História Cartas para Peter - Viagem?

(continuação...)

Point of View - Harley Benks_  

Meu rosto está coberto por lágrimas que escorrem lentamente e sem parar por toda a face, eu ainda não acredito no que acabei de ouvir. É lindo!

- Acho que tem um olho na minha lágrima... - nós rimos e eu o abracei forte, o encarei por um segundo e prossegui. - Peter, essa é uma das músicas mais lindas que já ouvi... Eu te amo!! Muito! - nos beijamos e nos abraçamos novamente. Mantemos o abraço apertado por quase cinco minutos, os intermináveis cinco minutos mais lindos da minha existência.

- Seu pai ficaria orgulhoso! - exclamou mamãe com lágrimas nos olhos.

- Oi mãe, a quanto tempo está aí? - perguntei curiosa.

- Não muito. Mas o suficiente para ver o quanto seu pai estaria orgulhoso e feliz de ver o quanto a princesinha dele cresceu. - ela disse aproximando-se de nós. Sentou-se ao meu lado e ficou a sorrir.

- Sente falta dele né? - ela fez que sim com a cabeça e suspirou. - Ele está feliz, onde quer que esteja. Está feliz em ver que estamos felizes. - fiz carinho em seus cabelos, olhei para Peter que também sorria e continuei. - Sinto muita falta dele também, mas onde quer que esteja, ele está cuidando de nós e se alegrando a cada sorriso e vitória. - minha mãe fez que sim, limpou uma lágrima que ainda escorria em seu rosto e disse:

- Tudo bem, chega de chorar. Preciso voltar ao trabalho. - ela disse se levantando e saindo do estúdio.

Peter e eu guardamos as coisas, arrumamos a bagunça e saímos. Fiz umas pipocas e Peter ficou a escolher filmes para assistirmos. Depois fomos para o meu quarto e assistimos dois filmes, antes mesmo de terminar o terceiro eu já havia dormido, ali, nos braços do meu amado.

Horas mais tarde, acordei. Estava deitada ao lado de Peter em minha cama, custou para que eu pudesse me mexer e sair daqueles braços fortes que me envolviam. Desliguei o filme que passava ainda na TV, arrumei-me ali e com calmos e amorosos beijos depositados em seus lábios, acordei Peter, que antes mesmo de abrir os olhos já estava sorrindo. Levantamos e saímos, minha mãe não estava em casa então Peter deu a ideia de irmos à sorveteria.

Coloquei uma blusa de frio e fomos. Ainda não havia escurecido mas estava quase. Ao chegar na sorveteria, Peter ligou para sua mãe para avisar que não jantaria em casa, mas sua mãe disse que precisava falar algo importante e que ele teria de ir e que era pra que eu fosse junto. Ficamos um pouco assustados. O que será que ela tem a dizer de tão importante?

Pedimos nossos sorvetes e os tomamos. Às 18h fomos pra minha casa pra que eu pudesse vestir uma roupa adequada. Em seguida fomos pra casa dele. Ao chegar lá, minha mãe e os pais de Peter todos na sala conversando e tomando vinho.

- Estávamos esperando vocês. Venham, o jantar já está pronto. - disse Dn. Malu. Cumprimentei meus sogros e minha mãe. Ainda não entendo o que ela faz aqui, tem haver com o que Dn. Malu irá contar? Por que estão comemorando? Apenas os segui para a sala de jantar.

Já na mesa de jantar, prontos para sobremesa, a voz rouca de Peter ecoa pelo silêncio que se estendia naquela sala, trazendo todos os olhares ao mesmo.

- O que tinha a nos dizer, mãe? - Peter indaga tal fala com ar de curiosidade e preocupação.

- Bom, eu ia deixar para depois do jantar, mas já que estão curiosos, vou dizer. - ela diz empolgada. - Então... Eu tenho de fazer uma viagem rápida de volta ao Brasil, e eu, Raul e Molly conversamos e achamos que seria bom se vocês dois fossem conosco. Não queríamos separar os dois de novo, mesmo que por pouco tempo, e achamos que seria legal também se Harley conhecesse outro país. Bom, as passagens são para amanhã as 20h da noite, voltaremos daqui uma semana. Sei que foi em cima da hora, mas eu também não sabia que iria, fiquei sabendo há dois dias atrás. Mas então, o que acham?? - ela perguntou entusiasmada e curiosa. Estou surpresa, não imaginava que seria isso. Estou sem palavras...

- Mãe... É maravilhoso! Realmente muito legal, seria ótimo levar Harley ao Brasil. Mas.. É realmente muito em cima da hora, sei lá, temos a escola também. É nosso último ano, não é muito bom perder uma semana de conteúdo assim, temos faculdade ano que vem, precisamos estar preparados. - ele respirou e abaixou a cabeça, creio que não queria olha-la nos olhos.

- Confesso que estou surpresa, eu realmente não imaginava, não esperava por isso... Mas sim, concordo com Peter. É uma proposta irresistível, seria ótimo conhecer o Brasil e eu realmente espero ter outra chance, é algo muito bom. E eu fico muito feliz em ver que se preocupam de verdade conosco, muito mesmo. Mas... Como Peter disse, sair do país, agora, em meio às aulas, no último ano escolar... Não queremos perder nada, mesmo sendo pra algo tão legal, divertido e tentador. - suspirei e continuei. - Espero muito que entendam nossa decisão... - olhei para Peter, olhei para eles e lamentei. - Sentimos muito...!

Eles pareciam entender o porque de termos dito não, mas ainda sim pareciam desapontados. Foi difícil ter que dizer não. É uma proposta muito boa, e eu confesso que queria muito ir, mas amanhã? Assim, do nada? É uma pena...

- Tudo bem, nós entendemos vocês, e por sermos pais talvez devíamos ter pensado nos estudos e futuro de vocês. Mas achamos que vocês gostariam de descontrair, fugir um pouco da rotina. Seria legal! Mas nós entendemos. Tudo bem... E sim Harley, teremos sim, com certeza uma nova oportunidade. Quem sabe no próximo verão não poderemos ir todos?! - sorrimos e continuamos o jantar.

Mais tarde, após o jantar, conversamos por um tempo na sala mas logo eu e minha mãe fomos embora. Ao chegar em casa despi-me de forma lenta e preguiçosa e tomei um banho gelado. Me vesti e me deitei, dei boa noite à Peter e dormi. Eu estava cansada e, amanhã teríamos aula.