História Cartas Para Mim Mesma 2 - Testes

Erik e eu pegamos outro ônibus e fomos para aquela lanchonete. Assim que paramos em frente a suas portas fechadas com a placa de vende-se, aquele clima saudoso nos dominou novamente. Mas esse silêncio tão pesado foi cortado pela voz tranquila de Erik:

-Bom, me mostre qual será a agradável surpresa daqui.

-Não sei se você sabe, mas aqui perto fica aquele restaurante japonês que você ia uma vez por semana com sua mãe. Pensei que como amamos comida japonesa e já são 19.00 horas, poderíamos comer lá. 

-Seria ótimo. -Ele respondeu sorrindo. -Mas receio que eu não tenha dinheiro suficiente aqui comigo...

-Fica por minha conta, não se preocupe. Afinal, sou eu que estou te arrastando para todos esses lugares.

-Fico te devendo essa.

Caminhamos por volta de 20 minutos para chegar ao restaurante. Durante o caminho, pedi a Erik que contasse como era a vida em Boston, e esse assunto nos levou as mais diversas conversas. Era muito bom poder conversar com Erik novamente, ele que sempre se mantinha calmo e escutava tudo o que era dito...

Chegamos e já pedimos uma mesa no centro do local. Aquele ambiente era maravilhoso, com um cheiro de peixe e aqueles garçons que passavam com porções de rolinhos primavera. Fizemos nossos pedidos e Erik disse:

-Sabe, uma das coisas que mais sinto falta era de quando vinha aqui semanalmente. Em Boston, por mais que tenha procurado, nunca encontrei restaurante com sushis tão saborosos quanto aqui...

-Imaginei que diria isso, e é por isso que algum dia desses você precisa vir jantar em minha casa, pois minha mãe faz uma das melhores comidas japonesas que conheço. Talvez seja até melhor que a daqui...

-Duvido muito. E de qualquer maneira nenhuma comida japonesa no mundo poderia superar a de minha mãe.

-Suponho que isso seja um convite para que eu experimente essa comida em sua casa um dia certo? 

-Suponho que esteja certa. -Ele respondeu sorrindo.

Conversamos até que nossos pedidos chegaram. Mas então, me dei conta de algo. Eu e Erik estávamos indo aquele restaurante como amigos ou como um casal? Aquele não era exatamente um encontro romântico, mas nos dois também sabíamos que entre nós havia mais que uma simples amizade, então não sabia exatamente se devia considerar aquilo um jantar casual ou um encontro. Assim que pensei nisso fiquei um pouco embaraçada, e senti que a situação entre nós dois estava um pouco estranha, e isso fez com que passasse o jantar todo um tanto desconfortável. Mas esses pensamentos não conseguiram estragar aquela comida maravilhosa ou mesmo os assuntos que Erik e eu colocamos em dia. 

Terminamos e, mesmo que Erik desaprovasse isso, eu paguei a conta. Ele me prometeu que me recompensaria e eu apenas ri e pedi para que ele parece de fazer drama. Quando saímos do restaurante já eram 20.50.

-Última pergunta de cada um. -Eu disse ansiosa.

-Certo. -Erik respondeu tranquilo. -O que vos fazer amanhã?

-Isso é uma surpresa, só posso pedir que você me diga como me comunicar com você para que possamos combinar o horário de nos encontrarmos.

-Esta certo, passarei meu número. Sua pergunta.

-Bom... -Eu corei levemente, já sabia o que iria perguntar, o que me preocupava era a resposta. -Me diga... O que nós somos exatamente?

Erik pareceu estranhar a pergunta. Hesitou por alguns instantes e por fim perguntou?

-Como assim "o que nós somos"?

-Digo, nós somos apenas amigos ou... Algo a mais?

-Bem... 

Erik parou e pensou um pouco. Aquele silêncio estava me matando. Até que ele sorriu e disse:

-Bom, você é meu motivo, e eu sou sua meta.

-Que? -Perguntei rindo um pouco tensa.

-Bom, podemos dizer que somos os "testes" um do outro. Como, talvez, eu só fique por aqui uma semana, nós somos claramente mais que amigos, mas ainda estamos na zona de testes. Veremos o que acontece.

-Isso quer dizer... que eu sou um teste?-Perguntei um pouco incomodada.

-Sim, mas eu também sou seu teste, então estamos iguais...

-Que títulos românticos...

-Calma, sempre existem probabilidades dos testes darem certo...

Eu compreendi seu ponto de vista e simplesmente sorri de volta. Esta certo, os títulos de "testes" não era algo romântico... Mas, independente de tdo, eu estava determinada a fazer com que estes "testes dessem certo"...