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História Cavaleiros do Zodíaco - Depois de Gaya - Os Ogros também Amam


Escrita por: NinaKurumada

Capítulo 11 - Os Ogros também Amam


Fanfic / Fanfiction Cavaleiros do Zodíaco - Depois de Gaya - Os Ogros também Amam

Os primeiros dias de Ikki, Seyka, Freya e Christian (Máscara da Morte) em Barcelona foram agitados. O dia todo seguiam Fênix em um tour pela cidade, conhecendo os pontos turísticos e outros lugares legais que só quem conhecia Barcelona sabia de onde ficavam. À noite saíam para a balada. A música era boa e os quatro acabaram estreitando os laços de amizade, contrariando todas as estatísticas.

— Até que você é um cara legal, Fênix. Nunca fui com sua cara pra falar a verdade.

— Já eu sempre fui com a sua. Aqueles caras certinhos tipo o Mu e o Shaka me dão nos nervos.

— Não fale mal do Shaka, ele é um homem muito disciplinado e coerente — Freya defendeu.

— Não fique puxando o saco daquele loiro metido. — Christian sabia que Freya tinha uma quedinha pelo cavaleiro de Virgem e isso o deixava furioso.

— Calma, gente, não precisam se exaltar. Tenho certeza que a opinião de nenhum dos dois afetará o modo como Shaka vê a si mesmo. Ele tem uma espiritualidade muito forte, a vaidade não deve ser um ponto fraco para ele. — Seyka surpreendeu a todos com seu comentário.

— E desde quando conhece o Shaka assim tão bem? — Foi a vez de Ikki arder em ciúmes.

— Desde que reencontrei meu irmão, tenho estudado muitos sobre Atena e os cavaleiros. Há muitos livros e documentos na biblioteca da mansão. Saori também é uma ótima professora.

— Por que não paramos de falar no Shaka e vamos dançar? — Cristian sugeriu.

— Dançar? Você?

— Por que o espanto, Fênix? Além de ser o Cavaleiro de Ouro mais forte, também sou o melhor dançarino que existe.

 — O que o Shaka tem de sábio você tem de modesto — Ikki satirizou.

— Duvida? Vamos Freya, vamos mostrar pra esse cavaleirozinho de bronze como é que se dança.

Freya amava dançar e não pensou duas vezes antes de segurar a mão de Cristian e ir para a pista. Máscara da Morte não estava mentindo, dançava muito bem e isso fez Freya sorrir de orelha à orelha, pendurando-se no ombro do cavaleiro e se deixando conduzir por ele.

— O que está olhando? — Ikki indagou ao ver Seika o encarar. — Eu não sei dançar, vai passar vergonha.

— E desde quando você liga para o que pensam a seu respeito?

— Desde que conheci você.

Seika perdeu o sorriso questionador e arregalou os olhos.

— E por que você se importa como que penso a seu respeito?

— Você sabe o porquê, Seika.

Ela baixou os olhos, ruborizada.

— Eu não vou falar até que você queira ouvir, tudo bem? — ele disse com um sorriso enviesado.

— Eu o conheço pelos livros. Quero conhecê-lo melhor ao vivo e a cores.

— Terá a viagem inteira para isso. Mas não acho que vá descobrir mais do que já sabe. Sou isso mesmo que você está vendo. Nem mais, nem menos.

— Não, Ikki. Você é muito mais do que isso. Sei que tem defeitos que eu vou odiar.

O rapaz passou a língua nos lábios, desconcertado.

— Mas também sei que tem virtudes que teima em esconder. Virtudes que podem me fazer amá-lo.

Ele se ajeitou na cadeira, visivelmente surpreso.  

— Não é isso o que você quer? — Seika ficou aturdida e pareceu constranger-se.

— Do que está falando? Não sou o Shaka para entender enigmas — Ikki praguejou. 

— Não é amor o que você quer?

— Caramba! Você me pegou de surpresa. Não sabia que era do tipo que ia direto ao ponto.

— Você não sabe nada sobre mim.

Ikki passou a mão no rosto, sentindo o peso do olhar de Seika.

— Seika...

— Fale, Ikki, eu quero ouvir. Disse que só falaria quando eu quisesse ouvir. Eu quero.

O rapaz levantou os olhos e a encarou.

— Eu gosto de você.

— E...

— E quero que fique comigo — ele completou.

— Por quanto tempo?

Ikki cruzou as mãos na nuca e tentou levar aquela conversa na brincadeira.

— Está me pedindo em casamento?

— Você quer se casar algum dia?

Ele deu de ombros.

— Algum dia sim. Não hoje.

— E o que você quer?

— Quero curtir Barcelona com você. Só isso.

Seika apertou os lábios e balançou a cabeça.

— Me desculpe Ikki, não sou esse tipo de garota. — Ela pegou a bolsa e se levantou, saindo do pub.

Ikki a seguiu, alcançando-a já na calçada.

— Ei, aonde vai? Por que ficou chateada?

— Não estou chateada.

— Nesses dias todos andando pra cima e pra baixo juntos, eu achei que você estava afim de mim, sério mesmo.

— Ikki, eu e você... Achei que ia rolar. Mas não temos nada a ver um como o outro.

— Qual é, Seika?! O que foi que eu fiz de errado?

