História Cartas para mim - É hora do Show!

~ FLASHBACK ~

- Hm? - Acordei com alguém entrando em meu quarto e abrindo a enorme cortina de tecido e entrando raios de sol sobre meu dormitório. - Kaoru-san... já eu acordo. - Murmurei e virei-me para o lado oposto da janela.

- Kaoru-san foi descansar, aquela senhora merecia uma folga depois de meses trabalhando para você. 

- Sho-chan? - A voz conhecida me despertou por completo, ficando sentado na cama e ainda chocado por estar presente. - Não ia para Fukushima?

- Ia... mas a matéria não acabou dando certo e irei para a festa com você. - Ele se aproximou da cama sorrindo, trazendo uma bandeja de café da manhã repleto de frutas, café, torradas e suco de laranja. - Mas antes da festa, precisa comer bem para terminar os últimos detalhes do evento. - Sho pegou uma torrada da bandeja após ter colocado-a na cama e colocou em minha boca. - Será que posso cobrir seu evento, senhor presidente do Keitarou?

- Claro. - Ri baixinho. - Mas o que eu ganho com isso?

- O que você quiser...

- Cuidado com o que você diz... Você sabe que não maneiro no que eu quero. - Gargalhei, sabendo que não iria mudar de ideia. - Quando a matéria estiver pronta eu pensarei bem no que quero.

- Tem todo o tempo do mundo. - Sho concordou com a cabeça rindo. - Agora coma a sua refeição, fui eu que fiz.

Concordei com a cabeça e comecei a comer as frutas e bebericar um pouco do suco. Sorri largamente, sinalizando que tudo estava uma delícia, ao mesmo tempo, Sho-chan ficava me assistindo enquanto comia,porque ele acha que estou comendo muito pouco. Fiquei um pouco incomodado no começo, mas no momento que percebi que Sho não sairia do lugar, acabei desistindo e terminado de comer tudo na presença dele.

- Estava tudo muito gostoso, meu chef jornalista. - Limpei minha boca com a mão, deixei a bandeja no chão ao lado da cama e engatinhei, ficando por cima dele ainda sentado. - Obrigado. - Dei um singelo sorriso e o beijei nos lábios.

- Aiba-chan... - Sho murmurou, interrompendo o beijo. - Assim você vai se atrasar...

- Mas eu não... - Fui interrompido pelo meu celular tocando na escrivaninha.

- Deve ser o Nino irritado porque ainda não apareceu no novo restaurante. - Sho riu e ao alcançar o aparelho, Sakurai havia acertado na mosca. Ao apertar o botão de atender e pôr no ouvido, mal pude abrir a boca para falar.

- SERÁ QUE O SENHOR PRESIDENTE PODERIA DAR UM SINAL DE VIDA????

- Bom dia para você também, Ninomiya. - Ri baixinho.

- SERIA UM ÓTIMO DIA PARA MIM SE VOCÊ ESTIVESSE AQUI!!

- Estou indo, se acalma...

- EU NÃO QUERO FICAR CALMO, EU QUERO VOCÊ RESOLVENDO OS DETALHES DA SUA FESTA! - Ouvi o suspiro em que Nino deu na ligação. 

- E eu quero que você se resolva com o Ohno... - suspirei também. - Mas estou chegando, não se preocupe. 

- Vem logo... Jya ne

- Bye bye! - Desliguei e dei um selinho em Sho antes de sair da cama. - Vamos trabalhar? - Ouvi as risadas de Sakurai enquanto caminhava até o banheiro para meu banho matinal.

[...]

- Bom dia! - Cumprimentei os funcionários do restaurante que estavam lá. - Bom dia, chefe estressado de Marketing. - Caminhei até ele e o chamei com as mãos e abri uma porta de vidro ao lado dos sanitários, entrando em um pequeno e requintado cômodo que apelidei de "Área Vip".  

