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História Cast off - Passado Parte 2


Escrita por: RaraWolf

Notas do Autor


Yo o//
Olha quem apareceu O.O
Venho comunicar que depois de sofrer muito com falta de inspiração ( onde não conseguia escrever nada por dias ) consegui trazer mais um cap para vocês ^^
Esse cap encerra a sequencia de flash back e graças a isso talvez no próximo cap. talvez tenha o tão aguardado NaruSasu O.O muahahahah
Aos agradecimentos: AykRae, Life_Bad_Life, Kaliwarning, MrsSantinni, hinauzumaki552, AtiadasFic, danielle1234
Fazendo voz de apresentadora - Tenho o prazer de agradecer a todo o apoio que os mencionados a cima e todos que vem acompanhando tem me dado, sem você isso não seria possível T^T ( momentim que eu perdi a compostura ) Enfim, tenho que agradecer a todos os que leem, aos que comentam, aos que dão estrelinhas nos coments ( já falei que amo elas? O.O rsrsrs ) e aos fantasminhas também. Sem todos você isso tudo não seria possível ( to me repetindo eu sei )!
Sem mais delongas, fiquem com o cap e espero que gostem ^^

Capítulo 15 - Passado Parte 2


Fanfic / Fanfiction Cast off - Passado Parte 2

Durante todo o tempo em que Karin contou a historia Sasuke não pronunciou uma palavra, embora ficasse claro sua indignação e interesse em algumas partes do que lhe foi contado, tudo graças as sutis diferenças, que Karin conseguia ver claramente, em sua mascara de indiferença. Enquanto Sasuke tomava o cuidado de não interromper uma historia que julgava dolorosa para a ruiva, Karin tomava todo o cuidado do mundo para não mencionar o nome Nagato ou Pain, sempre se referindo a ele como o irmão de Naruto ou o Insuportável. Contudo a mulher deixou pequenas pistas para que o moreno descobrisse de quem se tratava, afinal por mais que intendesse o que Naruto estava fazendo não concordava em deixar o moreno as escuras, principalmente em assuntos que envolviam sua família.

- Eu já havia percebido antes, mas você e Naruto são mesmo próximos. – disse com um pequeno sorriso quebrando o silencio que havia se formado.

- Sim, ele fez mais para mim que qualquer um... – disse com um sorriso de lado – Por isso fico feliz por Naruto ter te encontrado. – seu sorriso agora era largo – Então, que ouvir o resto da historia da sua cunhada? – provocou vendo o Uchiha corar levemente e fingir não escutar a parte da cunhada a incentivando a prosseguir com um aceno de cabeça.

- Acho que essa parte vai te interessar bastante.

 

Quinze anos atrás...

- Você ainda tem esperança Hinata? – pergunta incrédula.

- Eu... o Naruto-kun... – disse vermelha sem conseguir olhar para a ruiva enquanto única os dedos indicadores.

- Ok, eu já entendi. – disse suspirando – Mas você sabe que ele é apaixonado no Kiba. – disse recebendo um aceno positivo da menina – E sabe que o Kiba é apaixonado em você? – perguntou vendo a expressão de surpresa no rosto da menina – Fala serio Hina, você não tinha percebido mesmo! – disse negando com a cabeça em reprovação.

E lá estava, o triangulo amoroso do qual Karin se sentia realizada de ter saído antes que as coisas ficassem feias, o mesmo triangulo que bagunçava sua cabeça. Não queria que Naruto levasse um fora, queria ver o loiro bem e Kiba sempre lhe pareceu boa pessoa, por outro lado não queria ver Hinata, sua primeira amiga, magoada e sabia melhor do que ninguém o quanto a perolada amava Naruto, o que só tornava sua cabeça mais confusa.

Na noite do mesmo dia, os três amigos saíram juntos, menos Hinata que não tinha permissão de seu pais conservador para frequentar festas ou qualquer social que os amigos compareciam. Já estavam acostumados a sair só os três, o que não tornava menos desagradável ter que deixar a perolada para trás, sabendo o quanto a mesma ansiava por ter esses tipos de experiências. E foi nessa festa que Karin conheceu Sasori um garoto popular que havia acabado de se formar, e estava festejando com seus amigos sua admição em uma faculdade prestigiada.

