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História Cartas para meu amor - Capítulo único


Escrita por: Teylla

Notas do Autor


Tive essa ideia agora e decidi escrever xD
Espero que gostem, fiz com muito amor e lágrimas huas <3
Quando verem o "♫" desçam pras notas finais e cliquem no link, escutando a música <3

Capítulo 1 - Capítulo único


 Carta para meu amor

Por Teylla

Capítulo único

Às vezes precisamos de sacrifício. 
 

Gaara escutou baterem na porta, mas estava deplorável demais para ousar falar um mero “entre”, sua sala cheirava a álcool, não sabia quando começou com esse vicio terrível, se foi antes de sua viagem ou após com sua descoberta.

Seus olhos profundos e fundos mostravam que não dormia direito a dias, perdeu a conta de quantas vezes tentou dormir e acordou suado com pesadelos que insistiam em dominar seus sonhos, estes que antigamente nunca mais ousaram aparecer e que dessa vez voltaram e voltaram pior do que podia imaginar.

Ele bebeu mais um gole de sakê e se levantou, sua sala estava uma bagunça que nem sua mente e era uma coisa que odiava mais que tudo, olhou ao redor e tudo que podia ver era um vazio, mas havia resquícios dela.

Passou a mão na testa, olhando as dunas de areia que tinha em Suna, havia se feito tantas coisas nela.

Escutou novamente batidas em sua porta, mas nem se mexeu.

A porta foi aberta com violência.

— Gaara! — Temari entrou fula da vida, mas ainda sim, receosa. — Por Deus, ao menos responda quando batermos na porta! — disse e ele apenas a olhou com seu olhar vazio, piscou e engoliu em seco esperando a continuação da irmã que apenas suspirou fundo. — Tem… uma pessoa aqui que quer falar com você.

— Não quero falar com ninguém no momento, Temari — disse, voltando para sua cadeira.

Temari respirou fundo, entendia perfeitamente a situação de seu irmão e tentava cuidadosamente não entrar no assunto.

— Olha, Gaara… — Foi interrompida com Shikamaru atrás de si, tocando levemente seu ombro.

— Com licença, Kazekage — disse ao entrar com todo respeito. — Já falou com ele? — sussurrou no ouvido de Temari.

Ainda não, estou tentando — respondeu em um sussurro de volta. — É importante, Gaara — complementou.

Gaara olhou para ela, apoiando seu queixo no punho da mão direita.

— O que é de tão importante, Temari? — questionou.

— Prefiro que veja com seus próprios olhos, Gaara… — respondeu. — Posso chamá-lo? — perguntou.

Chamar quem? Gaara se perguntou.

Ele ficou quieto e Temari entendeu isso como um sim, fez um olhar cúmplice para Shikamaru que entendeu e saiu da sala, logo após entrando com um homem de Konoha, talvez fosse da Anbu, não lembrava.

— Prefere ficar a sós com ele, Konohamaru? — Temari perguntou com os braços cruzados.

— Não, a não ser que ele queira — respondeu. — Aliás, cadê a Hanabi? — perguntou e deu um tapa leve em sua testa ao lembrar. — Não precisa responder.

Shikamaru fechou a porta e foi para o fundo da sala, encostando-se na parede com Temari.

Konohamaru se aproximou de Gaara que o olhava sem expressão.

— Tenho uma carta para você, Kazekage — avisou.

— Não tenho interesse de ler nada no momento, deixe em cima da mesa que arranjarei um tempo para isso — retrucou.

— É de suma importância, isso te garanto — disse entregando a carta para ele. — E… tem uma pessoa que quer te conhecer.

— Não fique de rodeios e diga logo onde diabos quer chegar — rosnou, odiando todo aquele suspense.

Konohamaru assentiu e saiu da sala, voltando logo após com Hanabi um pouco escondida atrás dele, que fez o coração de Gaara acelerar ao relembrar de outra pessoa que tinha os mesmos olhos característicos da mulher a sua frente.

— H-Hanabi…? — ele perguntou, ela era irmã de sua amada, não podia esquecer de sua cunhada.

— Olá, Gaara — disse com um sorriso, tentando esconder sua tristeza.

