— O- O quê? — arregalei os olhos e neguei com a cabeça. — Eu não vou atrás de ninguém, da Alexia menos ainda!
— Se fosse a Stassie você nem estaria mais aqui! — Johnson provocou. Me levantei bruscamente.
— Eu te disse para não falar mais da Anastascia, Johnson! — disse enquanto apontava meu dedo para seu rosto, ele riu debochado. — Ela era sua amiga também, como pode falar dela assim?
— Sammy, Stassie é passado. E ela era minha amiga, mas sua namorada de alguma forma, mas ela já morreu, entende? Não está mais aqui e nem sobreviveria por um dia de apocalipse. Não é nossa culpa se ela foi mordida, então pare de agir com todos desse jeito grosseiro! — JJ falou de uma vez sem me dar possibilidade de falar.
— Sempre fui assim. — respondi. Havia acabado de mentir, nem sempre eu fui assim.
Os meninos se calaram e eu voltei a me sentar, Gilinsky me encarava com uma feição não muito boa.
— Tem o direito de dormir agora e acordar cedo amanhã e ir atrás da garota. — Gilinsky falou sem me olhar, bufei e me encostei na árvore, eu não vou atrás de ninguém, principalmente da Alexia.
[...]
Eu definitivamente passo a odiar essa garota. Agora estou no meio da floresta a procurando, o que está sendo um pouco difícil. Suspirei já cansado e com dor, olhei para o chão de terra e ali havia pegadas, certamente pegadas de um All Star que Alexia usa.
Estava próximo de algumas árvores, e então pude ouvir barulhos ali, comecei a andar na esperança de encontrar Alexia, e era o que eu realmente queria,
Alexia Lewis POV
Já estava cansada de andar pela floresta, convencida de que não viriam atrás de mim. Me sentei e puxei a mochila para procurar alguma coisa para comer, mas então ouvi as folhas farfalharem seguido de sons de passos. Tateei minha cintura, me certificando de que minha arma estava ali, e então escalei a árvore o mais rápido que pude, agradeço ao escotismo, sentei num galho grosso da árvore me encolhendo, e me dei conta que a mochila havia ficado lá embaixo. Merda.
—Alexia, eu já te vi aí. — ouvi uma voz masculina, fechei meus olhos com força e bufei, olhei para baixo e Sammy estava ali.
— O que você está fazendo aqui? — perguntei olhando para cima.
— O que será que eu estou fazendo aqui? — falou irônico, o olhei e sua sobrancelha estava arqueada. — Procurando você. Por livre e espontânea vontade. — foi irônico novamente.
— Se for para fazer eu voltar, saiba que vai voltar sozinho. — respondi o encarando.
— Não dificulta, eu não andei até aqui pra você dizer que não vai ir. — passou a mão pelo cabelo, parecia ser uma mania de quando está nervoso.
— E por que achou que eu iria voltar com você? Achou que iria simplesmente concordar? — ri irônica.
— Eu juro que se você não descer logo, eu pego minha arma e atiro nesse galho até ele cair. — puxou sua arma, puxei a minha também.
— Eu também tenho uma, e você está bem na mira, Wilkinson. — mirei minha arma nele — E você já deveria saber que não penso duas vezes em apertar o gatilho.
Sammy bufou e se virou, andando de um lado para o outro.
— Por favor, Alexia. Estou cansado, machucado e com fome. — ele disse com voz manhosa. Revirei os olhos.
— Tem comida na minha mochila, e você pode sentar aí. — dei de ombros, um sorriso malicioso cresceu no canto de seus lábios.
— Você me protegeria? — perguntou, franzi o cenho.
— Você não tinha uma arma? Se protege sozinho. — falei rude, retribuindo o sorriso.
— Ok, você está testando minha paciência! — falou e eu ri fraco.
— Você se irrita fácil. — neguei com a cabeça rindo. Tenho um cantinho no inferno reservado.
— Caralho garota, você é difícil demais! Eu vou subir essa árvore e te empurrar daí. — ameaçou e eu bocejei forçado, o provocando.
Encostei minha cabeça na árvore e fingi dormir.
— E agora? — ouvi a voz de Sammy ao pé de meu ouvido, me causando arrepios. Abri os olhos e ele estava bem perto de mim, ele havia mesmo escalado a árvore. Ele ameaçou me empurrar da árvore, sem intenção de que eu caísse, somente para me intimidar, mas eu acabei me assustando e quase caindo de verdade. Não pensei duas vezes e o empurrei de volta com força, e Sammy caiu no chão se contorcendo de dor.
— Caralho! — urrou de dor mordendo os lábios, em um piscar de olhos havia um zumbi em cima dele, e ele lutava contra o morto-vivo para que não o atacasse. Culpada por o deixar naquela situação, desci mais rápido que pude da árvore, já puxando minha arma na cintura.
Mirei no zumbi, o que foi difícil pelo alvo estar em movimento, e atirei. Tal situação me lembrou no momento em que eu e Gilinsky estávamos na dispensa, quando eu matei um cara.
Mal pude notar que Sammy já se levantava, sujo de sangue, e vinha até mim.
— Você por acaso pirou, garota? — disse visivelmente muito nervoso.
— Eu me senti ameaçada. Me defendi. — falei e peguei minha mochila no chão.
— Você não sabe com quem está mexendo, Alexia. Pare de bancar a durona e dramática, não temos tempo para isso. Isso não é um filme, é a vida real! É uma catástrofe! — o platinado disse apontando o dedo para mim.
— Primeiramente, abaixa esse dedo. E segundamente, quem está se bancando o durão e dramático é você, como você mesmo disse, isso não é um filme. — rebati e me virei, andando. O ouvi bufar.
— Aonde está indo? — perguntou vindo mancando logo atrás.
— Estou voltando. — falei e ele parou do meu lado, me olhando.
— Obrigado por colaborar. — disse irônico e eu o olhei séria. Ouvi chiados atrás de nós e resolvi voltar, certamente era o que eu imaginava, havia um walkie-talk caído no chão.
— Acho que isso é seu. — me abaixei e peguei o aparelho, Sammy pegou da minha mão e colocou no cinto. De repente, o garoto olhou para os lados como se procurasse algo.
— Corre.. — sussurrou e eu olhei confusa, ouvi folhas farfalharem e pude perceber que eram passos. Comecei a correr logo atrás de Sammy, que corria com dificuldade. Meu pé se enroscou com uma raiz de árvore e eu quase caí, se ele não tivesse me segurado. Um tempo correndo, Sammy parou e me puxou, tampando minha boca. Em minha mente se formavam diversas perguntas.
Seu peitoral descia e subia rapidamente e eu podia ouvir as batidas aceleradas de seu coração por estar grudada ao seu corpo.
— O que foi isso? — perguntei confusa quando ele me soltou.
— Eles estão atrás de nós! — disse ofegante.
— Eles quem? — o olhei e tranquilizei minha respiração.
— Os X. — fechou os olhos e respirou fundo.
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