Ao ver Karin dançando com os amigos ele se aproximou e a convidou para dançar, dizendo provocativamente para Naruto que já estava cansada de sobrar foi como ruivo para o outro lado do salão. Dançaram até as três da manhã quando Naruto a chamou para ir embora, ao se despedir de Sasori o mesmo lhe deu um papel com seu número e email e pediu que ela entrasse em contato pois havia ficado encantado com a menina, Karin corou e seu rubor foi até as orelhas no momento em que Sasori a beijou na bochecha antes de sair.

Duas semanas depois da festa Karin e Sasori começaram a namorar, o rapaz se mostrou respeitável e se deu bem com Kiba, Naruto era o único que mantinha alguma desconfiança do ruivo, desconfiança essa que Karin atribuiu a ciúmes pela proximidade de Kiba e Sasori. Durante todo o tempo em que namoraram estiveram sob rígida vigilância, quando não de Naruto, que ficava a maior parte de seu tempo empenhado na tarefa, era Jiraya em seus raros momentos em casa.

Quando estava para completar dois meses de namoro, a turma se juntou para ir até uma festa e para a alegria e surpresa de todos Hinata tinha ganho permissão não só de ir mas também de passar a noite fora de casa, desde que ficasse na casa de Naruto. A festa foi como qualquer outra, a única diferença foi a sequencia de acontecimentos. Naruto viu Kiba beijando uma garota e como consequência começou a beber sem se importar com o amanhã, um tempo depois foi Hinata quem viu Naruto beijando um menino e correu chorando para o bar onde lhe foi oferecida a primeira bebida de sua vida.

Antes que Karin percebesse o sumiço de Hinata, Sasori deixou bebida cair em sua roupa e pediu que a ruiva o acompanhasse até sua casa para que ele se trocasse. Como a casa de Sasori era próxima Karin aceitou, mas antes de sair mandou uma mensagem para Naruto dizendo onde estaria. Depois de alguns poucos minutos de caminhada o ruivo colocou Karin para dentro de sua casa e a levou até seu quarto, e foi onde tudo aconteceu. No inicio de modo carinhoso com alguns beijos até que ele exigiu mais do que caricias e Karin negou. Usando de violência o homem começou a tirar a roupa de Karin, enquanto a mesma pedia que parasse e tentava a todo custo se livrar dos braços fortes de Sasori.

- Que tal ficar quietinha forasteira? – perguntou enquanto imprensava o corpo da mulher indefesa sobre a cabeceira da cama.

No momento que Sasori se referiu a Karin como ‘Forasteira’ o mundo da ruiva desmoronou e em sua mente só havia medo. Não era necessário explicações para saber quem o havia enviado, as únicas pessoas que a chamavam dessa forma eram aquelas envolvidas com seu pai. A sua mente veio novamente à imagem da mulher pedindo por ajuda enquanto seu pai a estuprava, a imagem do brilho de vida deixando os olhos da mulher que a encarava em busca de algum conforto em seus momentos finais, e essas imagens só serviram para aumentar seu desespero ao lembrar-se da ultima ameaça que seu pai havia feito.

- Não faz isso...  – disse tremula ao ver o homem se aproximar desafivelando a calça.

- Shiii... – disse com um sorriso de lado e com o dedo indicador frente a sua boca – se você ficar quietinha isso vai ser rápido Forasteira. – agora seu sorriso mostrava o quanto estava se divertindo com o desespero de Karin.

- ... – queria gritar e sair correndo dali, contudo, suas pernas não se moviam e sua voz não saia, a mulher simplesmente não conseguia fazer ou em nada, sua mente estava presa na imagem que marcou sua infância.

- Sim... isso mesmo piranha. – disse passando a mão sobre o busto de Karin que apenas tremia em seu desespero.

O que aconteceu a seguir ficou marcado na mulher como uma cicatriz que nunca sumirá. Demoraria anos para que conseguisse ser tocada por outro homem sem se lembrar do desespero que sentiu, o nojo pelos toques de Sasori, a vergonha por ser exposta a uma criatura tão deplorável como o homem que estava a sua frente. No momento em que Sasori estava para penetra-la Karin por alguns momentos conseguiu reagir tentando se afastar do homem antes de ser esbofeteada e prensada de quatro na cama. Sem esperar qualquer deixa o home a violou como a um animal, e entre os gritos de desespero e dor de Karin, o homem aumentava seus movimentos desferindo vários tapas contra a mulher... Já estava a ponto de se despejar dentro de Karin quanto o barulho de sua porta sendo arrombada chamou sua atenção, isso antes de ser atingido por um forte soco.

