História Cast off - Omissões e Prazer

Depois que Naruto havia destinado um carro para Sasuke, Hidan raramente tinha que para o que estava fazendo sempre para ir correndo até o encontro de Naruto. Isso seria algo desesperador para o platinado que parecia só conhecer a existência de Naruto, seu salvador quando estava selado dentro de um buraco que se encontrava em si mesmo, o loiro foi o responsável por juntar os reparos e aplicando o remédio certo de um jeito, como o próprio Hidan descrevia, extremamente retardado, conseguiu traze-lo de volta a vida e assim lhe deu a chance de começar de novo, de seguir em frente e escolher o próprio caminho mesmo que fosse longe da luz que o loiro remetia em seu caminho.

Naquela manhã como em qualquer outra se levantou de sua cama dura, como havia feito questão de comprar devido a anos de experiências dormindo no chão, trocou de roupa e fez sua higiene matinal antes de se dirigir para a cozinha de seu pequeno apartamento naquela região pobre onde morava. Enquanto fritava ovos e bacon escutava a voz de sua menina ‘Eba! Vai ter ovos e bacon hoje. Papai eu te amo!’ se lembrava perfeitamente da sonoridade daquela linda voz, assim como do sorriso que acompanhava aquela fala, sendo substituído logo em seguida por uma expressão pensativa naquele jovem rosto pálido antes de completar ‘É melhor não contar isso para a mamãe né?'.

- Sim, tem razão. – disse tão baixo de forma que qualquer outra pessoa, mesmo que inexistente, pudesse ouvir.

A cozinha incrivelmente rustica possuía pisos hora quebrados, hora rachados tudos já amarelados pelo tempo, as paredes já não possuíam cor definida, passando do amarelo ao marrom e do marrom ao cimente de onde outrora havia reinado uma tinta tão branca quanto a neve e o teto outrora da mesma cor das paredes agora possuía grades manchas de mofo em diferentes partes, e onde deveria haver uma lâmpada, havia somente um buraco com alguns fios saindo do mesmo. Os moveis era muito antigos e já possuíam portas quebradas em algumas partes sendo complementadas apenas pela falta das mesmas em outras partes, sendo a geladeira igualmente velha onde o metal descascava em diferentes partes, a mesma tinha que ser apoiada por um toco de pau onde avia perdido um dos pés e no chão ao seu lado era possível ver o rastro de agua proporcionado pela mesma. Passou os ovos e o bacon para o prato, pegou um copo de suco e sentou-se na pequena mesa de quatro lugares. O lugar era tão simples que qualquer um que olhasse acharia deprimente morar em um lugar como aquele, atribuindo a qualquer um que pudesse abitar o local como pessoas necessitadas.

- Obrigado pela comida! – disse com um sorriso triste para o ambiente degradado que a alguns anos foi testemunha de uma família pobre, mas genuinamente feliz.

A cada garfada que dava e pedaço de pão que comia as lembranças lhe acertavam como açoite, o sorriso da filha, o carinho da esposa. Apesar do pouco dinheiro e das constantes dificuldades, desde aquela época não descreveria sua vida de outra forma que não fosse perfeita. Perfeita até uma doença assolar sua filha, e em busca de tratamento se endividar e perder o pouco que tinham...

- Sinto sua falta meu anjo. – disse após engolir com dificuldade a ultima garfada sentindo uma pequena lagrima rolar por sua face.

Com um sonoro suspiro e com pesar nos olhos se levantou e começou a juntar tudo que utilizara para tomar café. Já havia acabado de lavar a louça quando ouviu se celular sobre a mesa vibrar, no identificador de chamadas pode ver que era uma ligação de Chouji, o que claramente significava que o platinado teria que fazer algo de que não se orgulhava mais uma vez.

‘- Moshi, moshi. – disse já sabendo o que viria a seguir.

- Tenho a localização do novo local... – fes-se um silencio suspeito do outro lado da linha.

- O que está acontecendo chouji? – perguntou com todas as piores coisas passando por sua cabeça, era um fato que o que estava fazendo podia afetar varias pessoas muito negativamente, mas não esperava que fosse acontecer tão rápido.

- Estão começando a desconfiar. – disse de forma sombria.

- Como assim? – perguntou respirando um pouco mais aliviado ao saber que nada tinha ocorrido ainda.

- Ontem durante um jantar estavam discutindo sobre os encontros que acabavam em chacina e um deles levantou suspeita referente ao Naruto. Os outros negaram o envolvimento dele, mas você sabe como são essas pessoas, uma vez que a semente é plantada rapidamente cresce... Tenho certeza que não cogitaram a ideia dele como suspeito apenas pelo capital que poderiam receber se ele entrasse e as constantes ameaças aos meninos. – houve um longo silencio de ambos os lados da linha antes que Chouji continuasse – Vou entregar o envelope com o endereço no mesmo lugar de sempre... Hidan, se você continuar a fazer isso dessa maneira eles vão desconfiar com toda a certeza! – disse mais serio antes de desligar sem esperar por uma resposta.’

