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História Cavaleiros do Zodíaco - A Saga de Gaya - Não Podemos Matá-la!


Escrita por: NinaKurumada

Capítulo 30 - Não Podemos Matá-la!


Fanfic / Fanfiction Cavaleiros do Zodíaco - A Saga de Gaya - Não Podemos Matá-la!

— Gaya! — Kanon amparou a garota, que abriu os olhos devagar. — Você está bem?

— Me deixe, traidor! — Ela o empurrou e se levantou sozinha. Olhou para os braços feridos. Fez surgir um espelho d’água no chão e olhou seu reflexo. Os dentes estavam todos sujos de sangue.

— Gaya, por favor, pare enquanto é tempo. Olhe para você. Está toda machucada.

Ela olhou para Kanon com um sorriso ensanguentado, esticou o braço e acariciou o rosto do rapaz.

— Que romântico! Está mesmo preocupado comigo?

Kanon segurou o pulso dela e a abraçou.

— Não zombe de meus sentimentos. Sabe que eu não desejo que você se machuque.

Sim, Gaya podia sentir. Kanon era mais inseguro do que Ikki e sua alma era ainda mais perturbada. A vida inteira havia competido com irmão, que sempre foi mais bonito, mais inteligente e mais forte. Para Kanon sempre ficava o resto. Saga era visto pelas pessoas como uma criança cheia de talentos e bondade, enquanto Kanon era o insolente e preguiçoso. Mesmo quando era Saga o responsável por alguma traquinagem, era o irmão gêmeo quem levava a culpa. Kanon tinha ressentimentos da infância e da adolescência, pois sabia que Saga nunca foi perfeito e bondoso como todos pensavam. Ele considerava o irmão um farsante. Para Kanon, ele e Saga eram parecidos não só na aparência, mas também na personalidade. Em outras palavras, eram farinha do mesmo saco. Por isso, Kanon não se conformava com o fato de Saga ter se tornado o Cavaleiro de Gêmeos. E pior, Saga o havia trancado na prisão do Rochedo do Cabo Sunion, julgando Kanon, como se fosse um ser superior e justo. Todavia, depois, foi Saga quem se rendeu ao mal e tentou matar Atena. Sua dupla personalidade comprovava a fraqueza de seu caráter. Se sua bondade fosse genuína, o lado mal teria sido subjugado.

Ainda presa no abraço de Kanon, Gaya suspirou.

— Oh, Kanon. Coitadinho! Você nunca foi reconhecido como merece, não é?

Kanon franziu o cenho.

— Está lendo minha mente? Não vasculhe minha memória!

Ele tentou se afastar, mas seu corpo estava paralisado. Uma névoa os cobriu e Kanon sentiu sua energia ser sugada.

— O que... está fazendo? Meu cosmo! Gaya...

— Querido, você sempre quis ser útil, não é? Pois chegou a hora de sua vida servir para alguma coisa. A garota que me mantém viva não vai resistir por muito tempo. Preciso de mais um pouco de vida humana.

Kanon sentiu como se seu sangue estivesse sendo drenado e os órgãos parando de funcionar.

— Gaya... por quê? — Ele falou com dificuldade, sentindo a morte se aproximar. — Eu... te amo... Pensei que sentisse algo por mim também.

Gaya segurou o rosto de Kanon.

— Talvez eu sinta... Mas minha missão está acima de qualquer coisa. Perdoe-me.

Gaya colou seus lábios nos de Kanon, sugando a vida do cavaleiro. O corpo da garota se regenerou por completo e o de Kanon caiu sem vida no chão, pálido, com os olhos arregalados.

— Kanon! Não, sua ordinária! — Saga correu em direção a Gaya. — Explosão Galáctica!

Gaya tremeu ao ouvir aquela voz. O Cavaleiro de Gêmeos era o único que ainda usava a armadura de ouro e havia rumores de que ele era o mais forte dentre os doze. Elevando seu cosmo, Gaya conseguiu defender-se e contra-atacou com o mesmo golpe, o que foi possível pelo fato de ela ter sugado a energia de Kanon ainda há pouco.

— O quê? Mas como? — Saga ficou boquiaberto e não conseguiu deter o Explosão Galáctica de Gaya. Foi sorte estar com sua armadura, senão poderia ter sido ferido gravemente.

— Saga. — Gaya tinha uma expressão de desprezo. — Você sempre esteve no caminho de Kanon, usurpando de tudo o que ele poderia ter sido. Você é um homem egoísta e presunçoso. Kanon deveria ter recebido a Armadura de Gêmeos e não você.

— Cale-se!

— A verdade é feia, não é mesmo? Sei irmão pelo menos sempre mostrou o verdadeiro caráter, enquanto você se passou por bom e justo, quando na verdade tinha sede de poder.

— Eu não sou mais este homem. Atena me mostrou o caminho certo. A mim e ao meu irmão. Não se aproprie da nossa história para tentar distorcer tudo o que houve. Eu tentei matar Atena, é verdade, mas muita coisa aconteceu depois disso.