- Desgraçado! – berrou Naruto se jogando sobre o corpo do homem, atordoado, no chão – Desgraçado! Maldito! Seu Merda... – gritava enquanto desferia ondas de golpes contra o homem que já não tinha reação.

O brilho vermelho em seus olhos mostrava claramente o total descontrole do loiro que só parou de bater em Sasori, que já estava inconsciente, um tempo depois de Karin abraça-lo pelas costas enquanto chorava. Ao voltar a si só conseguiu ver o vermelho do sangue em suas mãos, o rosto agora irreconhecível do homem a baixo de si e a expressão angustiada de Karin. Ainda em choque e sem muito o que pensar tirou seu casaco e o jogou sobre o corpo nu de Karin, uma vez que as roupas da mulher estavam todas rasgadas sobrando apenas farrapos espalhados pelo cômodo.

- Vem, eu vou te levar ao medico e depois vamos para casa. – disse pegando a mulher no colo.

Naquela noite, depois de ser tratada e de Naruto ter lhe acompanhado até a delegacia, Karin só conseguiu dormir nos braços de Naruto que não a deixou em nenhum momento depois do ocorrido. O resultado de tudo foi ainda mais desastroso do que se podia esperar, ao que tudo indicava Sasori havia sido só mais uma ferramenta pronta para o descarte. No dia seguinte a festa um vídeo começou a circular entre os alunos da escola de Naruto e Karin, o vídeo mostrava Karin nua enquanto Sasoria a estuprava, um vídeo que expunha para todos algo que machucava a ruiva de diversas formas.

Naruto teve que responder um processo por parte de Sasori devido à agressão do loiro, um processo que graças ao vídeo deixava bem claro o que o ruivo havia feito, fazendo todo o júri se voltar contra o mesmo. E quase ao mesmo tempo em que Naruto e Jiraya lutavam com todas as forças para tira o vídeo da internet duas coisas aconteceram. Naruto ficou conhecido como uma espécie de herói por ter salvado sua namorada, como começaram a se referir a Karin, e a ruiva não voltou a frequentar as aulas. 

Usando sua influencia Jiraya contratou um professor particular para a ruiva, que estava sempre acompanhada de Naruto. Karin simplesmente não conseguia chegar perto de nenhum homem que não fosse Naruto, o que resultou em diversas seções com uma das melhores psicólogas que o dinheiro podia contratar. Mesmo com toda a atenção que Naruto lhe dava e todo o cuidado de sua psiquiatra Karin simplesmente não estava melhorando, sempre que estava na presença de outro homem entrava em pânico, nem mesmo Kiba foi exceção. E foi quatro meses depois do ocorrido que tudo começou a mudar, em uma conversa com Hinata.

- O que tá acontecendo Hina-chan? – perguntou vendo que a menina estava pálida, ao ser questionada Hinata começou a chorar desenfreadamente sendo consolada pela ruiva.

- Eles descobriram... – disse entre as lagrimas.

- O que? Me conta Hina, se não eu não vou poder te ajudar. – falou afagando as costas da perolada.

- Eles viram o teste... – precisou de mais algum tempo para terminar a frase enquanto Karin se perguntava que tipo de teste poderia ser para deixar a amiga tão aflita – de gravides. – terminou deixando a ruiva em choque.

- Hina, você esta... gravida? – perguntou extremamente surpresa, recebendo um aceno positivo de cabeça, achava que a amiga era virgem e até onde conseguia se lembra era – Como isso aconteceu? Quando aconteceu? – perguntava incrédula.

- Na festa... eu bebi e... – respirou fundo antes de terminar – eu não me lembro de mais nada. Comecei a me sentir muito estranha e estava tendo enjoos, quando procurei na internet sobre isso achei o exame de farmácia e... – tornou a chorar – Eles querem que eu tire...

- Hina, vem cá. – disse a abraçando e se sentindo uma idiota por só estar pensado nela todo aquele tempo enquanto sua melhor e única amiga estava passando por um momento como aquele sem nenhum apoio – Você sabe quem é o pai? – sentiu o corpo da perolada ficar tenso antes de lhe responder.

- Não... – disse tristonha, sem saber que Karin havia visto por trás de sua mentira.

- Hinata, isso é serio. Se você não me contar não vai ter como eu te ajudar! – falou um pouco irritada.

- Eu não sei! – falou quase gritando o surpreendeu Karin e quase a fez acreditar em Hinata, isso se não estivesse evitando o olhar da amiga quando disse.