Já era noite quando Hidan foi ao local combinado para se encontrar com Chouji. Desde que Naruto tomara a decisão de se infiltrar entre eles afim de proteger os filhos e amigos e ao mesmo tempo frustrar os planos de Nagato, Hidan não descansou um dia se quer para tentar fazer o loiro mudar de ideia, persistência recompensada pelo sentimento de frustração. Não importava o quão bons os seus argumentos eram, Naruto não desistia, sempre que mostrava um ponto onde o loiro não havia pensado, em vez de desistir Naruto achava um meio de superar seu despreparo e sempre agradecia ao platinado pelos conselhos. Quando o loiro tomou a iniciativa de se encontrar com alguns dos envolvidos na organização para garantir sua entrada, Hidan se atirou em uma onda de assassinatos apenas para parar o avanço dele, não querendo que Naruto enfrentasse o mesmo inferno que havia experimentado...

O dia havia sido mais cheio do que esperava, teve vários compromissos de ultima hora, provenientes do bom planejamento de seu chefe que como habitual estava se descabelando por ter marcado mais reuniões e encontros do que tinha de tempo para comparecer a eles. Teve também uma rara discussão com o chefe que se recusava a dar ouvidos novamente para o que Hidan dizia, mesmo quando o platinado usou as chacinas como argumento para fazê-lo desistir de seus planos. Já estava chegando a seus limites, tanto do que poderia fazer para retardar ao máximo os movimentos do loiro quanto de sua convicção de que poderia para-lo, já cogitando chamar alguém para quem devia uma vida.

Naquela noite como em tantas outras cometeu o maior dos crimes, o assassinato. Para Hidan ao contrario do que se acredita, não fica mais fácil matar uma pessoa depois que já matou pela primeira vez, o que acontece é simples, tão simples que fazia Hidan dar uma risada morta ao se deparar incontáveis vezes com essa verdade. Quando você mata, e olha nos olhos da pessoa que tem sua vida chegando ao fim por suas mãos, não é o brilho de vida que se esvai de seu olhar, não são os sonhos e esperanças que você enxerga, é apenas você mesmo. Ao matar você comete suicido, pouco a pouco sua alma vai morrendo, e sem alma não há peso, não há arrependimentos nem pesar, mas também não há calor e nem afeto. Sua vida se torna vazia e sem cor, tão opaca que tirou toda a sua vontade de continuar nela, e é nesse ponto que começou a tentar colori-la com a única com além do preto e branco que conseguiu ver... o vermelho que jorra dos corpos, o vermelho que leva ainda mais a cor do mundo em bora, por isso foi insaciável, pois quanto mais buscava mais perdia e foi incapaz de perceber isso, pois não havia arrependimento ou dor, e sem elas não havia necessidade de reflexão.

- Minha vida foi assim até encontra-lo. – disse para si mesmo enquanto saia do local que se transformou na pira de diversos homens – É uma pena que ele não possa salvar o que já está perdido... – concluiu com um sorriso triste entrando no carro e se dirigindo para casa.

...

Se achou que seria capaz de dormir Sasuke se viu totalmente enganado. Acordou ainda de madrugada e ao olhar para o relógio viu que não passava de 01:00 da manhã, deixando-o frustrado após fazer varias tentativas de voltar a dormir. Irritado consigo mesmo por não conseguir pregar o olho se levantou e foi até a cozinha, tomou uma xicara de café bem forte acabando assim com sua pequena chance de voltar a dormir. Tomou a bebida em poucos goles antes de se dirigir para a sala, decidindo se procurava algum programa na televisão ou se saia para espairecer. Assim que se aproximou do sofá uma simples visão lhe deixou claro qual seria sua escolha, ao ver a carta de Hinata ainda aberta sobre a mesa de centro da sala não se incomodou nem mesmo em pegar um agasalho para se proteger do frio, tento tempo apenas de pegar seu celular e um fone de ouvido.

Nem o vento frio ou a escuridão desértica em que a cidade se encontrava naquela área foi o suficiente para incomodar o moreno o suficiente ao ponto do mesmo querer voltar para casa. Assim que saiu do prédio colocou uma play list aleatória para ouvir, passando por diversas musicas com ritmos diferentes variando do rock pesado a ritmos suaves com letras tocantes. O moreno corria em seu próprio ritmo, sem dar qualquer atenção para a musica que tocava, tudo o que passava pela sua cabeça foram os diversos acontecimentos do dia, e como para reforçar sua aflição se deu conta de que em sua distração acabara no parque que havia ido com Karin.

