Seya despertou e percebeu que estava sendo carregado.
— Hyoga, eu estou bem. Me ponha no chão!
Cisne parou de correr e desceu o amigo de seus ombros.
— Seya! — Saori correu para os seus braços e o fez se virar, verificando suas costas. — Nem um arranhão. Oh, Seya, eu pensei que...
— Onde estão os outros? — Pégaso indagou.
— Nos separamos. Atena estava correndo riscos. — Saga olhou para trás para ver se algum urso os seguia.
— Não devemos nos separar. É isso o que Gaya quer, enfraquecer o grupo — Saori observou.
— Atena, é muito perigoso. Viu o tamanho daqueles ursos? Podem arrancar a nossa cabeça com uma só patada. É melhor encontrarmos um lugar seguro para você e Hilda ficarem.
— Eu não sou uma criança! — Hilda protestou.
— Mas vocês duas não têm força física para lutar. Hilda, olhe pra mim. — Saga segurou os ombros dela e a olhou no fundo dos olhos. — Você precisa ficar com Atena. Proteja-a. É uma missão importante, não acha?
— Claro que sim, devo minha vida à ela.
— Sem os nossos poderes, não podemos impedir que sejam feridas. — Ele baixou a voz e sussurrou. —E eu não posso nem pensar em ver você machucada. Não quero que nada de mal aconteça a você ou a Atena, entendeu? Por favor, faça o que estou pedindo. Fique com Atena em um lugar seguro.
— Mas onde é seguro? — Hilda sabia que o poder de Gaya podia estar em todos os lugares.
— Talvez uma caverna. Eu posso fazer uma entre as rochas. — Hyoga se voluntariou.
— Mas e o terremoto? Elas podem ser soterradas. — Seya segurou o pulso de Saori. Concordava que a namorada precisava ficar em um lugar seguro, mas não queria deixa-la sozinha.
— Usarei meu cosmo para nos manter a salvo — Atena afirmou. — Faça a fissura nas rochas, Hyoga.
Cisne assentiu, tirou o Colar do Infinito e entregou a Atena. Virou-se para uma montanha, e concentrou seu cosmo.
— Pó de diamante!
Seu golpe abriu uma caverna em meio às rochas. Atena colocou o colar de volta no pescoço de Hyoga e segurou seu ombro.
— Por favor, tomem cuidado.
O loiro apenas sorriu.
Saori e Seya se abraçaram e deram um beijo singelo.
— Volte para mim, Seya. — Ela tocou o anel de noivado. — Você deu sua palavra de que se casaria comigo.
— Vamos vencer mais essa batalha, meu amor. Logo estaremos juntos de novo.
A despedida de Saga e Hilda foi mais acalorada. Ela a puxou pela cintura e a apertou contra si, beijando-a intensamente. Hilda passou a mão nos cabelos compridos dele, enquanto o beijava. Terminaram em um abraço apertado.
— Cuide de Atena, Hilda. Confio em você.
— Por favor, não morra. Sei bem que o motivo de deixar Atena de fora não é só para protegê-la.
— Hilda, entenda, enquanto estivermos usando esses colares, não teremos nenhuma chance contra Gaya.
— Atena disse para não retirarem os colares. Saga, por que sempre tem de agir de acordo com sua cabeça de vento?
— Ela não disse para não tirarmos. Disse para não sermos precipitados. Farei isto da hora certa. Darei um golpe certeiro naquela miserável, quando ela menos esperar. Tenho um plano.
— Saga, eu... gosto muito de você. Por favor, não morra. — Hilda o tocou no rosto, com os olhos marejados.
— Venceremos, Hilda. Acreite em mim.
Ela apertou os lábios e balançou a cabeça afirmativamente.
De mãos dadas, Hilda e Saori entraram na caverna. Atena acendeu seu cosmo dourado, blindando a caverna com uma espécie de campo de força.
