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História Catch Me - Capítulo 38 - Fatal Woman


Escrita por: UniFlamenjate e PsymonsThy

Notas do Autor


Alooou \0/ Cerejas

Aqui está o novo capítulo de CM, eu espero que vocês gostem. Hehe.

Capítulo 39 - Capítulo 38 - Fatal Woman


Fanfic / Fanfiction Catch Me - Capítulo 38 - Fatal Woman

Existem pessoas que se acham melhores do que eu, assim como existem aqueles que não notam o meu esforço diário. Mas é claro que nada disso importa tanto agora que aprendi como lidar com esse tipo de coisa, porque descobri que a vida sempre faz as coisas boas se tornarem ruins. Cada rastro de felicidade é destruído, pelos próprios seres humanos existentes nesse universo errôneo. Não tenho tanto direito de criticar, pois estou longe de ser uma alma bondosa. E o pior, eu não me envergonho disso. Tenho um amor especial pelo que faço, mesmo que cada atitude seja julgada e vista como errada pela maioria. Só que ajo conforme um ditado; tudo que desejo pode ser tomado e aqueles que se opõe contra mim são os que estão errados. Então ignoro as opiniões alheias e continuo agindo como bem entender. Um dia aquele homem vai ver que cumpro bem o meu dever. E talvez não tenha que matá-lo, assim como matei todos os outros que estavam em sua lista negra.


É sempre observando o céu escuro que consigo me lembrar das perversidades que executei. Cada ato que pode ser considerado impiedoso, eu me recordo de ter feito pelo menos mais do que trinta deles. De diversas maneiras, com várias pessoas e em grande parte das vezes sem motivo algum. Apenas a vontade me guiava, sou uma pequena máquina que mata sem ter que pensar duas vezes. O rosto bonito, as roupas bem escolhidas e o corpo em ótimas condições são as coisas que facilitam o meu trabalho. É fácil atrair esses seres idiotas com algo visual, pois o que os humanos procuram é beleza. E bem, eu tenho isso com toda certeza.


O mais perfeito olhar pode pertencer ao mais perfeito assassino. E a ordem recebida pode ser a causa do seu triste fim. Mas é claro que são poucos os que são capazes de identificar um psicopata. Por tanto boa parte das vítimas caem na rede sem ter a chance de poder correr. E no final das contas, isso realmente não importa. Quando existe a fome da morte alguém certamente irá falecer. E devo dizer, eu vivo faminta na maior parte do meus dias.


Em nossa atualidade até mesmo os que deveriam cuidar dos enfermos podem ser facilmente convencidos por um sorriso falso e uma oferta tentadora. O que me deixa muito feliz, pois isso significa que ser cruel tem suas vantagens já que jamais estarei sob os cuidados de um outro alguém. E se em algum momento chegasse a esse ponto, a morte seria a minha melhor saída. Mas nada disso seria uma preocupação, eles não se importam em sacrificar vidas por algum tipo de bem maior. Não têm medo de deixar que se vão sem fazer um esforço a mais. O sangue que suja suas mãos em uma sala de cirurgia pode ser facilmente confundido com o sangue de algum inocente. E para mim está tudo bem, eu de fato faria coisas que são mil vezes piores do que parte desses médicos que usam máscaras idiotas. Porque assumo a minha simpatia com esses glóbulos vermelhos, com os ossos expostos, com a dor, com o sofrimento, com o desejo de receber paz, com os gritos que imploram pela piedade em nome de alguém em que nunca acreditei e por todo o resto. E é patética a tentativa de se esconder atrás dessas luvas brancas. Porque dizer que a intenção é ajudar nunca vai mudar o que eles são por dentro, eu sei que muitos deles são tão podres quanto eu mesma.






Dia 4 de Outubro de 2016 - Hospital Central de Los Angeles




Um temporal está a se formar do lado de fora dessas imensas paredes de concreto que me rodeiam. Sou capaz de perceber a fúria dos céus, emitidas através dos fortes clarões e dos estrondos que assustariam qualquer criança ou adulto pego desprevenido pela pequena tempestade que se formava nesse litoral Californiano.