A conversa acabou daquela forma e não demorou para a perolada contar a Naruto, que na opinião de Karin, tinha o dom de fazer as pessoas se abrirem com ele quando queria. O que mais surpreendeu a ruiva naquele mês foi o fato de Naruto assumir a criança e depois de um longo debate com Jiraya, conseguiu a autorização do pai para se casar com Hinata e graças ao acordo, Naruto não pode fazer faculdade quando terminou seus estudos.

 

Atualmente...

 

- Por que ele não terminou os estudos? – perguntou ao perceber que Karin pretendia acabar sua historia nesse ponto.

- Jiraya fez Naruto administrar uma empresa no momento em que ele assumiu a paternidade de Hotaru. – disse com um sorriso gentil no rosto – Até onde eu sei aquele idiota iria ganhar permissão para se casar com Hinata se conseguisse o dinheiro para se sustentar e a futura família... – fez uma pausa encarando o céu extremamente escuro – Como eu ainda não estava em condições de voltar a estudar por conta própria, comecei a ajuda-lo a administrar o pequeno restaurante. – falou se levantando do balanço se dirigindo de volta para empresa sendo seguida por Sasuke – Não demorou muito para o negocio crescer, todos os empregados amavam aquele idiota e faziam de tudo para ajuda-lo... Acredita que ele ia até as ruas, e entre mendigos escolhia os seus trabalhadores? – disse olhando para o Uchiha indignada, como se aquilo estivesse acontecendo naquele instante, mas o brilho de admiração também não passou despercebido pelo moreno – Ele praticamente acabou com fundo que Jiraya havia dado para ajudar a empurrar o barco no inicio de tudo... Ele alugou uma espécie de pensão e colocou todos lá. – riu ao se lembrar do sorriso que Naruto tinha sempre que falava dos funcionários.

- E nenhum dele tentou roubar ele? – perguntou recebendo um olhar reprovador da mulher – Desculpe, mas sou policial e é meio que automático... – disse sem jeito.

- Eu estou brincando Sasuke. - disse sorrindo aliviando assim a tenção do moreno – Mas, sim. Ele foi roubado diversas vezes... – fez uma pausa e lá estava o mesmo sorriso de admiração de novo – depois de umas duas ou três semanas eles voltavam para se desculpar e o idiota fingia nem lembrar e os contratava. – o olhar incrédulo do Uchiha foi o suficiente para fazer Karin dar uma sonora gargalhada – Sim, o maluco os contratava.

- Ele não tem juízo mesmo, Deus! – falou baixo.

- Foi esse tipo de falta de juízo que deu a ele pessoas como Hidan e tantos outros... – disse com um sorriso complacente.

Karin entendia completamente os sentimentos de Sasuke sobre o comportamento de Naruto, um misto de incredulidade com indignação e principalmente preocupação. Mas ao contrario do Uchiha ela havia visto com seus próprios olhos como o jeito de Naruto mudava as pessoas, por mais que não quisesse admitir o loiro tinha seus dons, e o mais notável delas, na opinião da mulher era o de tocar o coração das pessoas. Olhando para a expressão perdida de Sasuke, Karin apontou para o céu.

- Está vendo aquela estrela? – assim que o Uchiha olhou na direção em que apontara sem esperar por resposta a mulher continuou – Ela é como Naruto! – disse com um leve sorriso recebendo um olhar confuso do moreno – Quando estamos perdidos e olhamos para o céu não conseguimos ver qualquer estrela... – começou a explicar e diminuindo o passo continuou – Se olharmos para o céu por tempo suficiente, é certeza que veremos esse pontinho de luz, e se você olhar com atenção e não desviar os olhos... – nesse momento passou a caminhar de costas encarando Sasuke com um sorriso enquanto tinha as mãos em voltas uma na outra atrás de suas costas – Antes que se dê conta a noite virou dia e a pequena estrela o próprio sol. Aquele idiota não poderia ser comparado com outra coisa se não com o próprio sol, mas ao contrario do sol ele não queima ninguém. – piscou para o moreno parando em frente ao carro de Sasuke – Chegamos senhor apaixonado.

- Eu nã... – se deteve com a expressão da mulher, dando-se conta de que não adiantaria dizer qualquer coisa, uma vez que a mulher estava convicta de que o moreno estava irrevogavelmente apaixonado pelo loiro. – Quer carona? – perguntou se arrependendo logo em seguida.

