História Casamento à Moda Antiga - Capítulo 1

- Eu não consigo acreditar que eles fizeram isso comigo! – Resmunguei. – Cadê aquela frase que todos os pais têm que dizer aos filhos? "Tudo bem filha, só quero te ver feliz". Por que os meus pais não podem ser assim? – Bufei.

- Calma amiga, vai dar tudo certo. – Marcela diz acariciando meu cabelo, na tentativa falha de me acalmar.

- Eu só queria sumir, sabe? Mudar para bem longe ou morrer. Morrer parece uma boa opção! – Bufei novamente desanimada.

- Ah Letícia pelo o amor, né?! Você não vai morrer. Olhe para você, uma ruiva linda, com sardas e olhos mel! Você tem que viver e mostrar essa beleza ao mundo! Além de que você já pensou em quantas pessoas deixaria triste?! – Disse brava.

- Eu só estava sendo dramática... Mas... Merda! – Dei um soco no banco de madeira, chamando atenção das famílias que passeavam no parque. - Por que isso tem que acontecer comigo?

Vocês devem estar se perguntando, "Por que essa louca está depredando um espaço público na TPM?"

Primeiro, não estou de TPM e segundo só foi um soco, o banco nem quebrou, o que quebrou mesmo foi a minha mão.

Eu me chamo Letícia Riggs, tenho 23 anos e infelizmente sou a única mulher de cinco irmãos, sendo assim não tenho chances de ser a herdeira da grande corporação Riggs – a menos que todos os meus irmãos morram, o que não desejo que aconteça -. Até então tudo bem, cursei economia, para ao menos trabalhar nos negócios de família, ser útil, porém meu "adorável" padrasto conheceu o dono de duas multinacionais famosíssimas e assim que se tornaram bons amigos, minha mãe deu uma brilhante ideia de juntar os negócios, mas como? Como juntar os negócios sem que a mídia julgasse como um grande golpe? E como diabos isso me afeta?! Simples, vamos forçar a nossa única filha se casar com o único filho desse velho trilionário e se pelo o acaso ela tentar negar, o que fazemos? Tiramos tudo dela! Casa, carro, dinheiro, por que? Porque nos importamos pra caralho com a nossa menininha amada, né mamãe?!

A pior parte é que terei que conhece-lo hoje, em breve me mudar, casar... Não, não, não! Não quero ter que acreditar nisso, droga!

- Ah amiga, vou chorar. – Disse com voz triste. – Você pode ficar para o jantar hoje? Estou com medo do que pode acontecer hoje, vou precisar de uma amiga.

- Claro e não se esqueça, você é uma mulher forte, já passou por situações mais difíceis. Você aguenta isso! – Disse cerrando os punhos em forma de uma "vitória". – E talvez nem seja tão ruim como imagina, já pensou que ele pode ser um homem lindo, sarado... Ah se eu tivesse uma sorte dessas... - Marcela e suas taradisses, não mudou nada desde a sétimo série, quando começou a paquerar garotos (ou "miaus", como ela gosta de chama-los) nos shoppings, sempre fui atrasada com essas coisas, sou mais passional, sentimentalista, etc.

- Você sabe muito bem Ma, estou esperando o amor da minha vida e graças a isso, não vou achar de forma alguma! - Resmunguei, ela revirou os olhos e se levantou. - E já estou cansada de enfrentar problemas, é a única coisa que faço, desde os meus quatro anos! Não acha que já excedi o limite de coisas que eu já superei? Tenho quase certeza que já deu a cota da vida. - Disse olhando para cima, aproveitando a oportunidade e fazendo carinha de cachorrinho manhoso.

- Vamos senhorita "estou esperando meu príncipe encantado cair do céu com seu pegasus branco" – Fez aspas com os dedos. – Vamos voltar para casa, eu quero comer algo. – Ela estendeu sua mão à mim e eu me levantei com sua ajuda.

-Como sempre com fome, vai acabar pesando 180 quilos cercada por gatos. – Ela melançou um olhar assustador, decidi apenas lhe dar a comida desejada e ficar quieta.