O salto amadeirado do meu sapato vintage da prada, parecia ser o único som audível além dos trovões e o incessante bater de alguma porta distante por conta dos ventos no corredor estranhamente vazio do hospital. Geralmente haveriam dezenas de moribundos implorando por atendimento, jogados em cada canto desse lugar, mas desde que Peter, que por algum motivo até agora desconhecido por mim, era supervisor geral do hospital foi fazer uma tal “Viagem Clínica” esse lugar está cada vez mais bem organizado, graças a mim, ao meu poder de comandar e de evitar as massas carentes.



O jaleco branco se movia de um lado para o outro, delineando os movimentos dos meus quadris. A cada passo que eu dava estava mais perto de completar a primeira fase da minha parte nessa missão, creio eu que fazer isso será tão fácil que não chegará a dificuldade de tirar o porno de um adolescente virgem.



Sinto algo vibrar em meu bolso e logo me lembro que deveria informar para o resto da célula desse trabalho qual era a situação, esses homens parecem achar que uma mulher como eu não é capaz de fazer algo tão simples, sei que sou eu a infiltrada, mas até parece que não serão eles que vão correr o risco de ir para o inferno mais cedo.



— Doutora Dallas falando…



Meu olhar corre por toda área ao meu redor, não havia ninguém zanzando ou tentando bisbilhotar, às vezes as coisas são tão fáceis que começam a ficar chatas, já estou ficando entediada com esse serviço, sorte que logo tudo acaba.



— Aurora, nós dois sabemos que de doutora e de pessoa ética você não tem nada… — Reviro os olhos só de ouvir essa voz patética, pra mim as pessoas que ficam atrás dos computadores com medo de agir são completamente ridículas. — Como está indo a parte dois da sua missão?




Assim que chego em uma das bifurcações dos corredores tomo a entrada oeste que em alguns metros me levariam até à salas dos funcionários. Por uma bela coincidência assim que pego à direita encontro uma das enfermeiras das quais me aproximei para ter êxito no disfarce, se eu fosse uma cidadã comum e não uma mulher de pouco mais de vinte anos que já cometeu atos impiedosos aos olhos da justiça, essa mulher seria a imagem do diabo de saia entre as pessoas, ela é tão ruim quanto um assassino de sangue frio.



— Judith… — Aceno para a ruiva de farmácia que deu seu famoso sorriso boçal e adentrou na sala, me deixando novamente a sós com o meu celular e um porre de “colega” do outro lado da linha. — Digamos que a doutora queridinha dos médicos desse hospital vai conseguir convencê-los mais rápido do que o Obama consegue votos.



Com o clique na tecla de encerramento de chamadas me livro de uma conversa totalmente tediosa para repassar novamente, pela milionésima vez, esse plano. É bem mais simples apenas fazer o combinado, quem muito pensa, pouco age, então vamos colocar a mão na massa.



Ajeito a minha roupa e sem nenhuma dificuldade coloco um grande sorriso no rosto, ser cativamente falsa quase se tornou um dom. Claro, a facilidade das pessoas em acreditarem em um rostinho bonito com um grande sorriso no rosto é absurda.



— Boa noite estrelas do meu céu…— Minha entrada na sala de funcionários foi rápida e quase no mesmo instante obtenho o comprimento dos nove médicos que estavam esparramados por todos os espaços disponíveis que se poderia descansar. — Então Dith, alguma novidade para a nossa rádio corredor?



Antes de prosseguir à algumas informações necessárias para se saber. Matematicamente cerca de 90% da população mundial é parcial ou completamente infeliz com suas vidas no trabalho, os médicos nesse hospital, tirando dois ou três, se encaixam nessa grande porcentagem. Uma das únicas formas de diversão é falar sobre a vida dos pacientes, que geralmente são bem tediosas, ou eram, até que a quase falecida mãe de um certo homem “poderoso” foi trazida por seu amante para ser tratada aqui, desde esse dia a líder das intrigas internas tem um prato cheio, cativado por mim, para falar à todos.



Ouço a risada do diabo ecoando atrás das minhas costas enquanto faço calmamente o trajeto costumeiro que tornei rotina desde que me tornei a doutora Dallas, a máquina de café.



