História Cartas para minha mãe... - Ele

_Oque você pensa que está fazendo? - era uma voz masculina, descartei as possibilidades de serem Mad ou então a irmã Molly.

Me virei para encarar o ser que estava atrás de mim. Suponho que seja o Bill, sua estrutura e cabelos são como Mad me havia descrito, seu cabelo era preto na parte de cima e loiro vibrante em baixo, seu olho esquerdo era dourado e o direito estava coberto por um tapa olho, ele usava uma blusa preta de manga longa, uma calça jeans e botas pretas, dava um ar sombrio. Ele devia ter uns 20 anos e 1,80 de altura, a blusa dele marcava os musculos de seu braço, não era muito, mas ele tinha.
Até que me lembrei da pergunta que o mesmo havia feito.

_Fiquei curioso, queria ver oque tinha aqui - falei

_Foi a minha irmã que te trouxe aqui? - ele perguntou, mantendo-se sério e autoritário.

_É, foi ela - respondi sério também. Mesmo ele parecendo muito autoritário, e tendo me avisado de como eu devia agir, eu não estava nem aí, eu faço o que eu quiser e como eu bem entender, ele não é ninguém para mandar em mim.

_E ela te falou oque tem aqui dentro? 

_Não, ela não disse, só falou pra que eu ficasse longe dos quartos, oque tem aqui?

_Não é da sua conta - ele respirou fundo - A minha irmã me pediu pra que te procurasse, ela disse que você veio lanchar com a gente, estou certo? 

_Aham - respondi mostrando desinteresse

_Tá, então me segue, estão esperando a gente - Disse, o segui até o local. Fico me perguntando, como é que ele não morreu?

_Eu tava pensando, como é que você voltou a viver? -perguntei distraído enquanto andavamos pela casa

_Antes de tudo, eu nem tinha morrido, só perdi minha forma provisória - respondeu sério. Será que ele só sabe ficar sério? Tenha santa paciência.

_Forma provisória? 

_Essa é minha forma normal, aquela foi de uma aposta que eu fiz com uma prima - revirou os olhos - e outra, eu sou imortal, você devia saber, eu tenho mais de milhões de anos

_Hum... tá - eu não tava nem aí. Sinceramente, eu não gostei dele.

Nem percebi, mas neste tempo que estavamos conversando, subimos escadas e chegamos no terceiro andar, que eu nem sabia da existência, apesar de ser bem óbvio já que o lugar é enorme. 
O terceiro andar era incrível. Não tinha corredores, nem salas nem nada, era como uma estufa dentro de casa, as paredes eram de vidro, o teto também, tinham várias plantas de tamanhos e cores diferentes, samambaias, orquídeas, margaridas, todos os tipos de planta que você possa imaginar. O sol da tarde iluminava o lugar dando um efeito incrívelmente lindo. E não que seja uma surpresa, já que era de se esperar, passamos por um corredor em que era feito todo de vidro, piso, parede, teto, tudo, esse corredor ligava a estufa com a parte de trás da casa. À medida que passavamos pelo corredor eu conseguia ver um enorme buraco no meio de uma árvore, e ficava meio confuso com isso. Chegando no buraco da árvore, vi que tinha uma escadaria de metal escuro, era interessante a estrutura desta casa, deviam ter muita criatividade para tê-la construido. Do alto da escadaria eu podia ver um riacho, e suponho que devia estar ligado ao lago de Gravity Falls, vi uma decoração linda, vária luminarias e uma mesa de piquenique, lá estavam, Mad, Molly, um garoto igual ao Bill, só que azul e... Um  rapaz igual a mim?

_Posso fazer uma pergunta? -disse para o loiro que me acompanhava. 

_Você já fez, essa! - ele respondeu-me. Ignorei seu comentário, algo que Mad não recomendaria, mas eu não ligo pra isso, e arrisquei-me perguntando: 

_Quem é aquele garoto igual a mim?- o loiro revirou os olhos, mas logo, o mesmo respondeu: 

_Você é cego ou oque? É óbvio que aquele garoto é você, só que de outra dimensão - explicou com um tom um tanto irritado.

