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História Cartas nas Sombras - Bem-Vinda de volta, Lucy


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 9 - Bem-Vinda de volta, Lucy


Fanfic / Fanfiction Cartas nas Sombras - Bem-Vinda de volta, Lucy

“Uni, duni, tê!

Pegue sua dama pelos seus pés

Se ela gritar, não deixe-a ir

Uni, duni, tê!”

 

 

Um, dois, três.

Quatro, cinco, seis…

Sete, oito… Oito… Dezenove… Droga! Perdi a conta!

Mais uma vez!

Um… Dois… Trinta e quatro?

Enchi minhas mãos, em concha, com a água que escorria da pia do banheiro público de Gotham e limpei meu rosto cansado.

Três anos e trinta e quatro dias… Como o tempo passou tão rápido? Ele pareceu congelar em instantes e então… Então tudo virou um caos… Como o Sr. C sempre quis. Ninguém tentou tomar o poder dele depois que continuaram a achar que estava morto. Já o GCPD só estava esperando alguém puxar o gatilho.

Manifestações em frente ao Departamento Policial de Gotham City crescia a cada momento. Eles consideravam o Mr. J como um ídolo, normalmente estes eram os anarquistas, que pareciam vir das cidades próximas para conseguir alguma coisa… Será que eles conseguiam? Eles usavam máscaras de palhaços, erguiam mastros com um Batman de pano, enforcado, assim como placas: Morte ao Batman! Mas eu sabia, de algum modo, que meu pudinzinho não estava morto. Eu não o encontrei quando o vi com a HiEma e isso me deixava cada vez mais aflita. E se ele realmente morreu? O que eu poderia fazer? A pele dele ainda está lá, presa num mural para que todos os policiais pudessem ver, ninguém nem ao menos sabe se eles a estão conservando. Hera não quer mais falar comigo depois que decidi levar Bud e Lou para longe, atrás de ver como Lucy estava… Ah Lucy… Eu tinha medo do que poderia acontecer com ela. Ainda mais agora.

Havia matérias reportando, a cada momento, acontecimentos horríveis que nem eu mesma faria.

Foi numa dessas transmissões que eu pude ver, ao sair do banheiro público, a voz do Espantalho soando ao fundo. Seu rosto estava em todos os prédios, os mesmo em que o Sr. C apareceu. Colocando uma touca preta e levantando a lapela do meu sobretudo preto, tentei me infiltrar em meio as pessoas, chegando o mais próximo possível para ouvir. A matéria havia acabado de mostrar um ataque de pânico dentro de uma lanchonete onde boa parte morreu de ataque cardíaco causado por… Medo.

“Essa demonstração usou apenas 150ml da minha toxina”, seu rosto surgiu, a imagem de um saco de palha e as mãos repletas de agulhas “Amanhã, isso irá parecer brincadeira de criança”, sua voz soava distorcida devido ao cilindro que ele carregava na boca “Gotham, este é o único aviso que vou dar”.

Quase que como um alerta, meu celular tocou e eu o atendi rapidamente, assim que notei que era a minha irmã. O alvoroço começou a se tornar esquizofrênico ao meu redor, todos gritavam e corriam, logo, eu tive que entrar em um beco silencioso, ainda assim apertando o fone do celular contra o meu ouvido.

- Alô? - indaguei - Alô? - tapei o ouvido livre.

- Ela matou ele! - disse a voz chorosa do outro lado.

- O quê?

- Ela… A Lucy… Ela matou ele.

- Ele quem?

- Berry… Ela cortou a garganta do gato Berry.

- Onde você está? - perguntei.

- Estou em G-Gotham - suspirou - No porto… Onde você me entregou ela.

- Sophy o que você vai fazer? - perguntei, tentando manter a calma, mesmo estando desesperada - Sophy me espera aí agora! Não faça nada!

Eu corri o máximo que puder, mesmo com a bota do meu uniforme. Não me lembro quantas vezes eu tropecei ou ralei o joelho, quantas vezes eu pedi a mim mesma para avançar o mais rápido que podia. Eu só fui. O suor queimava o meu rosto, assim como a velocidade parecia ácido corroendo meu coração.

