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História Cavaleiros do Zodíaco - Depois de Gaya - Agulha Escarlate!


Escrita por: NinaKurumada

Capítulo 23 - Agulha Escarlate!


Fanfic / Fanfiction Cavaleiros do Zodíaco - Depois de Gaya - Agulha Escarlate!

Kanon abriu os olhos e se espreguiçou. Sentia seu corpo dolorido como se um trator o tivesse atropelado. Não se lembrava de ter apanhado tanto na última luta no ringue. Apertou um dos ombros, fazendo uma careta de dor e olhou para o lado. Gaya estava deitada de bruços, completamente nua. O edredom estava no chão e o ar condicionado fazia os pelos do corpo dela arrepiarem por causa do frio. Kanon sorriu. Seu corpo não estava dolorido por causa de uma luta. Lembrou-se da noite quente que tiveram. Aquela mulher definitivamente era uma devassa.

O Cavaleiro se levantou e tomou um banho demorado, deixando a ducha quente curar seus músculos fatigados. Estava de olhos fechados, a água escorria em seu rosto e cabelos quando sentiu o beijo quente de Gaya em sua nuca, fazendo-o arrepiar. Sentiu os braços dela tocarem sua cintura e abdômen. Ela o abraçou, colando os seios em suas costas. Tocou-o no peito, deslizou até a barriga e desceu as mãos mais um pouco. Num movimento ágil, Kanon segurou as duas mãos da garota.

— Não seja malvada. Preciso de um tempo para me recuperar da anoite de ontem.

— Ah, amor, foi tão ruim assim? — ela sussurrou em seu ouvido, lambendo a ponta de sua orelha.

Kanon se virou e a beijou debaixo d’água, abraçando-a com carinho.

— Ruim? Não seja louca. Foi a melhor noite da minha vida. Mas estou moído, você acabou comigo.

— Tisc, tisc, um cavaleiro forte e poderoso como você, Kanon? Quem diria...

Kanon terminou de lavar os cabelos, em seguida pegou a bucha e o sabonete líquido e passou no corpo de Gaya, admirando cada detalhe.

— Se eu disser uma coisa você promete que não vai ficar brava?

— O quê foi?

— Vai sempre precisar usar outra mulher para se materializar?

— O que quer dizer?

— Você entendeu... Eu quero ver seu corpo de verdade. Quero só você. Detesto ter outra garota entre nós.

Gaya se afastou, mas Kanon a segurou.

— Não saia. Estamos apenas conversando. Por que não me conta seus segredos?

Ela bufou antes de responder:

— Quando assumo minha forma original, sou como um espírito. Você poderia me ver, mas não poderia me tocar. Para que eu possa me materializar, preciso usar a energia de um corpo mortal e acabo assumindo algumas características desse corpo e também a psique da pessoa fica conectada à minha.

— Quando tomou o corpo da Seika, você não a possui, mas sim sugou sua energia. Quando eu toquei você, não era o corpo dela que eu estava tocando, certo?

— Certo. Eu a preservei.

— Mas então como aquela mulher foi morta no seu lugar?

— Eu a transportei para onde estávamos e a sacrifiquei no meu lugar. Era a única forma de eu consegui escapar de Forseti. Troquei de lugar com a garota. Ela foi esfaqueada, enquanto eu acordei no quarto dela, ilesa.

Kanon franziu o cenho com pesar.

— Não faça essa cara, sei que foi injusto.

— O que precisa fazer para ter seu corpo, sem precisar usar mais ninguém? Isso é possível?

— Só Zeus pode me agraciar com essa dádiva.

— E o que é preciso para Zeus lhe conceder isso?

— Fiz uma petição sobre isso uma vez, mas ele negou. Pedi para entrar na presença dele para suplicar, mas ele não quis me receber. São poucos os que já viram sua face. Agora que fugi de Forseti, sou uma renegada, Zeus provavelmente me quer morta.

— Quero viver com você e fazê-la feliz, mas será sempre estranho lembrar que há uma garota presa em algum lugar transferindo a vida pra você.

Gaya enxaguou o corpo, abriu o box e saiu, enrolando-se na toalha. Kanon desligou o chuveiro, secou-se e enrolou a toalha na cintura.

— Não fique tão aborrecida, já passamos dessa fase em que precisávamos medir as palavras um com o outro. Tenho o direito de saber tudo sobre você.

— Por que acha que tem algum direito?

— Porque eu te amo e estou disposto a dar a vida pra te proteger. Não posso fazer isso se não souber o que você é.

Gaya engoliu as palavras ásperas que estava preparada para dizer e sentou na poltrona. Kanon serviu dois copos de uísque e deu um a ela.