- Imagina! – disse erguendo uma sobrancelha e continuando com o tom mais irônico possível – Eu fiquei até tarde, dispensei uma carona para passar um tempo com você, levei um fora, sentei no seu carro por que talvez, só talvez, eu quisesse uma carona!

- Ok. Acho que já está bom de patadas por hoje! – falou com toda a frieza que conseguiu reunir tendo como resposta um olhar debochado de Karin que entrou no carro logo após o moreno.

- Aqui. – depois de pensar em silencio por algum tempo estendeu um envelope logo que Sasuke estacionou na estrada de sua casa.

- O que é isso? – perguntou passando o olhar da carta a Karin repetidamente.

- O que parece Sasuke? Olha eu levei um fora, estou cansada e... – fez uma pausa e com um suspiro ao encarar o olhar de Sasuke se ajeitou no banco e disse – Olha, eu não sei exatamente o que está nesse envelope, mas acho que você pode obter mais coisas daí do que comigo... no fim eu acabei te contando só minha historia. – falou com um sorriso e dando um beijo na face do Uchiha, Karin saiu do carro e desapareceu na entrada de seu prédio sem olhar para trás.

Ainda confuso com todas as informações e as afirmações que, por mais que odiasse admitir, tinham fundamento, sobre o moreno estar apaixonado. Sasuke voltou até o prédio que era seu local de trabalho e também sua casa, não que quisesse voltar para perto de Naruto, mas o apartamento que utilizava era o único lugar onde conseguia ficar algum tempo sozinho a fim de colocar em ordem seus pensamentos e tentar entender suas emoções. Após um demorado banho o homem se deitou no sofá pensando em dormir ali mesmo, mas a grosa carta que deixara em cima da mesa de centro da sala lhe chamou atenção. Pegou a carta vendo que não havia nada escrito em seu exterior e que a mesma era bem antiga visto que já estava um pouco amarelada pelo tempo. Abriu a carta e começou a ler seu conteúdo com curiosidade e um pouco depois com demasiada atenção.

‘Olá,

Se você está lendo essa carta, significa que você é uma pessoa incrivelmente sortuda por ter Naruto em sua vida, mas também significa que eu não faço parte da vida dele e nem de nossos filhos... Tenho que confessar que só o pensamento de não estar mais com ele me entristece e por mais que eu deseje a felicidade dele sinto ciúmes, por que se está lendo isso quer dizer que ele abriu seu coração para outra pessoa depois que eu me fui.

Sei que é estranho, mas gostaria que lesse essa carta até o fim, ela conta a minha historia e vai ajuda-lo a entender quem Naruto é...

Conheci Naruto quando ainda estava no ensino fundamental, e ele já dava trabalho para os professores na época... Ele era um menino sozinho e que era atormentado por todos, ninguém conversava com ele, exceto o ‘irmão’, hoje em dia tenho certeza que a maioria das coisas de que Naruto era acusado na época tinha o dedo dele... Eu sempre o observei de longe, tinha medo de me aproximar e era tímida. Ele me chamou atenção primeiro por saber como eu me sentia, eu também era deixada de lado e maltratada, e logo em seguida eu me encantei, na época não fazia ideia de que já era amor, por ele logo depois de ser salva. Um grupo de meninos me cercou e começou a me dizer as palavras mais rudes que uma criança pode receber, fizeram eu me curvar para eles e queriam que eu me humilhasse ainda mais, ainda acho incrível como crianças podem ser cruéis. Foi nesse momento que ele chegou e me salvou, nós nunca tínhamos se quer nos falado e mesmo assim ele veio e me salvou. Na época isso rendeu a ele vários machucados e se eu não tivesse confirmado a historia toda ele teria sido suspenso como os outros garotos, na época o nosso maior medo e preocupação era a tão assustadora suspenção ^^’

Mesmo depois do que aconteceu eu não tinha coragem nem mesmo de agradecer tudo o que ele fez por mim e me descupar pelo castigo que havia pego na época, apagar todos os quadros ohhh ^^ , mas isso não impediu ele de se aproximar, acho que nada pode impedir ele de fazer algo que queira... Ele sempre sentava perto de mim para comer, e como ele era falante, acho que queria fazer com que eu me abrisse com ele, nas primeiras semanas, sim SEMANAS O.O , eu apenas acenava com a cabeça e me limitava a dizer um sim ou não de vez em quando. Cheguei a achar que ele ia desistir de mim, mas lá estava ele, todos os dias sempre com aquele sorriso contagiante e a alegria que enchia meu peito de uma felicidade que nunca me foi conhecida, me enchia de uma felicidade que nem se quer era minha... Ele sempre foi incrível, e antes que me desse conta conseguia conversar com ele como nunca havia feito com ninguém, mesmo que ainda fosse tímida e me envergonhasse com frequência ele nunca se importou, sempre que ficava encabulada ou envergonhada de mais para falar ele me dirigia seu melhor sorriso e mudava de assunto, tudo para me deixar confortável. Ele sempre foi meu sol...’

