História Caused me (Camren Intersexual) - Capítulo - 2.6

"O que acham de eu pegar o carro de Jerry e levar pra casa de escondida, daí Keana dirige até lá logo atrás e vamos para o shopping depois? Não quero que minha mãe pergunte o que aconteceu quando ela chegar do serviço..." Eu disse enquanto eu e Camila descíamos as escadas, já vestidas e prontas.

"Uh... verdade..." Camila completou.

"Então vamos logo, porque as duas vão contar tudo." Dinah disse enquanto se levantava. Olhei para Camila e ela corou, então deixei um beijo na bochecha dela, que sorriu em seguida. "Gays..."

"Ah... olha a hetero dizendo aí." Keana falou com ironia.

"Heteros pegam hetero..." Dinah disse enquanto ria.

"Eu sou bi, Dinah." Normani disse confusa. A quase loira riu outra vez e eu acabei sorrindo.

"Podemos ir logo?! " Camila perguntou enquanto segurava minha mão.

Eu sorri com o ato e todas concordaram, logo estava embarcando no carro de Jerry. Liguei o mesmo e vi a porta do carona ser aberta, em seguida Dinah entrou e me deu um tapa no meu braço. Vi o carro de Keana se afastar e olhei incrédula para Dinah, que continuava sentada no banco do carona.

"Por que me bateu?!" Perguntei

"Porque você for eu Camila."

"A gente não fodeu..."

"Ah, não?! Nossa?!" Dei partida no carro. "Não seja besta, Lauren. Tá muito na cara que vocês foderam."

"Não, Dinah. Foi diferente. Entenda como quiser, mas eu não chamaria de foder."

"E por que não, Lauren."

"Porque... porque..." Estacionei o carro no acostamento e dei sinal de alerta. Olhei para Dinah enquanto ela tinha uma expressão confusa.

"Por que parou o carro..."

"Dinah..." Ignorei a pergunta dela. "Eu sei que isso pode parecer confuso, acredite, nem eu imaginava que iria dizer isso hoje, mas eu a amo. Eu sei que Camila era virgem e eu não quis fazer de qualquer jeito, mas acontece que o amor só e verdadeiro quando e recíproco. Eu tenho certeza disso, porque ontem eu descobri que ela me amava. E isso me fez ama-la mais. Tudo bem que você só estar se preocupando por ser uma grande amiga dela... Eu gosto disso... mas eu quero que entenda. Confie em mim. Eu não fodi ela ontem. A gente se amou. Nós recompensamos todo esse tempo perdido onde eu não admitia pra mim mesma que eu tinha sentimentos por ela, e todo o tempo que ela não admitiu gostar de mim. Mas como você é melhor amiga dela, acho que devo te perguntar isso... Dinah... Você nos apoia? Tá tudo bem pra você?" Dinah, que olhava pela janela do carro, virou a cabeça e nossos olhos se encontram. Ela estava prestes a chorar, porém um sorriso enorme era visível nos lábios dela.

"Era tudo o que eu queria ouvir. Sim, Lauren. Eu apoio vocês. E obrigada... por cuidar dela... Ela só precisa."

"De amor." Completei. Dinah me puxou e me abraçou com força, devolvi o ato sem hesitar e logo nos afastamos e eu voltei a dirigir.

O resto do caminho foi em silêncio.

***

"Espero que ninguém tenha nos visto." Dinah falou enquanto caminhávamos pela calçada. Tínhamos recém deixado o veículo de Jerry na casa do mesmo, juntamente com as chaves na caixa do correio. Entramos na rua da direita e avistamos o carro de Keana, parado a alguns bons metros da gente.

Levamos dez minutos para alcanca-las.

"Podiam ter estacionado mais perto, gente..."

"Epa. Vocês duas sua gordas daqui. Estava só tentando ajudar." Keana disse, recebendo um tapa meu e de Dinah em seguida. Ela gargalhou, eu entrei no carro por um lado e Dinah pelo outro. Camila ficou no nosso meio, com Keana e Normani na frente.

"Agora vamos comer porque eu estou morrendo de forme." Camila disse.

"Eu também..." Completei.

Nem havíamos tomado café da manhã.

***

Após explicar todo o acontecido as garotas, acabei voltando para casa a pé, com Camila, é claro.

Estávamos de mãos dadas. O polegar dela fazia um caminho confortante na minha mão. A rua estava vazia, o que nos dava um bom silêncio.

"Laur..." Ela chamou. Olhei nos olhos de Camila e recebi um sorriso.

"Hm?"

"Eu perdi meu celular ontem... Pode me emprestar o seu?"

"Oh, claro." Tirei meu celular do bolso de trás do meu short jeans e entreguei para Camila, que não soltou minha mão e discou o número com a outra.

"Oi papai... si... Estou bem... na casa de... uma amiga... É, eu sei... Acho que está sem bateria..." Ela dizia. "Sim... oh... tudo bem... Que horas o senhor passa? Estarei esperando... te quiero." Ela desligou a chamada e me entregou o aparelho. "Ele vai me matar quando souber que perdi o celular." Ela disse sorrindo.

"Você vai ficar pra jantar comigo e com minha mãe, né?" Levei meu braço até os ombros dela, abraçando os mesmos em seguida.

"Meu pai quer que eu vá para casa. E... Eu não sei com que cara eu olharia pra sua mãe... tipo... Oi senhora Jauregui, sua filha e uma ótima amante..." Eu ri e beijei a testa dela enquanto ainda caminhávamos.

"Minha mãe iria amar te conhecer... como minha namorada." Ela passou o braço ao redor da minha cintura, devolvendo o abraço.

"Ela está em casa agora?"

"Acho que sim..."

"Uh... Então acho que vamos nos conhecer..." Eu sorri largo.

"Camila..." Parei meus passos, logo ela fez o mesmo e me encarou.

"Da última vez que você me parou no meio da rua, a gente se beijou..." Ela disse sorrindo. Eu corei e concordei.

"É que... dessa vez eu realmente quero chegar em casa... e te apresentar como minha namorada... mas tem o Jerry, vocês mal terminaram e..."

"Eu gritei com ele antes dele tentar algo, Lauren... Eu terminei com ele."

"Quer dizer que...?"

"Sim, estou na pista." Olhei para ela com os olhos serrados Camila riu. "Mas nossa música é lenta, e é só para dois. Se você quer o que eu tô pensando, vou tirar as palavras de sua boca. Lauren, dança comigo? Ou melhor, namora comigo?" Eu dei um Largo sorriso e outra vez me vi numa daquelas cenas clichês onde o otp favorito se beija no meio da rua.

De fato, eu a beijei.