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História Castelos de Areia - Entre complicações e certezas.


Escrita por: MissBronte

Notas do Autor


Como prometido, um capítulo antes de terça. Não pude revisá-lo e tive que escrever pelo celular, então peço desculpas por qualquer erro.
Sempre bom avisar que não seguirei à risca as leis e todo o tramite que envolve um processo, para não deixar a história tão lenta e maçante. Claro que, as vezes, haverão capítulos mais mornos.

Capítulo 5 - Entre complicações e certezas.


Callie estava sentada na sala de espera. Balançava a perna e mexia nos dedos para tentar aliviar o nervosismo. Sua respiração era pesada e seu coração batia acelerado, martelando o peito pesadamente.

Ela não conseguira falar com a chefe, não conseguira explicar a ninguém que a loira não estava envolvida, mas uma médica simpática, que se apresentou como April, havia informado que Arizona estava operando a menina junto com o Dr Shepherd.

“Você está esperando a Arizona?”

A voz em sua costa a fez virar. A mulher estava com a expressão séria.

“Sim, estou” Callie disse, sem jeito.

“Ela não pode falar com você” a voz da mulher era fria, combinava com sua expressão. “A carreira dela está em risco, você entende isso, não é?” A médica sem nome esperou até que a latina confirmasse. “A menina está em risco. Acabou de sair de outra operação complicada. Ela está com um problema cardiológico, mas nada pode ser feito até que ela acorde, para termos uma ideia dos danos cerebrais que ela sofreu”

Callie se esforçava para manter uma postura firme, livre das lágrimas.

“E esta cirurgia que ela acabou de fazer?”

A outra olhou em volta e se aproximou um pouco mais da morena.

“Eu não deveria estar lhe passando essas informações” ela pareceu ponderar, por fim completou. “Ela teve uma parada e algumas complicações neurológicas. Aparentemente Dr Robbins e Dr Shepherd conseguiram reverter, mas como eu disse, saberemos mais quando ela acordar”

“Mas ela pode não acordar” Callie sussurrou. Não era uma pergunta e a outra sabia disso.

“Acho que é melhor ir agora”

“Eu tenho que falar com a chefe da Arizona. Eu não posso deixar que a carreira dela acabe por minha causa”

Por um ínfimo momento, os olhos azuis da médica transpareceram compaixão.

“Minha mãe não vai falar com você” seu tom de voz suavizou, assim como sua expressão. “O melhor que você faz é ir pra casa” ela deu um sorriso amarelo.

Callie sentiu os ombros pesarem e sua expressão se contorcer. Não se sentia mal apenas pela possibilidade de acabar com a carreira da loira, mas também pela possibilidade de nunca mais a ver.

“Obrigada” murmurou descontente.

Não esperou por uma resposta, apenas se virou e foi embora. Deu uma última olhada na fachada do hospital, desejando que pudesse olhar os olhos azuis da outra pelo menos uma última vez.


Arizona estava checando pela terceira vez a menina. Passou a mão delicadamente em sua testa e fechou os olhos.

“Você não pode se apegar tanto assim”

Ela não se virou, continuou olhando a menina que parecia imersa em um sono tranquilo e profundo.

“Impossível me manter distante dela agora” a médica se sentou em uma poltrona perto da cama, segurando na mão adormecida da pequena. “Assim que eu falar com os advogados, vão me retirar do caso” ela divagava, os pensamentos estavam distantes. “Espero que mantenham o Alex, assim posso saber o progresso dela”

“Arizona” a voz da amiga estava mais próxima. Dava pra sentir a hesitação nela. “Você sabe que ela não vai aguentar”

Arizona sentiu o corpo estremecer e o coração falhar. Ela apoiou um dos braços no descanso da poltrona e deixou sua cabeça tombar nele.

“Eu espero que ela sobreviva até a audiência, pelo menos”

April apertou com um misto de delicadeza e força, o ombro da amiga, que tombou a cabeça pra trás, sentindo a energia que a amiga lhe passava, percorrer todo seu corpo.

“Mesmo que ela não sobreviva, você não vai perder o emprego”

A loira se virou para a ruiva, finalmente encarando a amiga nos olhos. Sentiu os seus encherem de lágrimas e a garganta fechar.

“Eu sei que sairei bem dessa” a voz estava falha e puxada, as palavras lhe ardiam a garganta. “Mas se ela sobreviver até a audiência, Calliope terá algo sólido em sua defesa”

A ruiva soltou um suspiro resignado. Sabia que a amiga não ficaria longe da outra e isso traria um problema maior do que já estavam enfrentando.

“No que você foi se meter, Ari?”

“Eu não sei” as lágrimas finalmente romperam a barreira e molharam o rosto da mulher.

April a puxou para um abraço forte, passando a mão em seus cabelos enquanto a amiga soluçava.


A latina virava o celular na mão, volta e meia batendo com ele em sua boca. A cada barulho no corredor, ela olhava esperançosa para a porta. Quando a campainha tocou, ela levantou de um pulo e cobriu a distância entre o sofá e a porta em poucos segundos.

“Você marcou comigo e esperava outra pessoa?” A ruiva alta brincou com um arquear de sobrancelha.

Callie não notara que tinha uma expressão de descontento. Mas também não percebera que, no fundo, nutria a esperança de ser a loira.

Depois de um tempo extremamente longo, a latina deu por si que ainda estava parada à porta, impedindo a passagem da amiga. Chegou pro lado e fechou a porta.

“Você aceita um vinho?” O tom de voz da latina era cinza, sem vida, totalmente o oposto do que costumava ser.

