada, como se houvesse algo muito pior por trás disso.

Bati contra o meu dispositivo, sentindo o suor escorre da minha testa para a lateral do meu rosto, até chegar a ponta do meu queixo e pingar, chiando assim que tocou no chão.

Estranho.

Respirando fundo, decidi andar pelas escadarias e descer dois lances de escada, chegando ao primeiro nível subterrâneo.

Com apenas as batidas do meu coração e meus próprios passos, que havia esquecido de como decorei, comecei a tatear meu cinto de utilidades, encontrando uma quantidade insignificante de apetrechos que seriam completamente desnecessários agora, sem levar em consideração que metade dos bolsos estavam cheios de areia.

Encontrei por fim um sinalizador e o apertei firme, assim que, do outro lado da porta do corredor subterrâneo, comecei a ouvir vozes:

- Shhhh… - um coro se digladiavam para ver quem ficava mais quieto - Ele pode nos ouvir. Shhhhh…

Puxei o pino do sinalizador assim que minhas lentes de visão noturna pararou de funcionar. O brilho incandescente branco começou a soltar uma fumaça acinzentada.

Sem medo, puxei a abertura da porta para trás, dando visão de todo o seu interior como um relâmpago de horror, deixando-me trêmulo, boquiaberto, sem pronunciar qualquer palavra a não ser…

- Oh meu Deus...



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