— Vamos, cavaleiros. Vamos lutar! — Saga bradou e os amigos, com um gesto de cabeça, o seguiram.
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O outro grupo tentou encontrar Atena sem sucesso. As trilhas pareciam todas iguais e a escuridão impedia que conseguissem localizar melhor para onde estavam indo. A neblina se tornou mais densa, confundindo o grupo, fazendo-os se separar.
— Marin, onde está você?
— Aiolos, estou aqui.
Sagitário abraçou a amada, aliviado.
— Que susto você me deu. Precisamos ficar juntos. Gaya quer fragmentar o grupo.
Os dois seguiram juntos, de mãos dadas, tentando encontrar a trilha que dava para o leste.
De repente, cipós vindos de várias direções foram lançados contra eles, atando seus pés e mãos. O cipó enrolou aos seus corpos, apertando-os como uma serpente. Milo e Marin sentiam seus músculos comprimidos e parecia que seus ossos estavam prestes a quebrar. Um cipó enrolou o pescoço de Marin, sufocando-a. Ela ficou sem ar e desmaiou.
— Marin! Droga! — Milo estava imobilizado. Tentou fazer força com os braços para arrebentar os cipós, mas foi inútil. Seus pulmões estavam comprimidos e o cavaleiro teve dificuldades para respirar. Sentiu uma vertigem.
“Eu não posso morrer, preciso salvar Marin. Não posso ser derrotado assim, tão facilmente...”, ele pensou antes de fechar os olhos.
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Shina e Milo corriam lado a lado.
— Acho que estamos perdidos. Com o céu escuro e toda essa neblina, é impossível saber qual a direção certa.
— Shina, o importante é que fiquemos juntos. Já nos perdemos do grupo, se ficarmos sozinhos, seremos presa fácil. Não sabemos o que mais Gaya está nos preparando.
— Tem razão, Milo. Não vou sair de perto de você.
Ouviram um barulho estranho, parecido com o de um motor.
— O que foi isso?
— Shina, algo se aproxima!
Foram atacados por trás por uma revoada de insetos. Milo dava golpes no ar em vão, pois os insetos o cobriram , picando-o por todo o corpo, derrubando-o no chão.
Shina usou seus golpes e matou dezenas deles, mas os insetos era muitos, enrolando no cabelo verde da garota, fazendo-a se arrepiar de nojo e de nervoso. As picadas dolorosas fizeram-na gritar em desespero. Parecia que haviam injetado veneno em seu corpo, pois ela perdeu a consciência e desmaiou.
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Ikki, Shun e Aiolia corriam juntos.
— Esta é mesmo a direção certa, Ikki?
— Sim Shun, você já me perguntou um milhão de vezes. Tenho certeza de que é por aqui.
— Isso não me parece uma trilha, Fênix. Ouçam, parece o barulho de... — Antes que Aiolia terminasse de falar, a trilha foi interrompida por um rio largo e profundo, com pedras no fundo e corredeiras.
— Como vamos atravessar para o outro lado?
— Tente lançar suas correntes até a outra margem, Andrômeda. Jogue-as de modo que fiquem presas em alguma árvore ou rocha.
— Sim, Aiolia. — Shun fez o que Leão sugeriu e acertou de primeira.
— Sua mira está boa, parabéns Shun!
— Obrigada, Ikki. — Mesmo já adulto e pai de família, a aprovação do irmão ainda era algo de extremo valor para Shun.
Os três entraram no rio e iniciaram a travessia segurando firme na corrente.
— Caramba, que água fria! — Fênix reclamou.
— O rio desce das montanhas, por isso é tão gelado. — Leão olhou à montante do rio e viu uma enorme quantidade de água se aproximando. — Cuidado!
Mal ele teve tempo de alertar os amigos, a água se chocou contra eles de forma brusca. Seguraram a corrente o quanto puderam, mas a força do rio era superior à deles e as águas os engoliram, arrastando-os pelas corredeiras. Ikki, Shun e Aiolia só viam borbulhas e mais nada. Sentiam o corpo se chocar contra as rochas e faziam um tremendo esforço para manter o rosto na superfície para não serem afogados.
