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História Cavaleiros do Zodíaco - Depois de Gaya - Poderia ter sido um dia comum...


Escrita por: NinaKurumada

Capítulo 21 - Poderia ter sido um dia comum...


Fanfic / Fanfiction Cavaleiros do Zodíaco - Depois de Gaya - Poderia ter sido um dia comum...

Os cavaleiros ainda papeavam na cozinha, devorando as últimas migalhas de bolo, quando um carro chegou buzinando, fazendo algazarra. Afrodite havia acabado de lavar uma xícara e olhava as unhas contra a luz para verificar se o detergente as havia danificado. Espiou pela janela e viu uma Land Rover estacionar no pátio, ao lado dos outros carros.

— Quem foi que chegou? — Aldebaran indagou, aproximando-se da janela.

— Com esses vidros pretos, só o Mu com poderes telecinéticos para descobrir.

O motorista abriu a porta e desceu do carro. Estava de boné, com um rayban aviador, camisa do Miami Heat e calças jeans.

— Quem é o playboy?

— O look é novidade, mas aqueles cabelos azuis claros são inconfundíveis.  É o Camus. — Afrodite tinha uma memória fotográfica incrível.

— Camus? O Mago do Gelo? Que roupas são essas, caramba?!

— Se liga, Aldebaran, ele estava em Miami, voltou divando.

— Voltou barangando você quer dizer.

— Você não entende nada de moda, é um ser tosco e de gosto duvidoso. — Afrodite deu de ombros e se afastou do Cavaleiro de Touro, indo até a sala receber o amigo Cavaleiro de Aquário.

June desceu do carro logo em seguida, estava com os cabelos soltos e com luzes, óculos com lentes lilases e um vestido alegre.

Pegaram muitas sacolas no bagageiro. Shura e Mu os ajudaram com as malas.

— Afrodite, pegue uma das malas — Shura solicitou.

— Não estou com vontade de carregar peso Shura. Peça para o folgado do Aldebaran. Ele nasceu para isso.

Aldebaran revirou os olhos e pegou a última mala do carro.

Os recém-chegados cumprimentaram a todos e abriram as sacolas. Havia carnes nobres, destilados e cerveja.

— Viemos comemorar a cura do Dragão. Estávamos em uma semifinal do campeonato de basquete quando soubemos que estava internado, Shiryu. Graças a Atena você está bem. Chegamos a desistir de vir, mas a June me convenceu de que precisávamos nos reunir para comemorar. Trouxemos a parafernalha toda para fazermos um churrasco.

— Churrasco? Que coisa mais cafona. Meu cabelo vai ficar cheirando a fumaça. Além disso, prefiro saladas.

— Ah, cala a boca, Afrodite! Um churrasco é uma excelente ideia. Sou churrasqueiro profissional. Eu cuido da carne — Aldebaran se prontificou.

— Farei tira-gostos para beliscarmos enquanto bebemos — Shura falou.

— Eu te ajudo — disse Mu.

— Eu e a Shunrei faremos os acompanhamentos. — Shiryu estava animado.

— Ajudo vocês. Aprendi a fazer uma salada fenomenal — June falou.

— Eu ouvi churrasco? — Ikki descia as escadas com Seika.

— Veja, Ikki, as cervejas alemãs que você gosta — Shun levantou uma garrafa para o irmão ver.

— Vamos lá pra fora, pessoal, temos muita coisa para contar uns para os outros. Onde está Atena?

— Foi passear com o Seya, eu os vi caminhando para o jardim — Lyfia apareceu com Aiolia e informou.

Alguém bateu na porta do quarto de Marin e Aiolos e o casal se juntou aos amigos.

Logo, todos estavam reunidos na área da churrasqueira. Ouviam música, conversavam e bebiam.

— Sente esse cheirinho bom de comida? — Seya aguçou as narinas, enquanto abraçava a esposa.

— Você pensa em comida o tempo todo — Saori deu uma risada.

— Acho que estão fazendo um churrasco na mansão. Vamos lá.

Seya e Saori entraram na casa e seguiram o barulho da música. Encontraram todos na área de churrasqueira. Alguns estavam sentandos ao redor da mesa, com cervejas. Outros nadavam na piscina olímpica e aquecida. Shiryu e Shunrei estavam na cozinha finalizando os acompanhamentos. Aldebaran comandava a churrasqueira.

— Fazem uma festa e não convidam a dona da casa? — Seya brincou, roubando uma linguiça do prato de Shun.

— Seya, Saori, sentem-se, o Camus trouxe um supermercado inteiro. Tem comida para um batalhão.

— Nossa, Ikki, como você é tosco. “Comida para um batalhão”, que expressão mais xucra — Afrodite alfinetou.

— Xucra vai ficar sua cara se não parar de encher o saco — Ikki respondeu.

