História Casa da Maldição - Residência Drevis

-Capitão? Está aqui?-perguntava a ruiva procurando pelo Capitão albino, ela simplesmente invadira o quarto dele. -Ué? Não está... Hum... Queria empurrar meu trabalho pra ele, mas...-ela nota na escrivaninha do quarto de seu Capitão, um perfume suave. -O que é isso?-ela pega um livro com uma capa vermelha e começa a lê-lo. -"O estranho de olhos vermelhos"...? "O estranho de olhos vermelhos deu a Jack o poder de amaldiçoar os outros e Jack disse... 'Obrigado, estranho de olhos vermelhos. Agora posso ter minha vingança!'"... O Capitão gosta desse tipo de história?

-Matsumoto!-berrou o Capitão que essa Tenente procurava.

-Waa! Não me assuste assim Capitão!

-O que diabos está fazendo no meu quarto?!-falou pegando o livro da mão da Tenente.

-Estava procurando o senhor!

-Estava era querendo me empurrar SEU trabalho, certo!?-ele perguntou irritado.

-... Não seja por isso! Estava fazendo chá e queria saber se o senhor não queria!

-Não quero, agora saia!-falou enxotando a sua Tenente a força.

Logo que a Tenente saiu, o Capitão fechou a porta bruscamente. Ele foi pra sua própria escrivaninha, colocou o livro no lugar e encarou o perfume lembrando-se das palavras "Fique com isso! E, não se esqueça de mim!". Essas palavras e o que levou elas ecoavam em sua mente. As memórias de uma garotinha de cabelo longo e preto de olhos azuis voltavam.

-Aya... Já fazem vinte e um anos. Vinte e um anos desde que você pôde enfim descansar em paz... Sinceramente, ainda não acredito no que acontecia em sua casa...

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Era uma das minhas primeiras missões como um Shinigami. Eu recém tinha entrado e me deram a missão que ninguém mais quis. Não tinha um ano que eu entrei, não tinha escolha a não ser aceitar. Eu estava bastante carente de experiência. Eu me considerava bom de luta, apesar de não ser mandado muito em missões de campo. Aquela missão era na Alemanha e só ir pra lá significava que era algo sério. Lá, tem o menor índice de aparições de Hollows. E esse caso se acontecia numa casa abandonada há séculos. Mas ainda assim, era um casarão. Tinha um jardim enorme e parecia ter uns três andarem sem contar o sotão.

Eu passei pelo portão e fui pra porta da frente. Trancada. Fiquei olhando ao redor... Até encontrar uma varanda com a janela aberta. Eu pulei até ela e entrei. Era o quarto pelo o que me parecia de uma menina. Tinha uma estantezinha com alguns livros interessantes, um... C-cadáver de um coelho... Um porta retratos com a foto de uma mulher linda de cabelo castanho claro de olhos azuis. O quarto era muito bem arrumado e organizado. Eu então fechei a janela e ouvi alguém entrar e fechar a porta num estrondo, pelo o que ouvi, esse alguém ofegava. Eu olhei pra trás e vi uma garotinha de cabelo longo e preto e de olhos azuis. Ela usava roupas que julguei serem do século dezenove. Ela me olhava assustada.

-Q-quem é você?...-ela me perguntou aos gaguejos.

-Está tudo bem, não vou te machucar. -falei tentando acalma-la. -Eu sou Hitsugaya Toushirou. Sou um Shinigami da Gotei 13, Divisão 10.

-S-Shinigami...? E-eu sou...

-Aayaaaa...-chamara uma voz masculina que fez a garota ficar mais pálida do que estava.

-P-por favor... M-me ajude...-ela falou baixinho.

-Hã?

-Ayaaaa... Responda...

Ouvimos o som de um motor ligando, na hora ela se afastou da porta e se agarrou em mim assustada. Uma serra atravessou a porta. E justamente onde ela estava. A coloquei atrás de mim e saquei a Hyourinmaru. Quem arrombou a porta era um cara de cabelo escuro, ele usava óculos, mas um dos lados estava quebrado mostrando os olhos cor castanho. Ele segurava uma minimotosserra azul normalmente usada para... Acho que pra amputar com violência os membros das pessoas. Ele ria parecendo um psicopata, fiz com que a garota se aproximasse mais pra perto de mim, não sabia se ia ser seguro enfrenta-lo, sabe-se lá o que ele podia fazer. Ele pareceu me olhar surpreso.

-Aya, o que faz com esse garoto?

Ela virou o rosto. Acho que realmente, "Aya" era o nome dela.

-Eu que pergunto... O que pretendia fazer a essa garota?!

-... Venha, Aya...

-Desculpe... Papai... Mas... E-eu não quero...

-...-eu olhava meio surpreso pra ela. Chegava a ter pena dela por ter um pai psicopata. Logo voltei meu olhar pra ele.

-Aya, sua beleza... Seu rosto... Você se tornara eterna!-ele falou erguendo as mãos ao ar.

-Eu... Eu não quero me tornar uma boneca!!-ela gritou chorando.

-O-!?

-Ora, Aya... Por quê? Você poderia muito bem escolher uma roupa linda para você. Poderia escolher o que ser! Desde uma princesa até um anjo! Por quê?! AYA!!!!-ele berrou ficando louco, agora era a minha chance.

Eu pulei pra cima dele tentando ataca-lo com minha Hyourinmaru, mas ele conseguiu se defender com a motosserra, ainda bem que me afastei à tempo, ou teria tido ferimentos sérios por causa daquela motosserra.

-Não tem jeito. Bakudou #01 Sai!

