Eu nunca havia pensado na morte como algo ruim. Nunca fui daquelas pessoas que tinham receio em até mesmo de pronunciar a palavra. A dona morte para mim era como uma visita muitas vezes inesperada. Por mais que alguns estejam preparados, sua presença sempre assusta à todos.
Para mim a morte anda ao lado da vida. No nascimento de um novo ser já se sabe que a única certeza que temos é que um dia aquela criança fechará os olhos para sempre. Dará seu último suspiro e partirá para outro plano - ou apenas virará pó, como queira acreditar -.
Não sei ao certo quando os pensamentos mórbidos começaram a pairar sob minha cabeça.
Não sei ao certo quando comecei a desejar que o ar que preenchia meu pulmão se fosse para que enfim eu pudesse morrer.
Sei que para alguns é uma heresia uma jovem sadia e com uma vida farta desejasse morrer.
"Quantas pessoas estão no leito do hospital, gastando o que lhes resta de energia e lutando para continuarem vivas enquanto você, cheia de saúde e conforto deseja a própria morte!" alguns me diziam.
"Isso é drama. Quer chamar atenção. Se quisesse realmente morrer, já tinha se matado há muito tempo!" outros audaciosos diziam.
A verdade é que não é tão simples assim como pensam.
Não é porque tenho um corpo saudável ou que nada me falte, que eu não possa desejar morrer.
Não é porque há pessoas doentes lutando para sobreviver que eu tenha que me sentir culpada pelos meus pensamentos obscuros.
A vida não é minha? Que direito teriam os outros então de se intrometerem?
Ninguém sabe o que se passa dentro de minha própria cabeça, às vezes nem eu mesma consigo me entender. A única certeza que tenho é que não suporto mais tudo isso. Não quero continuar levando uma vida que não me satisfaz. Tomei minha decisão e nada nem ninguém fará com que eu mude de ideia.
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