Sasuke ficou em silencio, escutando a noite e o estranho silêncio nem um pouco propicio daquela cidade, amaldiçoando-a por dá-lo tempo e privacidade o suficiente para pensar no que menos tinha vontade no momento. Aos olhos do moreno, o mundo parecia estar pregando-lhe uma pesa de mau gosto, até mesmo as estrelas parecia gritar para ele coisas que não queria ouvir.

- Merda! – disse chutando um pouco de areia antes de ir se sentar em um dos bancos retirando seus fones de ouvido.

Enquanto observava o céu estrelado a conversa que teve com Karin não parava de vir-lhe a cabeça. E a voz da mulher declarando convicta que Sasuke Uchiha estava apaixonado por Naruto Uzumaki o atormentava de diferentes formas, não que achasse nojento o relacionamento homo afetivo, não tinha nada contra esse na verdade, mas não podia estar apaixonado por Naruto, o loiro havia se tornado seu único amigo depois que tudo aconteceu e todos se afastaram, ele havia se tornado em uma espécie de herói para sua filha e mais do que isso, Naruto era seu chefe! Não havia como isso dar certo, e Sasuke podia tirar essas conclusões sem nem ao menos colocar na balança tudo que lera na carta.

O moreno nunca foi de fugir de uma briga, mas o que leu realmente o abalou e ter que guardar esse segredo colocaria tudo o que pudesse vir a ser construído em risco. E quando pensava nisso conseguia claramente ver um lindo prédio, que a qualquer um seria firme o suficiente para suportar terremotos e tsunamis, mas que possuía estruturas tão fracas que ao menor sopro poria tudo a baixo, essa era a visão de qualquer relacionamento que pudesse ter com Naruto. Não estava pronto se quer para encarar o loiro agora que sabia o motivo de seu coração disparar perto do loiro e de suar mais que o normal, que dirá esconder um segredo tão grande quanto o mencionado na carta. Não estava pronto para dar uma de Ícaro.

Para Sasuke, começar um relacionamento com Naruto seria o mesmo que abrir mão da razão, de sua logica e tudo o que o tornava ele mesmo, quando perdeu seu emprego ele se manteve no controle, quando perdeu sua família, mesmo que com dor, manteve o controle sobre si, contudo, não conseguia tirar o loiro da cabeça era o mesmo que abri o controle sobre si mesmo e se perder no desconhecido. Era como estar à beira de um precipício sem ter para onde voltar, e do outro lado alguém te estendendo a mão e dissesse para que continuasse andando. Ao contrario de fé, esse ato não parecia nada mais do que burrice e um claro ato de auto sabotagem, algo que Sasuke sempre teve orgulho por evitar, até aquele dito momento. Revirava e revirava sua cabeça, com suas emoções em fúria, não sabia se quer descrever como de fato se sentia, mas se havia uma coisa que se mantinha constante em sua mente era o sorriso de Naruto e a vontade que tinha de toca-lo, agora justificada pelos seus sentimentos e a raiva por sentir isso pelo seu próprio chefe. Com um grande suspiro e a decisão de que não se aproximaria de Naruto mais do que já estavam, voltou para casa e com um pouco de dificuldade conseguiu em fim dormir.

Acordou cedo, cansado e de mau humor. Fez sua higiene e se vestiu com seu terno usual, com uma camisa social azul bebê e o típico preto sobre a mesma. Arrumou os cabelos o máximo que sua paciência permitiu e enquanto se dirigia para a saída a carta em sua mesa voltou a chamar sua atenção, fazendo com que o moreno sentisse um pequeno aperto no peito, aperto que atribuiu como sendo culpa, por não poder contar dobre seu conteúdo a quem mais aquilo mais importava e o pesar por tudo que havia ocorrido com Hinata, uma mulher que agora tinha em alta estima e por quem passou a nutrir respeito.

Guardou a carta dentro do envelope e o colocou na bancada de sua cozinha sob um grande a estatueta media de Tenji um dos deuses da fortuna, não precisava se incomodar de  ter o envelope descoberto por Naruto uma vez que o loiro nunca ia ao seu apartamento e pelo fato de que sua filha raramente entrava no mesmo, preferindo passar seu tempo com o loiro, hora vendo animes, hora jogando jogos ou lendo mangas, além das incontáveis horas de discussão fervorosa dos dois sobre dimensões paralelas, ética sobre alguns universos de animes e outros temas que Sasuke nem tentou prestar atenção.

Saiu do apartamento se dirigindo até o de Naruto. Já estava encima da hora de trabalho do loiro que não deveria se atrasar uma vez que tinha uma importante reunião. Sasuke entrou no apartamento com a copia das chaves que recebera do próprio Naruto e viu que as crianças não estavam no apartamento o que indicava que Hidan já os havia buscado, levado Hotaru até a escola, e deixando Himawari com Karin como era de costume. Se dirigiu até a sala e sem ter o que fazer enquanto Naruto não acordava pegou a primeira revista que viu em sua frente, uma edição de mangás.

