~ 1 MÊS DEPOIS ~
- Finalmente... - Dei um sorriso ansioso enquanto caminhava rumo a escola. Estava sentindo muita falta da bagunça dos meus colegas, de rir das loucuras da pior sala da escola e dos beijos de Jun Matsumoto, principalmente.
No momento em que cheguei na instituição, meu sorriso se alargou e meus olhos já queriam procurar Jun, não que encontrasse Kazunari não fosse ruim, foi maravilhoso! Abracei longamente meu amigo até ele se irritar e sair de meu carinho, indo em seguida abraçar Satoshi.
- Oh-chan! - Abracei ele também. Após Jun e eu começarmos a namorar e que Ohno passou a namorar Nino, também tive uma grande amizade com ele. - Onde está Jun?
- Eeeehh... - Satoshi coçou a cabeça e ficou mudo após perguntar.
- Ohno, ele precisa saber.. - Kazunari disse sério a ele.
- O que estão escondendo de mim? - Falei em tom de desespero. Será que aconteceu alguma coisa de ruim com Jun?
- Masaki, o Jun foi transferido de escola.
Após ouvi as palavras de Ohno, pisquei os olhos rapidamente para tentar processar as palavras e no momento em que ia falar o motivo da transferência, o sinal tocou.
- Não se exalte, ele está bem... só mudou de escola. Tenho certeza que irá te visitar quando puder. - Kazunari tentou me acalmar e fingi um sorriso em resposta. Meu coração estava acelerado e sentia que havia alguma coisa errada nesta história. Não percebi a mão de Kazunari puxando-me para a sala. - Vamos, não fique assim...
Soltei um suspiro e caminhei até a nossa sala.
[...]
Durante toda a aula, permaneci calado e mais avoado que normalmente sou, o que estranhou bastante meus conhecidos. Em resposta a alguns que tiveram a coragem de perguntar, dava uma desculpa esfarrapada que era apenas sono. O que na verdade, estava bastante chateado com a transferência repentina de Jun. Ainda me perguntava o motivo de não ter me avisado antes.
Suspirei ao lembrar que no almoço, via vários casais comendo juntos, conversando alegremente e trocando carinhos. Acabei lembrando de meus momentos com Matsumoto, o que doeu meu coração ainda mais.
Apenas ouvi o som estrondoso do sinal tocar e lentamente, guardei minhas coisas, ao mesmo tempo esperei o pessoal sair.
- Aiba-kun, eu não vou poder ir com você hoje... vou almoçar com Ohno. Tem certeza que você vai ficar bem?- Kazunari perguntou preocupado.
- Vou ficar sim, Nino... Aproveite com Oh-chan que eu irei para casa. - Fingi um sorriso e peguei minha mochila. - Nino, pare de ficar com esta cara de arrependido... - Fiz um bico.
- É que estou com um mal pressentimento que alguma coisa vai acontecer... - Ninomiya suspirou.
- Acho que é coisa da sua cabeça, além do mais... temos mais de seis meses para voltarmos para casa juntos. - Ri baixinho,
- Concordo com Aiba. - Satoshi disse por trás de Nino, vendo ficar abraçados e de repente, senti uma pontada de dor no coração e minha expressão ficou a ficar triste. - Desculpe...- Percebi que Ohno havia notado a minha reação.
- Ah, não precisa se desculpar, é coisa minha. - Ri tímido. - Vou indo agora, até amanhã - Acenei para o casal e caminhei em direção a porta da sala, pensando em chegar em casa.
[...]
Caminhei lentamente pelos corredores e pelo pátio quase vazio. Avistava um pôr do sol entre os prédios e mais adiante a porta principal da escola em direção a rua. Foi quase dois minutos de caminhada enquanto cantava uma música triste. A partir do momento em que cheguei na calçada avistei o movimento dos carros, enquanto ajustava a alça da minha mochila sobre meus ombros.
- Masaki-kun?
O tom de voz era familiar e tal forma que de me chamar haviam tomado a minha atenção e no momento em que virei meu corpo para trás, apenas um que poderia me chamar daquela forma. E se chamava Jun Matsumoto, que estava encostado no muro da escola. Meu sorriso me abriu ao vê-lo e apressei os passos e dei um abraço que não foi correspondido, o que estranhei e logo desfiz, junto com meu sorriso.
- Como está? - Jun perguntou.
- Estou bem... - Falei em tom tímido e triste. - Fiquei sabendo da sua transferência... O que houve?
