Hilda estava sentada na biblioteca. Estava tensa e com os pensamentos acelerados. Pensava em sua terra e em seu povo. Pra onde iriam se o mar engolisse tudo? Ouviu a porta se abrir.
— Freya, é você?
— Sou eu, Saga.
— Pensei que estava com Atena.
— Ela se retirou para seus aposentos. Dohko e Mu estão de guarda.
Saga sentou na poltrona de frente pra ela.
— Aceita um chá?
— Preferiria um saquê, mas fico com o chá.
Hilda deu um sorriso fraco e serviu uma xícara a Saga.
— Não se preocupe, Hilda de Polaris, vamos vencer aquela ordinária e Asgard estará a salvo.
— Espero que sim. São milhares de pessoas que ficarão desabrigadas se o gelo continuar a derreter. Asgard desaparecerá do mapa.
— Gaya não tem a mínima chance. Somos dezessete cavaleiros, três amazonas, você e suas amigas e Atena. Gaya é apenas uma guardiã.
— E seu irmão? Me disseram que ele está com ela.
— É verdade, aquele traidor! Ele ainda vai cair na real e ver que escolheu o lado errado. Kanon sempre foi um imbecil, desde pequeno. Sempre tive de limpar as lambanças dele, nunca aprendeu a ser um homem de verdade.
— E o que significa ser um homem de verdade?
Saga levou um baque com a pergunta e deu um sorriso charmoso. Hilda ficou constrangida ao perceber que ele havia entendido a pergunta de forma maliciosa.
— Que horror! Não me olhe assim! Eu me referia ao seu julgamento sobre seu irmão. Queria entender porque se acha melhor do que ele. Todos cometemos erros e precisamos de perdão.
Saga se levantou, deixando a xícara de lado e falou com rispidez:
— Kanon já foi perdoado por Atena antes. Já deveria ter aprendido a lição.
— Entendo sua vergonha. Eu também já lutei do lado errado e senti muita vergonha quando percebi o mal que havia causado.
Saga observou o semblante de Hilda se contrair. Aquela memória ainda causava dor e constrangimento a ela.
— Esqueça isso, Atena já perdoou você. Além disso, você estava cega. Não fez em sã consciência.
— Se eu fosse forte o bastante, Poseidon não teria me controlado com tanta facilidade.
Saga havia passado por algo semelhante. Ele e Hilda tinham muito em comum.
— Eu vou me deitar. — Ela se levantou e caminhou em direção à porta. — Estou com dor de cabeça.
— Não seja tão dura consigo mesma. Sei exatamente como se sente.
— Você não sabe nada sobre mim! — Hilda se virou e falou com austeridade.
— Eu também tive minha mente controlada e me rebelei contra Atena. Você sabe disso.
— Por minha causa, muitos homens perderam a vida. Você não imagina como é ter esse peso sobre meus ombros.
— Muitos Cavaleiros de Ouro também morreram lutando contra os Cavaleiros de Bronze, pensando que estavam defendendo Atena, quando na verdade eu estava mentindo e enganando a todos.
Hilda apertou os lábios e olhou nos olhos de Saga. Talvez ele realmente soubesse o que ela sentia. Uma lágrima escorreu em seu rosto pequeno e pálido.
Saga caminhou até ela e passou o dorso da mão em seu rosto, desmanchando sua lágrima. Hilda não sabia o que era ser tocada há muito tempo. O único homem que a amara um dia, Siegfried, estava morto. E por sua causa.
O Cavaleiro de Gêmeos sentiu um calafrio ao tocar a pele macia daquela mulher. Sua mão grossa e calejada contrastava com o rosto delicado dela. Ele a acariciou mais um pouco e ela fechou os olhos, esfregando seu rosto contra a mão dele. Saga e puxou pela cintura, beijou-lhe o rosto, o pescoço e, enfim, a boca. Foi um beijo incendiário, que o fez prensá-la contra a parede, tocando-a pelo corpo todo. Hilda cravou as unhas nas costas dele, gemendo baixinho. Saga trancou a porta da biblioteca, fechou as cortinas e tirou a própria camisa. Ao ver aquele corpo forte e musculoso, Hilda sentiu o estômago revirar. Ela desviou o rosto e pensou em fugir do desejo, mas Saga foi mais rápido, pegando-a de uma maneira selvagem, fazendo-a se render à paixão. Hilda enroscou as pernas ao redor da cintura dele, enquanto Saga apoiou-a pelas nádegas. Ela agarrou os cabelos lisos e compridos dele, sentindo seu cheiro másculo. Saga caminhou até o sofá e a deitou, enquanto a beijava na boca, no pescoço e nos ombros.
— Você é perfeita — ele sussurrou.
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