— Você pode perguntar o que quiser, Kanon. Responderei a tudo. Só peço que não me olhe com censura. Faremos um pacto de não julgarmos um ao outro. Já sabemos que somos culpados. Deixe que os inimigos decretem nossa sentença.

Kanon bebeu o uísque de uma só vez e colocou o copo sobre a mesa.

— Está certo. Sou tão canalha quanto você.

Gaya deixou o copo de lado, ficou de pé e passou os braços pelo pescoço do cavaleiro, deixando a toalha cair no chão.

— Você não é um canalha. Acha que seus amigos são perfeitos? Acha que Atena é imaculada? Não, querido. Todos temos nosso lado negro. Se escrevêssemos sua biografia, ficaria espantado em descobrir quantas virtudes tem. Não se subestime. O passado fez você pensar muito mal de si mesmo. Mas, no fundo, você sabe que o que te move não é a crueldade.

— Fico feliz que ao menos uma pessoa pense algo de bom sobre mim. Mas já superei essa parte da autopiedade e da culpa. Não preciso justificar meus erros a ninguém.

Gaya o beijou e acariciou seu peito. Puxou a toalha que cobria sua cintura e o jogou na cama.

— Seu erro é ser gostoso desse jeito. Não consigo esperar você se recuperar de ontem à noite — disse ela, deitando sobre ele, beijando-o pelo corpo todo.

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— Que lugar quente, que horror! — reclamou Afrodite, abanando-se com um leque.

— Quente é elogio. Precisamos de uma brisa aqui, Hyoga e Camus — disse Máscara da Morte.

— Ora, tenho mais o que fazer do que refrescá-los, idiotas! — Camus caminhou para longe deles.

No avião já tinham combinado tudo. Separaram-se em grupos para procurar Kanon, enquanto Atena aguardaria em um quarto de hotel escoltada por Seya, Mú, Dohko e as Amazonas.

Os grupos rodaram a cidade de ponta à cabeça, o dia todo, nem sinal de Kanon e de seu cosmo.

Saga estava cansado, com calor e de extremo mal humor. Sentou no bar de um cassino, junto com Shura, Milo e Aldebaran. Ambos pediram águas tônicas com gelo e limão.

— Daria tudo por uma cerveja gelada! — disse Saga, enxugando a testa.

— Estamos em missão, não podemos nos distrair — Aldebaran exortou.

— Quando voltarmos, espero que as cervejas que o Camus levou pra mansão ainda estejam lá. São as melhores que já provei — Milo suspirou.

— Se voltarmos... — Shura deixou escapar.

Saga se preparava para dar uma resposta grosseira quando dois rapazes se aproximaram com luvas de muay thay penduradas no ombro.

— Kanon! Não acredito que você está aqui, somos seus fãs, cara! Você é o melhor lutador de todos os tempos. Por favor, autografe nossas luvas. Você é nosso herói.

Os cavaleiros sentados à mesa se entreolharam. Saga deu um sorriso dissimulado e autografou a luva dos garotos com uma assinatura ilegível.

— Puxa, cara! Nossos amigos vão pirar quando verem isso! Sensacional. Estamos ansiosos para a luta de hoje. Compramos os ingressos há duas semanas. Estaremos na primeira fila para ver você acabar com eles.

Saga assentiu e os garotos, após apertarem as mãos do cavaleiro, saíram vibrando e conversando entre si.

— Que palhaçada foi essa? — Aldebaran fez uma careta.

— Não sei, mas vamos ficar na cola desses imbecis. Eles sabem onde Kanon vai estar hoje à noite. Nos levarão até ele.

— Mas você não pode ir. Se esses paspalhos te reconheceram, todo mundo também vai. Quando Kanon souber que você está lá, pode ser que fuja.

— Você três vão, ficarei à espreita com o resto. Onde Kanon estiver, Gaya também estará. — Saga bebeu o restante da água tônica. — Vamos!

Comunicaram-se com os outros grupos e, com roupas de turistas e bonés que escondiam seus cabelos, os cavaleiros rastrearam os garotos até o local onde aconteciam as lutas de Kanon. Apenas Aldebaran, Shura e Milo entraram, após uma barganha com o segurança. O local estava lotado e os ingressos esgotados. Desceram as escadas e seguiram pelo corredor escuro até chegar ao salão do ringue onde luzes piscavam e uma plateia alvoroçada aguardava ansiosa. A um canto as apostas aconteciam e ao lado do balcão onde vendiam as bebidas havia uma porta.

— Só pode ser ali, devem haver vestiários ou coisa parecida onde os lutadores ficam. Isso aqui é um buraco, não há outra porta além desta. As outras são banheiros para o público e aquela ali atrás é a cozinha — disse Milo.

— Não nos deixarão entrar, só lutadores devem ter acesso. — Aldebaran cruzou os braços, numa posição que lhe conferia o dobro do tamanho.

