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História Casanova - A decisão


Escrita por: TekaMay_pabo

Notas do Autor


Oi, gente!
Desculpem estar vindo tão tarde, eu acabei me ocupando com as tarefas de casa e deixei pra ver o capitulo meio tarde. E como eu havia previsto, acabei acrescentando umas coisas nele... então demorei mais ainda pra deixá-lo pronto.

Ele tem muita informação e pode ficar confuso por causa disso, embora eu acredite que irá clarear mais do que embaçar suas mentes. Por isso leiam com atenção.

Capítulo 22 - A decisão


Cheguei em casa não tão cansada como nos dias “normais”. Para minha surpresa, ou nem tanto assim, recebi o que não sei se ainda posso chamar de visita. Lá estava ele, com seu sorriso mínimo, mas que faziam suas bochechas subirem, fazendo seus olhos diminuírem um pouco de tamanho. A figura de Kai encostado na parede com os braços cruzados a me observar não me parece mais tão “misteriosa”. Digo isso por ser estranho o fato de que Kai em si é um mistério para mim, mesmo que eu sequer note isso. É como se fosse tão natural. É como se eu o conhecesse a vida toda. Ele tem o poder de me fazer pensar assim quando está comigo. No entanto, quando ele se vai, as dúvidas voltam e eu, novamente, fico me torturando em tentar saber mais sobre ele.

Antes que eu pense em qualquer coisa, ele desaparece ao longe e reaparece num abraço quente e apertado de alguém que verdadeiramente sentiu minha falta. Me pergunto se ele faz isso para se exibir e, se esse for o caso, se ele nunca se cansará disso. Não que eu esteja cansada, é magnífico vê-lo fazendo algo que qualquer um diria ser impossível, mas é que ao vê-lo fazer isso me vem instantânea e involuntariamente a memória do quanto isso é desconfortável, ao menos para mim. Meu estômago chega a embrulhar só de lembrar. Ele folga o abraço e me olha analítico.

— No que você está pensando? – ele perguntou olhando em meus olhos.

— Achei que você lesse mente – brinquei.

— Não tenho essa capacidade.

— Mas conhece quem tem, né? – perguntei brincando, mas com um pingo de curiosidade... Talvez não um pingo, mas um balde. Mas isso é apenas um detalhe.

— Acho que você é quem deve ter esse poder... – ele riu.

— Não tenho, mas vindo de você, tudo é possível... – disse séria e ele riu mais ainda.

— Sério, no que você estava pensando? – ele voltou ao assunto.

— Nada em especial. Só queria saber se não é mesmo desconfortável pra você ficar se teleportando todo tempo...

— Na verdade, eu faço isso há tanto tempo que nem lembro se algum dia isso foi desconfortável. Talvez eu só esteja acostumado. – ele disse pensativo. — Mas é tão ruim assim?

— Eu só sinto como se fosse vomitar meu estômago… – falei e ele sorriu — Mas fora isso, é tudo tranquilo.

— Não te levarei mais comigo, se esse é o caso.

— Não é pra tanto... – me apressei em dizer — Parece que isso diminui com o tempo. Percebi que da primeira vez foi pior que as outras.

— Ótimo, assim meus planos para hoje não estarão comprometidos

— Planos? – fiz careta ao perguntar. Ele beijou minha testa

— Você se lembra do pesadelo que teve comigo? – ele perguntou com a voz calma.

— Sim... – senti um frio na barriga ao lembrar.

— Você consegue se lembrar de algo que tenha visto ou ouvido que possa ter influenciado aquele sonho? – seu timbre ainda era calmo.

— Na verdade, aquele sonho foi ainda mais estranho e assustador exatamente por não ter nada ali que eu reconheça... – disse sincera — A não ser você e eu.

