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História Cartas só para Jeon Jungkook - Capítulo 2


Escrita por: FoxParadox

Notas do Autor


Eu sei, eu demorei.
Não queria demorar para postar novos capítulos e histórias, porém o tempo dos vestibulandos é tão curto.
Eu agradeço aos comentários, muito obrigada de verdade, é muito motivador e revigorante!

Para esse capítulo, deixo a citação de um dos livros que eu mais demorei para ler, não por ser grande, mas por ser bem monótono e eu preferia fazer qualquer coisa a voltar a ler ele. Não me julguem: é um dos meus favoritos. Okay, eu sei que tenho problemas.

“A TRANQUILIDADE É UMA DAS QUALIDADES QUE OS LOUCOS MAIS RESPEITAM” – Drácula, Bram Stoker.


Boa leitura, meus amorzinhos <3

Capítulo 2 - Capítulo 2


Acordar cedo não estava entre meus costumes. Arrumar-se para a escola muito menos.

Era um daqueles dias em que você mal quer sair das cobertas e encarar a realidade. Mas especialmente naquele dia eu precisava ir: iria de fato conhecer o que é estudar em uma escola de verdade, além de estar muito curioso para ver como as outras pessoas da minha idade interagiam. 

O confinamento não me ajudou muito a entender os mecanismos sociais que compunham os relacionamentos humanos. Sabe, os livros não ajudam muito, afinal, são baseados em teorias e eu precisava muito da prática. Principalmente agora.

Enquanto caminhava ao longo da calçada, pude notar várias outras crianças e jovens uniformizadas indo em direção aos seus respectivos colégios. Como morávamos em um bairro modesto, era comum que os uniformes antigos fossem doados para serem reutilizados para os mesmos fins.

Como nossos vizinhos ainda não sabiam da minha má reputação de garoto sociopata nada funcional, acabaram ajudando minha mãe e eu na mudança e ainda me doaram alguns uniformes de seu filho que estava indo para a faculdade. Era um casal adorável, se assim posso dizer, com uma bela casa e um filho exemplar. Uma vida perfeita para um casal perfeito.

Os uniformes eram um pouco maiores devido aos notáveis músculos do garoto, e eu, com meus braços que mais pareciam “varetinhas”, tive que ajustá-los de modo que não parecesse tão desleixado em vista dos outros alunos. Até que ficaram bons, acho.

 

 

A escola era simples e muito diferente de todas que já havia visto em filmes americanos.

Fui até a secretária para receber as instruções e regras da escola: regras estúpidas para manter a disciplina e o foco dos alunos. Eles também me informaram sobre a sala: número 9.

Tive que esperar todos entrarem para depois ser apresentado à turma.

Todos eram bens mais novos que eu, com aproximadamente treze anos de idade. Foi difícil ser encarado por todos aqueles rostos enquanto a professora me apresentava e indicava meu lugar logo em seguida. Ouvi muitos cochichos e exclamações das garotinhas quando sentei ao lado de uma delas. Aparentemente “caras mais velhos”  faziam sucesso entre elas.

A aula transcorreu de modo monótono e absurdamente interessante. Às vezes, o modo sem graça das coisas me revitalizava. Aprendi muito mais do que os livros me permitam e mais ainda do que podia imaginar. As explicações passaram voando e logo o intervalo chegou. As pessoas saiam desesperadas das salas.  Eu não sabia o que fazer, e nem ao menos tinha lembrado de levar algum lanche ou algo do tipo, por isso fiquei em um canto, observando o comportamento humano alheio.

- Ei, você é o aluno novo? Hoseok, não é?

Meus pensamentos foram varridos para longe pelo toque em meu obro.

Eu me assustei, não posso negar. Poucas pessoas tocavam em mim, e na maioria das vezes eram para me machucar.

Virei bruscamente, de modo que eu ficasse o mais longe possível da pessoa.

 - Calma, calma –  Dizia o garoto de cabelos escuros – Eu não quis te assustar. Sou Jeon Jungkook, achei que fosse o garoto novo, estou procurando por ele.

Seu sorriso era acolhedor, porém seus olhos transmitiam ansiedade e obrigação por algo que ainda iria descobrir. Ele usada o mesmo uniforme que eu, em excelentes condições, o que logo me levou a concluir que veio de um nobre berço. Seu cabelo era negro como a asa de um corvo , assim como seus olhos, e estava jogado para esquerda, aonde pude notar uma cicatriz bem superficial na bochecha. Era um garoto bonito, inteligente e acima de tudo, educado, muito diferente de mim.

- Sou eu mesmo – Me levantei e estendi a mão ao garoto – Jung Hoseok, o aluno novo, acredito eu.

- Obrigada por isso, não aguentava mais cutucar aluno por aluno. Essa escola do nada começou a se popularizar – Ele abriu ainda mais seu sorriso e enxugou o suor da testa.

Eu não respondi, apenas sorri de volta e abaixei a cabeça. Sua presença me fazia ficar sem graça e como nunca experimentei esse tipo de sensação, achei que fosse consequência da minha possível integração escolar.