- Muitos problemas pessoais... - Jun suspirou. - E era sobre isso que preciso falar com você.
Pisquei os olhos rapidamente, tentando prestar atenção em tudo que ele falava.
- Sabe, Masaki... Depois que eu te visitei, meu pai descobriu sobre nosso relacionamento e foi fruto de brigas, causando a separação dos meus pais por minha causa...
Fiquei sem saber o que respondê-lo. Não imagino meus pais se separando por minha causa, acho que iria me matar.
- ... E passei ocupando a minha cabeça com um trabalho que arranjei. Passava o dia todo por lá, porque não queria chegar em casa para meu pai iniciar outra briga... - Jun suspirou após falar com tristeza. - Por isso eu decidi morar... com uns primos no interior. Por lá eu posso estudar e trabalhar, pelo menos ficarei em paz.
- Jun... - Falei com olhos marejados. - Se eu estiver pensando em onde está querendo chegar...
- O que você acha? - Disse frio.
- Você quer... terminar? - Falei baixinho e uma lágrima escorreu sobre meu rosto.
- Sim... Na verdade, eu queria que a gente voltasse a ser amigos, mesmo que...
- É impossível. - Eu o interrompi, saindo do choque. - Desculpa... - Mordi o lábio, tentando controlar o queixo trêmulo. - Como fui ingênuo né? Eu achando que um cara pudesse se apaixonar por mim... Que idiota sou né?
- E quem disse que não apaixonei por você? - Respondeu com raiva e com voz alterada.- Se não percebe, eu estou fazendo para seu bem, eu não queria te ver mais magoado que está agora! Eu não me perdoaria... - Suspirou fundo, fechando os olhos. - E eu não vou mais enrolar, Masaki. - Falou mais baixo. -
- Tudo bem... - Falei com voz embargada. - Eu vou superar, fique tranquilo. - Falei frio e fui embora apressadamente, tentando não relembrar do que havia falado a Jun. Com todas as memórias em minha cabeça, passei a correr enquanto soluçava de tanto chorar.
Não sei ao certo de quanto tempo ou por quantos metros eu corri, mas ao sentir meus pulmões e minhas pernas doerem eu acabei sendo vencido pelo cansaço. No entanto, sentia mais além do que apenas cansaço, senti o ar acabando e uma dor forte em meu peito. O desespero tomou conta de mim por completo, fazendo que os sintomas piorassem e as recordações de Jun aparecessem em minha mente. Apertei meus olhos e apenas avistei uma pessoa que não consegui saber se era conhecida ou não, pois meus olhos escureceram e meu corpo não respondeu mais por mim.
[...]
Minha cabeça latejou ao abrir meus olhos e percebi que estava em um local diferente, as paredes e o teto brancos identificaram que era um quarto de hospital? Como fui parar aqui? Quem foi que me trouxe para cá? O que aconteceu? Pisquei meus olhos várias vezes e lentamente virei minha cabeça para o lado oposto. Vendo que não havia ninguém naquele quarto, fechei meus olhos novamente e lágrimas apareceram novamente em meu rosto ao lembrar do que aconteceu entre Jun e eu. Senti que pudesse chorar o que não havia chorado ainda. Parecia que a dor em meu coração latejava mais que qualquer dor em meu corpo.
- Oe oe... - Uma voz ecoou o quarto e senti o corpo desta pessoa me abraçar, mesmo que estivesse deitado, sem conseguir mover um músculo.
- Por que ele fez isso comigo? - As lágrimas me impediam de ver quem é a pessoa, mas não me importava... eu retribuí o abraço com um pouco de esforço. Queria apenas depositar minha tristeza em alguém.
- Não se preocupe com isso... Apenas pare de chorar e confie em mim. - Avistei um enorme sorriso para mim ao esticar seu braço, olhar em meus olhos e limpar minhas lágrimas.
~ 10 ANOS DEPOIS ~
- Oe oe... - Uma voz ecoou o escritório e no momento em que virei para trás, vi o corpo do indivíduo se aproximando até mim e me abraçou, ao mesmo tempo, jogando fora o bihete em minha mão.
- Por que ele fez isso comigo? - Falei em voz embargada, enquanto abraçava e ensopava o terno do outro com as minhas lágrimas.
- Não se preocupe com isso... Apenas pare de chorar e confie em mim. - Ele limpou as minhas lágrimas, sorriu ao olhar para mim e beijou meus lábios.
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