— Você é novo! Cara, que demais! — Um rapaz se aproximou de Aldebaran.

— O quê? — O Cavaleiro de Touro não soube o que responder.

— Sim, é a primeira vez dele aqui. Está meio perdido, sabe onde os lutadores ficam antes de entrar no ringue? Somos os empresários dele — disse Shura.

— Claro, me acompanhem, sou da equipe que organiza.

O rapaz conduziu os três pelo corredor e foi mostrando as portas e dizendo cada lutador que estava atrás delas.

— Aqui fica o Kai, aqui o Ren, aqui o Kanon, aqui o Finn, este vestiário aqui está vazio, podem usá-lo. Já estão com a ficha de inscrição?

— Sim, tudo certo. Vamos nos acomodar e depois eu vou lá resolver as pendências — Shura falou. 

— Beleza, precisando é só chamar, estarei próximo ao ringue. — O rapaz fez um joia e os deixou.

Esperaram o garoto desaparecer e caminharam sorrateiros até a porta onde Kanon estava.

— Será que ele já chegou? — Aldebaran indagou.

Shura colou o ouvido na porta e escutou a voz de Kanon conversando com uma mulher.

— São eles, estão aí. Acho que não estão sozinhos, ouvi mais alguém.

— Vamos logo com isso. Tem certeza de que, se conseguir acertá-los, eles irão desmaiar, Milo?

— Sim, Aldebaran, se eu acertar a Agulha Escarlate na veia certa, não terão chance. Poderia matá-los com esse golpe, mas injetarei a quantidade de veneno suficiente para apagá-los por uma ou duas horas,

— Eu seguro o Kanon. Vocês pegam Gaya. Precisam ser rápidos, pois aquela desgraçada é esperta — disse Aldebaran

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Kanon enrolava a faixa nos punhos enquanto Gaya lhe fazia uma massagem nos ombros.

— Não sei se vou aguentar ganhar a luta hoje, mal consigo ficar de olhos abertos — ele deu um sorriso safado.

— Pense nos cinco mil dólares que estão te esperando — disse Jack. — A noite passada pode ter sido boa, mas com cinco mil dólares no bolso a noite de hoje por ser ainda melhor.

— Isso, Kanon, não me decepcione. Você prometeu me levar à Indonésia no próximo feriado.

— Gostei da sua garota, Kanon, vocês formam um casal perfeito — Jack sorriu. — Vou deixá-los a sós. Sua luta será a última, a mais aguardada.

Quando Jack abriu a porta, se deparou com três grandalhões e nem conseguiu ver de onde veio o golpe que o apagou. Kanon se levantou, colocando Gaya atrás de si. Viu Jack caído no chão e Aldebaran, Milo e Shura entrando no vestiário, fechando a porta atrás de si.

— Que porra é essa? O que querem aqui? — Kanon perguntou.

Aldebaran se jogou sobre Kanon em um abraço de touro enquanto Shura puxou uma rasteira em Gaya, derrubando-a no chão.

— Não encostem nela, seus miseráveis! — Kanon vociferou e acendeu o cosmo.

— Rápido, Milo!

— Agulha Escarlate! — Milo apontou o indicador para Gaya e ferroou seu pescoço, adormecendo-a instantaneamente.

— O que você fez? Gaya! — Kanon explodiu seu cosmo, jogando Aldebaran para longe. Partiu pra cima de Milo e lhe deu um soco tão forte que o lançou contra a parede, abrindo um buraco.

Shura desferiu dois cruzados no rosto de Kanon, atraindo a atenção do Dragão do Mar, que revidou com um grande chute, repleto de ódio. Shura se defendeu com os punhos e, quando Kanon se preparou para tentar outro golpe, Aldebaran se antecipou com um soco pesado, jogando o oponente no chão. Milo, atordoado, se ergueu e não esperou Kanon se levantar, aplicou o Agulha Escarlate em sua jugular, injetando mais veneno do que em Gaya. Kanon resistiu ainda por alguns minutos, antes de desmaiar.

Aldebaran colocou Kanon sobre os ombros e Shura segurou Gaya nos braços.

— Vamos sair logo daqui!

Jack despertou, meio tonto e viu-os saindo do vestiário.

— O que estão fazendo? Pra onde irão levar Kanon?

— Não se meta nisso! — Milo lançou um olhar ameaçador, fazendo Jack recuar.


Notas Finais


Imagina um soco do Aldebaran! Joga no chão qualquer um né não? Até hoje não sei como Seya conseguiu sair da casa de touro sem ter a cara deformada. Enfim... a chapa tá esquentando para os nossos cavaleiros. Será que Saori vai entregar Gaya nas mãos de Forseti? E o que vai ser do Kanon? Aguardem os próximos capítulos, muita coisa vai rolar!!!


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