- Eu costumo iniciar as aulas por volta das catorze horas, mas como esse ano vou ser somente seu professor, acho que podemos começar meia hora mais tarde, o que acha?

- Tudo bem. Foi tudo que consegui responder.

- Ok. A sala fica no final do corredor do segundo andar, perto de um vaso. Impossível errar.

Eu me despedi de Jungkook e voltei para aula porque, por mais incrível que pareça, nossa conversa durou o intervalo todo.

 

 

Terminei meu almoço e fui até o local da aula.

Eu bati três vezes na porta e como não houve resposta do outro lado, entrei para esperar Jungkook.

Ao abrir a porta, me deparei com o garoto debruçado sobre enormes livros de matemática, cochilando e de boca aberta. Eu não sabia o que fazer, por isso chacoalhei o sonolento Jungkook e me afastei.

Jungkook acordou em um sobressalto e quando me viu, apenas sorriu e esfregou os olhos.

- Você me assustou. Desculpa, acho que cochilei enquanto esperava, eu não tenho muito tempo para dormir em casa - Passou a mão pelos cabelos a fim de arrumar eles.

- Tudo bem, eu não queria incomodar, eu... não... posso perguntar por que não dorme?

- Só há uma palavra que me põe mais medo ultimamente do que qualquer bronca da minha mãe: vestibular. Ainda mais quando a pressão não vem somente da escola, mas também dos seus pais, irmãos e a pior de todas, a do seu próprio eu. Essa, com certeza, é a pior de todas elas.

- E o que você pretende fazer? - Falei enquanto sentava em uma cadeira ao seu lado.

- Bom, pretendo seguir a mesma carreira que a minha mãe e ser dentista. Eu sempre gostei de ajudar as pessoas, mas não queria ser médico, por isso decidi ser como minha mãe.

- Eu sempre tive medo de dentistas – sorri de modo nasalado.

- Você não precisa ter, tem um sorriso muito bonito, e não estou dizendo de modo técnico.

Eu sorri e provavelmente corei. Não estava acostumado a receber elogios. Eu gostei muito, para falar a verdade.

Jungkook viu minha vergonha diante de seu comentário e começou a mexer na sua bolsa. De lá, tirou uma embalagem de doce, de bala, e me entregou. Era uma bala absurdamente exagerada. Pense em uma bala esférica comum, agora aumente  seu tamanho em quatro vezes, essa era a bala que Jungkook me entregou. Eu poderia chupar aquilo por dias e nunca veria o fim.

- Quer saber uma contradição? Meu pai tem uma empresa de doces, irônico, não?! Essas são as melhores balas que você vai comer em sua vida, e não estou dizendo só porque são do meu pai, mas porque é verdade – Ele sorriu de canto enquanto observava minha indignação com o tamanho do doce.

- Fica tranquilo, até o final do dia você já terminou de chupar.

A aula transcorreu de forma simples. Eu aprendi muita coisa, visto que Jungkook tinha uma paciência enorme para ensinar. Também pude ver o quão inteligente e esforçado o garoto era, e fiquei muito feliz quando ele me elogiou, no final da aula, por conseguir aprender o que ele havia me explicado.

As aulas seguintes eram dadas de segunda, quarta e sexta. Eu mal via a hora da aula acabar para passar um tempo com o Jungkook. Ele me elogiava a todo o momento, e pude ver ai uma amizade se formando.

Eu ia bem nas provas, havia conseguido um amigo e mamãe tinha arrumado um emprego como atendente em uma loja de roupas. Eu quase não a via quando voltava para casa. Ela ficava até tarde da noite, e com isso aprendi a me virar cozinhando. No começo foi difícil, mas depois me acostumei com o ritmo que as coisas estavam tomando.

Jungkook teve que visitar a avó no hospital e por isso minha aula foi adiada da sexta para o sábado. Por sorte mamãe não estaria aqui no dia e Jungkook poderia vir até minha casa.

Eu observei milhares de vezes cada detalhe da casa para ver se havia algo fora do lugar, ou se alguma mobília estava empoeirada.

Nossa amizade já durava seis meses. Eu sabia muito sobre Jungkook, seus hobbies, suas dificuldades, da mesma forma que ele me conhecia. Ele sabia tudo, até mesmo sobre meus ataques.

 Lembro-me que no dia que contei a ele, ele não me julgou, apenas me abraçou e disse que estava tudo bem, e que apesar de tudo ele sabia que eu era inofensivo. Nesse momento, tive minhas dúvidas: achei que estava dizendo isso só por pena e que logo se afastaria de mim, mas ele fez algo que me surpreendeu ainda mais, ele me beijou.

Ainda lembro do misto de sensações que meu corpo e mente sofreram. Ele havia segurado meu rosto com ambas as mãos e me beijou. Na hora, não tive muita reação, meus sentimentos por Jungkook estavam confusos e ele aparentava o mesmo sobre mim, pois seu semblante demonstrava o reflexo do meu.