Ele ficou se contorcendo agoniado tentando se soltar. Eu fui até Aya, a peguei colocando-a em meus ombros, usei o Shunpo pra me afastar rápido daquele lugar. Logo que cheguei ao hall principal, vi lá dois cadáveres vagando sem rumo. Me afastei antes que Aya os visse e ficasse assustada. Me escondi junto dela em o que parecia ser um quarto de bonecas. Eu a coloquei no chão.

-...

-Ahn... Lamento, por ter um pai assim...

-Obrigado... Hitsugaya-san... Por ter me salvado.

-Bem, de toda forma, vamos ao Konsou.

-K-Konsou?-ela perguntou me olhando assustada.

-Relaxe. -eu saquei minha Hyourinmaru, a ponta do cabo da minha espada brilhava com o Konsou. -Você só vai ser transferida pra Soul Society. E não tema, é um lugar bom de se viver.

-...

Eu fiz o Konsou, mas... Não aconteceu nada à ela...

-O que?!-perguntei a mim mesmo assustado.

-Outros Shinigamis já tentaram fazer esse tal Konsou em mim, mas... Por causa da maldição, não posso passar pra próxima vida...

-Maldição?

-Sim... Tem uma maldição nessa casa. Eu sou forçada a morrer e reviver várias vezes em forma de espírito o terror que passei...

-...

-Pra você poder usar o Konsou em mim, você tem que primeiro... Encontrar meu corpo...

-Hã?

-Eu fui transformada em boneca por meu pai...

-Transformada em que?

-Em boneca... Meu pai me usou como um dos projetos de pesquisa dele... Ele escondeu meu corpo e agora... Só enterrando meu corpo que eu vou poder descansar em paz...

-Puxa... Lamento muito, Aya.

-Tudo bem... P-pode ir se quiser, não fique perdendo seu tempo comigo... Sei que Shinigamis tem mais o que fazer do que ficar ouvindo uma garota idiota...

-... Ei, onde ele escondeu seu corpo?

-O que?-ela me perguntou olhando-me surpresa.

-Vou achar seu corpo e te dar o devido descanso... Guiar as almas ao além é o trabalho de um Shinigami. Estou só fazendo meu trabalho...-eu estendi minha mão a ela. -Vamos.

-... S-sim...-ela respondeu sorrindo de leve enquanto pegava minha mão.

Eu a ajudei a se levantar e começamos a pensar.

-Bem, quais são os lugares prováveis para seu corpo estar?

-Não tenho total certeza... Mas o mais provável é no porão... Talvez no quintal e... No subterrâneo. -ela falou parecendo aflita... Acho que não era o assunto mais agradável do mundo pra ela ficar falando...

-... Mas, é imenso esse lugar, hein! Quarto de bonecas, quintal, porão, subterrâneo... Você realmente tá podendo, hein!-falei tentando anima-la.

-Sim...-nenhum efeito. Eu simplesmente comecei a fazer cafuné na cabeça dela tentando deixa-la um pouco feliz que fosse. -Pronto, pronto. Passou. -eu sou péssimo em consolo.

-...-ela me olhou de forma meio fria, mas parecendo compreender minhas tentativas de anima-la... Mas ela pareceu não se sentir consolada... Tirei minha mão da cabeça dela e ela ficou me olhando com olhar de cachorrinho pidão.

-Que foi?-perguntei.

-...-ela olhou minha mão, pegou ela e colocou de volta na cabeça dela.

-Hum? Gostou disso?

-... S-sim...-ela falou envergonhada.

-... "Que fofa..."-pensei levemente corado... -"Fofa?!"-afastei minha mão da cabeça dela e comecei a estapear minha cara com força. -"Acorda! Acorda! É uma GAROTINHA!!! Você é pelo menos um século mais velho que ela!!!"-credo... Nunca imaginei que um dia eu fosse realmente pensar em pedofilia. Depois que me acalmei, ela me olhava confusa. -Ahn... T-tinha uma mosca chata na minha cara, tentei matar, acho que consegui... -vai contar uma mentira ruim dessas no Brasil, seu idiota!!

-Entendo... Bem, que bom, certo?-ela falou sorrindo.

-"Q-que inocente!"-pensei impressionado.

Nós então saímos decidindo primeiro ir ver o quintal. Com aqueles bichos lá embaixo, não tinha certeza de que ela iria passar ilesa.

-Ei, eu vou me fazer de isca. Você vai na porta e abre. Qual delas é?

-A porta do quarto de recepção, à direita.

-Ok. Eu vou ir lá, se apresse, não tenho certeza de que segurarei a onde deles por muito tempo, ok?-falei a ela.

-Tá.

Eu pulei bem no meio da sala.

-Ei! Cabeças podres!!

Eles começaram a vir atrás de mim, comecei a fugir deles me afastando de Aya dando tempo para que ela conseguisse tempo pra abrir a sala. Um deles quase me acertou e um conseguiu me arranhar.

-Ainda vai demorar?!

-Consegui!

Foi só ela gritar que eles foram pra direção dela, eu usei o Shunpo e cheguei perto dela, a coloquei sobre meu ombro e entrei, a coloquei no chão e fechei a porta na cara daqueles bichos. Aquela foi por pouco.

-U-ufa...-falei ofegando.

-F-foi por pouco...

-Sim...-assim que recuperei o fôlego... -Vamos continuar...

-S-seu braço...-Aya falou apontando pro meu machucado.

-Ah... I-isso não foi nada! Sério, nem dói...

-Vem...-ela falou puxando minha mão.