História Casamento Forçado - Capítulo 3

Acordei com o meu despertador tocando, ainda com os olhos fechados fui apalpando o meu criado mudo até achar o despertador e desligar o alarme.

Resmungei, pois ainda estou cheia de sono, são 7:00h e eu só dormi 4 horas. Portanto hoje vou estar em modo zombie.

Fui até ao meu banheiro, tomei um banho bem quente, quando terminei com uma toalha na cabeça e outro no corpo, escovei os meus dentes e depois fui até ao meu quarto de vestir.

Acabei por escolher uns jeans de cintura subida brancos, um croped preto, um casaco cor verde tropa e os meus Superstar da Adidas.

Passei o meu perfume Chanel Nº5 e pus uma make leve, base, lápis preto, rímel e batom nude mate.

Peguei na minha bolsa com os meus livros e cadernos do dia, no meu celular que estava carregando no criado mudo, nos meus fones e depois sai do meu quarto.

Fui até a sala de jantar e a minha mãe estava sentada no seu lugar habitual do lado direito da cabeça da mesa. Dei um beijo na sua bochecha e disse:

-Bom dia, mãe.

Fui até a cozinha onde a Mariah estava dando ordens à cozinheira.

-Bom dia, Mariah.

-Bom dia, querida. Já comeu?

-Não. Vou comer algo pelo caminho.

-Hmmm...não gosto nada quando come fora.

Sorri.

-Não se preocupe, eu me alimento bem lá fora, Mariah.

-Espero bem que sim. Já vai para a faculdade?

-Sim.

-Quer que diga ao Donovan para ligar o carro?

- Não obrigado. Hoje eu vou levar o meu carro.

-Está bem.

Despedi-me da Mariah e saí de casa. Fui até a garagem onde estava o meu SUV Range Rover branco de vidro fumado.

Entrei no carro, pus a minha bolsa no banco do carona e liguei o rádio, começou a tocar a música Let Me Love You do DJ Snake ft. Justin Bieber, pus o meu cinto de segurança e a chave na ignição e fui para a faculdade.

[...]

Cheguei mesmo a tempo de ouvir o toque. Sai do carro e fechei-o com a chave que fez o barulho tradicional de dizer que está trancada. Corri até a minha sala e me sentei no meu lugar assistindo à minha aula de filosofia.

[...]

Quarta é um dia miserável para mim, as meninas e os meninos só tem aula de tarde, e o Damon não teve aulas comigo hoje. Portanto hoje não vi nenhum dos meus amigos.

Soou o toque do final das aulas, e eu sai da sala.

Destranquei o meu carro com a chave e entrei no carro. Pousei a minha bolsa no banco do carona e liguei o rádio, a música Heaven da Beyoncé começou a tocar.

Pus a chave na ignição e o meu cinto de segurança e fui para casa.

Ao chegar achei a minha mãe e o meu pai rindo, sentados um ao lado do outro no sofá de mãos dadas, como se fossem um casal, falando com um casal que estava sentado de frente para eles no sofá e eles pareciam estar numa conversa bastante animada.

Ao notarem a minha presença na sala, o tal casal se levantou e o seu sorriso ficou ainda mais rasgado.

A minha mãe e o meu pai se levantaram e o meu pai disse:

-Querida, ainda bem que chegou, tenho que lhe apresentar a uns amigos meus de velha data.

Eu me aproximei meio desconfiada pois a minha mãe não sorri desde que eu nasci, muito menos dá a mão ao meu pai. Portanto algo aqui não bate certo.

Me aproximei e por educação esboçei um sorriso fraco, mas um sorriso.

-Querida, estes são Danniele e Jonathan Grey, meus amigos de infância.

Eles sorriram para mim.
Fui até eles e cumprimentei cada um com dois beijos na bochecha.

-Esta é a minha filha, Skylar.

-Ela é ainda mais bela do que você tinha retratado, Hector. - disse a Sra. Grey.

Eu é que ainda continuava boiando no assunto.

-Querida, pode ir para o seu quarto trocar de roupa, você vai vir com a gente para um jantar.

-Claro, pai. - respondi educadamente, olhei para os amigos do meu pai e dei um breve sorriso antes de dizer: - Licença.

Eles sorriram para mim maravilhados e voltaram a se sentar.

Subi as escadas e entrei no meu quarto.

Continuo achando esse casal e o teatro de casal perfeito dos meus pais muito suspeito, mas fazer o quê, né!?