— Tente explicar isso ao seu irmão, quando se juntar a ele no abismo. Kanon sempre quis provar para você e para o mundo que ele tinha força e dignidade. Ao meu lado ele poderia ter recebido a honra que merecia. Mas você o confundiu e o julgou, como sempre fez a vida inteira.

— Sua cadela! Não sabe o que está dizendo! Kanon é o meu irmão e eu sempre tentei mostrar a ele o caminho certo. Eu não tenho culpa se ele era um cabeça-oca.

— Prendê-lo numa masmorra? Essa foi a maneira com que tentou ensinar a ele o certo e o errado? — Gaya balançou a cabeça em desaprovação. — Ah, Saga, você é um tolo. Só conseguiu deixa-lo ainda mais inferiorizado.

Saga ficou abalado. Olhou para o corpo sem vida de Kanon estirado no chão, e seus olhos se encheram de lágrimas. “Pobre irmão. Eu fui duro e cruel com você. Você era a única família que eu tinha e mesmo assim... eu te desprezei”.

— Podem ser gêmeos, mas são muito diferentes. Kanon teria sido um grande homem no novo mundo que irei construir. Mas você... não passa de um verme desprezível. Morra, Saga! — Gaya desferiu contra Saga o Triângulo de Ouro.

Gêmeos conhecia aquela técnica do irmão, mas agora o cosmo de Kanon estava associado ao de Gaya e isso fazia o Triângulo de Ouro ser muito mais terrível. Saga foi enviado para outra dimensão e restou apenas seu elmo, que voou pelos ares e caiu aos pés de Gaya.

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Saori precisou elevar muito seu cosmo para conseguir abranger toda a superfície terrestre e controlar as catástrofes naturais. Ao ver todas as vidas humanas que foram perdidas, ela chorou por não ter conseguido protege-las. O cosmo de Atena era incrivelmente poderoso, mas acendê-lo daquela forma, exigia um tremendo esforço da garota, que começou a suar frio.

— Atena, você está bem? — Hilda preocupou-se.

 Saori assentiu e continuou a emanar sua cosmoenergia.

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Hyoga e Camus se levantaram.

— O que houve? Eu estava desacordado... Ikki! Shun! — Cisne desesperou-se ao ver o estado crítico de seus amigos.

— Hyoga...

— Mestre! — O rapaz ajudou Camus e se manter de pé.

— Vamos lutar juntos, Hyoga.

— Sim.

Os dois rapazes elevaram seu cosmo. Gaya, que estava entretida tentando superar o cosmo de Atena e prosseguir com seu plano, se virou ao sentir o ar esfriar, Gelo se acumulou em seus pés e pernas. Cisne e Aquário estavam prontos para a luta.

— Pó de Diamante!

— Execução Aurora!

Gaya foi atingida e seus cabelos vermelhos ficaram brancos pelos cristais de gelo que se depositaram nele.

— Sabe, eu gosto do gelo. Acho magnífico como os icebergs se formam, a forma como as calotas polares se expandem e se retraem com a mudança das estações do ano, o gelo eterno no cume das mais altas montanhas... É maravilhoso como em uma paisagem hostil e coberta de gelo, animais e plantas conseguem sobreviver e se adaptar. Se eu pudesse escolher um animal predileto, creio que os ursos polares estariam no topo da lista. São grandes, inteligentes e extraordinários. É uma pena que estejam ameaçados de extinção. Tudo por culpa dos humanos.  

— Como conseguiu absorver nossos golpes? — Camus irritou-se com aquela conversa.

— Já se esqueceu que sou a guardiã da natureza? O gelo pertence a mim! — Dito isso, ela lançou sobre os dois cavaleiros um poderoso golpe, gelado como o mais frio oceano, com a força de uma avalanche.

Hyoga e Camus foram pressionados contra a montanha e várias camadas de rochas se esfarelaram com a potência daquele golpe.

Quando Gaya cessou, os dois caíram de joelhos, seus corpos demoraram um pouco para voltarem à temperatura de 36ºC.

— O que faremos, Mestre? Ela parece ser invencível.

— Pense, Hyoga. O Ikki disse que ela tem muitos pontos fracos. Só precisamos descobrir quais são.

Gaya deu uma risada curta.

— Então quer dizer que o Fênix andou contando os meus segredos? Ora, isso pouco importa. Agora que tenho o poder das armaduras a meu favor, meus pontos fracos não são tantos assim.

“As armaduras de ouro... Elas existem para combater o mal com justiça e coragem. Quando um cavaleiro luta por motivos cruéis e escusos, a armadura o abandona. Então...”, Camus raciocinou, mantendo-se frio e calmo, sem deixar as emoções como raiva, ansiedade e medo controlarem seu espírito.

— Então quer dizer que você se apropriou das nossas armaduras para concretizar seus planos malucos?

— Não há loucura nenhuma, Camus. O mal do mundo dos os seres humanos e por isso devem ser eliminados. É muito simples. Um fato incontestável.