Ele olhou o que sua mão segurava, uma criança de aparentemente um ano de cabelos ruivos e o olhar misturado com verde e levemente perolado e franziu o cenho na mesma hora.

— O que está acontecendo? — perguntou levantando na mesma hora e batendo na mesa, confuso, sua expressão mostrava isso.

— Gaara… — Hanabi iniciou, parando ao lado de Konohamaru, seu noivo e comprimiu os lábios. — Esse é Shouta, seu… filho — respondeu, temerosa.

— Meu filho? — Franziu o cenho novamente, não acreditando no que acabou de ouvir, passou a língua pelo lábio, comprimindo-o logo após e iniciar uma risada assustadora. — Meu filho… Isso é impossível, Hanabi! Para de brincadeira.

— Não é brincadeira, Gaara — avisou. — Leia a carta em suas mãos — iniciou com um pouco de receio para a frase a seguir. — É… da Hinata.

— Como…? — ele se perguntou e olhou para o envelope com a assinatura daquela que um dia foi sua felicidade, na mesma hora abriu o papel, arrancando uma folha de dentro.

Gaara…

Não, meu mais profundo amor, se você está lendo essa carta é porque possivelmente não estou mais com você para sentir seu cheiro, seus toques e o que eu mais amava, seu abraço…

Por favor, não se culpe! Não foi sua culpa, nada do que aconteceu comigo foi sua culpa! Espero que entenda isso e para de sentir que o que aconteceu foi por sua causa, eu escolhi isso e aceitei o fardo que me foi destinado.

Não pude lhe dizer no dia que você teve que viajar que estive esperando um filho seu, me perdoe, você precisava fazer esse acordo, era de suma importância para seu povo e seria muito egoísta da minha parte se te prendesse por isso, sua última noite comigo… eu nunca esquecerei, mas a dor da partida foi inevitável.

Não é sua culpa que não estava aqui quando a Akatsuki decidiu atacar Suna, estive aqui para proteger sua vila e me sinto muito orgulhosa por isso, você também deveria estar! Não acredita o que pude fazer com meu byakugan, nosso treinamento o melhorou muito, sério!

Não pude evitar de ter sido envenenada um dia após o nascimento do nosso filho, Shouta, preferi voltar para Konoha com ajuda da Hanabi e do Konohamaru — inclusive os dois me ajudam muito com nosso filho, apesar de viverem brigando, não se pode negar o amor que sente por ele, agradeça-os por mim novamente, meu amor —, pra um lugar escondido, não queria vê-lo sofrer e se preocupar, não havia solução, acredite, querido, não havia!

Eu sofreria muito mais vendo-o se preocupar todas as noites, vendo que não dormiria confortavelmente, isso me mataria mais rápido do que estando escondida.

Mas… estou lhe escrevendo porque você precisa de uma explicação, você precisa…

Você foi o homem que mais amei e agradeci todos os dias por ter encontrado você, por ter permitido que você me amasse… Obrigada, obrigada por ter cuidado de mim, por ter me feito ser a mulher mais feliz do mundo, Gaara, você não é um monstro e nunca foi!

Oh, Deus, se você soubesse o quanto eu te amo… Oh, Gaara, meu amor, quero que você seja feliz e encontre alguém que possa fazer tudo o que não pude, fico feliz por minha morte não ter sido em vão.

O Shouta é uma criança maravilhosa, me lembra muito você!

Gaara parou de ler no momento ao notar que parecia que Hinata havia chorando na carta, ele engoliu em seco, sentindo o nó que se formava ali, levantou o olhar, vendo Temari fitando o chão enquanto Shikamaru a abraçava.

Olhou para Shouta que o encarava curioso, querendo tocá-lo.

Não posso me prolongar mais… infelizmente, não pude dizer tudo o que queria para você, meu amor, mas sei que você sabe tudo o que não pude te dizer, não sabe?

Eu queria te lembrar novamente, meu amor, que você foi minha luz e não se culpe, por favor, não faça isso, se não nunca terei paz, você é um homem maravilhoso, um ótimo Kazekage, amigo, amor e irmão, Temari e Kankuro sabem disso muito bem, você é amado, meu amor, muito amado, você não foi e nunca será um monstro!