Tomei um banho rápido, e escolhi vestir um dos meus melhores vestidos, que ainda tinha etiqueta e que tinha me custado uma fortuna, era vermelho bordô de renda, com um pequeno decote triangular à frente e costas nuas à trás com um cinto de pequenos diamantes, uns pumps vermelhos de camurça e uma bolsa carteira preta da Chanel.

Encaracolei os meus cabelos e prendi-os de um só lado com uma pregadeira de cabelo grande de diamantes, pus uns brincos compridos com um rubi na ponta e uma pulseira de rubis também.

Passei base, contorno, blush, rímel, eyeliner preto e fiz o efeito olhos de gatinho, esfumei os olhos em tons de preto e vermelho, pus pestanas falsas e batom vermelho cor de sangue mate. Passei o meu perfume Chanel Nº5 e saí do quarto.

Agarrei na cauda do meu vestido, e comecei a descer as escadas o barulho dos meus saltos chamou a atenção dos meus pais e do casal Grey.

Eles se levantaram e olharam para mim.

Terminei de descer as escadas e fui até eles.

-Está linda, minha filha. - disse o meu pai

-Obrigada, pai.

Fomos para a limusine do meu pai, e o meu pai e a minha mãe estavam falando animadamente com o casal, enquanto eu fiquei calada durante todo o caminho até ao restaurante apenas olhando pela janela.

Finalmente chegamos ao restaurante, fomos para um andar que o meu pai tinha reservado apenas para nós.
Sentamos todos na mesa, mas estava ainda um lugar vazio ao meu lado, mas eu nem liguei.

Cada um escolheu o que ía comer, eu escolhi um risoto de cogumelos.

A conversa entre o meu pai e o casal continuava até que de repente eles olharam para mim, pensava eu, mas afinal era para algo que estava atrás de mim, quando eu me virei quase tive um troço.

POV Damon Grey

Hoje não tinha sequer visto a Skylar, pois não tivemos aulas juntos e eu entrava de tarde e ela de manhã, então foi um dia um pouco sem graça, mas tive pelo menos a companhia dos rapazes do nosso grupo.

Ao final da tarde, quando soou o toque de saída, me despedi da galera e fui até a minha moto.

Quando cheguei em casa, a minha mãe e o meu pai já estavam de saída.

-Querido, tome um banho e troque de roupa, depois às 20:00h venha ter conosco ao restaurante L'éclair. - disse a minha mãe.

-Tá.

Eles saíram fechando a porta e eu subi até ao meu quarto e fechei a porta.

Tomei um banho, lavando o meu cabelo e o meu corpo e depois quando terminei, com apenas uma toalha na cintura fui até ao meu closet e escolhi uma camisa social branca, um terno preto da Armani, uma gravata fina preta e os meus sapatos pretos envernizados.

Passei gel no meu cabelo fazendo uma polpa toda para trás, passei perfume e depois peguei no meu celular, carteira e as chaves do meu carro um Lamborghini preto e saí do meu quarto.

Entrei no meu carro e em poucos minutos cheguei ao restaurante L'éclair.

Estacionei o meu carro e depois de o trancar com a chave, entrei no restaurante. Fui recebido pela recepcionista que ao me ver me reconheceu logo, pois este é um restaurante habitual dos meus pais.

Ela me levou até ao 2º piso que estava reservado apenas para os meus pais e os seus amigos. Ao me aproximar da mesa reparei que tinha uma rapariga morena sentada de costas para mim. Os meus pais e os seus amigos ao sentirem a minha presença se viraram para trás, mas o que me surpreendeu mais foi quando a rapariga morena que estava de costas para mim se virou e me viu.

Ambos ficamos petrificados olhando um para o outro.

Eu mal podia acreditar no que estava vendo, ali sentada toda sexy e glamorosa estava a rapariga que não tem saído da minha cabeça nos últimos 3 dias, Skylar Castellinni.

Sorrimos um para o outro, até que ela se levantou da cadeira e veio até mim.

Aí sim pude ter a vista completa do seu vestido que abraçava perfeitamente as suas curvas.

Ela veio até mim e me abraçou e eu claro, abracei ela de volta.

Quando nos separamos do nosso abraço ela me perguntou sorrindo:

-O que você tá fazendo aqui?!

-Eles são os meus pais. - eu disse apontando para os meus pais, que pareciam chocados.

-Sério?!

-Bem me parecia que o apelido deles não me era estranho! Ainda bem que você veio pois eu já estava me sentindo entediada.

-Vocês já se conhecem? - perguntou o meu pai

-Sim, a gente anda na mesma faculdade e tem algumas aulas juntos. - a Skylar respondeu.