- Dia! Porque bom não está! - Nino fez um bico após entrar no pequeno cômodo, que foi um dos primeiros locais do restaurante a ficar pronto. O local tinha as paredes de cor bege e tinhas as mesmas cadeiras da área comum, parecia que estava no outro restaurante que continuava na casa da minha mãe. A única diferença é que o lugar era menos barulhento e discreto.  - Mais gente confirmou presença na festa e o cantor também está confirmado.

- Quem é esse cantor? - Perguntei enquanto sentava em uma das cadeiras.

- Eu sei lá. - Nino falou ao sentar na cadeira em minha frente- Só sei que é coisa da sua avó... E só aceitei porque seu pai insistiu muito e ela é uma das sócias do restaurante. - Kazunari suspirou. - Mas eu escutei uma canção dele... ele tem até uma voz bonitinha.

- Viu alguma foto dele?

- Não... A sua avó não me falou nada dele, porque queria uma surpresa para você. - O comentário de Kazu me fez revirar os olhos.

- Confesso que estou ansioso... - Sorri.- Será que fiz um investimento bom?

- Claro que fez...- Nino respondeu, até porque era um desejo se e de seu pai criar uma filial. - De repente, o celular de Ninomiya tocou. - É melhor eu voltar para o trabalho, para eu ver o que meus pupilos estagiários estão fazendo.

- É melhor começar a trabalhar também. - Riu baixinho. - Me mande depois os papéis dos contratos e um relatório do financeiro dos gastos da inauguração. 

- O senhor é quem manda, chefe. - Nino respondeu baixinho e se retirou, fazendo que iniciasse meus afazeres como presidente geral do Keitarou.

[...]

Deixei alguns contratos em uma pasta com o nome do restaurante e fui para casa me arrumar. Entrei rapidamente, retirei a roupa do corpo e corri para o banho. Peguei o smoking que estava guardado no guarda-roupa. vesti a calça preta social, camisa de manga longa e terno brancos. Pus minhas meias negras e busquei pelo meu sapato social da mesma cor. Após calçá-los, avistei para a bela vista de Tóquio iluminada pela noite através da janela, de repente, senti um abraço por trás e o perfume entrou por minhas narinas sem permissão.

- Sho-chan... Você adora entrar de fininho... - Virei-me para ele sorridente. - Está tão lindo!- Observei-o de baixo para cima. - Você fez esse cabelo de propósito, não é? Sabe que me derreto quando põe seu cabelo para trás.

- Você está muito mais... - Sho pegou a gravata borboleta em que estava em minha mão e fez questão de colocá-lo em meu pescoço. - Está radiante! - Falou sorrindo, selando meus lábios rapidamente. - Afinal, você é a estrela da festa.

- Que bobagem! - Ri envergonhado, após terminar de colocar a gravata. - Vamos?

- Sim... mas antes, eu queria conversar com você. 

- Sobre o que?

-  Sobre nós. - Sho falou sério de tal forma que me assustou. - Aiba-chan, nos conhecemos desde pequenos e estamos nesse amor há 10 anos, não é? - Após falar, concordei em resposta e continuou. - E sabe, eu fui muito idiota por ainda não ter feito isso.

- Feito o que? - Estranhei. O que Sho estava aprontando? Não queria falar de coisa ruim, logo mais nessa hora.

No momento em que Sakurai se ajoelhou, fiquei mais parado que uma estátua, ainda não acreditava que ele estava fazendo aquilo.

- Masaki Aiba, depois que te vi passando mal em frente a lanchonete e te vi internado no hospital, eu não sabia que poderia renascer um sentimento desde que voltei para o Japão. Um sentimento puro e lindo, que nem um certa pessoinha. - O sorriso de Sho estava mais largo ao ver minha cara chorosa. - A cada dia nesses longos dez anos eu aprendi, ri, chorei... mas ao longo desse tempo, eu aprendi a amar você... além de como amigo que já o amava, eu aprendi a amá-lo como pessoa, como homem. - Sho pegou a minha mão gelada e trêmula. Pegou uma caixinha de veludo negra e abriu. - Tenho um segredo para contar, acho que você já sacou o que é... Aiba-chan, por favor, case comigo?

