1. Spirit Fanfics >
  2. Castelos de Areia >
  3. A verdade começa a aparecer.

História Castelos de Areia - A verdade começa a aparecer.


Escrita por: MissBronte

Notas do Autor


Fiquei pensando se postava o capítulo agora de madrugada ou depois. Como não sei se terei tempo ao longo do dia, resolvi que seria melhor postar agora. Para compensar, talvez, TALVEZ, eu poste um capítulo adiantado durante o final de semana. Gostaria de agradecer o carinho e comentários. Caso tenham sugestões e críticas, sintam-se a vontade. Boa leitura ;*

Capítulo 4 - A verdade começa a aparecer.


Arizona chegou afobada ao hospital. Meredith esperava à porta, com os braços cruzados. Ao ver a expressão no rosto da amiga, Arizona sentiu seu corpo tremer.

“No que você se meteu?” Meredith perguntou, seu tom mostrava que ela estava mais preocupada do que já aparentava. “Minha mãe está uma feito doida atrás de você”.

Arizona corria pelo hospital ao lado da outra loira, sua cabeça latejava e ela precisou de toda força que tinha pra se manter firme “Arizona” Meredith gritou, puxando a amiga para que ela parasse e a encarasse.

“Eu não sei, Mer” Arizona sentiu as lágrimas queimarem na garganta.

“Não, não chora. Engole o choro. Pelo amor de Deus, Arizona, se controla”

“Sua mãe vai me comer viva”

“Sim, ela vai” Meredith segurou firme nos ombros da amiga “Você precisa contar exatamente tudo que sabe”

Arizona meneou a cabeça e respirou fundo.

“Eu não quero perder meu emprego, Mer” Arizona mordeu o lábio inferior na tentativa de controlar as lágrimas.

“Vamos pensar nisso depois, está bem?”

Arizona sorriu tristonha.

“Obrigada.”

Arizona voltou a fazer o caminho até a sala de Ellis Grey, dessa vez sozinha. No que ela estava pensando quando defendeu uma estranha? Era uma estranha incrivelmente sexy em um pijama horroroso, mas mesmo assim, ela não tinha que defender uma estranha.

Ela parou à porta e fechou os olhos, respirando fundo. Bateu hesitante e sentiu seu coração acelerar enquanto aguardava a resposta.

“Pode entrar” a voz autoritária falou.

Como se a porta fosse cair em sua cabeça, Arizona a abriu com cuidado, mal tocando na maçaneta.

“Licença” murmurou.

A mulher atrás da mesa encarou a loira com uma expressão indecifrável. Retirou o óculos e o colocou na mesa, cruzando as mãos em frente ao seu rosto.

“Dr. Robbins” começou, fazendo a loira tremer. “Eu vou perguntar apenas uma vez e quero uma resposta completa” ela esperou até ter certeza que Arizona havia entendido. “Espero que a senhorita tenha em mente que o seu emprego está em jogo”

“Sim, Chefe Grey” tentou soar o mais firme que podia, mas sabia que o tremor em seus olhos a entregava “Eu estou ciente”

“Ótimo. Quero que me conte a verdade sobre a mulher de pijama e a menina que ela trouxe”

Arizona tentou disfarçar, mas sabia que a surpresa em seu rosto havia sido notada pela chefe. Ela pensou na noite anterior, em como havia sido bom estar com a latina. Lembrou-se do sorriso da mulher, o sorriso mais bonito que já vira. Lembrou-se da morena chorando em seu apartamento quando o deixara pela manhã e sentiu seu coração se apertar. Respirou fundo antes de continuar.

“Eu não sei de nada” ela se recriminou assim que a frase saiu de sua boca, mas se manteve firme.

“Então me conte sobre o nada que você sabe” a mulher tinha os olhos fixos nos de Arizona. Era como se visse através dela. Depois de ponderar por um tempo e soltar um pesado suspiro, ela completou “Eu cheguei aqui por uma razão. Eu era a única médica em minha classe, eu tive que dar o triplo do que meus colegas davam apenas para respirar no mesmo ambiente que eles. Imagine o quanto tive que me esforçar para ser ouvida, levada em consideração, comandar um caso, sentar nesta cadeira” o tom da mulher era calmo. Se Arizona não a conhecesse, falaria que ela sentia algum tipo de carinho por ela. “Você não vai querer mentir pra mim, vai?”

“Eu não a conheço” Arizona disse, sentindo a garganta arder e os olhos marejados. “Eu não sei o nome da menina, eu não sei a ligação delas. Eu apenas queria beber um café” Arizona sentiu culpa por estar fazendo aquilo, se sentiu envergonhada, mas o que mais ela podia fazer? Por mais que se sentisse atraída pela mulher, não queria perder o emprego. “Ela apareceu com essa criança. Eu não podia negar atendimento à uma criança com uma faca na cabeça, podia?”

“De forma alguma”

“Também não tinha tempo pra papear e encher a mulher de perguntas. Se eu demorasse, a menina talvez não sobrevivesse”

“E qual foi o motivo da sua mentira para os policiais?”

Arizona não sabia como responder. Ela não tinha uma resposta para aquilo, ela não sabia porquê fizera isso. Ela meneou a cabeça.