— Entendo – ele pareceu refletir um pouco. — Sabe, você me fez algumas perguntas e acho que devem haver muito mais de onde vieram. – assenti — Eu disse que te responderia no momento adequado. Bem, eu achei que isso demoraria mais um pouco... Mas você deve saber de algumas coisas mais cedo do que eu pensava.

— O que isso quer dizer exatamente? – perguntei com uma mistura de receio e curiosidade.

— O significado disso tudo, apesar de simples, acho que você não vai compreender ou aceitar assim, tão de repente. Então vamos deixa-lo pra depois. No momento, apenas confie em mim

— Você pede demais, sabia? – falei e ele sorriu.

— Sabe, eu não sei muito sobre mim. Por isso acho que, por mais estranho que pareça, eu não seja a pessoa mais adequada pra responder a maioria das perguntas que você tenha a fazer sobre mim. Então vou te levar até alguém que pode. Esse é o meu plano para hoje. Aceita?

— Numa escala de zero a dez, quais as chances d’eu morrer por ir com você?

— Se depender de mim, zero. – ele sorriu. Não me conformei com a resposta. E se não dependesse dele? Bati em seu ombro e ele me abraçou sorrindo. — Relaxa. Não tem perigo algum.

— Certo. – encostei minha cabeça em seu peito, mas afastei novamente para voltar a lhe falar — Mas é lon-ge?

Mal completei a frase, senti meu estômago revirar, meu corpo repuxar e toda aquela sensação que eu realmente gostaria de não ter que lembrar tão bem assim. Porém, foi menos pior que das outras vezes. Definitivamente devo estar me acostumando a isso. Abri os olhos depois de, num ato involuntário, tê-los fechado durante a curta – curtíssima – viagem. Olhei ao redor e vi uma casa bem aconchegante. As paredes de madeira, com algumas plantas trepadeiras no que eu julgava ser a entrada, outros xaxins pendurados ao redor com plantas que eu nunca tinha visto na vida, e outras que lembro de ter visto na horta da minha avó. O lugar trazia uma paz quase que instantânea. Kai me conduziu pela mão até a parte de dentro da casa, pois pelo o que eu entendi, aquilo deveria ser algum tipo de terraço.

— Ma! – Kai chamou pela casa.

Não demorou muito para que uma mulher aparecesse. Ela era incrivelmente bonita. Sua pele era alva e suas bochechas rosadas. Os olhos eram um castanho meio claros, notava-se por causa da luz que deste ângulo iluminava bem suas orbes. Os cabelos, começando a ficarem grisalhos, estavam em um tipo de dreads e suas roupas bem folgadas lembravam as de uma hippie daquelas antigas ou algo assim. Me perguntava quem era aquela mulher.

— Kai, meu filho, você.... – ela se aproximou dele tocando em seu rosto com as duas mãos, mas parou ao notar-me — Ela é a...?

— Sim, esta é a Rebecca. A moça de quem eu falei – ele olhou para mim e deu um sorriso meio fofo. Ele parecia meio encabulado com a situação. Não que eu não estivesse, até porque estava diante uma estranha que provavelmente sabia mais de mim do que eu dela, mas observá-lo assim me fez esquecer momentaneamente disso.

— Como ela é linda! – ela veio acariciar meu rosto como fazia com Kai segundos atrás. Sabe o lance de ter esquecido que estava com vergonha? Passou. — Você já sabe o quanto esse rapaz gosta de você?

— Acredito que não... – sorri sem jeito. Talvez estivesse sendo sincera demais.

— Kai, por que? – ela deu um tapa no ombro dele, assustando-o — Você não tem demonstrado seus sentimentos à ela?

— Eu tenho sim, Ma! – ele defendeu-se sorrindo. Decidi ajuda-lo.

— Eu é que ainda não confio direito... – mordi o lábio.

— Não culpo você por isso. Rebecca? – ela me perguntou e eu assenti — Sou a Toola, mas como você está com o Kai, pode me chamar de Ma se quiser. – sorriu.

— Ma, eu trouxe ela aqui pra contar algumas coisas... sabe? – Kai se pronunciou.