_Desculpa se eu não sabia que existia outras versões de mim - disse irônico.

_Olha com fala comigo, idiota! - exclamou com evidente irritação.

_O meu nome não é idiota, é Dipper seu otário, e eu falo com você como eu bem entender - falei alto e claro. Eu não suporto ele, desde os 12 anos, eu lhe odeio, de coração e alma.

_Você tem sorte que aquela idiota te protege, senão, eu já teria te matado - revelou
Indignado com aquilo eu disse alto e claro:

_Mata então, se tiver coragem, mata! Não tenho medo de morrer e muito menos tenho medo de você, eu não preciso de ninguém pra me proteger- falei demonstrando total coragem

_Não é questão de coragem seu idiota! A Maddelaynne fez um tipo de barreira irreversivel em você, eu não posso te fazer mal

Ah, então foi isso que ela fez na floresta, explica muita coisa. Sabe... Eu tô começando a pensar que ela não confia em mim, eu pouco me importo se os irmãos dela são agressivos ou seja lá oque for, eu consigo muito bem me cuidar sozinho, aliás, quem foi que salvou o mundo 6 anos atrás? Eu, lógico que com ajuda de algumas pessoas, mas ainda sim prova de que sou bem capaz de cuidar de mim mesmo.

_Que se dane, eu não preciso que ela me proteja, eu pouco me importo se você tem poderes ou não ou se você é a porra de uma autoridade aqui, eu faço oque eu quiser e na hora que eu quiser, você não é NINGUÉM pra mandar em mim, eu não sou e nunca serei submisso à você - Falei, deixando claro 

Ele me olhou mortalmente, segurou em meu pulso de maneira bruta, machucando um pouco, porém, eu estava com tanta raiva, que nem me importava em sentir dor. O loiro me fez encarar seus olhos, ambos estávamos com ódio um do outro, era evidente. Me jogou na árvore e eu bati as costas com força, mas minha raiva era tão grande que eu não ligava.

Agora, eu estava com as costas apoiadas na parede e ele com seu braço apoiado ao lado da minha cabeça. Nossos rostos estavam bem próximos, eu conseguia ouvir sua respiração pesada. O loiro então, sussurrou em meu ouvido:

_Cuidado com a forma que me trata, você pode se arrepender depois. Se não dá conta, não começa. -disse com um tom sombrio e frio para mim.

O garoto me soltou, e desceu as escadas ao encontro dos irmãos. Eu fui um pouco depois.

Nós lanchamos, e jogamos conversa fora. Eu pude conhecer mais os irmãos dele, Will não tinha nem de longe, uma personalidade igual à de Bill, ele é menos sério e menos agressivo (assim digamos) ele me trata bem, ao contrário de Bill. Descobri que meu Eu de outra dimensão é mais frio e agressivo que eu e que ele é o namorado do irmão do meu arquiinimigo. Depois de tudo voltei pra casa, Mabel não parava de falar no telefone com uma pessoa que nem mesmo ousei perguntar quem era, apenas fui pro meu quarto e me joguei na cama. 
Fiquei pensando o dia todo no que aconteceu hoje. 

Argh, como eu lhe odeio. Odeio ele.

Ah Dipper, por que se estressar tanto? Vai ser feliz, deixa aquele idiota de lado e se quiser se casa com uma Nutella (wow, não exagera $-$).

_Sabe oque? - eu falava comigo mesmo - tenho que enviar uma carta pra minha mãe, ela deve estar preocupada, faz semanas que eu não falo com a mesma!!!

Autora-san On 

E assim foi o dia do moreno, resumidamente: estressante. Porém algo naquele dia fez com que do garoto, escapasse um sorriso a carta que para a mãe ele enviara.

Bonús

"Querida mãe, esta é a segunda carta que te escrevo. Só queria dizer que está tudo bem aqui, nada mudou. Mabel parece bem feliz, não para de falar no telefone com seja lá quem for. Eu estou como sempre, meio jogado pelo mundo, hoje me estressei um pouco, nada demais, brigas bobas. Só isso mesmo, eu e Mabel te amamos muito e o coroa também rsrs... Assinado: Dipper P. "

Continua...