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História Cavaleiros do Zodíaco - A Saga de Gaya - Precisamos Agir!


Escrita por: NinaKurumada

Capítulo 23 - Precisamos Agir!


Fanfic / Fanfiction Cavaleiros do Zodíaco - A Saga de Gaya - Precisamos Agir!

            Todos se reuniram para jantar. À mesa gigante sentaram-se Atena, todos os cavaleiros, as amazonas, e Hilda. As mulheres dos cavaleiros de bronze, as filhas de Shun, Lyfia e Freya preferiram ficar na cozinha. Era melhor assim, pois os assuntos que seriam discutidos à mesa diziam respeito à batalha contra Gaya e poderiam amedrontá-las. 

                — Ikki ainda não voltou? — Shun perguntou à Seya.

                — Ainda não.

                — Isso não está me cheirando bem. Estou preocupado.

                — Se tivesse acontecido algo ruim com ele já estaríamos sabendo.

                Foi servido o jantar com grande fartura e todos estavam famintos, depois de uma tarde tão intensa, recheada de treinos e casos de amor. Atena estava alheia aos casaizinhos que haviam se formado, seu coração estava apertado, pressentindo uma má notícia. Ela iria esperar todos acabarem de comer para iniciar a conversa sobre Gaya, mas Tatsumi entrou correndo na sala, agitando os braços e falando alto:

                — Senhorita Saori, os meios de comunicação voltaram a funcionar. A senhorita precisa ver o noticiário!

                Atena se levantou e caminhou depressa até à sala de estar, onde a TV já estava ligada. O noticiário mostrava que o mundo estava um caos. A chuva era abundante em todo o planeta e muitas enchentes estavam ocorrendo, alagando cidades inteiras. As pessoas estavam abandonando suas casas e fugindo para as partes mais altas do relevo. As estradas estavam congestionadas e as fronteiras transbordavam de refugiados.

                — Asgard! — Hilda uniu as mãos, desesperada.

                Shiryu abriu um laptop e entrou na internet. Buscou informações sobre Asgard. Hilda estava certa em se desesperar, o mar já havia avançado quase um metro e o repórter dizia que os especialistas estavam afirmando que, se a tempestade continuasse, Asgard seria completamente destruída nos próximos dias.

                — Não pode ser! — Hilda cobriu o rosto com as mãos e começou a chorar. Saga se aproximou e a abraçou. Ela chorou em seu peito, soluçando como uma criança.

                — O que faremos? — Mu indagou.

                — Os deuses só irão cessar a chuva quando Gaya for derrotada — Dohko falou.

                — Não podemos mais esperar — disse Saori. — Precisamos encontrá-la e dar um fim nisso.

                — Mas onde vamos acha-la? Não era o Fênix quem deveria nos trazer esta informação? — Shura protestou.

                — Ele já deve estar voltando — Hyoga deduziu. — Ikki é ágil e esperto.

                — A não ser que algo tenha acontecido com ele — Máscara da Morte sugeriu.

                Shun sentiu o coração se agitar.

                — Calma, Shun, o Ikki está bem — Seya tentou confortar o amigo.

                — Então, gente, qual é o plano, afinal? — Afrodite perguntou, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

                Todos se entreolharam em silêncio. A verdade era que não tinham um plano.

                — Sabemos que precisamos derrotar Gaya. Mas também sabemos que, se a destruirmos, a natureza vai junto pro saco. E, sem natureza, não tem vida no planeta. E sem vida, no fim, Gaya e Atena fracassarão juntas — quem falou desta vez foi Aldebaran.

                 — Precisamos descobrir como derrota-la e mantê-la viva. Isso é impossível! — reclamou Aiolia.

            — Por que não pergunta aos céus, Atena? — Shaka sugeriu e todos voltaram os olhos para ele, inclusive Saori. — O Pantheon quer que vençamos Gaya, mas não sabemos como. Logo, é do interesse deles nos instruir, não acha?

                — Shaka está certo — Saga apoiou o amigo. — Se esta chuva toda é prova da reprovação dos deuses em relação ao que Gaya está fazendo, eles precisam nos mostrar como podemos vencer essa mulher.

                Atena assentiu e, após alguns instantes, se retirou, dizendo:

                — Vocês estão certos. Eu vou rezar para que os céus me respondam. Fiquem atentos enquanto isso. Pressinto que de agora em diante não teremos mais momentos de paz até que tudo isso tenha terminado.

                Seya, Dohko e Mu acompanharam Saori e ficaram de guarda na porta do quarto dela.

                As mulheres e as crianças foram conduzidas ao subsolo da mansão, onde poderiam ser mantidas em segurança, junto aos empregados de Saori.