“Eu não sei” ela suspirou derrotada. “Eu não sei por qual razão eu falei aquilo. Não sei o que deu em mim para mentir pra vocês”

“Você mentiu para os policiais, não pra mim. Você me disse que ela era apenas uma confusão amorosa de um dos meus médicos, pelo que estou vendo, é mesmo”

Arizona sentiu o rosto corar e baixou o olhar.

“Mas o que houve?” perguntou tímida quando conseguiu encontrar voz para tal.

“Sua confusão era responsável por essa menina e a sua família, as coisas se tornaram pessoais e ela foi retirada do caso” a outra analisava o rosto de Arizona, que mantinha o olhar baixo. “Ela não podia se aproximar dessa menina, mas parece que ela não cumpriu com o mandato” a chefe fez uma pausa e Arizona levantou a cabeça, por um breve momento um vislumbre de hesitação pode ser visto no rosto da mulher. “Ela será processada e, como você mentiu para os policiais, provavelmente terá que provar no tribunal que não tem nada a ver com essa história”

Arizona sentiu seu corpo gelar e a boca abrir em um grito mudo. A sala girou e ela fechou os olhos.

“Os advogados do hospital querem falar com você, mas pedi para ter esta conversa a sós antes. Eu precisava ter certeza que você não estava envolvida”

“Obrigada” Arizona respondeu com dificuldade. “Eu...”

Antes que pudesse terminar a frase, a porta foi aberta abruptamente, revelando um médico esbaforido.

“Robbins, ela está tendo uma parada”

Arizona olhou para a chefe, perguntando com os olhos o que fazer.

“Corre, Robbins” a mais velha ordenou.

Arizona correu o mais rápido que pode com Karev logo atrás.

“Page Yang e Shepherd, vamos precisar deles” ordenou por cima do ombro enquanto tentava desligar sua mente da latina.


Callie estava o mais rápido que podia. Ignorava a sinalização e o celular que estava apitando ao seu lado. Sabia exatamente quem era, não precisava nem olhar. Sua cabeça estava a mil, seus olhos vermelhos de tanto chorar. Ela não conseguia parar de pensar na loira, no olhar que ela lhe lançara ao ir embora mais cedo.

Quando chegou a seu destino, desceu logo do carro e praticamente correu em direção a sala da diretora. Não bateu na porta, entrou diretamente e encontrou a loira em reunião com os advogados da instituição.

Assim que viu a latina, a loira sorriu maliciosamente. Pediu que as outras pessoas se retirassem. Callie sentia o sangue pulsar em seus ouvidos e suas mãos tremerem.

“Calliope” o tom irônico que a mulher usou combinava com o sorriso que ela exibia nos lábios.

“Erica, o que está acontecendo?”

A mulher arqueou uma sobrancelha, olhando para a latina com desdém.

“Você sequestra uma criança e eu que lhe devo satisfação?”

“Você sabe que não é essa a situação. Você sabe o que aquele monstro fazia, eu não podia simplesmente me afastar” Callie gritava em meio às lágrimas. “Se não fosse por mim, Sofia estaria morta” ela bateu com força na mesa da mulher, que se levantou assustada.

“Guarda seu discurso para o tribunal” a diretora tentava voltar à postura que perdera depois do rompante da morena.

A latina recuou alarmada.

“O que?”

“Eu vou te processar” Erica sorria vitoriosa.

Callie fechou com força os olhos e balançou a cabeça, tentando entender o que estava acontecendo.

“Você não precisa fazer isso” Callie sussurrou. “Eu enfrentarei um processo interno do Conselho Regional, perderei meu registro por algum tempo, você não precisa me processar também e você sabe disso”

“Sim, eu sei, mas você fez esta instituição perder credibilidade ao escolher ignorar o que lhe foi ordenado e agir por conta própria”

Callie soltou uma risada sarcástica.

“Meu poupe, Erica. Você não vai seguir o processo por causa disso, você vai seguir o processo pelo prazer de acabar comigo. Eu amo o que faço e não vivo sem isso e você sabe bem disso” ela falava de uma maneira mais controlada, porém a raiva em sua voz era cortante. “És um lixo de pessoa, mimada, egocêntrica, frágil, não sabes lidar com rejeição. Pois permita que eu lhe esclareça algo. Tu não és o centro do universo, nem todos são obrigados a fazer a tua vontade. Eu não tenho culpa se crescestes com privilégios e ficas histérica quando escutas um não. E espero que saibas que não vou te deixar destruir a minha vida, não vou te deixar tirar o que mais amo, só porque és frustrada sexualmente. Quer me processar? Vai em frente. Mas saiba que não sairás vitoriosa dessa”

A latina não esperou por uma resposta, deu as costas e bateu a porta com força ao sair da sala da outra. Ela sabia que teria que reunir todas as forças para lutar contra isso.

Ela saiu do instituto sem saber o que o futuro lhe reservava, mas sabendo que não desistiria sem lutar. Antes de dar a partida no carro, mandou uma mensagem para a única pessoa que poderia lhe ajudar no momento.

“Addi, me encontre daqui a duas horas no meu apartamento. -C”

Deu a partida no carro. Tinha que falar com a amiga o mais rápido possível, mas antes precisava tirar uma médica simpática e incrivelmente sexy de uma briga que não era dela.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...