Mau havia começado a ler a carta e já sentia uma grande simpatia pela mulher, por mais que não quisesse admitir sentia um pouco de ciúme da intimidade com a qual ela falava do loiro, mas até isso foi substituído pelo divertimento ao ler aquela carta, mesmo se tratando de um assunto extremamente serio para ela, Hinata conseguia fazer varias brincadeiras que faziam um sorriso se abrir na face do Uchiha sem que nem ele mesmo percebesse. Ao ler sobre Naruto, Sasuke sentia seu peito se aquecer, enquanto lembrava de tudo que o loiro já havia feito por ele, tudo que Karin lhe contara que o loiro fez por outros e agora historias da infância de Naruto, que faziam o moreno ter certeza de que esse tipo de coisa era algo que fazia parte de quem Naruto era, pelo jeito ele não conseguia viver se não fosse ajudando os outros. Mas se teve uma coisa que chamou a atenção do Uchiha além da aparente bondade do loiro era o fato das duas mulheres, Karin e Hinata, descreverem ele da mesma forma e a lembrança do sorriso de Naruto fazia com que o homem concordasse com a comparação.

‘Um tempo depois eu descobri que ele era adotado e que passava pelos mesmos mal tratos dentro do orfanato. Lembro de me senti totalmente perdida, não conseguia entender como ele sorria com tanta facilidade e leveza passando por tudo aquilo. Eu também não tinha um ambiente muito saudável para uma criança em casa, embora não fosse adotada meus pais quase nunca falavam comigo e não importando quão boas minhas notas eram eles só chegavam perto de mim para me criticar e dizer que eu fui um erro...

Quando perguntei a Naruto como ele conseguia sorrir daquele jeito ele disse que era por que já tinha gente suficiente chorando e que se ele sorrisse o suficiente tinha certeza que faria alguém sorrir com ele. Lembro que não consegui conter meu sorriso, um dos primeiros sinceros e sem inibições que dei, e ao vê-lo o sorriso daquele loirinho foi ainda maior e com um grande sorriso disse ‘ Eu não falei?! Tô certo!’. Não tenho quase nenhuma lembrança de minha infância antes de conhecer ele, não havia coisas boas para lembrar, nem se quer um carinho, mas depois de conhece-lo eu não escapou quase nenhuma lembra.

Dois anos depois conhecemos Kiba, a pessoa que descobri mais tarde com muito pesar por quem Naruto era apaixonado. Naruto gostava de nos chamar de os cavaleiros da princesa, não sei da onde ele tira esses nomes, e fomos nos três durante mais alguns anos até que Naruto encontrou Karin. Tenho que dizer que foi extremamente assustador para mim, eu conseguia ver que ela era apaixonada por Naruto claramente, e dentro de mim algo dizia que eu nunca poderia vence-la. Ela era engraçada, despojada e não tinha crises de timidez além de ser linda... demorou um tempo para nos tornarmos amigas e algum tempo depois ela decidiu esquecer sua paixão por Naruto, logo que descobriu de quem ele gostava.

Nesse mesma época eu já estava chegando em meu limite, os maus tratos de meus pais já estava passando muito dos limites, só o fato de eu não ter conseguido entrar para uma das escolas de elite que eles queriam fez com que eu fosse a escoria da família, a verdade era que eu não fiz o exame a serio, queria continuar estudando com Naruto, e foi graças a isso que aprendi a usar maquiagem. Em um dos surtos de meu pai ele acertou meu rosto em vez dos costumeiros maus tratos dirigidos ao meu corpo. Lembro que ele me trancou dentro de casa por uma semana para que a marca sumisse, e com medo que eu contasse para alguém começou a me tratar melhor... Eu não contava sobre as surras que eu levava para ninguém, e sempre que me perguntavam por que eu sempre usava o uniforme de inverno eu dizia que era por eu sentir muito frio.