A quanto tempo eu não via Lucy...? Eu não tinha certeza.

Por Deus! O que ela fez?

O pier estava mais lotado que o normal, mas o carro de Sophy estava estacionado no mesmo lugar quando a entreguei minha única filha. Ela segurava a menina no colo, os olhos marejados, da mesma cor que o meu, os cabelos negros presos num coque alto acima da cabeça. De calça jeans surrada, salto alto e uma blusa de frio preta que cobria o pescoço, ela me esperava impaciente, olhando para todos os lados.

"A quanto tempo eu não a via?", perguntei a mim mesma em pensamentos.

Lucy era a criança mais linda que eu já vi em toda a minha vida… E não era só porquê ela era minha filha, mas porque ela era realmente linda. Seus olhos grandes e azuis puxaram aos meus, assim como o cabelo branco, sua pele era mais pálida do que a de todas as crianças, e seu sorriso, o maior de todos… Sophy a levara no médico quando viu como todas suas características se assemelhavam a mim e a do Sr.C… Bem… Ele disse que Lucy havia sofrido forte contato com ácidos químicos e por isso resultou em sua modificação física, mas isso não a impediria de ser uma garota tão normal quanto as outras… Droga! Não fizemos o teste psiquiátrico!

- Mãmãe! - gritou Lucy, esticando seus bracinhos para mim.

Sorrindo, a peguei no colo, beijando sua bochecha antes que ela enrolasse suas pernas em mim.

- Eu não vou poder ficar mais com ela, Arle… Me desculpe.

- Mas Sophy, eu não tenho como…

- Mamãe acha que você morreu, assim como papai e os nossos dois irmãos… Eu também achava até você falar comigo há 4 anos, então eu acho que seja melhor assim. Eu adorei tê-la comigo, não me julgue, mas eu não posso ficar com uma criança que pode me matar a noite.

- Está exagerando - disse eu, rindo para Lucy, que riu para mim.

Sophy arrancou de dentro do carro uma mala vermelha e me entregou.

- Foi bom saber que está bem, mana - disse, entrando no carro.

- Então é isso? - ouvi a partida - Vai embora então bebezão! Espero que o Espantalho te pegue! - gritei e mostrei a língua para ela assim que a vi pisar no acelerador.

Assim que me vi sozinha com Lucy no pier, pensei em como tudo isso parecia, de certa forma, monstruoso. As pessoas se debatiam para entrar em ônibus próximos de nós, policiais fizeram guarda para que tentasse acalmar ao máximo toda essa situação.

"O que tudo isso significava?"

Eu não sabia bem. No entanto, segurando firme a mala nas mãos e Lucy no meu outro braço, andei com ela por Gotham. Sua touca felpuda vermelha deixava os cabelos em caracóis pulando para fora, uma meia calça branca era coberta por um sapatinho preto, que por vez, era coberto por um vestido branco com diversos corações roxos.

Ao chegarmos no apartamento decrépito que aluguei meses atrás, coloquei Lucy no chão. Bud e Lou correram até Lucy, lambendo-a enquanto ela se espremia, rindo com eles, caindo no chão e os apertando para perto de si.

Arrancando o sobretudo, fiquei frente a janela do apartamento, no décimo oitavo andar, olhando para baixo, olhando para como tudo parecia se tornar cada vez mais perigoso e caótico, do jeitinho que eu gostava. Sorrindo, sentei-me no sofá, ainda olhando para fora.

- Eu adoro Bud e Lou, mamãe - ria a menina.

- Eu também, Lucy… - suspirei, afundando meu queixo no meu braço dobrado - Eu também.

Depois da morte de Talia, tudo cessou. E agora, que a ameaça do Espantalho funcionou, um dia se passou, ontem Gotham City tinha 6,3 milhões de pessoas. Hoje… Muito menos.

As únicas pessoas que sobraram nas ruas é do tipo que gostam do caos. A escóriaCriminosos… E até piores, como eu, como o Sr. C…

O Departamento perdeu o controle de Gotham em 24 horas. E agora ela depende apenas de um homem para salvá-los… Mas ninguém sabe onde ele está.



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