Uma hora depois Naruto finalmente acordou, Sasuke já estava terminando de ler o segundo volume de Mirai Nikki, ao qual havia começado a ler sem qualquer empolgação considerando Naruto ainda mais criança por ainda ler estórias em quadrinhos, antes que percebesse já havia se deixado envolver no universo do mangá.

- Merdaaaaaa! – gritou de seu quarto se levantando as presas.

- Parece que a paz acabou. – disse suspirando.

Naruto saiu do quarto ainda vestindo suas calças e assim que viu Sasuke corou até a alma voltando rapidamente para seu quarto, e com isso não percebeu o pequeno rubor que tomou conta também do rosto do moreno. Naruto não era tímido, muito pelo contrario, ele podia ser considerado como atirado e sem vergonha mas ser pego daquela forma o fez se lembrar de quando ajudou um Sasuke bêbado, e a lembrança do corpo do moreno misturado com seus sentimentos não contribuiu com seu constrangimento ao ser encarado por aqueles pares de olhos piche. Após se trocar e conseguir se acalmar um pouco voltou para a sala.

- Está aqui a quanto tempo Teme? – perguntou ao moreno enquanto se dirigia até a cozinha e ligava sua cafeteira, não se importando em se atrasar mais um pouco, afinal já havia se passado um pouco mais de uma hora.

- Bom dia para você também Dobe. – disse em sua usual frieza – Agora faz aproximadamente uma hora e meia. – falou enquanto se dirigia até a estande do loiro a fim de guardar o mangá.

- Tudo isso! – perguntou se virando para Sasuke – Você podia ter me acordado Teme, você sabia que eu tinha uma reunião importante hoje! – disse indignado batendo a mão na bancada.

- E por que eu faria isso? – perguntou dirigindo a Naruto um olhar de lado – Sou seu segurança não sua babá. – disse calmamente voltando a se sentar no sofá.

- Seu...! – disse trincando os dentes em raiva, mas antes que pudesse responder ouviu o toque de seu celular.

‘- Onde você está seu irresponsável!? – ouviu Karin gritar sem esperar que o loiro dissesse algo – Tem certeza que você é pai? Fico admirada de Hotaru ser tão responsável com um pai como você! Sabia que Hidan está desesperado atrás de você!? Ele tentou ligar, mas você não atendeu e os diretores das empresas já estão impacientes! – despejou sobre o loiro que nesse ponto já estava pálido de imaginar a imagem da mulher furiosa em sua frente, agradecendo a todos os Deuses por estar conversando pelo telefone.

- Espera o Nag... – parou bruscamente se lembrando da presença de Sasuke – Aquele idiota não foi na reunião? Era para ele estar lá antes de mim até, afinal ele que é o herdeiro. – suspirou – Estou em casa, meu celular desligou e por isso o despertador não funcionou, já estou descendo.

- Idiota! Eu já falei pra começar usar o relógio digital como despertador em vez de seu celular! – falou ainda irritada.

- Eu usaria se conseguisse mexer naquela coisa! – disse nervoso.

- Francamente, como é que você sobreviveu até hoje? – suspirou cansada.

- Por que eu tinha a melhor irmãzinha do mundo tomando conta de mim. – brincou com a mulher que deu uma gargalhada do outro lado da linha antes de desligar dizendo para o loiro se apresar.’

- Vamos Teme, a reunião vai ser em outro lugar hoje. Se conseguir encerrar ela cedo te levo para comer algo. – disse passando por Sasuke.

Naruto ficou em silencio durante todo o trajeto até o local. Enquanto fazia seu melhor para dar uma de Sasuke como gostava de brincar, ficou se xingando mentalmente pela pequena discussão que teve com o moreno, sendo que tudo que queria era fazer as pazes e se aproximar mais de Sasuke.

- Chegamos. – chamou vendo que o loiro não fazia menção de se levantar, perdido em seus pensamentos.

Apesar de a reunião ter começado com o clima pesado pelo atraso do loiro, terminou em um ambiente leve e até mesmo descontraído, como acontecia sempre que Naruto estava envolvido. Sasuke ficou esperando no carro e somente Hidan que já estava no prédio pode acompanhar Naruto. Com algum esforço o loiro conseguiu terminar a reunião mais cedo, mesmo com todo o atraso com que ela havia começado.

- Hidan, vou levar Sasuke para comer algo. Você poderia ir na frente? – perguntou um pouco sem jeito de dispensar o platinado.

- Claro. – disse se curvando, e antes de sair, com um pequeno sorriso sussurrou de forma que apenas Naruto pudesse escultar – Boa sorte com o senhor alto controle, Naruto.

