É difícil quando você me ignora,
Mas ainda é mais difícil quando tenho que
Fingir que não me importo"
1 semana depois...
P.O.V. Karol
Arrumamos tudo, vendi a casa, comprei uma em Buenos Aires, vendi o carro e comprei outro em Buenos Aires, ficamos a semana toda empacotando as coisas, e eu estava jogada, morta e cansada na cadeira do aeroporto.
- Eu to morto! - Agus se jogou na cadeira.
- Morta tá sua amizade com a Ally! O que aconteceu?
- Tivemos um probleminhas...
- Vai me contar ou quer uma intimação?
P.O.V. Agustín
" - Ally! - fui em direção ao seu quarto - Ally, tá ai? - quando cheguei na porta não havia ninguém.
Seu quarto estava diferente, me lembrava dele todo rosa claro, uma cama de solteiro, TV e uma mesinha de estudos. Mas hoje o quarto tem um papel de parede branco com detalhes rosas e metálicos, a cama é de casal, e havia enormes prateleiras exibindo sua coleção de patins e sua coleção de livros mas a TV continua no mesmo lugar e a mesinha de estudos também, no começo o quarto era um tanto infantil, hoje ele parece mais adulto (mesmo com os ursos de pelúcia encima da cama). Acho que durante esse ano no México, todos nós amadurecemos, e ela principalmente, saiu de casa aos 14 pra 15 anos pra morar em Buenos Aires mas sempre visitou sua família nas férias e nesse ano no México ela apenas os viu por Skype.
E parado observando o quarto escutei um melodia vindo de uma das portas. Abri a mais próxima e vi que era o closet, que exibia sua enorme coleção de tênis. Na porta ao lado era o banheiro. A melodia lenta ficou mais alta quando eu cheguei perto da terceira porta, e quando abri encontrei Ally rodopiando na Ponta do pé, no meio do salão rodeado de espelho com o chao de madeira. Era difícil acreditar que ela, uma menina de temperamento tão forte conseguia ser delicada, e dançar música lenta com suas sapatilhas. Mas até as meninas mais duronas conseguem ser delicadas e sensíveis, quando querem, e isso é o que mais enlouquece os homens.
Depois de tanto tempo vendo ela fazer manobras com os patins, era até esquisito vê-la fazer movimentos leves.
- Hey! O que faz aqui? - a voz dela me tirou dos meus devaneios.
- Queria saber se estava em casa. - seus olhos castanhos tinham uma maneira de me prender que até eu duvidava.
- Agora sabe que estou, o que deseja? - ela tomou um pouco d'água.
- E-eu... - dessa vez eu não tinha piada pra disfarçar meu nervosismo. - Eu posso simplesmente sentar aqui e te ver dançar?
- Pode... - me sentei encostado na parede e ela voltou a ligar a música e começou a dançar, ela era incrível!
Sempre achei que o meu tipo de garota eram aquelas bem calmas, sorridentes e sensíveis, mas quem diria que ia me apaixonar por aquele furacão que Ally era. Quando Ruggero falou que uma pessoa poderia mudar e revolucionar tudo dentro de mim, não acreditei, mas ele tinha razão, uma única pessoa pode mudar tudo em você, pode fazer coisas que nunca imaginou. Pessoas mudam pessoas...
- Você é incrível! Tinha me esquecido que fazia balé!
- Me diz uma coisa que você não esquece, Bernasconi. - de como você é linda...
- De respirar!
- Isso é involuntário, não conta! - ela começou a desamarrar as sapatilhas - quer dançar?
- Eu não sei dançar balé! - ela revirou os olhos.
- Não to falando de balé, to falando em dançar sobre rodas - ela foi caminhando pro quarto e deixou as sapatilhas amarradas na cabeceira da cama.
- Faz muito tempo que não danço com os patins, eu vou cair.
- Eu vou tá aqui pra te ajudar a levantar... - ela pegou um patins da prateleira - e pra rir um pouco é claro!
- Eu vou pegar meu patins.
(...)
Corri no meu quarto e peguei os meus patins, que eram do Gastón, e fui rumo ao quarto da Ally, cheguei e encontrei ela amarrando os cadarços do patins.
- Coloca isso logo - eu ri da pressa dela e me sentei pra colocar os patins.
Depois de colocar meus patins fui rumo ao salão encontrando Ally alongando.
- O que vamos dançar? - perguntei.
- A coreografia da Luna e do Matteo, no final da primeira temporada, lembra?
- Como esquecer? - perguntei rindo.
- Então vamos lá. - Ela colocou a música, e começamos a dançar e quando fui tentar fazer a pirueta eu caí na hora do pouso.
- Ai... Acho que to velho demais pra isso...
- Hey! Nem começa. Se machucou?
- Não. - peguei sua mão e me levantei.
