História Catastrophe :: Sammy Wilk - Run

Sem mais fôlego, eu tentava puxar mais ar que eu poderia dos meus pulmões, eu não sentia minhas pernas - o que já não era uma nova sensação de um tempo pra cá.

Agora eu estava perdida em uma floresta, literalmente no fim do mundo com uma horda de zumbis próxima de mim.

Desesperada, olhei para ao meu redor, eu precisava me salvar, precisa sobreviver.

Avistei uma casa grande e entrei na mesma sem pensar, empurrei o sofá - pesado - e empurrei a estante junto para a porta e andei pela casa com a arma em mãos para ver se não tinha algum morto vivo ou algum humano ali.

Subi até onde deveria ser os quartos e entrei em um,onde tinha uma cama grande. Me joguei na mesma e suspirei olhando o teto.

Puxei minha velha mochila e a vasculhei procurando algo que poderia ajudar a acabar com minha fome, mas só havia minha faca, uma arma descarregada e uma garrafa de água que encontrei a mais ou menos uma semana. Abri a mesma e bebi o líquido que ali continha, suspirei e encostei minha cabeça na cabeceira.

  Quando isso tudo começou eu não fazia ideia do estava acontecendo ou do que eu deveria fazer. Fui perdendo tudo aos poucos. Eu não fazia a mínima de como agir, mas o tempo me guiou deixando que eu sobrevivesse.

Aquele dia.
Era aniversário de Toby, meu melhor amigo, e estávamos no Shopping tentando escolher alguma roupa para ele, então começamos a ouvir gritos,gritos de dor e de desespero.

Toby saiu correndo na minha frente como sempre e eu corri atrás do mesmo, mas logo o anirversáriante parou, um bicho veio em sua direção e lhe mordeu, e logo em seguida devorando meu melhor amigo em minha frente. O que conseguiu dizer foi "Corra!Sobreviva".

E foi o que fiz, horrorizada e assustada, saí dali o mais rápido que pude, tentando não acabar do mesmo jeito que Toby, o garoto que sempre vai estar em minha mente. Para sempre meu melhor amigo.

Levantei a cabeça e pisquei diversas vezes para afastar as lágrimas que se formavam, respirei fundo e então minha barriga começou a roncar de fome.

Fiquei mais cinco minutos na cama e levantei me dirigindo até a cozinha, abri os armários que continham teias e nada que pudesse matar minha fome, abri mais um armário e nada.
Bufei e resolvi andar novamente pela casa e tentar descansar.

Entrei no banheiro e levei um susto ao ver um zumbi dentro da banheira, mas aparentava já estar "morto".

Saí do banheiro e subi as escadas voltando para o mesmo quarto de antes, deitando na cama e ali me entregando ao cansaço.

[...]

Acordei assustada,esperando que tudo aquilo fosse um sonho, levantei da cama e olhei o quarto meio perdida, até lembrar que tudo era realidade.

Batidas fortes na porta despertaram minha atenção me fazendo entrar em alerta e pegar minha faca.

Saí do quarto em passos cautelosos e andei até a ponta da escada, então a porta foi arrombada, e na esperança de que fosse mortos-vivos, na verdades eram pessoas, ou melhor, homens e bem vivos.

Arregalei os olhos e corri de volta para o quarto, pegando minha mochila.

Desci as escadas rapidamente, tentando não fazer barulho.

— Vamos entrar pelos fundos, a porta deve estar emperrada. — Ouvi uma voz masculina falar e parei no mesmo instante, meu plano de sair pelos fundos sem ser vista foi por água abaixo.

Logo ouvi a tranca da porta ser girada e corri para um dos quartos, que eu não havia entrado e me prendi no closet, ouvi passos no andar de cima e minha respiração começou a ficar acelerada, não que eu estivesse com medo, talvez só um pouco.

O som dos passos aumento,me fazendo deduzir que algum dos homens estava no mesmo quarto que eu.

Uma porta do closet se abriu e eu tentei prender minha respiração ao máximo para que quem estivesse ali não notasse minha presença, o que seria um pouco difícil.

Quando a outra porta se abriu,eu posso dizer que meu coração quase parou, o olhar do garoto encontrou o meu, ele parecia confuso.

Seus olhos eram verdes, seu cabelo estava preso em um elastico degastado e era possível ver algumas tatuagens por de baixo de sua camisa rasgada.

Processei alguns segundos encarando o moreno e mordi meu lábio tomando coragem para fugir. Eu poderia enfiar aquela faca em sua cabeça,mas preferi fazer algo diferente.

Levantei minha perna e dobrei meu joelho, dando um chute em suas "partes de baixo" fazendo o mesmo urrar se ajoelhando de dor.

— Maloley? — Uma voz ecoou no corredor.

Olhei para o corredor e arregalei os olhos, corri até a janela e a abri sentando na beirada da mesma, braços me puxaram e eu tentei me soltar, em um movimento rápido, dei uma cotovelada tentando acertar seu estômago, realmente não estava querendo matar ninguém hoje.

Corri pelo telhado e parei na beirada pensando numa forma de pular dali sem morrer ou fraturar algum membro.

Olhei para trás vendo o homem/garoto que havia me segurado e o mesmo estava indo para o telhado também.

Mordi meu lábio nervosa e olhei para os lados procurando uma escapatória, o garoto se aproxímou e senti um desespero em pensar que poderia morrer por um motivo tão fútil.Ou não.

Coloquei a faca na bota e pulei sem pensar do telhado e saí rolando.Assim que pulei senti um gosto de ferro presente em minha boca, sangue por ter mordido o lábio quando caí.

Meus pés deram choques indicando que eu estava com caimbra, gemi de dor, chamando atenção dos homens e zumbis que estavam ali.Droga, mil vezes droga.

Os zumbis se aproxímaram de mim, então puxei a faca e tentei me levantar, o que foi um pouco difícil, tiros foram dados em direção aos andarilhos ,fazendo sangue espirrar em mim.

O odor fez meu estômago embrulhar e passei minha língua sobre os lábios.

Os homens se aproxímaram e então os olhei apontando a faca para os mesmos.

— Quem são vocês e o que querem? — Digo conseguindo me levantar, um pouco desiquibrada, mas consegui.

— Você. — Encarei o velho barbudo incrédula.

— Não sou nenhum tipo de mercadoria seu nojento. — Cuspo as palavras e aperto minha mão contra a faca.

— É uma pena que não queira por bem. — Sinto uma mão gelada me segurar por trás,me viro me deparando com um moreno com algumas mechas claras no cabelo.

— Por favor..Me solta! — Olho o mesmo que tinha um olhar de pena sobre mim, eu odiava esse tipo de olhar, mas era a tática no momento.

— Só faço meu trabalho. — Ele me puxa e amarra minhas mãos, eu estava sendo fraca.

Murmuro alguns palavrões me debatendo.

—  Eu prometo lhe ajudar depois. — Ele sussurra em meu ouvido e vários pensamentos confusos enchem minha cabeça.