- Tem algum lugar onde queira ir almoçar? – perguntou ao voltar para o carro.

- Você falou serio? – perguntou surpreso repassando a briga que tiveram naquela manhã e se perguntando se Naruto seria algum tipo de masoquista.

- Tem ou não tem Teme? – disse impaciente, e ao receber um momento de silencio como resposta se adiantou – Já que não tem vamos nesse. – mostrou o panfleto de um restaurante chique.

- Nunca fui em um lugar assim Naruto. – disse desconfortável.

- Meu Deus, o orgulhoso Uchiha tem medo de um restaurante chique!? – provocou sabendo que assim iria conseguir o que queria, e como resposta Sasuke ligou o carro e arrancou sem responder.

Não é que Sasuke nunca tenha ido a um restaurante de alta classe, mas aquele sem duvida estava um degral ou dois acima do melhor que Sasuke poderia sonhar em um dia ir. Nunca ligou para o que as pessoas pensavam sobre ele ou com roupas de marca, mas ao adentrar no luxuoso restaurante e se deparar com varias pessoas, muitas delas famosas, em vestes deslumbrantes, se sentiu vestindo trapos. Já estava se preparando para inventar alguma desculpa quando Naruto o arrastou até a recepção e confirmou a reserva.

- Você fez reservas? – perguntou erguendo a sobrancelha se perguntando o que aquilo queria dizer.

- Pois é, eu estava com vontade de experimentar a comida daqui de novo, mas estava sem jeito de vir sozinho. – disse esfregando as costas da cabeça se fingindo de inocente.

- Olha, eu não quero ser desmancha prazeres, mas não tem outro lugar que gostaria de ir? – perguntou serio.

- Que isso Teme, deixa dessa. Vem. – disse pegando a mão de Sasuke e o arrastando até a mesa.

Após alguns protestos de Sasuke, Naruto o convenceu a aceitar que nada o demoveria e que os dois iam sim almoçar ali. Mesmo assustado com o preço exorbitante dos pratos Sasuke fez seu pedido, tinha tomado a decisão de que se tinha quer ficar ali, faria Naruto se arrepender, mesmo que fosse na hora de pagar a conta.

Depois de um comentário de Naruto sobre o fato das pessoas se arrumarem de forma exagerada para irem almoçar e que aquilo era desnecessário, Sasuke reparou que as roupas de Naruto não eram muito melhores que as suas e assim conseguiu relaxar mais. Antes que percebesse haviam engatado em uma das conversas mais descontraídas e divertidas que já tiveram.

- O que acha de sair para beber mais tarde? – perguntou ao chegarem no apartamento do loiro.

- Pensei que já tivéssemos conversado sobre isso Naruto! – disse com o semblante extremamente fechado, o total oposto do que carregava segundos antes, onde se permitiu até mesmo dar um pequeno sorriso de lado.

- As crianças não vão vir para casa hoje, vão ficar com a Karin. – disse acenando para que o moreno se acalmasse.

- E no que isso adianta se você for para no hospital? Eu te falei Naruto, não quero minha filha perto disso e gostaria muito que não fizesse aquelas crianças passarem por isso. – disse agora tencionando o maxilar em claro esforço para não gritar.

Para qualquer pessoa que visse a briga do lado de fora, imaginaria que Sasuke estava se estressando por nada ou exagerando de mais na ceninha, mas a verdade era que o moreno estava sendo super protetor para com a filha. Tinha torcido para que o que o loiro tinha lhe dito fosse verdade e ele nunca bebesse mesmo, assim ficaria mais relaxado com a relação da filha e Naruto, mas ao que parecia ao moreno, Naruto havia mentindo. Não havia se passado nem três messes do incidente e o loiro já estava pensando em beber, o que o deixava extremamente irritado ao se lembrar das palavras da filha na primeira discussão seria que teve com o loiro. Se tivesse que ser o vilão seria, mas não queria que Sarada sofresse, já que a menina gostava tanto assim de Naruto.

- Sasuke, senta um pouco. Você está muito nervoso e acho que entendeu errado. – disse apontando para o sofá ao lado do moreno.

- Porra, Naruto! O que eu entendi errado? Que depois de ter jurado que não iria beber e eu ter permitido sua proximidade com minha filha... – Sasuke despejava seus pensamentos em gritos indignados, tudo para não voar contra o loiro, e antes que concluísse seus pensamentos teve seus gritos calados por algo macio.

...