Depois do ocorrido, eu voltei a tratá-lo da mesma forma de antes. O problema é que nada seria como antes. Na aula seguinte, foi minha vez de beijá-lo, e ele retribuiu. Naquele dia mais nos beijamos do que estudamos. Eu disse que se fosse para continuar dessa maneira, precisaria encontrar um novo professor.

Dois meses depois eu o pedi em namoro. Ele aceitou e abriu o sorriso mais lindo que eu já havia visto estampado em seu rosto. Seus pais sabiam do nosso namoro e de início, ficaram surpresos com a opção sexual do filho. Eles não me amavam cem por cento, mas me respeitavam, logo após ver a felicidade do caçula deles ao meu lado. Em relação a minha mãe era bem diferente. Kookie sabia de nossa relação nada familiar e apresentou-se como meu melhor amigo. É claro que ela havia ficado feliz: seu “querido” filhinho era melhor amigo do filho da dentista mais importante da cidade. Ela fazia de tudo para agradar o garoto, por isso eu preferia quando ela não estava em casa.

Às treze horas, Kookie chegou. Ele se despediu da mãe e quando o carro virou a esquina, ele veio correndo em minha direção e me abraçou fortemente, com as mãos em volta do meu pescoço. Eu mais que depressa o puxei para dentro da casa e comecei a beijá-lo.

- Estava com saudades, bebê, como foi lá no hospital?

- Bem, minha avó está bem melhor, talvez tenha alta ainda hoje – Ele me respondia enquanto distribuía selinhos por todo o meu rosto.

- Olha o que eu trouxe. Apontou para um pacote de nossas balas preferidas que ele havia trazido, as mesmas que me ofereceu em nossa primeira aula -  Mas você só vai poder chupar assim que terminarmos a aula, ok?

- Sim, senhor – Eu disse de modo irônico – Desde quando se tornou tão mandão?

- Como você vai falar com esse negócio na boca, hein?

- Ok, você venceu, se bem que eu queria era outra coisa na minha boca.

- Jung Hoseok, que pouca vergonha é essa?! Desde quando você é assim?! E olha que eu te conheço bem mais do que você mesmo!

- Desculpa bebê, podemos começar agora?

Jungkook começou a explicação com toda a sua incrível paciência. Eu por outro lado só pensava em como queria beijá-lo e tocá-lo. Eu me segurei muitas vezes a vontade de passar minhas mãos por todo o seu corpo.

Comecei afagando seus cabelos, depois seu pescoço, ouvindo muitas reclamações e sentindo ele se remexer a cada toque. É óbvio que estava gostando, eu podia vê-lo se arrepiar toda vez que passava minhas unhas por sua nuca.

Depois de tanta reclamação, por fim, desisti, só por aquele breve momento. Logo uma ideia passou pela minha cabeça. Eu já não prestava atenção em mais nada, queria ver Jungkook ceder aos meus toques e por isso comecei a mexer na gola de sua blusa, depois desci minha mão por suas costas, lentamente, até parar bem perto de suas nádegas.

Como esperado, ele logo levou a própria mão até as costas para afastar a minha e então coloquei meu plano em prática: Desci minha outra mão por todo o seu tórax até chegar bem perto da sua calça e por fim, repousei minha mão sobre seu pênis. Ele se assustou com minhas intenções e se levantou.

- Por favor Hoseok, não agora, eu ainda não estou preparado para isso.

Eu apenas assenti e me levantei ficando de fronte a ele.

- Acho melhor continuarmos o estudo outro dia, não acha? – Eu disse secamente.

- Amor, você não ficou bravo, não é? Por favor, Hoseok, me entenda. Ele disse quase em um sussurro.

- Claro que não bebê. Eu só não vou conseguir mais me concentrar. Podemos continuar outro dia? - Eu disse me aproximando e beijando sua testa. – Vá para a casa, tome um banho e descanse, nos vemos amanhã, pode ser? Eu te amo Jungkook. – Por fim, beijei seu lábios e o conduzi até a porta.

- Até amanhã bebê. Foi tudo o que eu disse antes de fechar a porta.

 

 

Eram oito horas quando ouvi batidas desesperadas na porta da minha casa. Desci correndo as escadas e peguei um guarda-chuva perto da porta de entrada, com medo de ser algum assaltante, ou algo do tipo. Como se algum assaltante fosse bater na porta.

Destranquei a maçaneta e abri com o guarda- chuva na mão. Já estava pronto para acertar o desconhecido quando me toquei de quem era.

- Hoseok, não importa o que eu disse mais cedo, eu quero você, agora!

Jungkook estava parado na frente da minha com uma mochila nas costas. Eu sabia muito bem como fazê-lo ceder as minhas provocações. Mesmo que demorasse, eu esperaria o tempo que fosse preciso.


Notas Finais


Notas:
- Hoseok nunca parou para pensar se era certo ou errado namorar um garoto, por não ter experimentado nenhum tipo de afeto ou atenção.
- Meu computador é maluco e alguns pontos de interrogação podem ter saído ao contrário.

Como sempre, peço desculpas pelos erros de português. Não estou com muito tempo, por isso só revisei uma única vez.
Agradeço por chegar até aqui e por continuar lendo minha história.

Um beijo e já vou.


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