— Aconteceu alguma coisa? – ela perguntou séria.

— Ela teve um sonho. – ele lhe respondeu simplesmente. Provavelmente porque aquilo já deveria ter um significado entre eles, pois ela mudou sua expressão para uma de quem acabou de entender algo.

— E como foi esse sonho, querida? – ela dirigiu-se a mim.

 

Fomos conduzidos por ela até um sofá. Contei com a maior quantidade de detalhes que lembrei como foi o tal sonho – o que não foi difícil, pois ele parecia intacto em minha mente para que eu pudesse “acessá-lo” quando bem entendesse – e ela ouviu pacientemente. Vez ou outra encarava o Kai com expressão de incredulidade ou surpresa, ou os dois. Quando terminei, ela encostou-se no sofá onde estava sentada e entrelaçou os dedos, respirando fundo e refletindo por alguns segundos.

 

— Não há dúvidas de que você precisa saber das coisas, Rebecca – ela olhou para e para o Kai.

— O que isso quer dizer exatamente? – perguntei curiosa, afinal, Kai não me respondeu a essa pergunta direito.

— Quer dizer que você faz parte de algo maior do que esperava... – ela disse calma. — Não fique com medo, por favor.

— Não vou mentir. Não estou com medo, embora eu acredite que tenha razões para isso. Mas eu gostaria de entender no que estou me metendo. – pensei um pouco e resolvi continuar — O Kai apareceu na minha vida assim, de repente. E tão de repente, ele me deu informações novas e dúvidas que eu achei que nunca teria na minha vida. Eu realmente não sei até que ponto ele é um cara normal.... Se bem que de normal, ele realmente não tem nada – acabei arrancando risos dos dois. — Tudo isso está estranho de mais pra eu conseguir aceitar de cara.

— Eu entendo você, querida – ela segurou minhas mãos — E culpo o Kai e mais uma certa pessoa por isso. Ele começou da forma errada com você. Por outro lado, sua ignorância é bem vinda até esse momento. Assim, depois que eu lhe contar tudo o que você deve saber, você poderá decidir o que fará a seguir.

— Eu tenho que fazer alguma escolha? O quão sério é isso no que estou me metendo? – perguntei desconfiada.

— Vamos por partes, tudo bem? – ela disse calma e eu assenti em silêncio. — Primeiro eu vou explicar o que o Kai é. Ele já explicou isso?

— Muito pouco – respondi.

— Certo – ela segurou suas próprias mãos — O Kai é um ser humano superdotado, por assim dizer. Ele possui a capacidade de se teleportar para praticamente qualquer lugar apenas com o que poderíamos chamar de poder da mente. Isso acontece porque ele possui características no DNA dele que fazem com que ele tenha um cérebro especial, digamos assim, e um corpo que permitem que ele faça isso. Não é tão impossível de acontecer. Imagine que todos nós podemos ter essas características, esses traços no nosso DNA. Ou mesmo nossos cérebros sejam capazes de realizar esse tipo de atividade. Mas no caso de pessoas como o Kai, somente é possível fazer algo “diferente” se possuir as duas coisas, o cérebro e o corpo prontos. Normalmente pessoas que tem um QI muito alto são aquelas que poderiam ter alguma habilidade sobre-humana, como a do Kai, mas não tiveram a sorte de nascerem com um corpo igualmente preparado pra isso. E dessas habilidades existem diversas. Desde telecinese, que consiste em mover objetos com o poder da mente e até mesmo poder ler a de outras pessoas, até a pirocinese, que é a habilidade em manipular o fogo e até mesmo produzí-lo espontaneamente. Você entendeu até aqui?

— Acho que sim – cocei a cabeça.

— Ma, eu vou ter que sair por uns minutos, cuida bem da Rebecca pra mim? – Kai levantou-se.

— Pode deixar – ela sorriu.