O dia tinha corrido de forma maravilhosa apesar do inicio conturbado, e eu estava realmente confiante que conseguiria me aproximar do Teme. Isso até Sasuke começar surtar quando eu o chamei para beber. A principio achei que sua preocupação era sobre ele ficar bêbado e as crianças o verem assim, então expliquei que Karin iria ficar com elas até o dia seguinte e tentei acalma-lo dizendo para sentasse, e foi quando indignado começou a gritar de forma indignada. Nunca o havia visto daquela forma, desde que o conhecera sempre fora o Sasuke centrado e controlado, mas de alguma forma parecia que eu conseguia surtir algum efeito nele e isso me deixou mais confiante para fazer algo que desejei durante todo o dia até aquele momento. Durante todo o dia, sem que ele percebesse eu me perdia na profundidade de seus olhos e no desejo de seus lábios, desejo que em um lapso não foi reprimido. Antes que me desse conta já o havia beijado, e a sensação de seus lábios contra os meus foi melhor do que eu imaginava, o calor e a macieis juntamente com a pouca respiração que escapou de seus lábios com o susto era inebriante, Sasuke ao meu ver era perfeito da forma que é, mesmo que não o tenha conhecido tão intimamente quando gostaria, ainda.

- O que está fazendo Naruto? – perguntou tentando me afastar bruscamente, e o teria conseguido se não tivesse agarrado seus braços.

- O que você acha Teme, te beijando – disse encarando-o diretamente.

- ... – Sasuke ficou em silencio me encarando como se tentasse processar o fato de tê-lo beijado e não ter inventado qualquer desculpa.

Podia ver sua confusão por sua expressão, estava adorando ver esse Sasuke. Não é que não gostasse do Sasuke de sempre, afinal, foi por ele que me apaixonei, mas vê-lo sem chão enquanto tenta achar um ponto de equilíbrio para voltar a si ou uma forma de fugir da situação, fazia meu estomago revirar em nervosismo e meu peito se encher de esperança. Despois desse momento, por mais que Sasuke viesse a negar eu saberia que tenho algum efeito sobre ele e que ele não repudia meus sentimentos, de outra forma já teria se afastado a muito tempo de mim, contudo ali estava a menos de um metro de mim, o suficiente para que ainda sentisse sua respiração agora desregulada, o suficiente para que seu leve perfume me inebriasse e sua expressão confusa, para mim tão provocativa, me levasse a prosseguir com aquele plano maluco que talvez tivesse alguma chance de funcionar. Antes que tivesse tempo de achar uma saída tornei a me aproximar de forma excessiva, invadindo ainda mais seu espaço.

- Não sei o que está pensando, mas vou logo avisando... – disse agora com um sorriso nada casto – Estou repetindo. – disse passando rapidamente uma mão por sua nuca e o puxando perto o suficiente para tomar seus lábios contra os meus o deixando sem tempo de reação.

Pude sentir que no inicio tentou se afastar e quase o conseguiu sendo tão forte quanto eu, contudo, minha determinação em continuar o beijo foi mais forte que a sua de encerra-lo. Pude sentir quando seu corpo que permanecia tenso ao tentar me afastar foi se relaxando consideravelmente e sua respiração foi-se tornando cada vez mais desregular. Aproveitando lapso de decisão repentina de Sasuke pedi caminho com minha linga e para minha surpresa e alegria ele cedeu. Apertei e puxei seus cabelos com minha mão em sua nuca aprofundando o beijo e pressionei sua cintura com minha outra puxando-o para ainda mais próximo de mim encaixando minha pena entre as suas, fazendo nossos corpos ocuparem o mesmo espaço.

Seus lábios eram doces, provavelmente devido aos Dangos que comemos no caminho para casa, seu rosto era macio e sua barba bem feita contrastava com a minha que já despontava. Seu coração estava em disparada, podia sentir por sobre sua pele enquanto disputávamos espaço em uma constante batalha com nossas línguas. Quando separei nosso beijo a procura de ar o que encontrei me levou a loucura, seu olhar de desejo me encarando, sua face levemente corada e sua doce respiração desregulada contra minha pele fez com que eu tomasse minha decisão, teria Sasuke essa noite, agora! E assim antes que o moreno conseguisse processar peguei em sua mão e o arrastei até meu quarto, não queria correr o risco de ser interrompido por quem quer que seja.

- Ah! – disse quando o joguei na cama – Naruto o que voc... – suas palavras morreram quando eu tirei minha camisa e me aproximei dele.

- Hoje você é meu Sasuke! – disse ao pé de seu ouvido e pude ver os fios em sua nuca se arrepiarem.

...

O que estava dando em mim!? Não havia decidido que não teria nada com Naruto? Então por que eu estava em sua cama e ele em cima de mim? Por que suas palavras me fizeram arrepiar e ficar excitado, por que ao seu toque meu corpo se desmancha, por que seus lábios inebriam minha mente com seu sabor? Merda! Por mais que tentase não conseguia parar o que estávamos fazendo, seus lábios dando breves mordiscadas em meu lábio seguidos de chupões em meu pescoço enquanto sua mão passava de meu mamilo para o abdome descendo até o cós de minha calça, onde meu membro já rijo denunciava o efeito de suas caricias. Ao passar a mão por sobre a calça onde meu pênis pulsava de desejo, Naruto se afastou o suficiente parando com as caricias a fim de me encarar e com o sorriso mais pervertido que já vi me deu um breve beijo no lábio descrevendo todo o caminho que havia feito com suas mãos agora com a boca e ao chegar até meu membro parou novamente.