Na terceira vez que tentei pedir permissão de papai para ir a uma festa ele acabou causando um estago em meu rosto maior do que da ultima vez, conseguiu arrancar sangue. E mais uma vez consegui ver o medo em seu olhar, ele não sentia remorso de ter me batido, apenas o medo de manchar a tão adorada imagem da sua preciosa família Hyuuga. Depois que as marcas já haviam sumido fiquei sabendo da próxima festa que Naruto e os outros iriam. Eu não conseguia conter a minha curiosidade e vontade de saber como era poder sair com os amigos para uma festa como qualquer outra pessoa da minha escola, então eu arrisquei pedir mais uma vez, achei que devido ao ultimo incidente ele talvez permitisse. Para minha completa alegria eu ganhei o seu consentimento, e assim eu pela primeira vez fui em uma festa. Tudo estava indo bem, mesmo me sentindo deslocada principalmente quando a turma se dissipou durante algum tempo, foi quando fui procurar Naruto que vi algo que me magoou profundamente... Lembro de ter saído correndo e ter bebido pela primeira vez na minha vida.

Mesmo que soubesse o que tinha acontecido aquela noite eu não queria aceitar, estava assustada e confusa. Pensei em contar para Karin no dia seguinte, mas foi quando ouvi o que aconteceu com ela naquela mesma noite. Ver o estado de Karin cortou o meu coração, não conseguia despejar meus próprios problemas em minha amiga, e mesmo que conseguisse não faria. E assim continuou, até que se passaram quatro messes e eu descobri algo que mudou toda a minha vida, eu estava gravida. Não sabia o que fazer e não tinha ninguém com quem conversar, quando estava juntado toda a minha coragem para falar com Karin a respeito meu pai descobriu meu estado e tenho que dizer que foi um dos momentos mais assustadores da minha vida. Tenho certeza que se não fosse Deus eu teria perdido meu bebe na surra que ele me deu, mesmo que tenha protegido minha barriga com toda a minha força. Naquele mesmo dia ele me deu a intimação de que eu não teria aquele filho e que eu havia desonrado nossa família. Ele queria que eu contasse quem era o pai, mas eu nunca diria algo que pudesse prejudicar ele antes de conversar com o mesmo.

No dia seguinte eu fugi de casa e fui ao encontro de Karin, precisava de um ambiente normal. Ela logo percebeu que havia algo errado e não consegui esconder o que estava acontecendo e o medo que sentia pela pequena vida que estava crescendo dentro de mim. Só consegui falar com Naruto sobre uma semana depois de conversar com Karin. Não tenho palavras para dizer o quão eu sou grata a Naruto por tudo que ele fez por mim e nosso filho. Ele não tinha obrigação nenhuma, e mesmo assim assumiu Hotaru e abriu mão de seu sonho para poder se casar comigo, mesmo que não me amasse da forma que o amava. Eu teria recusado, por saber como ele se sentia, juro que teria recusado, se não fosse a pequena vida que corria risco se não aceitasse o pedido de casamento do homem da minha vida, mesmo que isso custasse toda a sua alegria.

Provavelmente eu fui a pessoa mais egoísta que Naruto já conheceu, apesar de ter certeza de que ele não me considera assim... Me casei com Naruto no dia em que Hotaru nasceu, assim que a cerimonia terminou e estávamos para entrar no carro minha bolsa estourou, não sabia o que era maior, a dor proveniente das contrações ou a vontade que eu tinha de rir do desespero de Naruto. Ele ficou do meu lado durante todo o parto, fez questão de eu ser a primeira e pegar Hotaru e o brilho que eu vi em seus olhos quando pegou nosso bebe foi algo magico...

Ele deixou a faculdade de lado, adiou os planos que tinha para o futuro e com um alegre sorriso no rosto construiu uma família comigo... Nunca me senti tão feliz na minha vida quanto no tempo em que passei com ele. Sabia que ele não me amava, não como sua mulher, por isso tentei lhe dar toda a liberdade de correr atrás de sua felicidade, conhecer alguém e futuramente me deixar... eu jamais reclamaria se isso acontecesse, já tinha ganho bem mais que a cota de felicidade de uma vida inteira, mas em vez de aceitar o que eu disse ele ficou zangado e disse que no dia em que me levou até o altar sua vida pertenceria a mim sempre. Então demos tempo ao tempo, somos a cima de tudo amigos, e graças a isso começamos a construir os sentimentos dele e antes que nos déssemos conta formamos uma família completa, eu soube no momento em que olhei em seus olhos e ao me ver não foi apenas seu sorriso a brilhar...