— Vejamos por onde devo começar, pelas visitas que a polícia adoraria ter a oportunidade de checar?



Um sorriso cresce em meu rosto assim que vejo que a conversa e os burburinhos estão indo pela exata direção que eu queria. Pego o bule de café pré aquecido e sirvo-me para uma próxima rodada de encenação.



Caminho até o braço do sofá que me colocava em frente a Judith. Escoro-me enquanto levo a xícara até a boca, aparentemente interessada no assunto.



— Então aquelas conversas sobre a paciente com morte cerebral da ala B são verdades?



Ao fazer uma pequena varredura com os olhos vejo que todos da sala estavam completamente atentos à conversa que estava se formando.



— O mito é real, parece que o Doutor Peter andou levando seu amiguinho para áreas hostis… — Uma salva de risadas surge por toda sala, nada une mais as pessoas do que a fofoca e o ódio. — Eu nem acredito que aquele homem é um mafioso, ele é tão gato!  


Chegou a hora do meu grande e esplêndido teatro.


Me levanto quase que revoltada do sofá, deixando minha xícara cheia de café cair no chão, o que causa um forte estrondo, vários cacos espalhados e o líquido preto voar por todos os lugares.



— Como você pode falar bem de um homem que ganha a vida cometendo crimes? — Minha voz se embarga e meus olhos começam a arder. — Tudo que ele faz vai contra todo nosso trabalho, as vidas que nós salvamos não chegam nem perto das que ele e as pessoas iguais à ele fazem…



Escoro meu braço na parede e baixo a cabeça deixando as lagoas caírem. Ouço todos começando a falar e logo sinto uma mão tocar meu ombro.



— Não me toque… — Afasto o braço de Judith e me viro bruscamente, permitindo que todos vejam as lágrimas escorrerem dos meus olhos inchados.— Foi um cara como esse gato que entrou na minha casa no meio da noite e assassinou a minha mãe na frente de duas garotas com menos de dez anos…— Todos pareciam chocados, jogada final. — Vocês acham justo cuidarmos de uma mulher que colocou um monstro no mundo? E além disso enquanto estamos aqui dia e noite nos matando para salvá-la, ele pode estar na casa de qualquer um de vocês matando suas famílias!



Já estava gritando para os quatro ventos, enfatizando ainda mais a minha falsa dor.



— Aurora?!



Deixo meu corpo escorregar pela parede enquanto o choro se intensificava cada vez mais.



— Isso é muito injusto… — Vejo que todos os olhares estavam atentos e acenando em concordância. — Nós trabalhamos dia após dia para ganhar um salário horrível que mal dá para pagar nossas contas, e aqui salvamos vidas, ele tira e acaba com elas e com toda certeza vive como um rei, onde está a justiça nisso?



Noto que Judith e mais uma das médicas se aproxima de mim como modo de apoio.



— Aurora, infelizmente o mundo não é justo. — A loira fala com dor na voz. — Nós sempre vamos nos matar de trabalhar por muita gente que não merece a troco de um mísero salário.



Olho para ela e seco minhas lágrimas com as costas das mãos.



— E se não precisar ser assim? — Me levanto rapidamente, ignorando as diversas mãos que queriam me ajudar a ficar de pé. — E se nós apenas por não cuidarmos de alguém que merecia ser deixada para morrer, ganhássemos uma vida estável e quase luxuosa sem precisarmos nos matar de trabalhar?



Caminho até o centro da sala com a postura ereta. Pelas faces curiosas e jeito tenso eu tenho a certeza que consegui capturá-los.



— E como vamos fazer isso, sequestrar a paciente e pedir resgate?



Alguém pergunta, não faço questão de perder tempo olhando quem foi o curioso, pois sei que todos eles querem saber a resposta e aceitá-la.



— Conheço uma pessoa que nos daria uma grande quantia apenas por uma negligência médica…— Corro meus olhos para ver todas as reações. Posso ver a dúvida em seus olhos, mas alguns tremem os lábios quase deixando escapar pequenos sorrisos.— Pensem no bem que vamos fazer ao mundo tirando uma mulher dessas de circulação e como podemos melhorar nossas próprias vidas.