                — Eu estou com medo, papai.

                — Não tenham medo, filhinhas. O papai vai cuidar de tudo. — Shun sorriu. — Coisas ruins estão acontecendo no mundo, mas tenho certeza de que em breve a beleza e a paz voltarão a reinar.

                Yumi abraçou Shun como se fossem ficar muito tempo sem se ver.

                — Estaremos esperando por você. Prometa que irá voltar.

                — Eu prometo, meu amor. — Shun lhe deu um beijo nos lábios. — Confie em mim.

                Yumi assentiu, pegou as mãos das filhas e entrou no subsolo.

                Shunrei tentava não chorar, mas era uma missão impossível.

                — Querida, fique calma. Não pode se emocionar assim. Pense no bebê, respire fundo.

                — Ficaremos bem, Shiryu — disse ela, segurando o vente. — Eu... sei que vai dar tudo certo.

                — Isso, Shunrei, é assim que tem que pensar. Fique aí protegida enquanto eu e os outros cavaleiros cuidaremos do futuro dos nossos filhos. A Terra será um lugar melhor depois que tudo isso acabar, você vai ver.

                Eles se beijaram, despedindo-se e Shunrei desceu as escadas.

                Hana não conseguiu dizer nada, apenas abraçou Hyoga com todas as suas forças. Cisne a abraçou também, e foi ele quem acabou derramando algumas lágrimas.

                — Você é minha vida, Hana. Por favor, não saia do esconderijo. Se alguma coisa acontecesse com você, não sei o que seria de mim. Prometa-me que irá se comportar e ficar aí dentro bem quietinha.

                Ela balançou a cabeça afirmativamente e continuou o abraçando, sem intenção de soltá-lo.

                — Hana...

                — Prometa que vai voltar pra mim, Hyoga.

                — Eu vou voltar.

                Ela o beijou no rosto e virou as costas, descendo as escadas, sem olhar para trás. Hyoga sentiu um nó na garganta, mas respirou fundo e conseguiu conter a emoção.

                Aiolia e Lyfia também se abraçaram e se beijaram, em uma despedida triste. Mas Lyfia estava mais confiante do que as outras mulheres.

                — Vocês vão vencer, tenho certeza. Só me prometa que não vai bancar o herói. São um grupo de cavaleiros e precisam lutar juntos. Dessa forma serão muito mais fortes que Gaya.

                — Eu prometo, meu benzinho. Lutaremos juntos.

                — Eu vou cuidar das outras mulheres. Ficaremos bem, esperando vocês.

                Aiolia de Leão sorriu, beijou os lábios da amada e acenou, enquanto ela descia para o esconderijo.

                Máscara da Morte segurou a mão de Freya, antes que ela se aproximasse das escadas.

                — Não precisa chorar — ele enxugou o rosto dela com o dorso da mão. — Ninguém mais vai morrer.

                — Como você pode ter tanta certeza?

                — Dessa vez vamos lutar todos juntos desde o início. Além disso, temos esses colares para nos proteger.

                — Rezarei para que esteja certo. Cuide-se — disse ela, apertando o ombro dele, num gesto de incentivo.

                Máscara da Morte sorriu involuntariamente. Aquela garota mexia com ele de uma forma muito louca.

                Ao se aproximar das escadas que a levariam para o subsolo, Freya olhou ao redor, procurando por algo... ou por alguém. Ela ouviu passos atrás de si e se virou. Abriu um largo sorriso ao ver o deus loiro ali bem pertinho.

                — Shaka! — Ela abraçou a cintura do cavaleiro, espontaneamente.  

                Virgem não esperava por aquela demonstração de carinho tão explícita e ficou estático por alguns instantes. Embora já fosse um homem adulto e sábio sobre diversos âmbitos da vida, ele não tinha muita experiência em assuntos do coração.

                Ele tocou Freya no rosto e sorriu, abrindo os olhos. Ah! Aqueles olhos... Freya se perdia neles.

                — Sabe, Freya... Sempre fui um homem solitário e introspectivo. Pensava que a vida terrena nada mais era do que um estágio passageiro, onde precisamos nos desapegar da matéria e buscar o transcendental. Mas quando olho pra você... — Ele respirou fundo e se calou.

                — Fale, Shaka. — Ela deu um sorriso terno.

                — Quando olho pra você, tenho vontade de viver como um homem comum e descobrir o que é ter uma família.

                — Oh! — Os olhos dela brilharam.

                — Seria bom ver você todas as manhãs... Poder cuidar de você e envelhecer ao seu lado.

                — Shaka... — Ela tocou o rosto dele, que mais parecia uma obra de arte.