Não deixe que isso apareça novamente em sua mente…

Eu te amo muito, meu amor, Gaa

Parecia que a carta não havia sido concluída e deu-se conta que, muito possivelmente, Hinata havia morrido no final, não percebeu quando e nem como, só observou as lágrimas caindo, logo após elevou suas duas mãos, tapando seus olhos e deu um urro de dor, fazendo Hanabi morder o lábio inferior, controlando-se para não chorar, Konohamaru a observou e olhando para cima, abraçou sua noiva de forma carinhosa e para sua surpresa ela aceitou muito bem.

— Hinata… — disse entre lágrimas. — Eu te amo, Hinata… — a dor estava estampada em sua voz e em seu coração, não conseguia esconder. — Porque…

No dia que voltou de viagem e soube que sua mulher havia sido morta, não aguentou, despencou, era uma dor que não se media, queria se entregar a escuridão novamente, não sentir nada e tentar seguir em frente, apenas por seguir, porque era necessário.

Todas as noites tinha pesadelo, vendo-a morrer e o sorriso dela, via a lua e lembrava do seu olhar, lembrava de como Hinata cuidava dele e tirava risos inesperados, como ela o abraçava a noite e como amava sentir o corpo dela contra o seu enquanto dormiam.

Ele encostou-se no corpo da sua cadeira, limpando suas lágrimas.

Logo voltou para sua posição, levantando-se e indo em direção ao pequeno Shouta, agachou-se e olhou para ele, seu olhar era igual ao seu com pequenos toques de Hinata.

Para sua surpresa, o garoto soltou a mão de sua tia e foi em direção de Gaara, abraçando-o.

— Papa — disse de uma forma estranha, mas compreensível.

Gaara arregalou os olhos, surpreso e engoliu em seco, não sabia o que fazer naquela situação e apenas abraçou de volta, pegando o garoto no colo, Shouta não parava de manter o contato visual, sorrindo, ele definitivamente tinha o sorriso de Hinata.

— Hanabi, Konohamaru… Obrigado, Hinata falou que vocês a ajudaram muito, sou eternamente grato por vocês — disse, tentando sorrir.

— Eu que sou eternamente grata a você, Gaara, obrigada por amar minha irmã e cuidar dela tão bem, sabemos o quão ela era importante para você, você a salvou — Hanabi disse, abraçando-o com o mesmo sentimento, entendia o que ele sentia, pois estava sentindo o mesmo.

— Ela que me salvou, Hanabi… foi ela… — disse e não pode controlar o choro novamente, sentiu pequenos bracinhos novamente envolverem seus ombros, era Shouta.

— Como ela disse, esse é o Shouta, Gaara, ele tem um ano e é seu filho — avisou com um sorriso. — Ele é sua cara e da Hinata!

Temari se aproximou, erguendo os braços para segurar seu sobrinho, mas Gaara ficou receoso em dar, mas acabou cedendo por um olhar feio que ela lançou.

— Eu acho que seria bom vocês… ficaram aqui por um tempo, quer dizer… até Shouta se acostumar — Gaara disse. — Acho que é tudo novo para ele… como para mim.

Konohamaru sorriu.

— Não se preocupe, nossas bagagens já estão todas no quarto! — disse e Hanabi deu um tapa nele.

— Konohamaru! — reclamou.

— O quê? — perguntou esfregando a região dolorida pelo tapa e recebeu um olhar feio de sua noiva.

Gaara riu um pouco, seria bom ter pessoas por perto, pessoas que tiveram contato com Hinata e tentaria saber mais sobre seu amor.

Mas ele tinha certeza que nunca a esquecia, nunca esqueceria aquele olhar pelo qual se apaixonou.

Olhou para o céu novamente.

“Vê, querida? O Shouta agora está comigo, o criarei da melhor forma possível, ele tem seu sorriso e isso me deixa feliz, tentarei ser feliz ao máximo, por você e por nosso filho, Hinata, sei que faltei em lhe dizer isso, mas… Eu amo você e como te amei, minha pérola.” pensou Gaara.  


Notas Finais




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