— Mas isso é ilegal, seríamos tão criminosos quanto eles, não?



Me viro para o asiático que estava sentado em uma das poltronas e realmente parecia incomodado, esses puritanos me irritam tanto.



— Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão… — Judith se aproxima de mim e fica ao meu lado. — Eu estou nessa.



Um sorriso de lado se forma em meus lábios, não sei se já disse, mas adoro essa mulher.



— Eu não vou contar à ninguém, mas não posso fazer isso!



Os covardes são a escória da sociedade. O pequeno asiático saiu da sala, levando consigo mais uma médica, nenhuma perda significativa.



— Mais alguém quer desistir?



Cruzo os braços e encaro um por um recebendo sorrisos de cada rosto que observava, as pessoas acessíveis e ambiciosas são as melhores.



— Amanhã de manhã as quantias estarão nas contas de cada um de vocês!



Digo firme a todos eles e calmamente me viro para sair da sala.



— É só isso, e o que devemos fazer?



Paro exatamente na porta e olho por cima do ombro, dando um leve sorriso.



— Na verdade está mais para o que vocês não vão fazer. — Me seguro bastante pra não rir da inocência deles. — Eu garanto que vão saber quando a hora chegar!


Ao concluir que fui entendida saio do ambiente e me ponho a caminhar mesmo sem ter um rumo em mente. Então quando percebo que não estou sendo seguida, eu retiro meu celular do bolso do jaleco e faço uma rápida ligação.


— A fase dois foi completada com sucesso — digo quando enfim sou atendida pelo mesmo idiota que havia me ligado antes.




Dia 11 de Outubro de 2016 - Hospital Central de Los Angeles



Quando desejamos algo com muita voracidade, dizem que um curto espaço de tempo se torna longo e tedioso, o que é um mártir para qualquer um que queira chegar ao seu destino. A minha sorte é que ver o sorriso bobo na cara desses pobres, agora um pouco menos pobres, coitados a cada dia dessa semana foi uma grande e excelente fonte de diversão. Eis que chega a hora da terceira fase, o plano que esquematizamos já está em andamento. Nada, nem mesmo a minha parte nessa história pode me preocupar, até porque a missão para qual fui designada é a mais divertida entre todas as outras.


— Onde é que está o meu uniforme, Cirlene? — pergunto quando vejo a loira passar por mim vestida de verde.


— No lugar se sempre!


— Você deveria me respeitar mais, queridinha… — Levanto uma grande pilha de pastas e encontro meu jaleco completamente amarrotado, mas isso não vai tirar meu bom humor e nem me impedir de vestí-lo.— Nunca se sabe se outra pessoa também irá morrer de negligência médica!



Digo baixo a última parte de frase, mas mesmo que Cirlene não tenha respondido, sei que ela escutou e espero realmente que tenha entendido o meu pequeno recado.



Em instantes tenho uma única direção na cabeça, minha última parte na missão era liberar na hora exata de troca de guardas o acesso lateral do prédio para que um dos capangas pudesse entrar com algum estopim inflamável sem que ninguém visse ou suspeitasse de qualquer coisa.


Olho em direção ao meu pulso direito onde havia um relógio acertado exatamente com o dos outros. O horário marcava 10p.m e ao pressionar um pequeno botão ao lado do objeto um cronômetro com contagem regressiva de cinco minutos começou, é a hora de agir.



Aperto o passo rápido o suficiente para não atrasar, mas não tão rápido à ponto de levantar suspeita de uma ou outra alma viva que passava por mim.



— Em posição.



Ouço a voz rude e estremecida pelo chiado soar no pequeno fone em meu ouvido, aquilo era o principal indicativo que estava tudo começando.



Levo minha mão ao interior do bolso, em instantes sentindo a superfície fria de meu cartão magnético de identificação. Consigo estabilizá-lo em equilíbrio entre meus dedos indicador e polegar.



— Dez segundos.



Andando em passos uniformes e levemente em diagonal para que as câmeras não captassem meu movimento, mesmo que fosse feito em um piscar de olhos, literalmente.



