História Cartas para KyungSoo - Independente de tudo

Domingo, 11 de setembro de 2016.

Olá, KyungSoo.

Ontem eu fui a uma festa, aquelas festas bem como nos filmes americanos que nós costumávamos assistir juntos. A convite do meu primo SeHun, pois era seu aniversário, e a festa foi na casa de um amigo dele. E por que eu estou lhe contando isso, KyungSoo? Porque eu fiz uma coisa horrível, e você não tem noção do quanto eu estou  me sentindo mal por isso. Eu estou péssimo.

Eu beijei outra pessoa, KyungSoo. Não só uma, mas várias pessoas, uma atrás da outra. Eu bebi, e bebi muito. Fumei incontáveis cigarros. Fumei maconha. Eu não lembro muito bem dos rostos das pessoas que beijei, e só me toquei do que havia feito quando, ás 06:30h de hoje, cheguei em casa e deitei em minha cama. Porém, KyungSoo, esse ainda não é o problema. Não se choque com o que eu vou lhe contar agora, e por favor, não me crucifique antes que eu lhe diga que eu realmente não sabia que aquilo ia acontecer.

Eu entrei em um carro com um dos caras que eu fiquei, acho que seu nome era Kris. O plano era irmos juntos comprar mais cigarros, já que os da festa estavam acabando. Porém, KyungSoo, logo depois que eu saí da lojinha em que paramos e voltei pro carro com duas cartelas de cigarro na mão, ele puxou meu braço com força, e me beijou. Eu não retribui esse beijo, mas ele me segurou com força, lambeu meu pescoço, e eu senti nojo dele. Pedi que ele parasse, tentei afastá-lo, e ele o fez. Ele o fez por apenas 5 minutos. Foi esse tempo que ele usou pra simplesmente sair da frente da lojinha em que havíamos parado e entrar em uma rua escura. Entenda, KyungSoo, que eu estava tão assustado com o que tinha acontecido antes que eu sequer percebi que o caminho que ele fez com o carro não era o caminho que nos levava de volta à festa.

Ele parou o carro em frente a um terreno baldio, e foi aí que eu percebi o que ia acontecer. Ele era um cara grande, devia ter uns 1,90m de altura e era forte. Eu não teria como fugir dele mesmo que quisesse. Colocou a mão na minha coxa, apertou. Eu deixei transparecer que eu estava bem desconfortável com aquilo, mas ele não parou. Subiu sua mão. Alisou meu corpo, com calma, me deixando ainda mais aflito. Deitou o encosto do banco do passageiro, aonde eu estava sentado, e subiu em cima de mim, me deitando. Me beijou mais uma vez, sugou meu pescoço de novo, tirou minha blusa. Eu NÃO SABIA como reagir aquilo, a bebida e as drogas estavam em seu ápice no meu corpo, e eu estava mole, sem reação, à mercê de qualquer coisa que ele quisesse fazer comigo.

E assim ele fez. Transou comigo, e eu não consegui fazer nada que não fosse chorar durante toda a ação. Eu o sentia dentro de mim, doía demais, eu chorei muito, e ele continuou indo, dentro, fora, dentro, fora, com mais força, mais rápido, devagar, até seu fim. E quando o fim chegou, KyungSoo, ele se vestiu, voltou pro banco do motorista e jogou na minha cara duas notas de dinheiro, uma de 50 e uma de 20 soltando um "Isso deve ser o suficiente", ligando o carro logo depois e seguindo o caminho da festa. Eu me vesti, da melhor forma que pude, juntei as cartelas de cigarro que haviam caído no chão do carro, ajeitei o encosto do banco e, assim que chegamos na festa, desci, com muita dificuldade do carro, porque tudo doía, e fui amparada por uma das pessoas que estava na festa quando quase caí ao tentar dar um passo. "Pega leve na bebida", ele me disse, e depois soltou uma risadinha. Eu não o respondi, entreguei-lhe as cartelas de cigarro que estavam em minhas mãos e fui, bem devagar, em direção a um sofá que estava na parte da frente da casa. Me sentei e chorei mais uma vez.

Encarei meu bolso, onde estava o dinheiro que me havia sido jogado. Chorei mais. Estava todo mundo tão bêbado que ninguém prestou atenção em mim, e uma das pessoas com quem eu já tinha ficado sentou ao meu lado e me puxou para um abraço, não sei se simplesmente por querer alguém pra abraçar ou se ele havia percebido meu estado. Eu o abracei de volta, e assim, fui capaz de engolir o choro. Ele se deitou em meu colo e acariciei sua cabeça até que ele pegou no sono. Me levantei do sofá, com muito cuidado, ajeitei sua cabeça em uma almofada e fui me despedir do dono da festa. Segui o caminho de casa, andando. A festa não era tão longe da minha casa, e por isso, não houve problema. Já era cedo, o sol já estava alto no céu. Alguns carros passavam pela rua, e eu só queria chegar em casa.

Quando cheguei, fui tomar um banho, e devo dizer que não me surpreendi quando, ao tirar minha roupa, vi um filete de sangue em minha roupa íntima. Chorei mais uma vez. Tomei banho, deitei e dormi. Assim que acordei, escrevi isso, porque eu estou me sentindo imundo. O dinheiro ainda está no bolso da minha calça, e não sei o que fazer. Me perdoe, KyungSoo, por ter feito isso. Independentemente de tudo o que aconteceu, saiba que te amo. Estou me sentindo tão mal.. Daria tudo pelo seu abraço agora. Mas não posso lhe pedir isso, não depois de estar imundo com tudo o que eu fiz na noite anterior.

Me perdoe, por favor me perdoe. Se eu não tivesse bebido, se eu não tivesse me drogado, nada disso teria acontecido. Por isso, a culpa é minha. Agora eu não sou digno nem de ficar no mesmo ambiente que você, porque eu estou sujo, KyungSoo, sujo por mais um dos incontáveis erros que já cometi nessa vida.