— Mas... – balbuciei algo e ele sorriu, terminado por me dar um beijo o topo da cabeça.

— Não vou demorar, é bem rápido. – ele sorriu e desapareceu antes mesmo de se afastar.

— Posso continuar? – Toola perguntou e eu assenti. — Há muito tempo, existiam tribos que possuíam pessoas com habilidades sobre-humanas. Esse tipo de habilidades existe desde que se sabe sobre a humanidade, inclusive há teorias de que o fogo na verdade, só foi descoberto graças a alguém com a habilidade de pirocinese. Porém, como o homem foi desenvolvendo seu intelecto e, depois, criando sociedades, as pessoas que possuíam tais habilidades eram tidas como ameaça. É compreensível, já que essas pessoas não tinham total controle de sua natureza e podiam, eventualmente, causar acidentes. O problema é que elas passaram a ser caçadas. Na Idade Média, a Igreja condenou muitas pessoas por bruxaria por causa de seus dons ou por se envolver e proteger quem os tinha. Nessa época, a Inquisição, que era a parte da Igreja que cuidava da fiscalização e punição do povo, dividiu-se em dois grupos: o primeiro e único presente nos livros de História, que cuidava dos assuntos financeiros, ou seja, quem pagava o dízimo e todos os impostos que eram cobrados, que também cuidava das penalidades àqueles condenados por heresia. E o segundo grupo, que atualmente não é conhecido por quase ninguém, a não ser por eles mesmos e por seus cumplices, ou por pessoas como o Kai, eu e agora, você. Este grupo era responsável por caçar pessoas com habilidades como as do Kai e a de outros. Em alguns momentos, eles queimavam ou enforcavam alguns dos que eram encontrados, sob acusação de bruxaria, para que os outros soubessem que estavam sendo caçados. Anos depois, utilizaram a guilhotina naqueles falsamente acusados de traição ou corrupção e assim eles agiram durante séculos até hoje. No ano de 1952, a coroa britânica oficializou esse grupo, dando o nome de Nothcon, sigla para Non-Human Threats Contention Service, ou Serviço de Contenção de Ameaças Não-humanas, conhecido aqui pela sigla SCAN. Por causa da semelhança na pronuncia quando se referiam aos agentes, os Scans, com a palavra cães, acabou que esse apelido ficou.

— Ah, entendi... então existem esses agentes em todos os países?

— Sim, em cada país eles são conhecidos por nomes diferentes, mas todos têm a mesma função: eliminar pessoas com habilidades especiais.

— Mas ninguém faz nada a respeito, a ONU, sei lá? – perguntei inconformada.

— Acontece que os SCANs são uma entidade muito antiga e mesmo assim, para os chefes de Estado, essas agencias realizam trabalho de pesquisa em humanos superdotados.

— Então eles não têm conhecimento do que os Scans fazem de verdade?

— Exato. – Toola sorriu e apontou para mim. Em seguida, ouvimos um som conhecido. Alguém se teleportara até aqui. Olhei para o lado esperando ver o Kai, mas quem estava lá era outro rapaz. Mais velho que o Kai, pude notar.

— E é por isso que eu quero desmascarar aqueles imbecis – ele sentou ao meu lado. — Sou o JunHo, uma espécie de tutor e amigo do Kai.

— Sou Rebecca e sou...

 — Eu sei quem você é – ele me interrompeu. — Digamos que eu já ouvi falar sobre você.

— JunHo! Isso são modos? – Toola interviu.

— Me desculpe – ele pediu sincero. Maneei a cabeça — O que você me diz agora que sabe sobre os Cães?

— Eles matam pessoas deliberadamente e a população não sabe de nada. Saber que nem mesmo a polícia sabe sobre eles chega a ser assustador. Mas fico um pouco mais aliviada por isso. Eu estava perdendo as esperanças nas autoridades... – suspirei com alívio, mas JunHo logo voltou a falar.