— Ei, crianças, paz e amor, por favor — Camus sorriu, enchendo o copo dos amigos com mais cerveja.

Passaram a manhã e a hora do almoço na festança, divertindo-se.

 

O celular de Saga tocou. Era Aldebaran perguntando onde estava e falando do churrasco. Saga agradeceu o convite e disse que iria mais tarde. Desligou o telefone e encheu uma taça com vinho branco.

— Quem era? — Hilda indagou, enquanto espetava um pedaço de lagosta com o garfo e o levava à boca.

— Aldebaran dizendo que estão fazendo um churrasco na mansão.

— Você quer se juntar a eles?

Saga bebeu um gole do vinho e pousou a taça na mesa.

— Veja a minha cara de entusiasmo. — Hilda sorriu. — O dia que eu deixar de comer uma lagosta e beber esse vinho francês para ir a um churrasco, você pode me internar, meu bem. 

— Seu sarcasmo me comove, sabia?

— Sua beleza me comove, senhorita Hilda.

— Essa lagosta está perfeita.

— Não querida, você é perfeita. Não desperdice adjetivos com coisas banais.

— Mas é verdade. Nunca comi uma lagosta tão boa.

— Isso porque lá naquele fim de mundo chamado Asgard não há uma culinária descente.

— Não fale mal do meu país. Terá de retornar para lá em breve. É melhor se acostumar.

— Eu estou muito apaixonado mesmo, pra te seguir até lá. Não sei como me convenceu a viver num país como aquele.

— E eu não sei como me convenceu a ficar com você. Somos tão diferentes!

— Não somos não, meu bem. Ambos gostamos de lagosta e vinho francês. Já é muita coisa. Se me pedisse para ir para o churrasco, nossas relações seriam cortadas imediatamente.

Hilda e Saga ergueram as taças e brindaram.

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Máscara da Morte esperava pacientemente Freya experimentar o décimo vestido. Sentado no sofá da loja, ele quase cochilava quando a garota o chamou, carregando quatro sacolas.

— Vamos? O filme vai começar daqui a alguns minutos.

Máscara abriu os olhos e se levantou, pegando as sacolas da mão dela.

De mãos dadas, caminharam até a porta do cinema. O cavaleiro foi na bilheteria comprar os ingressos e Freya foi comprar a pipoca. A fila de Máscara estava menor e ele logo veio ao encontro de Freya. Um sujeito metido a besta puxava papo com ela na fila da pipoca.

— Oi, linda, está sozinha?

— Hum, não, com meu namorado.

— Ah, sério? Cadê ele? Não precisa inventar que tem namorado, eu não mordo. Que filme vai assistir?

Freya ficou sem jeito e saiu da fila, a fim de afastar-se do rapaz. Deu de cara com Máscara da Morte.

— Por que saiu da fila?

— Eu perdi a vontade de comer pipoca, vamos. — Ela o segurou pelo braço, mas ele não arredou o pé.

— Aquele babaca estava te amolando?

— Christian, por favor, não brigue.

Máscara não deu ouvidos a ela e se aproximou do homem. Quando o cara o viu, deu dois passos para trás e balançou as mãos no ar.

— Ei, cara, me desculpe, não sabia que a garota estava com você.

— Não faz diferença. Vou quebrar sua cara do mesmo jeito.

— Christian, por favor, não faça escândalo. — Freya o puxou em vão pelo braço.

— Poxa, cara, foi mal mesmo. Me dá uma moral. — O rapaz tentou correr, mas Máscara o segurou pela blusa.

Freya soltou o braço do namorado e correu para longe dele. Máscara viu a namorada se afastar, enquanto o rapaz colocava as mãos sobre o rosto, esperando por um soco. Câncer soltou o rival.

— Deu sorte — disse, indo atrás da garota.

A encontrou na praça de alimentação, sentada em uma cadeira. Ele sentou ao seu lado.

— O cara já foi, não bati nele.

— Mas queria bater.

— Claro que eu queria.

— Eu não gosto de violência.

— Então o cara mexe com a minha namorada e eu tenho de ficar quietinho?

— Eu já tinha resolvido a situação, não dei trela pra ele.

— Tá certo, esquece isso, vamos ver o filme.

— Vamos embora, estragou o clima.

— Qual é, Freya, não seja tão rigorosa. Eu deixei o cara ir, tá bom. Fiz o que você esperava de mim.

Ela suspirou, constrangida.

— Não quero que brigue a toa.

— Tá bom, tá bom, vou me controlar.

Ela cruzou os braços, enfezada. Ele sorriu e falou:

— Ah, chuchu, não faça essa cara de brava, vai. — Freya começou a rir. — Isso mesmo, sorrindo é bem melhor. Agora vamos assistir aquele romance água com açúcar que você escolheu. Espero que me dê muitos beijos no escurinho para me agradecer por ter desistido de ver o filme de terror que eu queria.