- Acho que alguém aqui está impaciente não? – disse sorrindo – O que você acha eu devo ajuda-lo a se aliviar Sasu. – ainda com o sorriso disse meu nome arrastado me provocando sensações que nunca sonhei em sentir.

Por mais que quisesse, por mais que minha mente estivesse entrando em um transe pelo tesão que sentia no momento não ira dizer o que o Dobe queria, não iria deixar ele me domar como bem quisesse, mesmo que meu membro descordasse de mim, implorando por contato, mesmo que meu corpo estivesse queimando sobre seu toque, mesmo que não conseguisse controlar minha respiração e até mesmo minha visão começasse a ficar turva de desejo.

- Um garoto rebelde hein. – disse dando um risinho apertando meu pênis sobre a calsa me calsando espasmos e fazendo com que soltase um gemido – Talvez eu deva te disciplinar o que acha? – perguntou enquanto abria meu cinto e começava a abaixar minha calça, deixando com que eu sentisse sua respiração próxima ao meu membro que já doía, fazendo com que eu tivesse que apertar os lençóis a fim de conter a vontade de ceder aos caprichos daquele loiro de merda.

- O que você pretend... Ahhh! – fui interrompido pelo beijo de Naruto sobre meu pênis ainda coberto por uma fina camada de tecido.

- É só pedir Sasu. – disse se aproximando de mim e sussurrando em meu ouvido enquando sua mão traçava linhas sobre meu pênis.

- Por f... – me interrompi virando o rosto de lado, não daria a ele esse gostinho por nada nesse mundo.

- Tisk tisk. – disse negando com a cabeça pegando em meu membro ainda coberto pela cueca, não havia forma melhor de descrever o que ele fazia se não como tortura – Talvez você esta precisando de mais motivação. – disse enviando a mão dentro de minha cueca, começando movimentos de masturbação que me levaram quase a loucura fazendo com que eu soltasse vários gemidos e xingamentos que logo foram calados por seus lábios – Chama meu nome Sasu – disse separando nosso beijo e mordiscando minha orelha.

- Nar... Dobe! – falei me controlando no ultimo instante e pude ver a indignação em seus rosto e sentir quando ele pressionou minha glande e aumentou os movimentos.

- Criança má. – disse ao meu ouvido novamente – Será que eu devo castiga-lo? – falou agora me encarando com aquele mesmo sorriso sacana de antes.

Nesse momento tentei levantar e me afastar, não iria dar o que ele queria, por mais que ansiasse por seu toque e meu corpo estivesse bambo. Ao se dar conta do que eu pretendia ele fez a única coisa que poderia realmente me tirar do serio, e a sensação de sua boca envolvendo meu pênis foi avassaladora. Enquanto Naruto brincava com a língua em minha glande fazia movimentos de masturbação com a mão, vez ou outra levava a mão até meus testículos fazendo com que eu me desesperasse mais ainda. Já não sabia o que dizia e o que fazia, meu corpo já se movia contra minha vontade, em seu próprio ritmo, o ritmo que seu prazer ditava.

...

- Na... Naruto... hum! – quando Sasuke finamente disse meu nome soube que ele já estava fora de si, enlouquecido pelo prazer.

- Você que brincar mais um pouco? – disse me aproximando dele sem deixar de masturba-lo com minhas mão, e em resposta ganhei apenas um resmungo choroso pela demora e seus braços envolvendo-me a fim de me beijar.

Desde de Hinata nunca havia ficado com outra pessoa, contudo lá estava Sasuke a minha frente. Sentir sua pele, seu cheiro, poder toca-lo como agora e leva-lo a essa loucura que via em seus olhos afastava qualquer hesitação que houvesse em mim e fazia com que eu o acompanhasse, não que estivesse muito melhor do que ele está agora.

- Acho que isso não é justo... – disse tirando minha mão de seu membro que agora não tinha mais nada o cobrindo – Por que só seu amiguinho pode ter diversão? – disse passando o dedo sobre seu membro – É hora de me satisfazer se quiser um presente. – disse com meu melhor sorriso sacana apontando para meu membro.