— Não se iluda. Muitos sabem sim. Não fosse isso, eles já teriam sido descobertos. Quem você acha que encobre eles?

— Mas... se eles são tão bem protegidos, por que você quer desmascará-los, como disse? Isso não é se arriscar demais? – perguntei — Eles podem mata-lo!

— E é por isso que nós brigamos tanto com ele, Rebecca – Toola falou.

— Não me importo em morrer se isto significar que eles não farão isso a mais ninguém. – ele disse calmamente, o que me assustou.

— O problema é que tem bastante da sua vingança pessoal nisso, JunHo! – Toola falou imediatamente. JunHo e eu olhamos para ela, mas ela se calou ao olhar nos olhos dele.

— Não entendo como você não entende. Me pergunto se você realmente o amava... – JunHo falou ao se levantar e teleportou-se para outro lugar.

 

Não entendi a que eles se referiam, mas acredito ser um assunto pessoal demais para eu perguntar sobre. Mal JunHo foi embora, Kai apareceu na sala.

— Aquele era o JunHo? – ele perguntou à Toola.

— Era... – ela respondeu — Mas se era por ele que você procurava, acho melhor ficar por aqui...

— Então, tá. – Kai sentou-se ao meu lado e pegou minha mão. Olhei para ele e ele me sorriu.

— Continuando. – Toola voltou a falar — Agora vou explicar um outro lado de tudo isso. O lado que te envolve diretamente. – uma pausa — Eu falei sobre as tribos. Bem, essas tribos ainda existem até hoje, mas em menor número e muito escondidas, graças aos caçadores, por assim dizer. Mas o que nos interessa é seu legado que vem desde seus primeiros ancestrais. Existe um conjunto de lendas envolvendo pessoas como o Kai, os teleporters. Para esse povo, eles são chamados de garotos especiais. A lenda mais antiga e acredito ser a mais forte delas, é sobre o poder elevado de um garoto especial. Sempre acreditou-se que cada um tem seu correspondente, ou seja, sua alma gêmea e basicamente tudo o que envolve o nosso povo, é relacionado a isso. A lenda da qual vou te contar, diz que um amor intenso, verdadeiro e imediato pode transformar um garoto especial no mais forte de todos. Seria uma espécie de último nível de poder, que mesmo com todo esforço e treinamento, só pode ser alcançado em conjunto com sua alma gêmea.

— E vocês acham que eu sou essa pessoa? – perguntei sem fé. Aquilo chegava a ser engraçado. Como seria possível?

— Sei que você não deve estar acreditando. JunHo também não acredita. Mas eu acredito – Kai falou segurando minhas mãos.

— Não é apenas suposição – Toola tomou a palavra novamente — Existem coisas, acontecimentos bem detalhados descritos por essas lendas e que batem com o que aconteceu com vocês dois. Um deles é o fato de só ser possível transportar outra pessoa depois que a escolhida for encontrada. Kai não podia levar ninguém consigo até encontrar você. – olhei para o Kai.

— É verdade. – ele confirmou olhando em meus olhos. Lembrei-me do “obrigado” que ele disse na primeira noite. Agora entendi o motivo.

— Além disso, existe o sonho preditivo – Toola pigarreou. Um arrepio me subiu pela espinha. Devo ter ficado pálida, porque senti como se meu sangue todo tivesse sido drenado — Calma, querida! Não quer dizer que o que aconteceu no seu sonho vai acontecer de verdade. O sonho em si, não tem importância, mas sim, quem apareceu nele. Kai teve um sonho semelhante ao seu em sua primeira noite juntos – Toola pigarreou — Isso mostra que seu sonho foi predito pelo Kai. E se ele não lhe contou nada sobre isso, então você tem mais um motivo para acreditar nessa ligação.

— Então... – comecei a falar depois, pensando bem em cada palavra, montando meu raciocínio enquanto falava — Se o Kai me encontrou e eu sou a “escolhida”... E ele voltou  até mim, decidido a manter um relacionamento comigo... Ele o fez para conseguir mais poder?