— E você acha mesmo que minha armadura de ouro de Aquário ajudaria você a matar pessoas inocentes?

— Não são inocentes. Praticam o mal e devastam a natureza. São culpados, todos eles.

— Gaya, se você observar à sua volta, verá que em meio a tanta maldade, o bem se destaca. E é através dos seres humanos que o bem pode ser experimentado.

— Não vai me convencer, Camus. Por que não cala a boca e luta? Estão me fazendo perder tempo. Já era para eu ter finalizado minha missão não fossem vocês cavaleiros e por Atena, que tem queimado seu cosmo para me impedir.

— Atena! — Hyoga preocupou-se com Saori. Precisavam protegê-la. — Mestre, precisamos encontrar Saori, ela está desprotegida e corre perigo.

— Primeiro precisamos derrotar Gaya. Se a matarmos, tudo isso acaba.

— Não podemos mata-la! — Cisne e Aquário ouviram uma voz atrás deles e quando olharam viram mais um cavaleiro se juntar a eles.

— Milo, meu amigo! — Camus o saudou. — Você está bem? Parece muito ferido.

— São só alguns hematomas. Nada que já não tenha sofrido antes.

— Por que não podemos matar a Gaya?

— Camus, Hyoga, já se esqueceram do que Shaka disse? Se a matarmos, toda a natureza morrerá junto e assim a humanidade desaparecerá de qualquer maneira. A Terra se tornará um planeta inóspito.

— Isso é só uma lenda.

— Não, Camus. Infelizmente não. Shaka sabe das coisas. E se ele disse isso é porquê é verdade.

— Então é impossível! Como vamos derrota-la e poupá-la da morte ao mesmo tempo?

Milo deu um passo à frente e sussurrou.

— Podemos tentar neutralizá-la. Eu uso minha Agulha Escarlate e vocês a prendem em um esquife.

Hyoga e Camus olharam um para o outro, voltaram a olhar para Milo e assentiram. Parecia um bom plano. Era isso ou então cruzar os braços e não tentar nada.

Os três se voltaram contra Gaya.

— É um complô contra mim? Por que continuam desperdiçando tempo e energia? Juntem-se a mim de uma vez por todas.

— Jamais! Essa é pela Shina: Agulha Escarlate! E essa é por Shun. Essa por Ikki, essa por Saga, e essas outras duas por Aiolos e Aiolia. — Milo disparou seis vezes e na sétima aplicou a Antares. — E essa por Atena!

Os golpes do Cavaleiro de Escorpião eram muito rápidos e dolorosos e Gaya não conseguiu resistir. Gritava a cada agulhada, como uma garota comum.

— Hyoga, Camus, depressa!

Os dois cavaleiros de gelos se posicionaram lado a lado, elevaram as mãos e atacaram juntos:

— Esquife de Gelo!

Ainda contorcendo-se de dor, Gaya teve o corpo congelado num bloco de gelo em forma de cubo.

Os três olhavam perplexos para aquela mulher magnífica, com seus cabelos vermelhos e olhos verdes, congelada, imóvel, como uma obra de arte.

— Funcionou? — Hyoga indagou.

— Não sei. Milo?

Após alguns instantes, sentiram a temperatura aumentar, como se estivessem no Saara.

— O que está acontecendo? — Camus indagou.

Os três suavam em bicas. Viram a esquife trincar e reassumiram a posição de luta. Milo viu surgir da terra centenas de escorpiões de diversas cores e tamanhos. Os animais começaram a subir no corpo do rapaz e a picá-lo sucessivamente. Milo gritava de horror e caiu no chão, se debatendo.

A esquife trincou ainda mais e, de repente, partiu-se no meio exato. Gaya saiu caminhando em direção aos cavaleiros de gelo.

— O que preferem... Gelo? — Gaya lançou um golpe contra Hyoga semelhante a uma nevasca. — Ou fogo? — Virando-se para Camus, ela lançou uma bola de fogo contra ele.

Milo tentou queimar o cosmo para se livrar dos escorpiões, mas o veneno já havia entrado em sua corrente sanguínea e começava a fazer efeito. Sentiu seu coração disparar enquanto a respiração era paralisada.

Hyoga bloqueou parte do golpe, mas Gaya parecia cada vez mais forte e ele não conseguiu resistir, foi atingido na cabeça e caiu a centenas de metros no meio do mato.

Camus sentiu seu corpo todo queimar. O rosto ardia absurdamente e o máximo que ele conseguiu foi criar uma camada fina de gelos na pele de todo o corpo, para impedir que fosse derretida. Caiu sem forças no chão, derrotado.

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Saori fraquejou e quase caiu no chão. Foi Hilda que a amparou.

— Atena!

— Os cavaleiros estão muito feridos. Não posso deixar que se sacrifiquem dessa maneira. Preciso ajuda-los. Será em vão continuar queimando meu cosmo se eles não conseguirem vencer a Gaya. Vamos Hilda, precisamos nos juntar a eles.

— Está certo!



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