Queria dizer que fomos totalmente felizes a partir daquele momento, mas como todo casal nos também tivemos brigas, sendo que por algum milagre eu conseguia ganhar a maioria delas, e meu coração se aquecia ao ver que mesmo perdendo as brigas, o brilho em seus olhos não sumia, mesmo que ele estivesse emburrado e fazendo bico como uma criança. Sem duvida foi a época mais feliz da minha vida (digo no passado, pois se está lendo quer dizer que passei os limites da alegria que uma pessoa deveria ter e hoje não sou mais eu ao lado daquele bobo alegre). Seria muito bom se o maior problema que enfrentei tivessem sido nossas brigas e um ou outro aperto que passamos devido as investimentos arriscados daquele cabeça dura, mas...’

Até aquele momento Sasuke havia esboçado diferentes caretas e dado algumas risadas pensando que não era apenas o Uzumaki que tinha o dom de levar a tona sorrisos nos momentos mais inoportuno. A verdade é que após ler até aquele ponto ele chegou a desejar que ela ainda estivesse viva e ao lado de Naruto, mesmo que tenha sido por um curto instante, até aquele momento ele havia visto uma historia triste se tornar algo alegre... até ler o resto da carta, vendo que a mulher havia passado sua historia de forma superficial para chegar o mais rápido possível até os últimos acontecimentos que antecederam sua morte. Como a mulher mesmo havia descrito na carta, ela foi egoísta ao pedir para o moreno que guardasse um segredo que não era seu e fizesse algo de que ela não foi capaz pelo bem do loiro e das criança.

O moreno não sabia como lidar com aquilo, acho que depois que lesse a carta sua cabeça funcionaria de forma melhor e contra suas expectativa ela estava mais turbulenta que no inicio. Entre o turbilhão que se formava pelo segredo que lhe foi contado e os sentimentos que agora sabia possuir pelo loiro, mesmo que não soubesse a estenção dos mesmos, havia o medo e a necessidade que sentia de proteger um certo loiro e os pequenos a quem incrivelmente já havia se afeiçoado, o que só foi reforçado pela lembraça de um pequeno sorriso se abrindo e uma voz chamando ‘Tio Sake!’ e duas criança brigando, uma menina impossível e um menino quase bipolar. O homem dormiu repassando todos os momentos que passara até aquele momento com Naruto e seus filhos, tendo a certeza de que daquele momento em diante nunca olharia para eles da mesma forma e que no dia seguinte teria que encarar Naruto.

 

...

 

Quatro anos antes...

- O que está fazendo Hina-chan? – a ruiva perguntou vendo a mulher escrevendo.

- Uma carta Karin, e você vai entregar ela para mim. – disse sorrindo para a mulher.

- Por que eu? – disse erguendo uma sobrancelha.

- Por que eu só confio em você para isso! – disse sorrindo para a mulher que retribuiu e agora com a face um pouco triste e seria continuou – Se algum dia eu não puder mais ficar ao lado dele, e ele encontrar alguém que goste dele e dos nossos filhos – disse acariciando a barriga que já mostrava sinais de estar maior – eu quero que entrege essa carta para essa pessoa. Confio em você para julgar se é a pessoa correta. – disse com uma pequena lagrima caindo.

- Por que disso Hina-chan? Até eu vejo que aquele idiota te ama mais que tudo, você conseguiu fazer o que eu achei ser impossível e até constituiu uma família com ele! Então por que está com esse assunto assim do nada?

Hinata nunca respondeu essa pergunta, mas confiou que a pessoa que lesse a carta saberia lidar com seu maior segredo, e também seu pior pesadelo. Depois de insistir mais um pouco Karin aceitou a tarefa e desde então a manteve guardada em segurança. Quando a perolada morreu até pensou em abrir a fim de saber se havia algo que pudesse justificar o que acontecera, mas depois de ouvir os policiais repetindo inúmeras vezes que havia sido apenas um acidente e que sentiam muito, jugou que realmente fosse o que eles afirmavam com tanta convicção, e para falar a verdade ela mesma tinha medo de descobrir algo a mais e estava machucada de mais pela perda da melhor amiga que já tivera para continuar remexendo a morte da amiga.


Notas Finais


E aí o que acharam? O.O
Foi bom? Amaram, odiaram ou não sentiram nada? O.O
Olha meu desespero T^T
Mau, esqueci de tomar meu remedim hoje ^^'
Fantasminhas venham falar comigo, pode dar patada também que hoje eu deixo :P


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