Puxo o cartão para fora do bolso e assim que passo em frente ao leitor faço um arco para levar minhas mãos até o cabelo, deslizando no meio do caminho o pequeno quadrado de metal que abriria a porta caso minha agilidade fosse precisa o suficiente.



Como eu nunca erro, ficar para conferir não seria necessário, principalmente após eu ouvir o pequeno bip do destravado da porta, agora é com ele.



[...]



— Então você quer dizer que o garoto engoliu cinco bolinhas de gude antes da mãe ver e trazê-lo até a emergência? — Jogo uma jujuba para cima e a abocanho no ar, enquanto dou um leve sorriso e confirmo com a cabeça. — Isso é loucura.



Eu, Judith e Sam, um de meus aliados, estávamos escorados próximo ao balcão da recepção falando sobre os casos mais estranhos e hilários que atendemos durante o dia. Por mais patético e chato que fossem essas conversas e atendimentos tudo isso me garantia lealdade e álibis perfeitos para a grande Doutora Aurora Dallas.



— Vocês não acreditariam que ele tinha mais dez…



Um barulho agudo e ensurdecedor ecoa por todas as direções seguido por esguichos de água vindos do teto, alarmes de incêndio…



— Incêndio?!



Estava prestes a sorrir quando uma forte explosão faz tudo e todos vibrarem, pelo menos com isso eu sei que esses “irrigadores” não vão conseguir apagar a tempo, antes de todo o fogo se espalhar.


— Escutem — digo olhando fixo nos olhos de ambos os meus comparsas. — Preciso cuidar da parte mais importante do nosso plano. Então tratem de fazerem o dever de vocês.


— Mas e se você não voltar, Aurora? — pergunta Sam quando segura em meu pulso, ele realmente estava tentando me impedir. É, parece que mais um cedeu aos meus encantos e atributos físicos.


— Não se preocupe, meu bem.
— Um sorriso carregado de sensualidade é esboçado por mim. — Voltarei antes das chamas consumirem tudo e em todo caso... Lembre-se que sou como uma fênix, eu renascerei das mais escuras cinzas desse lugar.


Me livro das mãos dele para poder acenar para ambos exibindo a cara mais inocente o possivel. Então começo a caminhar pelo corredor com a velocidade necessária para que chegue depressa ao meu destino. E se tiver que sumir, eu pelo menos tenho a certeza de que o rosto de um anjo falso é a ultima cena que eles teram de mim.


[…]


Antes da fumaça começar a ganhar uma certa densidade chego no quarto da minha encomenda. Não falta muita coisa agora que estou diante dela, pois tudo o que preciso fazer é trancar a porta do quarto. Deveriamos ter cuidado disso aqui antes, mas sem a confusão do alarme não seria possivel realizar isso. Porque seria suspeito trancar um paciênte como Pattie dessa forma. Mas ninguém está vindo para cá, já que a tarefa deles era não permitir que passassem para esse lado.


— Ah, adivinha só velha decrépita... Adivinha quem é que vai te trancar e te deixar aqui para morrer?


Deixo uma leve risada escapar por meus lábios pintados de vinho e bato a porta depois de ter colocado a chave no trinco da mesma. Então para poder enfim manter Pattie em seu devido lugar, giro o objeto de metal e quando ouço o click trato de removê-lo. Por ultimo acabo lançando o mesmo pela pequena janela que sempre fica aberta no fundo do corredor.


— Ops...


Fecho a janela para que não exista mais uma passagem de ar. Depois olho para os lados para ter certeza de que não há ninguém no mesmo ambiente em que me encontro. Ao perceber que estou sozinha trato de retirar do meu bolso traseiro um pequeno pote com a forma circular. Dentro dele está um tipo de maquiagem especial, daqueles que são usados em filmagens profissionais, eu passo um pouco disso no rosto e nos braços. Também rasgo uma parte do meu uniforme depois de ter esfregado um pouco da maquiagem no mesmo.


— Estou parecendo uma garota perdida e sem teto, perfeito.