-Vocês acabaram de nos facilitar a vida! - disse o pai da Skylar

-Como assim, pai? - ela perguntou sem entender nada.

Sentamos os dois na mesa um ao lado do outro.

-Querida, eu prometi a sua mão para o filho do Jonathan antes mesmo de você nascer! - o pai dela respondeu sorrindo como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Ela olhou em pânico para o seu pai, depois para o meu e por fim para mim.

-Como assim? - ela perguntou incrédula

Eu estava em choque sem saber o que falar pois eu não sabia de nada.

-Quando eu era mais novo quase que eu fui morto por um assaltante mas o Jonathan, aqui, se pós na frente e me protegeu, e desde esse dia que eu estou em dívida para com o Jonathan que tomou uma facada por mim. Quando uns anos mais tarde, eu descobri que sua mãe estava grávida de uma menina e que o Jonathan também estava esperado um menino, como forma de agradecimento eu prometi que quando você fizesse 18 anos você casaria com o seu filho, Damon.

Eu olhei petrificado e em estado de choque para o meu pai esperando uma explicação.

-E só agora é que se lembraram de nos contar isso? - eu perguntei sentindo a raiva correndo pelas minhas veias.

-Eu não acredito que você fez isso, pai! Estamos em pleno século vinte um, eu pensava que essa história dos pais escolherem com quem a gente casa já ter acabado. Eu não vou casar com ninguém!

-Vocês tem que casar ou serão desherdados e ficaram sem um único tostão furado! - gritou o meu pai

-Eu te odeio, pai! - gritou a Skylar chorando

Ela se levantou e tentou ir embora mas o seu pai foi mais rápido e pegou ela no braço.

-Você vai casar e ponto final, eu estou mandando!

-Aiii!, você está me machucando! Me solta! - ela choramingou

-Eu só te solto se você assinar o acordo de que aceita casar com o Damon.

-Nunca!!! - ela gritou

-Não me obrigue a fazer algo de que mais tarde eu venha a me arrepender, Skylar!

-Largue ela! - eu gritei ao pai da Skylar

-E você fique de bico calado e assine o maldito contrato!

A Skylar conseguiu se soltar do aperto do seu pai e olhou para mim, com os olhos escorrendo lágrimas, pegou no papel e a caneta que estava na mão da minha mãe e assinou.

Todos ficamos calados e em choque. Ainda a segundos atrás ela disse que não ia assinar e agora assinou?

Ela pegou na caneta e no papel e disse para mim:

-Assine!

-Mas... - eu tentei mas fui interrompido pela sua fúria.

-Assine logo!

Peguei no papel e na caneta da mão dela e assinei o papel.

Olhei para ela admirado.

Ela olhou para o seu pai e para a sua mãe e depois pegando na cauda do seu vestido ela saiu disparada chorando.

Vi que ela tinha esquecido a sua bolsa na mesa, portanto peguei na bolsa e saí do restaurante à procura dela e acabei achando ela andando na calçada descalça segurando nos seus saltos, chorando e soluçando.

Corri até ela, e ela ao sentir a minha presença tentou acelebrar o passo mas eu fui mais rápido e peguei na sua mão, fazendo ela parar.

-Skylar, eu não sabia de nada, eu juro!

Eu tentei abraça ela para lhe consolar, mas a raiva invadiu o corpo dela e ela começou socando o meu peito com força e chorando ao mesmo tempo e repetindo sempre:

-Porquê?!!

Até que ela desmoronou e perdeu as forças nas pernas e começou a cair, se eu não estive por perto para segura-la ela poderia desmaiar ali mesmo.

Peguei ela no colo estilo noiva e levei ela até ao meu carro. Deitei ela no banco de trás e entrei no lado do condutor e conduzi até a um hotel de preferência que não fosse do pai dela, e durante todo o caminho até ao hotel era impossível não olhar a cada cinco segundos para o retrovisor e ver se ela estava bem.

Quando finalmente chegamos ao hotel peguei ela no colo estilo noiva e entreguei as chaves do carro ao manobrista.

Fiz rapidamente o check in e paguei com cartão de crédito a Penthouse.

Entrei na penthouse e rapidamente deitei ela na cama.

Tapei ela com os lençóis e pousei os seus sapatos no chão perto da cama e a sua bolsa no sofá.

Tirei a minha roupa ficando só de boxer preto da Calvin Klein. Deitei na cama e fiquei olhando a sua face que agora esta serena mas que a pouco estava marcada por lágrimas.

Adormeci passado uns minutos sabendo que o dia de amanhã seria um dia de luto e bastante drama para ambos.