Kanon acordou cedo. Coou um café forte e comeu alguns biscoitos. Tudo tinha um gosto de ervas e terra. Não havia açúcar na cabana, nem nenhuma outra comida industrializada. Ele andou pela casa, em cada cômodo. Tudo era simples, feito com madeira, serragem e linho. O teto era de folhas largas, o chão de terra batida. Em um dos quartos havia uma mesa de vime e sobre ela um retrato. Eram duas crianças, sorrindo, uma menina e um menino. Pareciam felizes e muito ligados um ao outro. Já passavam das 13 horas e, até aquele momento, Gaya não havia saído do quarto. Ele ouviu então um grito e correu até ela.
— Gaya? Você está bem? — Ele entrou no quarto sem bater na porta.
Gaya ainda estava deitada, tremia e respirava ofegante. Seus cabelos estavam castanhos e seus olhos cor de mel. As unhas estavam curtas e opacas. Não parecia ser a mesma mulher. Ele se ajoelhou diante dela.
— O que houve com você?
A mulher segurou o braço de Kanon com força, e arregalou os olhos, em pânico.
— Por favor, me ajude. Eu estou sumindo. Não sei quanto tempo vou resistir.
— Me diga o que tenho de fazer.
— Mate-a!
Kanon levou um baque.
— Gaya, o que está dizendo? Não posso matar Atena.
— Eu não sou Gaya. Ela roubou o meu corpo e está me controlando. Não confie nela, Kanon. Ela quer matar Atena. Quer expulsar todos os deuses da Terra e dominar tudo sozinha.
— Você não é ela? Quem está aí?
— Kanon, você é um Cavaleiro de Atena, não tenha dúvidas disso. Seja leal aos seus amigos. Mate a Gaya. Você sabe usar o golpe do seu irmão. Use o “Outra Dimensão” e mande-a embora da Terra.
“O quê?”, Kanon levou um susto ao ouvir aquelas palavras. Ficou estático por alguns instantes, sem saber o que fazer. Quem era aquela moça? Ela estava dizendo a verdade?
Ela gemeu de dor e seus cabelos voltaram a ficar vermelhos. Os olhos castanhos ficaram verdes, e o rosto ganhou uma expressão grave.
— Kanon... sou eu.
— Você... De quem é esse corpo que você roubou? É verdade que quer matar Atena?
— Kanon... venha aqui. Ajude-me. — Gaya fez uma voz doce, atraindo-o.
O cavaleiro se aproximou, Gaya o puxou pela nuca e o beijou. Kanon escancarou os olhos, pego de surpresa. Quando sentiu os lábios quentes e a língua macia daquela mulher, abraçou-a com força e fechou os olhos, estreitando seu corpo ao dela. O desejo ardeu em seu corpo e seu coração disparou. Sentiu as mãos dela alisarem seu pescoço e suas costas, arrastando as unhas levemente, lhe causando arrepios.
— Então é isso que os humanos chamam de paixão? — Gaya sussurrou.
— Não... Eles chamam isso de volúpia.
— Mostre-me, Kanon. Mostre-me o que é paixão.
Kanon despiu-se e deitou sobre Gaya. Aquela mulher o deixava louco e ele não pensou em mais nada...
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