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História Cavaleiros do Zodíaco - Depois de Gaya - Qual é o seu nome?


Escrita por: NinaKurumada

Capítulo 28 - Qual é o seu nome?


Fanfic / Fanfiction Cavaleiros do Zodíaco - Depois de Gaya - Qual é o seu nome?

Shaka tentou se levantar, mas a dor no tórax o obrigou a ficar quieto. Suas costas doíam de tanto ficar na mesma posição e ele sentia-se preso naquele quarto, não conseguia meditar, nem manter a mente calma. Precisava respirar um pouco de ar puro.

— O que o senhor pensa que está fazendo? — uma voz feminina entrou no quarto.

Ele tentou ver quem era, mas não conseguia virar o corpo o suficiente.

— Não aguento mais ficar deitado.

A enfermeira se aproximou trazendo uma bandeja e o encarou com seriedade.

— Não é porque é um cavaleiro de Atena que não precisa de cuidados. O médico foi claro quando disse que o senhor precisa fazer repouso absoluto.

Era uma moça bem jovem, talvez recém-formada. Devia ter no máximo 20 anos. Seus cabelos cacheados e volumosos estavam presos em um coque, cobertos por uma touca de pano. Seu uniforme alvo estava impecavelmente passado, sem nem um amarrotadinho, seus olhos castanhos eram grandes e vivos, sua boca rosada movimentava-se graciosamente ao falar e sua pele negra davam a ela uma beleza escancarada e ímpar.

— Eu trouxe o seu café da manhã. Quer tentar se sentar para comer? — Shaka não respondeu. Olhava fixamente para ela, inebriado. Nunca sentira uma atração tão forte em toda a vida. — Senhor? Está me ouvindo?

Shaka piscou algumas vezes, ouvindo ela dizer algo que ele não conseguiu escutar.

— O que disse?

— Quer tentar sentar para tomar seu desjejum?

— Eu... tentei. Senti uma dor muito forte.

— Posso ajudá-lo?

— Claro.

A enfermeira colocou a bandeja na mesa lateral e se abaixou diante da cabeceira da cama. Girou uma manivela e, aos poucos, a cabeceira foi se erguendo.

— Diga quando estiver bom — falou a jovem.

Ela continuou girando a manivela até que Shaka chegou a uma posição mais confortável.

— Está bom assim — disse ele.

A jovem se ergueu e sorriu.

— Viu? Vez esforço à toa. A cama faz o trabalho difícil.

Os dentes ela era tão brancos e alinhados que chamavam a atenção.

— Obrigado — disse o cavaleiro.

A jovem girou o tampo da mesa lateral, trazendo-o para perto do paciente e desembalou os alimentos. Shaka tentou erguer os braços para pegar o copo de café, mas apertou os olhos e gemeu.

— Ai!

— Tudo bem? — A enfermeira se assustou e ficou preocupada.

— Dói muito quando ergo os braços.

— É normal. Foi um ferimento muito grave. Vou ajudar o senhor.

Ela ficou de pé bem perto dele e pegou o pote de salada de frutas. Usou uma colher para levar os pedaços de fruta até à boca de Shaka. O cavaleiro virou o rosto numa reação instintiva.

— Não fique tímido, senhor. Sou enfermeira, lido com isso todos os dias. O senhor só vai precisar de mim por alguns dias. Logo estará bom.

Shaka respirou fundo e voltou o rosto na direção dela. A enfermeira tornou a levar a colher à boca do rapaz. Dessa vez ele aceitou a ajuda. De forma lenta e organizada, a enfermeira o serviu na boca de salada de fruta, croissant e café. Embora fosse comida de hospital, estava gostosa. A enfermeira terminou de servi-lo e limpou sua boca com um guardanapo.

— Obrigado.

— Não tem de quê.

— Qual é o seu nome? — Shaka perguntou.  

— Simone.

— De onde você é, Carla?

— Moçambique.

— É um belo país. Nunca estive lá, mas já li sobre ele.

— Eu conheço muito pouco. Quando minha mãe morreu, eu tinha cinco anos. Logo fui adotada por um casal de japoneses e eles me trouxeram pra Tóquio. Vivo aqui desde então. Nunca mais viajei para parte alguma.

— Sente saudades de casa?

— Não... Tenho poucas recordações. Considero aqui minha casa. Tenho uma família enorme.

— Que bom. Deve ser gostoso ter uma família... e grande...

— O senhor não tem família?

— Por favor, me chame de Shaka.

— Claro.

— Não tenho mais. Meus pais eram europeus e faleceram na Índia. Fui enviado ao Santuário e me tornei cavaleiro aos 7 anos. Minha família sempre foram as pessoas do Santuário. Agora tenho Atena e meus amigos.

Simone sorria, mas por dentro estava com pena dele.

— Sempre achei os Cavaleiros de Atena muito corajosos. Desde crianças submetidos a um treinamento tão duro. Merecem ser honrados. Já salvaram muitas vidas.

— Como enfermeira, acredito que também já tenha ajudado a salvar muitas vidas. Cada pessoa tem sua própria missão, mas o fim é o mesmo: fazer o bem.

Dessa vez o sorriso de Simone foi verdadeiro. Shaka respirou fundo mais uma vez e sentiu uma brisa suave entrar pela janela.

— Vou levar a bandeja e volto mais tarde com sua medicação. — Ela recolheu a bandeja.

— Obrigada, Simone. Foi um prazer conhecê-la.

— Igualmente, Shaka.  

Antes de sair do quarto, ela olhou mais uma vez para trás e viu o perfil daquele homem maravilhoso, com seus cabelos loiros e cumpridos esparramados no travesseiro e o olhar perdido em direção à janela. Deixou a bandeja de lado e voltou para perto de Shaka.

— Acha que consegue sentar em uma cadeira de rodas para darmos uma volta lá fora no jardim?

— Não sei... Acha que consigo?

— Creio que sim. Vai doer um pouco, mas...

— Perfeito. Eu suporto qualquer tipo de dor.

Ela levantou as sobrancelhas, espantada.

— Soou prepotente? Não foi minha intenção.

Ela sorriu.

— Não, só fiquei admirada. Sou péssima para sentir dor. Não suporto nem mesmo uma dorzinha de cabeça. Fico péssima.

— Simone... eu preciso de ar puro. Pelo menos por meia hora. Sinto-me enclausurado.

— Certo. Levarei você lá fora. Vou buscar a cadeira de rodas.

Ela saiu do quarto e Shaka a seguiu com o olhar, sorrindo aliviado. 


Notas Finais


Gente, tô preparando o caminho para encerrar essa fic e abrir ganchos para os spin offs... Tá difícil dizer adeus pra essa fic, confesso. Agradeço a vocês amigos pelas leituras e comentários. Já sou fã de vocês e do Spirit. Beijinhos.


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