- SIM, SIM, SIM!! - Meu sorriso ficou no meio das lágrimas de alegria e observei ele colocar o anel de ouro em meu dedo.

Sho me abraçou fortemente, limpou minhas lágrimas com beijos e logo iniciou um ósculo.

[...]

- Nino! - Falei alegremente ao entrar no restaurante vê-lo de calça jeans, camisa social amarela e terno preto. - Está bonito... a Yuki-san te vestiu? - Ri baixinho enquanto Ninomiya entrava possesso com a piada. 

- Seu namorado é muito engraçadinho... - Nino falou para Sho, fazendo-o gargalhar. - Como aguentou voltar a falar com ele? - Colocou a mão sobre a mão sobre o rosto em reprovação as nossas risadas.

- Da mesma forma que aceitei a ser noivo dele. - Gargalhei ainda mais ao vê-lo pasmo ao mostrá-lo os dedos com anel. 

- Falo mais nada sobre isso, Sr.Presidente! - Falou Nino ainda intrigado. - E é bom o senhor se acomodar logo, seus pais me ligaram dizendo que estavam chegando e os convidados devem estar próximos de chegarem.

- Vamos? - Sorri para Sakurai e Ninomiya, que retribuíram o gesto e fomos em direção para dentro do local da festa.

Enquanto caminhava, vi cada centímetro da decoração da festa. As luzes em tom amarelado dava mais vida ao ambiente e as mesas redondas reservadas para cada convidado junto com um arranjo de flores. Ao andar pelo local, via o buffet pronto com alguns docinhos ao lado das mesas já feitos por alguns cozinheiros transferidos do restaurante dos meus pais.

Havia algumas fitas que estavam por volta dos arranjos de flores estavam tonalizados de verde, olhei para Ninomiya e sorri, pois senti a referência de que adorava verde.

- Está... está tudo lindo! - Sorri largamente e com meus olhos querendo cair lágrimas.

- De nada. - Ninomiya riu, se aproximando de mim. - Mas quero que saiba que apenas auxiliei a Yuki-san, já que ela cuidou de cada detalhe do evento. Unimos nossos estagiários para trabalhar e seu sonho que planejamos está aqui! - Nino me entregou um guardanapo para enxugar as lágrimas.

- Me lembre de agradecer Yuki pelo esforço também. - Fiz um bico.

- Ela deve estar por ai... já já você a encontra. - O celular de Nino toca novamente. - E por falar nela... 

- Avise que quando estiver desocupada, quero conversar com ela. - Ri baixinho ao vê-lo atender a mensagem e uma mão entrelaçando sobre a minha. 

- Que vontade de te descabelar inteiro. - Sho disse entre risos enquanto acariciava minha nuca.

- Idem. - Gargalhei ao lembrar que o cabelo de Sho estava todo para trás com a ajuda de um gel.

- Aiba, já chegaram os fornecedores de arroz. - Ninomiya avisou após guardar o telefone. - Vou indo na frente.

- Já estou indo. - Ao ver Nino se distanciando, virei-me para Sakurai. - Acho que terei que trabalhar, divirta-se por mim.

- Você sabe que não consigo, mas irei tentar. - Sho sorriu e beijou a minha bochecha. - Eu ia te dizer boa sorte, mas você não precisa.

- Bobo! - Ri baixinho, enquanto caminhava de ré, distanciando dele- Eu te amo! - sussurrei.

- Eu te amo. 

Após ver o sussurro de Sho, virei-me de frente, ajeitei o terno e caminhei nervoso para a frente do restaurante, avistei de longe os fornecedores chegando e meus pais chegando logo atrás, senti logo um frio na barriga, mas estava confiante que tudo vai dar certo.

- É hora do Show! - Disse a mim mesmo, respirei fundo e chegando mais próximos dos convidados a mim com um sorriso receptivo.