História Catastrophe :: Sammy Wilk - Problem

— Alexia! Vamos logo, não temos o dia inteiro! — Millie gritava do lado de fora de casa.

— Já estou indo! — gritei de volta e peguei uma maçã na fruteira, saí correndo até a porta e a abri, estava tudo um caos, pegando fogo e Millie estava morta no chão. Minha maça havia caído no chão, e agora ela estava podre. Um morto vivo veio pra cima, aquele era Toby! Toby havia se transformado! Ele estava partindo pra cima de mim! Não! Não!

Acordei assustada e com a respiração descompassada, era apenas um pesadelo. Respirei fundo, e vozes grossas me chamaram atenção, olhei para os lados e Gilinsky não estava mais ali, na verdade nenhum dos garotos. Me levantei imediatamente e peguei minha arma, me guiei pelas vozes, duas vozes se sobressaiam, era Gilinsky e Sammy. Eles pareciam discutir. Me aproximei mais, sem que eles ou Nate e Johnson - que tentavam acalmar os garotos- percebecem minha presença.

— Isso só está nos trazendo mais problemas, bro! — Sammy gesticulava, parecendo estar nervoso.

— Isso? Sammy seja direto! — Gilinsky disse encarando o platinado.

— A Alexia! Ela só está sendo um encosto, você não percebe, Jack? — Sammy disse e passou a não pelo cabelo, eu era um encosto para ele. — Ou vai me dizer que agora está se apaixonando por ela? Mas lembre-se, a Madison também morreu, cara.

— Não ouse falar da Madison! Ela já está morta, não precisa me lembrar. Não vai acontecer o mesmo com Alexia, eu vou cuidar dela, você vai cuidar dela, todos vão cuidar dela! Ela é importante, mesmo fazendo porra nenhuma, ela está traumatizada agora. Ela foi abusada, eu a tirei de lá, ela precisava de ajuda, eu tive ao menos pena. — o moreno falou de uma vez, eu tinha vontade de atirar nos dois, um por estar dizendo coisas estúpidas e o outro por ter pena de mim, e eu não queriam que tivessem pena.

Soquei a árvore ao meu lado, o que fez minha mão esquerda doer muito, dei alguns passos para trás, fazendo barulho nos galhos, chamando atenção dos garotos, que me olharem. Gilinsky ficou sem reação ao me ver, ele não imaginava que eu estaria ali para o ouvir.

Saí dali andando rápido, peguei uma mochila perto da fogueira e não olhei para trás.

— Alexia! — ouvi Gilinsky me chamar, vindo atrás de mim.

— Não precisa ter pena, Jack. O encosto está indo embora. — disse me virando e o encarando séria. Sorri sínica para Sammy que também me encarava, me virei para andar novamente, mas Gilinsky me puxou novamente.

Ele ia falar alguma coisa, mas fechou a boca, se virando e me soltando.

Então, começaram a andar, e eu também, mas em direção contrária, podia ouvir Gilinsky bufar, neguei com a cabeça e continuei.

• Sammy Wilk POV •

—Merda. — Gilinsky murmurou enquanto andávamos, olhei o mesmo, ele semicerrou os punhos.

Olhei para trás e a loira virou no mesmo instante, como se soubesse que eu a olhava. Ela travou o maxilar e se virou novamente. Fiz o mesmo e peguei Gilinsky me olhando.

— Você é um idiota. — o moreno disse entre os dentes, sem me olhar.

— Ela vai ficar bem, se ela sobreviveu até acharmos, ela vai continuar sobrevivendo. — então ele me olhou sério.

— Esse não é o único problema, Samuel. — respirou fundo e soltou. — Se algum dos X achar ela, vão nos procurar. Isso se ela não abrir a boca.

— Que bosta. — murmurei — Temos que acha-lá.

— É claro que temos que.. SAMMY! — Gilinsky gritou e eu me assustei, Nate puxou sua arma e atirou no zumbi que estava prestes a me atacar. Outros zumbis apareceram e estavam prestes a atacar Gilinsky, empurrei o mesmo e Johnson e Nate atiravam freneticamente. Corremos fugindo daquela horda de zumbis, sem olhar para trás, eu corria o que podia, sentindo meu pé latejar.
Gemi de dor ao sentir uma pressão em meu ombro, olhei o lugar onde estava sangrando, eu havia levado um tiro novamente.

— Porra, melhorem a mira de vocês. Eu só me ferro. — os tiros haviam cessado, minha camisa já estava toda manchada de sangue e meu ombro doía.

— Temos que sair daqui, esses tiros vão chamar atenção. — Johnson disse e os garotos assentiram.

— Não só dos zumbis. — Nate falou, encostei na árvore sentindo meu corpo doer, parecia que eu tinha corações espalhados pelo corpo, e três batiam mais forte, no peito, no pé e no ombro.

Sentei no chão e joguei minha cabeça para trás, tirei meu tênis e meu pé estava sangrando, minha camisa agora estava encharcada de sangue. Tirei minha camisa com dificuldade.

— Toma. — Nate me entregou a garrafa de água, tomei um pouco e joguei o resto na ferida. Mordi o lábio comprimindo o gemido de dor. Os meninos se sentaram também, ainda estava claro, o Sol estava forte, fazendo minha pele arder assim como meu ombro, rasguei um pedaço da minha camisa e amarrei com força no ombro.

— Eu odeio vocês. — neguei com a cabeça, os garotos riram pelo nariz. — Não é pra rir!

— Isso é tudo muito louco, eu achando que depois da escola, nós iríamos nos separar, e olha como estamos! — JJ falou. Gilinsky concordou de cabeça baixa, enquanto bebia água.

— Nós iremos estar aqui sempre para o outro, enquanto estivermos vivos. — Nate falou.

— Claro, agora chega que já está ficando muito meloso. — disse e os garotos riram.

—Meloso era ver você e a Stassie, e ainda diziam que eram "apenas amigos" — Johnson disse fazendo aspas.

— Já chega. — suspirei. Stassie era minha melhor amiga, com alguns benefícios, mas eu não nada mais que um amigo.

— Eu estou com fome. — Gilinsky disse mudando de assunto, puxou uma mochila e pegou algumas sopas enlatadas, parecia que isso era o único alimento que havia sobrado, mas eu não podia reclamar, pois era o que tinha.

Abri a lata com uma faquinha que Nate arrumou e virei a lata na boca, já que não havia colher, a sopa estava morna, por causa do calor.

Passou pela minha cabeça se Alexia estava bem. Não era pra eu estar me importando com ela, mas nos daríamos se achassem ela, principalmente por ela estar com raiva de mim em especial.

— Será que Alexia ainda está viva? — Johnson perguntou, como se pudesse ler meus pensamentos.

— Eu também gostaria de saber. — Gilinsky disse, e me olhou.

— Ah, é.. eu também quero, só por curiosidade. Vai que.. — falei dando de ombros e Gilinsky me interrompeu.

— Já que a culpa é exclusivamente sua, Wilk.Você vai atrás dela! — exclamou e eu engasguei com a sopa.