— A culpa é minha, Ikki. Eu achei que você estava apaixonado por mim, depois de tudo o que vivemos. Quer dizer... Você e a Gaya... Mas eu estava lá. Por mais que não fosse o meu corpo, era a minha mente e, é como se fôssemos eu e você... — Ela cobriu o rosto e balançou a cabeça, estava envergonhada. — Me desculpe, eu estou confusa. Você não conseguiria entender.

Seika saiu andando e Ikki foi atrás dela, parando em sua frente.

— Somos adultos, não precisa ficar cheia de pudor. O que está dizendo? Que quando eu estava na cama com a Gaya na verdade era com você? — Ele franziu o cenho, sério. 

— Mais ou menos... eu estava nela e ela em mim... O corpo era dela, mas senti como se fosse o meu. Isso é embaraçoso.

— Foi bom ou ruim? — Fênix ficou preocupado. Se Seika estava presa no corpo de Gaya, provavelmente tudo o que Gaya havia feito foi contra a vontade de Seika. 

Seika escancarou os olhos.

— Responde! — Ikki insistiu.

— Eu não quero responder.

— Por que está com vergonha? Nada do que disser vai me escandalizar.

— Você é amigo do Seya. Esquece o que eu disse! Nem eu sei explicar direito o que a Gaya fez comigo.

— Seika... Por que não tenta esquecer o que houve entre mim e Gaya? Como você disse, é muito confuso. Eu não sabia que você estava lá. Sinto muito se machuquei você.

— Você não machucou, eu já disse, não era o meu corpo.

— Você se apaixonou por mim, não foi? — Fênix compreendeu tudo de repente. 

— Não achei que você teria olhos para mim. Sou uma garota comum. A Gaya era uma mulher linda e sexy.

— Esquece a Gaya. Eu não quero mais saber dela. Eu quero você.

— Eu não posso, Ikki. Não posso me apaixonar por você e depois de ir embora e continuar vivendo minha vida só com a sua lembrança. É melhor sermos apenas amigos. Você tem sua vida aqui e eu estou tentando reconstruir a minha. A Saori me ofereceu um emprego. Vai ser bom ter uma profissão e uma casa nova. Um apartamento talvez, não sei. Não quero morar na casa da Saori e do Seya, seria inconveniente.

— Gostou de Barcelona? Por que não vem morar aqui?

— Esqueceu que eu não tenho nada?

— Consigo arranjar um emprego pra você. Pode ficar na minha casa até conseguir um apartamento.

— Eu não vou ficar na sua casa. Vou embora com Freya e Christian.  

— Fique.

— Pra quê?

Ikki se aproximou e segurou sua nuca, beijando-a com o fogo que só o Cavaleiro de Fênix poderia ter. Deixou Seika sem ar e sem rumo.

— Viva sua vida, Seika. Esqueça Gaya e deixe o Seya viver a vida dele. Pense em você e no que você quer.

Seika deu um passo para trás.

— O que eu quero você não pode me dar.

— Eu posso sim. Me diz o que é.

— Quero que... — ela hesitou. 

— Diz...

Seika virou o rosto mas Ikki tocou seu queixo e obrigou-a a olhar pra ele de novo.

— O que você quer, Seika?

Ela tomou coragem e disse em um só fôlego:

— Quero que seja meu namorado e que não fique com nenhuma outra mulher além de mim.

Ikki cruzou os braços e estreitou os olhos.

— Já quebrei muito a cara com namoradas, Seika.

— Eu também.

— Já tive o coração partido muitas vezes.

— Eu também.

— Não sou o cara que você merece.

— Eu sei que não.

Ikki sorriu, satisfeito.

— Mas você está apaixonada por mim.

— É, eu estou.

— E está me pedindo em namoro.

Seika ficou ruborizada mais uma vez.

— Sim, estou.

— É a primeira vez que uma garota me pede em namoro.

Seika ficou séria. Estava muito nervosa para rir das brincadeiras de Ikki.

O rapaz se aproximou e tocou-a no rosto.

— Vamos ser namorados. Dou a minha palavra que serei fiel a você.

A moça sorriu e seus olhos brilharam. Ikki a abraçou e se beijaram por um longo tempo. Ele a puxou pela mão e entraram no carro de vidros escuros. A rua estava deserta e ninguém testemunhou as cenas quentes que aconteceram lá dentro.

Já era madrugada quando renderam-se em um abraço, esgotados até mesmo para se beijar. Estavam suados e ofegantes. 

— Isso foi melhor do que eu me lembrava — Seika sussurrou.

Dessa vez foi Ikki quem ficou constrangido, mas tentou não parecer tímido.

— Daquela vez foi virtual. Agora foi de verdade.

— É... é uma boa maneira de se encarar.

— Quando a vi pela primeira vez achei que era uma moça recatada e ingênua.

— Eu já disse que você não sabe nada sobre mim.

— Espero que isso mude como tempo. Quero saber tudo sobre você.

Seika sorriu ao ouvir Ikki dizer aquilo e o beijou. Depois, se afastou e disse:

— É melhor nos vestirmos antes que o Cristian e a Freya apareçam e nos vejam assim.

— A essa hora eles devem estar fazendo coisa muito pior. Já passam das três da manhã.

Ikki e Seika riram, lembrando de como Freya se fez de difícil a semana toda e de como Máscara da Morte parecia um cachorrinho aos seus pés.



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