Limpo as mãos no uniforme de forma estrategica, guardo o pote dentro do meu sutiã e me ponho a correr feito uma louca pelo corredor. Estou ciente de que quando sair daqui o fogo vai ter chegado e a fumaça será bem mais insuportável do que está passando a ser agora. E o melhor de tudo é que no momento em que encontrar com alguém, eles veram que não se deve passar para aquele lado. Ou todos acabaram sendo queimados.



— Missão cumprida.


...


Esbarro em Sam assim que encontro a minha passagem livre para a saída. Os seus olhos passeiam nervosamente por meu corpo enquanto o seu próprio vem em minha direção.


— Você está bem? — Seus olhos de gato continuam grudados em mim quando ele faz sua pergunta idiota.


— Sim. — Me seguro para não revirar os olhos. Odeio esse tipo de questão, ele mesmo poderia responder isso. — Mas nós temos que sair logo daqui!


Lado a lado cruzamos a porta da entrada do hospital e encontramos com ninguém mais e ninguém menos do que o Bieber em pessoa.


— Mãe?


Por conta da situação do local algumas pessoas estavam sendo removidas, eu estou feliz por saber que Pattie não será uma delas.


— Não essa não é... — Sam é quem tenta dizer, mas é claro que não o deixam terminar sua frase.


— Onde está a minha mãe?


— Está lá dentro. — respondo.
Quando o que queria era rir da cara do idiota que suava feito um porco.


— Vou buscá-la...


— Não! O corredor que leva ao quarto dela está em chamas, temos que esperar o corpo
de bombeiros. — Seguro no cotovelo dele para tentar impedí-lo. Não posso deixar que esse cara estrague o nosso plano. — Mas está tudo bem, porque nesse caso a paciente é praticamente um peso morto.


— Oras, sua... — O garoto se livra de mim em segundos, esse verme quase me derruba para falar a verdade.


— Não diga besteiras, Cirlene!
— Ao me dar conta de que fui confundida, eu encaro Ulisses com a raiva sendo refletida em meu olhar. Como ele podê errar dessa forma? O que tenho haver com aquela mulherzinha feia? Talvez tenha sido por causa da péssima iluminação e também por todo o resto. Mas ainda assim, ele vai acabar tendo que pagar por esse erro. — Pattie
mostrou uma grande melhora!


— Mas recebemos aquela ordem de... — Outra vez Sam tenta falar algo a respeito do que está havendo mas não permitem.


— Mas nada! Por favor, siga-me Sr. Bieber, eu irei com você — Ulisses abre a porta do hospital enquanto olha para o loiro coberto de tatuagens.


— Que droga... — balbucio quando os dois saem de perto de mim e de toda a confusão.


— E agora? — Sam coloca uma de suas mãos nojentas em meu ombro. — O que faremos?


— Não sei, eu não tenho outras or... — Que merda, ele não sabe de tudo ainda. — Não tenho outras ideias em mente agora, nós teremos que torcer pelo fracasso desses dois.


— Mas e se eles não fracassarem, Aurora?


— Então somos nós que iremos fracassar.



Dia 12 de Outubro de 2016 - Hospital Central de Los Angeles - ( Agora )



Erros não são bem vistos no mundo em que vivo desde muito pequena. Cada passo em falso dado é igual a um castigo. Porque se a falha é ruim a penitência deve ser dez vezes pior. Então depois da minha falha naquela noite acabei recebendo mais do que apenas outra ordem. E devido a isso, eu tive que cancelar qualquer outro compromisso para poder estar reunida com esse bando de incompetentes.


— Como assim você não acha que mereço receber mais do que você, Cirlene? — Com os braços cruzados Sam encara a outra médica. — Fui eu quem ficou no corredor, fui eu quem mentiu para o restante de nossa equipe e também fui eu quem impediu a entrada de qualquer pessoa naquela área.


— Isso não é nada comparado ao que fiz, ok? Porque roubei a chave do quarto de Pattie, consegui a maquiagem que Aurora utilizou para fazer de conta que...


— Espera um pouco! — Sam me encara por um instante e depois volta a prestar atenção em Cirlene. — Quer dizer que era tudo falso?


— Você não achou que iria me queimar, não é amorzinho?


— Bom, eu...