- Você tá inclinado o corpo demais pra trás, tem de manter o equilíbrio se não pode cair de novo, entendeu?
- Acho que sim - começamos de novo e dessa vez eu acertei passo mas na hora do giro, eu caí.
- Parece que isso vai levar tempo...
- Eu creio que sim...
(...)
Ficamos horas e horas tentando completar a coreografia... Mas quando eu acertava um passo... Eu errava outro.
- Ai! Eu to morrendo, será que não podemos dar uma pausa? - perguntei.
- Nada disso! A gente tá quase terminando...
(...)
Finalmente acabamos de passar o último passo da coreografia.
- Ah... Eu nem acredito!
- Isso que da ficar um ano longe dos patins, sedentário! - ela deu aquela risada que eu adoro.
- Hey! Eu não tenho culpa.
- Tem sim, e levanta pra ver se conseguimos fazer tudo sem pausas.
- Tá.
A música começou e nós começamos dançar, estava dando tudo certo até o passo final, onde eu a pego pela cintura e a giro no ar, ela simplesmente agarrou minhas pernas, e não queria soltar de modo algum!
- Solta! Deixa eu completar o giro.
- Você vai me deixar cair!!! - ela gritou.
- Não vou não, solta pra mim acabar o passo! - ela soltou e eu a girei colocando no chão - eu confiei em você pra me ensinar os passos agora você tem que confiar em mim pra acabar a coreografia.
- Tá bom... Vamos de novo!
A música começou e eu conectei meu olhar ao dela, agora eu sentia que éramos um só, uma mente só, um corpo só, um coração só!
Os passos estavam conectados e perfeitos, o sorriso dela estava enorme, estar encima das rodas era realmente o sonho dela.
A coreografia terminou, dessa vez deu tudo certo. Mas no final nós não nos afastamos, a respiração dela se misturava com a minha.
Eu fui aproximando e selei nossos lábios, nossas línguas bailavam calmas e em sincronia mas o ar foi necessário e nós nos separamos.
- E-eu - Não sabia o que eu falava - a-acho melhor eu ir - fui patinando até meu quarto e ela ficou parada, sem nenhuma reação.
Me joguei na cama de patins e tudo fechei os meus olhos mas o beijo veio na minha cabeça...
(...)
Fiquei meia hora deitado e fui tomar um banho... Será que ela tá pensando no beijo? ARGHH! EU TO PARECENDO UM ADOLESCENTE! E melhor eu ir la e pedir desculpa.
Vesti uma roupa e fui rumo ao seu quarto e encontrei ela limpando os patins vestindo um vestido florido que realçava seu belo corpo.
- Oi...
- Oi. - ela respondeu sem olhar pra mim.
- Será que nós podemos conversar?
- Pode falar...
- Eu queria pedir desculpa... pelo beijo.
- Desculpa? - ela me olhou surpresa. - sério? - sua cara era de quem não acreditava no que eu dizia.
- Sim...
- Você é um idiota mesmo... - ela saiu apressada pela porta.
Demorei uns segundos pra pensar e ir atrás dela mas quando cheguei no topo da escada ela já tinha ido...
- Droga..."
- E durante essa semana ela nem me olhou foi só bom dia, boa tarde e boa noite.
- Por que pediu desculpa? Você não gosta dela?
- Gosto...
- Então larga de ser burro, e vai falar com ela...
- E se ela não gostar de mim...
- Ela gosta... E muito...
- Sério?
- Vai logo falar com ela!
- Tá.
Fui andando até encontrar ela mexendo no celular perto da sua mala.
- Ally... - chamei e ela saiu - Olha eu vim pedir desculpa. - peguei seu punho.
- Você já pediu.
- Eu... quero pedir desculpa por ter pedido desculpa.
- Tá desculpado... - ela me encarou confusa.
- A verdade é que.... - travei.
- É que...
- E-eu...
- Cala a boca! - ela me puxou e colou nossos lábios com urgência!
- Eu gosto de você... - Eu disse assim que nos separamos.
- Eu também gosto muito de você... - ela sorriu.
- Sei que ta tudo muito lindo, mas estamos no meio do aeroporto o local favorito dos paparazzis. - Karol apareceu.
- E a gente tá? - ela foi direta.
- Deixa eu pensar em uma maneira bonita de te pedir em namoro ok?
- Ok - ela sorriu.
- Ta chamando o nosso vôo - Karol quebrou o encatamento de novo.
- Então vamos. - abracei Ally e Karol pelo ombro e elas abraçaram minha cintura e fomos buscar as malas pra embarcar rumo a Buenos Aires... Dessa vez com o meu amor correspondido indo em busca do amor da minha melhor amiga....
"Amor mais lindo é aquele que nasce
De uma amizade verdadeira"
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