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June e Camus corriam logo atrás de Dohko e Mu quando foram surpreendidos por um desmoronamento e rochas e lama.
— June! — Camus pegou a garota no colo, salvando-a de ser acertada por uma pedra imensa que rolou ribanceira abaixo.
Mu foi levado pela lama. Dohko tentou segurar a mão do amigo, mas acabou soterrado também. Camus levantou June pela cintura diante de uma árvore.
— Suba, June, suba o mais alto que puder.
A moça o obedeceu e, quando deu a mão para puxar Camus, uma pedra surgiu, o acertando na cabeça. A garota segurou firme a mão de Camus, mas ele era muito pesado.
— Camus! Acorde!
Ela usou seu chicote para segurar o corpo do Cavaleiro de Aquário e o lançar para cima da árvore. Quando estava quase conseguindo, uma onde de lama se chocou contra o tronco, fazendo-o se partir. June e Camus desapareceram em meio à terra.
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Afrodite, Shura e Aldebaran seguiam a passos lentos em meio a um lugar frio e úmido. A escuridão era intensa e eles não perceberam quando entraram em um pântano. Os três afundaram até a cintura, ficando presos.
— É um pântano! Não conseguido desprender os meus pés. — Peixes ficou irritado.
— Essa mulher é mesmo uma cretina! Tentando nos vencer com essa porcaria de pântano?! Quem ela pensa que é? Onde estão os oponentes para que possamos lutar? Isso é humilhante. — Aldebaran esbravejou, concentrando sua força nas pernas para tentar se desprender da lama. Quanto mais esforço fazia, mais afundava.
— Parem de reclamar e coloquem a cabeça pra funcionar, seus idiotas. Quando mais nos esforçamos para sair, mais atolados ficamos, até agora não perceberam isso?
Não havia nada por perto que pudessem se segurar e, a cada segundo, afundavam mais alguns centímetros.
— Eu não quero morrer dessa forma nojenta. Que droga! — Peixes se desesperou.
— Não vamos morrer, seu imbecil. Com esses colares patéticos no nosso pescoço, no mínimo ficaremos presos aqui para sempre! — Aldebaran tentou tirar a mão da lama para que pudesse arrancar o colar do pescoço e usar seu poder. — Meus braços estão imobilizados!
— Os meus também! — Capricórnio disse, tangendo os dentes.
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Shaka, Shiryu e Máscara da Morte não ouviam nada além de grilos e aves.
— Onde será que todos se meterão? Não ouço passos de mais ninguém. — Câncer olhava para os lados, tentando identificar alguém em meio ao breu.
— Gaya deu um jeito de nos separar. Sabe que juntos somos uma ameaça — Shaka pressentia que a rival estava os atraindo para uma armadilha.
— Fiquem juntos, chegar até ela será mais difícil do que pensávamos — Shiryu falou em tom grave.
Foram surpreendidos por milhares de sanguessugas que caíram das árvores, aderindo aos seus corpos.
— Ah! Que droga, tirem essas coisas de cima de mim! — Máscara da Morte berrou.
Os três batiam as mãos em si mesmos, tentando se livrar dos animais, mas as ventosas das sanguessugas se fixaram à pele deles e rapidamente sentiram que o sangue se esvaía de seus corpos.
— Shaka, o que está acontecendo? Sinto vertigens e quase não consigo ficar de pé.
— Estamos perdendo muito sangue, Shiryu. Precisamos sair logo daqui antes que... — Shaka caiu, descordado.
Máscara da Morte caiu logo em seguida. Shiryu ainda conseguiu caminhar alguns metros. Mas, a cada sanguessuga que ele arrancava do corpo, outras duas se grudavam a ele. Os passos começaram a ficar pesados, até que ele desmaiou.
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