— Não seja idiota Sam, ela é uma mulher habilidosa. E tem outra coisa, o que vocês dois fizeram é pouco comparado ao que eu fiz. Porque ninguém além de mim teve que matar alguém. Ou vocês acham que o incendiário morreu sozinho?


Outra vez fico impressionada com Judith, essa garota é mesmo uma das minhas.


— Credo, Judith! — diz Yanka; que foi uma das únicas que não amarelou bem cima da hora como boa parte do grupo.


— Ele era um assassino também, eu não fiz nada além de um favor a humanidade.


— E também fez um favor para cada um de nós. Porque esse cadáver é quem vai carregar a culpa nas costas. — Abro um pacote de chiclete e coloco um na boca lentamente. — Sejam gratos, queridos. Sejam gratos.


— Então é mesmo ela quem merece mais? — Yanka faz um pequeno bico quando termina sua frase estupida.


— Vocês já receberam boa parte daquela quantia generosa. E não sejam ingenuos, se fosse assim a única com o direito de receber mais seria eu mesma. Então queiram parar de perder tempo com essa discussão, pois Malcom não gosta muito de esperar.


— Esse Malcom é o cara de quem você havia falado? — Sam parece estar meramente inciumado. Que patético.


— O que você acha?


— E o que ele quer com a gente? Se trata somente da outra parte pagamento?


— Vai muito além disso, Judith.


Começo a me recordar da menssagem onde estavam as instruções detalhadas que terei que executar nessa missão extra. Aquele ordinário sabe o quanto detesto seguir as regras ao pé da letra. E o pior, ele sabe que odeio assistir uma execução quando não posso participar dela. Esse é o castigo que recebi por causa daquela nequice. É claro que esses vermes nem estariam vivos se tudo tivesse ocorrido de acordo com o plano. Mas para poder me dar uma lição ele está disposto a correr o risco de que alguém fuja ao se dar conta da armadilha que estou montando.


— Vai?


— Sim. — Com a pose de uma dama da alta sociedade retiro o chiclete da boca e coloco o mesmo em um guardanapo que Yanka me entrega, mas antes lembro de pegar um de outro sabor para substituí-lo. — Porque Malcom quer receber a ajuda de vocês.


— É para o bem maior, certo?


— Isso você vai descobrir, Sam.
— Dessa vez sou eu quem faz contato físico, pois encosto no ombro dele para que a frase pareça mais sincera. — Mas saibam de uma coisa meus caros, ele vai dobrar o pagamento de cada um que topar fazer parte da causa antes mesmo do final desse trabalho. Será um grande adiantamento!


— E o que é que nós temos que fazer, Aurora? — Judith olha para suas unhas antes de olhar em meus olhos.


— Não posso dizer nada concreto a respeito disso agora, pois Malcom quer contar tudo para vocês pessoalmente. Então, o nosso ponto de partida será ir para o aeroporto principal. Quanto ao restante... Verei o que posso fazer por vocês durante essa rapida viagem.

Notas Finais


Alguém mais sentiu o cheiro do misterio? :v Adoro.


Ficamos achando que o capítulo pode ter confundido um pouco vocês. Enfim, se alguns tiveram alguma duvida quanto a linha temporal desse capítulo aqui vão algumas explicações:


Primeira Data; essa situação aconteceu um pouco antes do dia do incêndio. E serve justamente para vocês saberem como foi que tudo começou.


Segunda Data; Ah, essa parte todos sabem que também é no passado. Já que os acontecimentos centrais são relacionados ao dia do incêndio. O que diferência é o ponto de vista.

Devo dizer que a diferença é quase palpável. E isso é extremamente bom, certo? c:

Terceira Data; é claramente em alguns minutos anteriores, mas ainda assim se encontra no presente. (Por isso o ( Agora ) está fechado dessa forma). Porque tudo acontece no mesmo dia, a diferença é apenas o horário. O que faz com que pareça meio confuso. Mas basta lembrar que Ulisses ouviu essa discussão. Então significa que quando ele saí dali - do local onde os médicos estavam - eles tomam outro rumo. E garanto que esse mesmo rumo será visto em breve. Hehe.


Era só isso, genteney. Besu. ♡


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