Desde que havia conhecido Sasuke nunca imaginei vê-lo dessa forma, tão embebido em luxuria e entregue. Tenho certeza que o Teme nunca iria imaginar ter uma expressão tão desejosa a ponto de ser safada ao olhar para meu pênis mesmo que ainda estivesse coberto por minha calça. Aproveitando-me mais uma vez de seu lapso, mais que depressa retirei a calça e minha cueca revelando o membro totalmente rijo e pulsante, implorando por contato e alivio. Para minha surpresa não foi preciso pedir ou provoca-lo mais, assim que eu me aproximei Sasuke deitou sobre mim me beijando enquanto sua mão começava movimentos nada ritmados, mas devido ao contado que sua pele e pênis tinham sobre meu abdome só tornava a sensação irresistível e até mesmo fofa, visto a falta de jeito do moreno.

Assim que tive a chance coloquei minha mão sobre a sua o guiando na masturbação de meu membro, e tenho que dizer que sua expressão encarando-me enquanto acompanhava e aprendia minhas preferencias foi algo transcendental, mas não tão quanto ao que eu estava preste a fazer com o moreno. Assim que tive a certeza de que Sasuke estava sentindo tesão ao me masturbar inverti nossas posições ficando sobre ele. Enquanto desfrutava a sensação de seu corpo esguio e definido contra o meu busquei em minha cabeceira tudo o que eu precisava para o que estava por vir, e nunca fiquei tão feliz de me preparar antes quanto naquele momento.

Tirei da gaveta uma camisinha e óleo lubrificante, assim que viu os produtos pude ver a tensão voltar a sua expressão, tensão que logo dissipei com novos estímulos, alternando as chupadas de seu pescoço a estímulos em seus supreendentemente sensíveis mamilos até a masturbação de seu membro que já dava sinais de estar em seu limite.

- Não precisa ficar tenso, é só relaxar. – disse ao seu ouvido – Confie em mim, eu nunca faria nada para te machucar. – disse vendo o mesmo relaxar levemente.

Passei o óleo nas mão e ao contrario do que Sasuke pensou comecei novos estímulos em seu pênis, alternando entre seus testículos e por fim deslizando até sua entrada. No inicio Sasuke ficou tenso, mas logo pude senti-lo relaxar sobre meu corpo e tomei isso como um sinal verde para prosseguir. Abri o preservativo em meus dentes e o coloquei em meu pênis, me divertindo com as expressões de Sasuke, que parecia confuso entre desejo e temor. Passei um pouco mais de óleo e dessa vez o coloquei sobre o preservativo. Me aproximei de Sasuke que hesitou por um instante, até o momento em que o beijei, fiz um pouco de hora até o mesmo relaxar novamente, então me posicionei em sua entrada e comei a adentra-lo gradualmente enquanto continuava os estímulos, deixando-o incapaz de decidir se pararia devido ao claro desconforto de estar sendo preenchido pela primeira vez ou se continuava devido ao prazer que o estava proporcionando.

- Eu vou entrar. – disse empurrando me membro para dentro de Sasuke que gemeu de dor.

Parei de me mover e continuei os estímulos até seu corpo estar um pouco relaxado dando tempo de se acostumar com meu membro, assim que pude ver que seu desconforto havia se amenizado tonei a empurrar-me para dentro de Sasuke e desse vez por inteiro, tendo como resultado as unhas do Teme me marcando quando gemeu em dor. Sei que deveria ter me segurado e o preparado melhor, mas Sasuke não me ajudou nem um pouco me olhando com tamanha luxuria desde que começamos. Aguardei mais alguns momentos até me mexer enquanto localizava seu ponto G, e assim que o encontrei recebi meu nome dito em alto e bom som enquanto Sasuke se apertava contra mim e agora começava ele mesmo os movimentos.

Não demorou muito para que nosso prazer chegasse. Sasuke foi o primeiro a se derramar com minhas caricias, quando o fez podia jurar que achou que havia acabado pela forma como relaxou. Mas para seu azar eu estava apenas começando e assim que o vi relaxado intensifiquei meus movimentos, já quase chagando ao meu limite. Assim que aumentei o ritmo seu membro retornou a vida e logo Sasuke choramingava meu nome novamente e pela segunda vez naquela noite levei Sasuke ao limite, dessa vez me derramando dentro dele.

Deitei ao seu lado ainda com a respiração descompassada e vendo que ele não iria se aproximar o puxei para perto de mim. Podia ver a confusão e o medo em seu rosto, mas não queria estragar o memento então ficamos em silencio, apenas nossos corpos nus e suados colados um no outro. A sensação de tê-lo ao meu lado dessa forma era indescritível, e pela primeira vez em muito tempo voltei a me sentir em casa. Pouco depois de termos nos aconchegado Sasuke caiu no sono e fiquei um bom tempo o observando dormir. Quem o visse daquela forma não imaginaria o quão duro o homem podia ser e o quão quente ele era, como eu mesmo descobri essa noite.

- Merda, Sasuke... Por que você tem que ser tão perfeito e impossível de não amar desse jeito? – disse com um sorriso e desejando que esse dia nunca acabe peguei no sono ainda abraçado a Sasuke.