                Ele segurou a mão de Freya e aproximou seu rosto do dela, dando-lhe um beijo na face, deixando a garota atônita.

                — Se eu sobreviver...

                — Você vai sobreviver! — Ela o interrompeu.

                — Certo. Espere por mim. — Ele deu um pequeno sorriso.

                — Eu vou esperar. — Ela sorriu de volta e desceu as escadas.

                Depois que todos entraram, Tatsumi deu ordens para que os empregados da mansão entrassem também. Ele foi o último. Entrou e fechou a porta por dentro. A escada se recolheu automaticamente e o chão fechou sobre os pés dos cavaleiros. O abrigo ficou totalmente escondido.

                — Eles não vão morrer sufocados lá dentro? — Afrodite indagou.

                — É um local enorme e bem equipado com tecnologia de última geração. Eles terão ar, comida e água pelos próximos seis meses — Seya informou. 

                — Caramba! É muito tempo pra ficar num calabouço. — Máscara da Morte fingiu um arrepio.

                — Não é um calabouço, seu idiota! É um hotel cinco estrelas — Saga falou.

                — Chega de perder tempo. Reúnam-se em grupos e coloquem a cabeça para funcionar. Precisamos de uma estratégia! — Aiolos sugeriu e todos concordaram.

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           Ikki acordou sentindo dores pelo corpo todo, como se tivesse malhado um dia inteiro na academia. Quando viu que já era noite, fez uma careta, reprovando seu próprio comportamento. Mais uma vez ele havia deixado o desejo controlar sua mente.

            Gaya estava sentada na janela, olhando a chuva através do vidro.

                — Que horas são? Por quanto tempo eu dormi? — ele indagou.

                — Já passa da meia noite.

                — Seu cão de guarda ainda não apareceu?

                — Não tenha medo, eu dei um jeito de manter Kanon ocupado.

                — Medo? Eu? Há! Eu não tenho medo de nada.

                Ikki se levantou e gemeu enquanto vestia o short. Gaya permaneceu na mesma posição, enrolada no robe de seda. Seu semblante estava melancólico. O cavaleiro pegou a vela no criado mudo e se aproximou de Gaya.

                — Que cara é essa? Foi tão ruim assim? — ele debochou.

                Quando ele iluminou melhor o rosto de Gaya, viu marcas vermelhas no pescoço dela.

                — Essas são... marcas dos meus dedos?

                — O que? — Ela olhou para seu reflexo no vidro e viu o pescoço marcado. — Ah, isso? Não foi nada...

                Ela tocou o pescoço e uma energia emanou de sua mão, fazendo desaparecer o ferimento.

                — Eu não queria machuca-la... me desculpe.

                — Você não me machucou. Este é apenas um corpo materializado. Não faz diferença.

                — O que quer dizer? Que dormi com um fantasma?

                — Não, Fênix. Não sou um fantasma. — Ela suspirou. — Estou muito cansada para dar aulas sobre o potencial da mente. Se vai embora, é melhor ir logo.

                O coração de Ikki deu um salto.

                — Droga! — Ele se deu conta do que havia feito e teve vergonha de si mesmo.

                — Ninguém vai saber o que aconteceu entre nós, Fênix. Fique sossegado.

             — Com que cara eu vou chegar até à Saori e dizer que falhei na missão que me foi dada? Vim para descobri informações sobre você e acabei na sua cama.

                — Você veio atrás de informações? Por que não disse antes? O que quer saber?

                O Cavaleiro engoliu a saliva.

                — Seu ponto fraco, é claro — ele foi sincero.

                — Tenho muitos pontos fracos. Terão de descobrir sozinhos. Mas há uma informação valiosa para levar para Atena. Estou morrendo.

                — O que disse?

                — Isso mesmo que ouviu. A cada dia, a natureza morre um pouquinho mais. E eu estou morrendo junto.

                Ikki sentiu algo estranho dentro do peito. Pensar naquela mulher morta o fazia sentir arrepios.

            — Venha comigo, Gaya. Junte-se a nós. Você e Atena tem o mesmo objetivo, proteger a Terra. Você, a natureza e ela, a humanidade. Podem unir forças.

                — Atena é uma tonta. Desde que a humanidade passou a existir, também passou a existir o mal.

             — Tentar localizar a origem do mal é um erro, Gaya. Todos nós somos maus, não percebe? Não há ninguém totalmente junto. O desafio é justamente amar, mesmo que os defeitos existam. Atena ensinará você a fazer isso, a amar as pessoas, mesmo elas sendo falhas.

                Gaya negou com a cabeça e voltou os olhos para a janela.

                Ikki ficou sério e vestiu a roupa. Gaya continuava com aquele olhar vazio.

