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História Cartas para você - Primeira carta


Escrita por: bearwinter

Notas do Autor


Amores, a foto de capa sempre será essa, sei que vai enjoar de ver sempre a mesma imagem, mas sla.

Capítulo 1 - Primeira carta


Fanfic / Fanfiction Cartas para você - Primeira carta

Uma semana já havia de passado depois do enterro de Anne, eu e minha esposa não queríamos mexer nas coisas dela para as doar, mas esse era o desejo de Anne.

Como Hannah não tinha forças para entrar no quarto de sua única e querida filha, eu tive que ir. Isso não seria tarefa fácil, pois sentia saudades da minha menina, minha pequena e querida menina.

Abro a porta do quarto lentamente, ainda estava do mesmo jeito que ela deixara, sua cama perfeitamente arrumada, sua escrivaninha com papéis importantes e seu tinteiro aberto, suas pantufas sobre o baú que ficava nos pés de sua cama. Tudo como sempre esteve.

Ando até seu guarda roupa, ele estava organizado, então seria mais fácil para tirar as roupas de lá. O guarda roupa tinha o cheiro do perfume que ela sempre usava, o mesmo estava em uma prateleira onde colocava suas maquiagens, na prateleira de cima estava seus ursinhos de pelúcia e presentes que ganhou de amigos.

Depois de tirar suas roupas e coloca-las em uma sacola para a doação, vou para sua escrivaninha, fecho seu tinteiro e junto seus papéis, coloco-os em uma sacola diferente. Nessa eu iria deixar as coisas que ela achava importante, ou seja, todas as coisas que se encontravam em sua escrivaninha.

Abro as gavetas para pegar outros papéis que estavam dentro das mesmas. Acho um amontoado de cartas com um bilhete, as pego e leio o mesmo.

Espero que seja o senhor pai, e não mamãe.

A caligrafia era de Anne, eu a reconheceria em qualquer lugar, já que fora eu quem a ensinara a escrever.

Viro o bilhete e no verso estava escrito outra coisa

Leia as cartas na sequência que estão. Uma por dia

Guardo as cartas no bolso de trás e termino de arrumar as coisas para a doação.

Saio do quarto e vou para o jardim, me sento nos degraus da escada, pego as cartas que pesavam um pouco. Olho para o monte de cartas em minhas mãos, estava receoso de ler, mas elas eram para mim, Anne havia deixado-as para mim.

Respiro fundo e pego a primeira do monte.

                        Carta on

18/06/2002

Uma semana se passou desde a última vez, as marcas roxas e a dor já estavam sumindo, as marcas não apareciam, já que estavam em minhas costas, assim ninguém poderia desconfiar de nada.

Minha mãe levara a pior, seu olho ainda estava roxo por causa do soco que levara, seus braços, com a marca dos dedos de quem a batia. Dela ele não tinha , pois ela não saia de casa, não tinha com quem conversar, ficava trancada o dia toda, sem contato com o mundo exterior.

Nada podíamos fazer, já que o agressor estava debaixo do nosso teto.

Já pensei em denuncia-lo, mas se assim fizesse ele saberia, pois é lá onde trabalha, na polícia, e depois descontaria em nós.

Ele nos batia sempre que eu fazia algo de errado, e quando minha mãe tentava me defender. Nada fazia ele parar.

Sempre tentei fazer o melhor, para que isso não voltasse a acontecer, mas sempre havia algo de errado, algo para que ele descontar em minhas costas ou em minha mãe. Não vejo como ela conseguiu se casar com esse homem, não posso acreditar que ele era meu pai.

Pais não fazem isso com os filhos, não os batem por ter feito a limpeza de algo errado.

Eu deveria estar acostumada, pois desde meus 16 anos ele faz isso, e a mais tempo com minha mãe. Não entendo porque ele faz isso, não sei qual o sentido disso, mas não tenho coragem de pergunta-lo, eu sei que se perguntasse acabaria apanhando.

Essa semana, por enquanto, ele não nos bateu nem ameaçou que iria fazer, apenas discutiu com minha mãe, mas sei que nos próximos dias ele irá fazer isso, ele irá nos bater.

                          Carta off

Como ela pode escrever algo assim sobre mim? Sobre seu pai, quem lhe ajudava com diversas coisas e que lhe dava do bom e do melhor, que lhe dava uma vida de princesa.

Pensei, por um breve momento, rasgar e queimar todas as cartas, não guardaria essas calunias que Anne tinha escrito sobre mim, não iria lê-las todos os dia para me sentir culpado por fazer algo que melhorava não só a minha como a vida delas.

Mas não o fiz, guardei-as no fundo da escrivaninha e deitei-me sobre minha cama, pensando na semana que essa carta fora escrita.

Tinha pedido para Anne limpar minha arma e ela não tinha feito direito. Acabei me irritando com isso e fui tentar faze-la aprender de um jeito fácil e rápido, quando já estava próximo a Anne, Hannah se colocou na minha frente e eu apenas levantei a mão, batendo-a em seu rosto, Hannah cambaleou para trás se afastando, sem Hannah me atrapalhando consegui ensinar Anne. No dia seguinte mandei-lhe fazer a limpeza da minha arma novamente, e ela o fez com perfeição.

Naquele dia eu ficara feliz por ter feito algo para ajudar minha menina, nunca desconfiaria que ela estava descontente com isso, se tivesse me contado, talvez lhe escutasse, mas ela não quis arriscar conversar comigo, com seu pai.

Balanço minha cabeça, não iria ficar pensando nisso, não quando não poderia fazer mais nada sobre isso.

Me levanto e saio de casa, deixo um bilhete para Hannah avisando que só voltaria amanhã. Não conseguiria passar a noite em casa, teria que ficar em outro lugar.

Cheguei no local que declaro minha segunda casa, onde passo o maior tempo da minha vida, quando não estou trabalhando, o bar Floyd and Cherry. Entro no estabelecimento e me sento na cadeira perto do balcão de bebidas.

-Ronald - Floyd vem me cumprimentar

-Floyd - maneio a cabeça

-O que vai querer? - ele pergunta com o bloco de anotações na mão

-O de sempre

Não demora muito e ele volta com uma dose dupla de whisky sem gelo, viro o copo e peço mais.

Depois de alguns copos, já estava zonzo e enrolando a língua ao falar, logo logo iria apagar, e Floyd me deixaria dormir no bar até a manhã do outro dia, como sempre fazia. Bebo mais dois copos e apago.

*Ele não contou a ninguém, pois não tinham perguntado, mas na manhã seguinte voltaria à sua casa para ler as cartas. Sua mulher não chegou perto das cartas, nem entrou em seu quarto, pois passou a noite no quarto de sua falecida filha e de manhã voltou para o quarto do casal, fingindo estar lá desde a noite passada, quando na verdade nem fechara os olhos, lembrando dos seus dias com a filha*



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