— Não mesmo! – Kai disse imediatamente. Segurou meu rosto, fazendo-me olhar para ele — O que eu fazia ante era, sim, pra conseguir aumentar minhas habilidades. Mas depois que eu te encontrei, senti realmente algo diferente. Meus ‘poderes’, isso realmente deixou de ter um significado quando eu me apaixonei por você.

— Ainda é muita coisa pra eu processar de imediato... – falei — Mas considerando que eu acredite em tudo isso. Que escolha eu devo tomar? Digo, vocês me disseram que eu deveria escolher o que fazer depois que soubesse de tudo... Então que escolha é essa a que devo tomar agora que já sei? Ou ainda tem mais coisa pra saber?

— Tem muito mais coisa, querida. – Toola disse calma e sorriu — Mas nada que realmente vá influenciar na sua escolha, por assim dizer. E saber disso só dependerá do que escolher. Não pense que é uma decisão difícil de ser tomada. O que você tem que fazer é decidir, depois de tudo o que contamos, se aceita continuar com o Kai. Mesmo com os perigos, porque eles existem. Tanto Kai quanto JunHo são caçados.

— Eu não posso esconder isso de você. Seria ainda mais perigoso estar com você sem que você tenha completa noção disso tudo. – Kai olhava fixamente em meus olhos. — Ainda que eu garanta a você que nada te acontecerá, porque eu não vou deixar...

— Bem, eu... – Eu tentava raciocinar depois de tanta informação.

 

Não sabia o que pensar direito. Ele esperava uma decisão minha, mas mesmo depois de tudo o que me disseram, eu ainda estou perdida nisso tudo... Não é como escolher entre duas marcas de refrigerante em lata num freezer. A primeira resposta e, sem dúvidas, a mais sensata, seria deixar tudo isso de lado e viver minha vida normal. Kai já conseguia transportar alguém consigo, logo, não precisaria mais de mim. Era o que eu pensava. Todavia, existia um lado meu pedindo que eu não desistisse. O mesmo lado que sentiu falta do Kai durante o mês em que não tive notícias dele. Que aceitou a presença do Kai em minha casa. Que aceitou deitar-se com ele mais uma vez e, talvez, quantas outras pudessem acontecer. O mesmo lado que sentia-se bem com as mãos do Kai segurando forte as minhas. Que sentia-se bem em seu abraço quente. Dois pares de olhos me encaravam e eu tentava ouvir meus dois lados, afim de encontrar uma resposta para dar. Mas antes que eu conseguisse alguma, o que estava muito longe de acontecer, meu celular tocou dentro da minha bolsa, que, por sorte, não deixei em casa antes de vir pra cá. Na verdade, nem tive tempo para descansar quando cheguei em casa. Como uma fuga mais do que conveniente, apanhei o celular de dentro da bolsa. O que incrivelmente foi bem fácil, dado que sempre perco minutos caçando-o dentro da minha – nada organizada – bolsa. Atendi.

 

Rebecca! Rebecca, por favor, me ajuda...  – Yoora falava desesperada do outro lado.


Notas Finais


Muita coisa? Pois é, eu avistei.
Como eu disse, tudo (ou quase) foi explicado. O problema aqui é que eu quis colocar toda a explicação num capitulo só, para não ter que enrolar em nada, já que será necessário que vocês saibam disso tudo daqui pra frente. Por isso, pode ser que eu tenha esquecido alguma informação (minha cabeça tava a mil na hora de escrever, então há a possibilidade de eu ter atropelado alguma coisa), então se ficou alguma duvida, me perguntem e eu esclarecerei nos próximos capítulos.

Além disso, tem mais uma coisinha que está pendente há algum tempo, sobre o passado do Kai... E isso será explicado no próximo capitulo, então não se preocupem.

Bem, acredito que seja só isso. Beijos e até mais.


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