Ela o beijou no rosto e se levantou.

— Vamos, faltam cinco minutos.

Ele levantou, abraçou-a e caminharam de volta para o cinema.

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Os cavaleiros estavam deitados em redes, sofás e espreguiçadeiras, curtindo a sesta e o efeito da cerveja. A mansão estava silenciosa. Apenas na cozinha ainda havia movimento. Shiryu, Dohko e Shunrei lavavam os pratos. Aldebaran limpava a churrasqueira. Afrodite, Camus e Shura conversavam tranquilos sentados à mesa. Saori e Seya estavam abraçados em um divã. Marin e Aiolos estavam na piscina.

De repente, o tempo virou. Nuvens negras se formaram no céu e encobriram o sol. Um vento forte jogou alguns copos no chão, estilhaçando-os. Um relâmpago cortou o céu. Dentre as árvores, surgiu a imagem de um homem esguio e tenebroso, com uma armadura na cor de cobre, uma capa prateada e um cetro de justiça nas mãos. Seya armou posição de luta, colocando a esposa atrás de si, os demais cavaleiros e amazonas se reuniram depressa. Marin e Aiolos, trajando roupas de banhos, saíram da piscina depressa. Shiryu protegeu a esposa e Aiolia protegeu a noiva Lyfia. Ikki ficou na frente de Seika.

— Ora, ora. Vejo que estão celebrando. Posso saber o motivo? — disse Forseti com sua foz estrondante. — Quer me confessar algum pecado, Atena?

— Quem é você? — Seya indagou.

— Sou Forseti, o deus nórdico da justiça.

— O que você quer? — Shun deu um passo à frente.

— Todos sabem muito bem que Atena infringiu uma regra e deve ser punida.

— Terá de passar por cima de todos nós para encostar a mão nela — Shiryu confrontou-o. .

— Isso não seria tarefa difícil. Sou um deus e posso derrotá-los com um estalar de dedos.

— Todos que disseram isso foram aniquilados. Acha que é mais forte do que Hades e Odin? — Camus tirou os óculos e o boné.

— Ouçam, vim em paz, a princípio. Como deus da justiça, meu dever é punir aqueles que quebram as leis dos céus. Nesse caso, Atena trouxe um homem de volta à vida,  isso é um poder que não lhe foi atribuído. Portanto, deve ser presa por duzentos anos na masmorra de Avalon.

Os cavaleiros arregalaram os olhos e acenderam o cosmo, prontos para defender Atena.

— Não permitiremos — Dohko reagiu.

— Acalmem-se. Tenho uma proposta.

— Veio negociar? Que tipo de deus é você? — Afrodite questionou.

— Um deus justo, mas também um homem tolo. Caí nas garras da paixão e ela me traiu. Preciso reparar minha cegueira eliminando aquela que me trapaceou.

— Que merda está dizendo? — Ikki perguntou.

— Gaya está de volta à Terra. Aproveitou a brecha aberta pelo ato rebelde de Atena e fugiu do cativeiro — revelou Forseti. 

— Gaya? — Quase todos exclamaram a uma só voz.

— Sim, ela mesma. Preciso levá-la de volta para a prisão, mas ela está se escondendo de mim. Conseguiu um imbecil para protegê-la e está vivendo entre os humanos, disfarçada.

— Kanon — deduziu Mu.

— Exatamente.

Ikki se sentiu incomodado. Pensou que nunca mais veria aquela mulher.

— E qual é a proposta? — Saori interrogou.

— A vida de Gaya em troca da sua liberdade, Atena. Se me ajudar a capturar Gaya, sua dívida com o panteão estará paga.

— Ora, não somos mafiosos para fazer negócios escusos! — Seya esbravejou. — Vá você mesmo e a capture. Quem mandou se deixar seduzir por ela e ser passado para trás?

— Nesse caso, terei de levar Atena para a masmorra imediatamente. Ela infringiu uma lei e precisa ser punida.

— Cala a boca, imbecil! — Shura desferiu um golpe contra Forseti e acabou sendo arremessado contra uma árvore, derrubando-a. Aquele era um deus poderoso, dono de uma cosmoenergia estranha e gigantesca.

— Não lutem. Precisamos refletir sobre o acordo — disse Saori. — Analisarei se o que propõe é justo e correto. Se for, aceitarei. Se não for, eu mesma me entregarei ao tribunal dos deuses.

Forseti sorriu e assentiu.

— Sábia Atena. Dou-lhe dois dias. Quando eu retornar, espero que esteja com Gaya nas mãos para me entregar. Ou então que você esteja de malas prontas para me acompanhar até Avalon.

Dito isso, ele desapareceu e o céu voltou a ficar limpo e ensolarado.

Saori olhou para Seya, Dohko e Mu. Os cavaleiros entenderam que deveriam acompanhá-la até a sala de reuniões. 



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