“Não costumo aceitar bebidas alcoólicas enquanto trabalho, mas quando minha melhor amiga parece ter saído de um funeral, eu aceito para acompanhá-la”

Calliope se arrastou até a cozinha, pegou a bebida e dois copos. Ao voltar, sentou-se ao lado da ruiva e as serviu. Tomou seu copo de um só gole, fazendo a ruiva arregalar os olhos. Por fim, começou seu relato.

Addison encarava a amiga, escutando com atenção cada detalhe da história, sem a interromper em nenhum momento. Ao final, encheu seu copo já a muito vazio e o bebeu de um só gole, como a latina havia feito antes de começar o relato.

“Uau” disse, tentando reunir palavras melhores. “Você está com sérios problemas”

“Isso eu sei” a latina disse, sem paciência. “O que eu quero saber é se você pode me ajudar”

“Mas é claro que posso. Sou sua melhor amiga e, modéstia à parte, a melhor advogada da cidade. Mas não será fácil” ela ponderou por um tempo. “Qual o real estado da menina?”

A morena deu de ombros, sentindo a dor voltar e preencher seu corpo.

“Eu não sei. Muito grave, ao que parece. A amiga da Arizona não me deu muitas informações, apenas que é grave”

“Se ela se manter viva até a audiência, suas chances são melhores” a ruiva segurou as mãos da amiga, deu seu melhor sorriso. “Eu vou te tirar dessa. Prometo. Eu não me chamo Addison Montgomery, Soberana de Todo o Mal”

A latina não pode evitar o sorriso. Sentiu uma momentânea onda de tranquilidade passar pelo seu corpo.

“Obrigada”

Depois de um tempo analisando a amiga, a advogada falou.

“Você tem que ficar longe da médica e do hospital, caso contrário, pode prejudicar a ela”

Um calafrio na barriga fez a latina enjoar. Se sentia mal por envolver alguém como Arizona em uma história tão complicada.


As suspeitas de Arizona se confirmaram. Assim que falou com os advogados do hospital, foi afastada do caso e proibida de falar com a latina. Infelizmente, não fora Alex a ficar responsável, mas ele prometeu que ficaria de olho e passaria tudo o que descobrisse pra loira.

Ela estava disposta a manter a menina viva até a audiência. Sabia que podia fazer aquilo. Ela é Arizona Robbins, a melhor da sua área. Ela é incrível. Ela manteria a menina viva.

Ela estava trocando de roupa. Seu turno acabara uma hora atrás, mas ela ficou enrolando até que ficou sem desculpas e precisava realmente ir. Karev a tranquilizou, era plantão dele e ele ficaria de olho. A loira sabia que podia confiar no amigo, ela o formara bem.

Seu celular tocou pela terceira vez e ela finalmente desviou o olhar para a tela. LB. Marcava o display de chamada. A loira revirou os olhos e rejeitou a ligação. Assim que olhou seu reflexo no espelho, sua mente vagou para a noite que passara com a latina. Seu coração vacilou.

Fechou o armário e balançou a cabeça, afastando os pensamentos indesejados. Já estava no olho de um furacão, não podia encarar outro. Ela fechou os olhos e respirou fundo, clareando a mente.

Naquele momento ela soube que não ia, nem poderia, se afastar da mulher que invadira seu plantão de pijamas. Isso lhe custaria muito mais do que um processo, muito mais do que seu emprego. Ela teria que enfrentar outro furacão, mas por hora isso não a preocupou, tudo o que ela queria era ver a latina novamente.


Não muito tempo depois, a loira estacionava o carro na frente do prédio da mulher. Olhou para cima e viu que a luz de seu apartamento estava acesa. No banco do carona uma garrafa de vinho repousava.

Se a loira fechasse os olhos, escutaria as vozes de Meredith e April com uma clareza assustadora, falando que ela tinha que se afastar. Como que para pontuar este pensamento, seu celular voltou a alertar que LB a ligava. Ela pegou o aparelho e o desligou, o jogando o mais fundo possível na bolsa.

Pegando a garrafa de vinho, saiu para a noite. A brisa bateu contra seu corpo e ela apertou seu casaco, apressando o passo em direção ao condomínio.

Bateu na madeira ritmicamente, balançando o seu corpo enquanto esperava. Se esforçou para ouvir algum sinal de aproximação e, quando nada escutou, tornou a bater. Dessa vez alguns papéis foram postos de lado e passos ouvidos. Um tempo depois, o clique da chave a fez abrir seu sorriso de covinhas.

Assim que seus olhos se encontraram, ambas sorriram. Toda angústia e medo que sentiram ao longo do dia desapareceram e, como em um truque de mágica, o tempo parou e todo o mundo desapareceu, restavam apenas elas e o cintilar do vento.

O vento era apenas um sussurro fraco, fazia o papel de uma harpa ao fundo do bumbo que o coração de ambas propagava. A melodia não tinha um ritmo conhecido para alguém que olhasse a cena de longe, afinal seus corações batiam descompassados, contudo, para elas, era a melodia perfeita da mais bela canção já executada.

A morena encurtou a distância entre elas, passando seus braços pela cintura da loira e a puxando para um abraço forte.

Arizona jogou seus braços pelo pescoço da mais alta, a apertando contra si e deixando sua cabeça repousar no ombro moreno. Naquele momento esqueceu de tudo que a impedia de estar ali.

O coração que antes eram dois, naquele momento, naquele abraço apertado, se fundiram em um.


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Quero agradecer mais uma vez por todo carinho e todos os comentários, são gratificantes e fazem meu dia melhor. Muito obrigada mesmo ^^ até terça.


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