                — Ora, diga por que está com essa cara! Foi tão ruim assim dormir comigo?

                Ela o encarou e fez um a pergunta:

                — Você conseguiu aprender com Atena como amar?

                — Eu? Aprendi... claro que sim — ele gaguejou. 

                — Tem certeza, Fênix?

                — O que está insinuando?

                — Posso sentir a amargura da sua alma, Fênix. Estou interligada a você a partir de agora. Sei que blindou o seu coração. Tem medo de amar de novo.

                Ikki soltou um suspiro e franziu o cenho.

                — Você não sabe nada sobre mim — ele fez uma careta. 

                — Você a amava, não é?

                O rapaz arregalou os olhos e sentiu o coração disparar.  

                — Mas você a perdeu. A perdeu e não se conforma até hoje. O ódio tomou conta de você.

                O estômago dele revirou quando a lembrança de Esmeralda veio à tona.

                — Eu odiei o mundo por muito tempo. Mas isso foi antes de lutar ao lado de Atena e dos meus amigos. Aprendi a amar sim. Tenho o meu irmão, os meus amigos, a Saori...

           — Não... Você ainda não sabe o que é amar. Eu posso sentir a sua dor, Fênix. Você não quer amar, pois tem medo de perder. Mantem-se distante das pessoas, frio. Isso é uma fuga.

                — Não fique me analisando! — Ele falou alto.

                — Não estou analisando você. Eu posso sentir o que você sente.

              — Quer que eu acredite que o sexo uniu nossas almas? Ah, por favor! Isso é papo de gente zoada. Você não me pareceu tão emotiva quando estava sem roupa em cima de mim.

                Gaya se calou. O jeito agressivo de Ikki não possibilitava um diálogo.

                — Eu vou embora antes que você me deixe pirado. Maluquice pega, sabia?

               Gaya se levantou e deu alguns passos até Ikki. Ela colocou a mão no peito dele, sentido o coração descompassado do rapaz.

                — Posso trazê-la de volta, Ikki. Assim como fiz com os Cavaleiros de Ouro.

                Ikki perdeu a fala.

                — Se você quiser, posso fazer com que ela volte à vida.

                Uma lágrima escorreu pelo rosto dele. A imagem de Esmeralda se formou em sua mente, tão doce... tão linda.

              — Ela nunca me perdoaria — ele sussurrou. — Esmeralda não concordaria em voltar à vida em troca da vida de outra pessoa. Me odiaria por isso.

                Gaya apertou os lábios com pesar e assentiu.

                — Você é um homem bom. Fênix.

                — Está enganada.

                — Não, não estou. As maiores virtudes são silenciosas e humildes. Você terá oportunidade de manifestar bondade, vai ver.

                Ikki olhou no fundo dos olhos de Gaya. Aqueles olhos verdes e tristes que pareciam conhecer tantos mistérios.

                — Por que não vem comigo? Esqueça essa ideia maluca de transformar o mundo. Podemos, junto a Atena, descobrir um caminho onde não seja preciso matar dois terços da humanidade.

                  Ela deu um sorriso irônico. 

                — Não se apaixone por mim, Fênix. Esse corpo que você está vendo é temporário. Não quero que tenha o coração partido mais uma vez.

                — Como pode ser tão fria? Acha que será fácil lutar contra você depois do que aconteceu entre nós?

                — Lute ao meu lado.

                — Jamais trairia a Saori.

        — Então nada mudou. Você continua sendo um Cavaleiro de Atena e, enquanto ela quiser atrapalhar meus planos, estaremos em lados opostos no campo de batalha.

                 Ikki esfregou o rosto, aborrecido.

                — Vá, Fênix. Estão esperando por você.

                Ikki virou as costas e deu três passos. De repente deu meia volta, puxou Gaya pela nuca e lhe deu um beijo arrebatador. Soltou-a num rompante e saiu do quarto, contrariando a vontade de seu corpo em ficar.

                Ao passar pela sala, viu um porta retratos virado no sofá.

            “Uma foto?”, Ikki ficou curioso. Quando pegou o porta retratos e o virou, o que viu foi inesperado. “O que será que isso significa?”, pensou ele, guardando o objeto dentro da jaqueta e saindo da cabana correndo.

                Gaya fechou os olhos e localizou Kanon em cima de uma árvore, cercado por lobos. Ela deu ordens aos animais para se retirarem. E só assim o homem pôde descer da árvore e voltar pra casa.

                — Como pude ser encurralado por estes animais imbecis? O que está acontecendo comigo? Meus golpes não funcionaram — ele falou consigo mesmo. — Foi uma humilhação!



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